Coleção pessoal de BrendaOliveira

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Que os olhares se caibam
Que as mãos se encaixem
Que os silêncios se respeitem
Que as palavras pacifiquem
Que os corpos tornem-se morada
E os lábios, bálsamo

A minha alma inquieta, inconstante e borboleta, procura abrigo nos penhascos mais altos, de onde possa, após repousar suas asas, alçar voos que me libertem da ilusão de ser.
Desejo permanecer estando.

E quando escrevo, não sou eu a escrever, mas uma parte do meu ser que até eu mesma desconheço.
Enquanto a tinta se derrama, é outra parte de mim que se inflama, buscando, talvez, o meu próprio endereço.

Agora em minha alma, toca a música que vem de você.

Teu querer deu-me asas, enquanto eu era apenas metamorfose.
Fez-me desejar teu rosto, antes de sentir o reflexo dos teus olhos nos meus.
E desejar teus lábios, antes de sentir teu sabor
Fez-me querer tuas mãos a buscar meu corpo, desvendando-lhe os mistérios
e desejar teu descompasso, antes mesmo de provocá-lo

No encontro de nossas incompletudes desejo aproximar-me suavemente do visgo que prende o meu olhar ao teu.
Quero ser tocada pelo seu encanto de brisa e sentir tuas mãos percorrendo a geografia do meu rosto, em forma de carícia.
Quero silenciar teu verbo com a centelha que guardo em meus lábios e senti-lo pulsante, breve bálsamo que pacifica meu ser.
Desejo repousar em teus braços e ajeitar-me em teu colo, para que minha alma de borboleta possa senti-lo refletido em minhas asas.

Quando vier, traga uma dose dupla de coragem, essa coisa que o amor exige para coexistir.

Inquieta-me com a centelha de tuas linhas e entrelinhas.
Pacifica-me com teu doce sabor de bálsamo e brisa.

Minha alma borbulhante insiste em não caber em mim, gosta de derramar-se pelos cantos e encantos do caminho.
Sou um pássaro em pleno voo tentando aprender a arte de fazer ninho, desejo pousar minhas asas antes de seguir em busca de outro verão.
Tenho alma de fagulha, eterna centelha e aprecio as incompletudes dos silêncios e das palavras ditas e não ditas.
Tenho a alma leve e suave como a brisa se uma manhã de maio. Gosto da beleza do caminho, mas insisto em construir a minha estrada.
Não é fácil ter alma de borboleta, exige doação e desprendimento.
Busco por metamorfoses que me proporcionem crescer e evoluir, mesmo que as pedras do caminho pareçam maiores que a coragem que estou aprendendo a ter.

Estar apaixonado é um permanente estado de entorpecimento

Por que é tão difícil não ser igual ?
Por que será que revelar o verdadeiro eu incomoda tanto ?
Por que será que toda vez que eu disser o que realmente ou quase realmente penso serei vista com
desconfiança ?
Por que nessas horas serei tachada de louca ?
Por que é tão fácil rotular e tão difícil tentar entender e se aprofundar nos sentires alheios ?
Por que será que eles não enxergam a pobreza de seus
espíritos vagantes em seus mundinhos pequenos e limitados ?
Por que é tão difícil encontrar alguém que possa compreender o meu espírito ?
Eu lanço um olhar mais profundo sobre os outros e não gosto nada do que vejo.
Sorrisos feitos de gesso que levantam poeira quando se movem.
Olhares perdidos, incapazes de olhar pra dentro de si mesmos.
Pensamentos se digladiando, lutando parar deixarem de existir.
Não entendo que viver é esse.
Não consigo e não quero assimilar toda essa "normalidade" que chega a doer nos olhos.
Quero o meu eu assim como é, criticado, mas vivo.
Desejo uma liberdade capaz de dissipar essa luz cinza que pretende nos impedir de viver e sentir o que somos.

Estou distante de mim agora
Nesse espaço que me subtrai
Sinto que parte de mim se vai
e outra teima em ficar
É um quase choro e um quase sofrer

Nos dias nublados de lembranças
Imersa num imenso vazio
Fico misturada às promessas feitas em vão
na tentativa de esquecer
e de não sentir o que sinto

É tão profundo, tão absoluto, tão sempre o mesmo
que agora começo a desistir
Fiquei perdida no tempo e nas lembranças
Nada disso passou, nada mudou
Sou eu e o meu amor ainda e sempre aqui

Agora somos eu e você...amanhã já não sei o que fazer sobre esse breve estado de "nós". Ainda não aprendi a sentir sem me deixar levar.

