Coleção pessoal de BrendaOliveira

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Eu falo que você faz "tudo isso" e você, na verdade, não faz nada, são apenas as minhas Interpretações, meu jeito de permanecer.

Tempo, tentativas, outras histórias, outros erros, outras permissões e uma permanência que me incomoda e inquieta. Não consigo normalizar tudo isso, fazer recortes do agora, pois, em um instante, tudo se mistura, ludibria, fica estranho.
Atemporal demais para ser compreendido.

Não passou
Nem vai
Nem sai
Simplesmente porque
Eu ainda não descobri
Um lugar para andar
Onde você não esteja

Minha paixão é tanta pelo rabiscar
que, por vezes, exagero na emoção
Somente para me recarregar
E derramar depois

Ambivalente contato
Ambivalente conexão
Ao mesmo tempo que me faz bem
Provoca culpas, inquietações
Me deixa reflexiva
Será que você também sente assim?
Será que fica tão inquieto quanto eu?
Será que evita para não multiplicar?
Será que sabe em qual direção eu não estou?
Será que sabe como não pensar em mim?
Será que essas tentativas funcionam?
Será que há algo de certo em tantas incertezas?
Será que há algo de errado com isso tudo?
Será que existe algo além do que se pode ver e prever?
Será que as minhas perguntas são as mesmas que as suas?
Será que você faz tudo isso só para ter certeza de que ainda estou aqui?
Será que é apenas para me inquietar?

É estranho sentir algo sem ter um nome pra dar... então, por hora, vou te chamar de reticências...

Ela sabe dos meus esconderijos
Ela sabe onde me encontrar
Ela sabe onde se esconder
Ela sabe onde me enfraquece
Ela sabe não permanecer
E mesmo assim nunca deixar de estar sempre perto

Eu vou fazer o que preciso
Se for fazer o que quero, eu enlouqueço

Me fala
O que você faz com tudo isso?
Onde você coloca?
Fala que pra você tudo isso some
Fala que a culpa é da minha intensidade
Fala que é apenas isso
Fala...apenas fala

Parece frieza, eu sei
Mas é uma distância necessária

Fala que é mentira
Fala que isso tudo não te confunde
Fala que pra você é simples
Fala que não é o que parece ser
E que se mantém sóbrio o tempo todo
Fala que a insanidade nunca te tocou
Que teus sentidos não te imploram por mim
Fala, só fala
E acaba com esse silêncio ensurdecedor

Definindo-te

Confuso
Incoerente
Insano
Perturbador
Indecifrável

Uma vida inteira para perceber
Um sem fim de tempo para entender
Até sentir o que você sentiu
Até viver o que você viveu
O possível é realmente um bálsamo
O palpável é de fato um acalento
Um descanso para um coração
Cansado de viver em guerra contra
Si mesmo

Possibilidade impossível
Proximidade distante
Lampejos de insanidade
Incoerente sensação
Desalinho de pensamentos
Intocado querer

A possibilidade do simples não existe para nós.

Me apaixonei pelo rabiscar
Pelo derramar da tinta
Pelas entrelinhas
Rabisco pensamentos
Histórias de mim
Palavras que ouvi
Não temporalidade
Ou lógica
Apenas fluir
Essa é a minha liberdade

Ambivalências
Metades
Incoerências
Permanências
Pássaros
Gaiolas
Flores
Cores

Entrada sem permissão
Loucura da razão
Invasão dos sentidos
Suspiro sem ar

Em momentos assim
Eu não sei o que fazer comigo
Com a minha impermanência
inconstância
Não sei como nomear
Profundidades ou abismos
Amor pela melancolia
Minhas brechas
Meus esconderijos de mim
Do mundo, não sei
É quase um assombro
Uma escuridão
Meu amor pelo movimento
Minha reinvenção de mim.

Ela é toda sensação
Ela é toda furacão
Não sabe ser razão
Não quer te dizer não