Eu quis querer
Quis não querer
E me permiti viver
Foi além do que imaginei
Foi de um jeito que nem sei
Faltam palavras pra descrever
Nesse eu e você tão aguardado
Ficou seu corpo no meu bem misturado
que palavras não conseguem dizer.

Impressões do mar

O sol te queimou, o vento te esculpiu, a brisa amaciou tua voz e o tempo te trouxe pra mim.

A arte é uma das mais deliciosas formas de transbordar.

Nesse mundo onde a inversão de valores está na moda, prefiro ser considerada antiquada, a ter que adaptar-me ao que não faz parte da minha essência. Não necessito fazer parte do todo, aprecio mesmo é viver o que agrada aos meus sentidos. Tenho alma poética, intrinsecamente poética. O superficial não me atrai, não pertenço a esse mundo de abraços frouxos, sorrisos ensaiados, onde o ser perde espaço para o ter. Quero sentir o que preenche meus espaços e deixar ficar somente o que for leve.

Refletindo um pouco

As vezes fico a pensar nas postagens que vejo aqui no face. Algumas, são para mim, um pedido de socorro, um grito desesperado de quem espera por um amigo para conversar, ou apenas estar ao lado. É isso, as pessoas querem a sensação de estar com alguém, alguém para rir das piadas que já nem sabem contar ou para falar sobre aquele sentimento que tanto incomoda o coração. Renato Russo disse que: "o mal do século é a solidão". Acredito que a célebre frase não poderia ser mais atual. Nesse mundo tão voltado para o ter coisas, o ser e o sentir como pessoa ficou em segundo plano. Uma pesquisa revela que em alguns anos a depressão será a doença que deixará o maior número de pessoas incapacitadas para o trabalho. O mundo capitalista quer nos convencer que não há tempo para ser gente, e quer nos fazer esquecer a sensação de curtir coisas simples, escutar o outro, olhar nos olhos. A famosa "Rede Social", tornou-se quase um consultório psiquiátrico, onde muitos vem buscar um refúgio que existe, mas não aqui.

Eu ainda gosto de coisas simples, de ficar de bobeira e aprecio muito a expressão italina "dolce far niente", que é traduzido como suave indolência ou o doce fazer nada. Amo trabalhar, sentir que sou produtiva, mas não me permito esquecer meu compromisso primeiro...estar bem.

Vamos rever os velhos amigos, dizer eu te amo pessoalmente, e não apenas através de um click. Vamos refazer o elo com o mundo das pessoas e enchergar que o mundo das "coisas" é apenas opcional, e não essencial.

E para encerrar, gostaria de postar meu trechinho preferido de uma obra que gosto muito...

"Eis o meu segredo: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos. Os homens esqueceram essa verdade, mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."
Antoine de Saint-Exupéry - O pequeno Príncipe

Ela é uma moça de poses delicadas, sorrisos discretos e olhar misterioso.
Ela tem cara de menina mimada, um quê de esquisitice, uma sensibilidade de flor, um jeito encantado de ser, um toque de intuição e um tom de doçura.
Ela reflete lilás, um brilho de estrela, uma inquietude, uma solidão de artista e um ar sensato de cientista.
Ela é intensa e tem mania de sentir por completo, de amar por completo e de ser por completo.
Dentro dela tem um coração bobo, que é sempre capaz de amar e de acreditar outra vez.
Ela tem aquele gosto doce de menina romântica e aquele gosto ácido de mulher moderna.

Ele pode estar olhando as suas fotos. Neste exato momento. Porque não? Passou-se muito tempo. Detalhes se perderam. E daí? Pode ser que ele faça todas as coisas que você faz. Escondida. Sem deixar rastro nem pistas. Talvez ele faça aquela cara de dengoso e sinta saudade do quanto você gostava disso. Ou percorra trajetos que eram seus, na tentativa de não deixar que você se disperse das lembranças. As boas. Por escolha ou fatalidade, pouco importa, ele pode pensar em você. Todos os dias. E ainda assim preferir o silêncio. Ele pode reler seus bilhetes, procurar o seu cheiro em outros cheiros. Ele pode ouvir as suas músicas, procurar a sua voz em outras vozes. Quem nos faz falta acerta o coração como um vento súbito que entra pela janela aberta. Não há escape. Talvez ele perceba que você faz falta. E diferença. De alguma forma, numa noite fria. Você não sabe. Ele pode ser o cara com quem passará aquele tão sonhado inverno em Paris. Talvez ele volte. Você confia nele? Ou não.