Coleção pessoal de audreyponganborteze

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E quanto a ele, bem...Estive pensando e apesar de ele ter sido grosseiro, me falado aquelas coisas horríveis, eu sentia paz. Sentia paz por ter resolvido nosso impasse, nosso chove não molha, essa angústia que me dilacerava há mais de mês. Por mais que agora doesse, não doía ao ritmo de uma sinfonia de Beethoven, e sim ao ritmo de uma bossa nova e era como se o amor doesse em paz.

Há mais coisas entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia.

Amor é bicho instruído.

Olha: o amor pulou o muro
o amor subiu na árvore
em tempo de se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
Daqui estou vendo o sangue
que escorre do corpo andrógino.
Essa ferida, meu bem,
às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã.

No começo eu tive medo porque a sua ausência doía demais e eu tinha medo que essa dor durasse para sempre. Mas há qualquer coisa de diferente agora; eu sinto uma força absurda na sua ausência, como se eu pudesse ir muito mais longe sem você, como se você fosse um peso morto e eu pudesse ser muito mais feliz sem você. E meu bem, há momentos em que dói tanto, há momentos em que não dói nada...A verdade é que o caminho do amor é repleto de flores e espinhos e não se pode separar um do outro, por isso amar significa sofrer em qualquer idioma.

Por que demorou tanto? Eu estive esperando por você a minha vida inteira! E me perdoe se tenho dificuldade em demonstrar sentimentos, se os demonstro apenas por minha escrita; minha forma de fazer arte. É o meu jeito de amar, amar de um jeito poético, colorindo o mundo e descendo do meu pedestal de orgulho para demonstrar amor quando você menos espera, quando o amor explode e fala por si mesmo, não obedecendo as regras de comportamento e conveniência, coesão e coerência.

Sentimentos não são bolinhas de gude que você pode jogar até enjoar. Exatamente, bolinhas de gude, brinquedo de moleque, seus brinquedos, pois há moleques de 41 e homens de 16. A maturidade está mais relacionada às experiências que você teve do que ao número de aniversários que você celebrou, e sinto lhe dizer mas ninguém te ensinou a ser homem ainda. Deixa eu te dar um conselho então: aprende tá, cresce um pouquinho, porque já está mais do que na hora. Seja homem. Por ela, não por mim, porque a mim você já perdeu...

E doeu, não vou ser hipócrita a ponto de dizer que não doeu, que não sangrou e que não passei o fim de semana afogada em minhas lágrimas. Admito que fiquei por muito tempo me perguntando o que fazer com a ressaca que você deixou no meu coração. E quanto à garota com quem você está, às vezes eu queria odiá-la, sabe, queria odiá-la por estar com você mas eu só sinto pena. Pena porque ela é só outra garota que você vai usar e depois jogar fora. Eu queria odiá-la, mas eu só odeio você.

E querido, talvez a gente nem dure, talvez você cometa o mesmo erro, talvez dure uma semana, um mês, ou talvez dure mais...Talvez seja uma tragédia, mas talvez seja a melhor coisa que poderia acontecer. Talvez é um advérbio de dúvida cruel, mas a verdade é que eu nunca vou saber como poderia ter sido se não tentar.

Eu queria agradecer, amigo. Agradecer por seu apoio, por seu conforto, por sua constante paciência em meus desabafos e confusões, meus dramas e poesias. Obrigada por ouvir minhas confissões e suportar as lágrimas de minha desilusão amorosa e o que se passou depois. Porque há algo depois da desilusão, mas poucos sabem disso, há vida depois de um amor e como já dizia Cher: "Do you belive in life after love?". Bom, eu acredito, porque ela existe, e essa é minha vida, e ela é surpreendente e louca, poética e complexa, obscura e brilhante, cheia de metáforas e sinestesias e ninguém sabe o que virá a seguir.

Ele disse que precisava ir, que tinha um jogo de futebol ou qualquer coisa do tipo e deu um beijo no rosto das garotas presentes. No meu caso, não. Ele pegou minha mão e a beijou. Não sei porque ele fez isso; se foi porque me desprezava para dar um beijo no rosto ou se foi porque eu estava muito longe. Eu nunca vou saber o porquê. O fato é que ele beijou minha mão de forma cortês e saiu. Ele me beijou a mão, se fosse o rosto ou a boca eu não teria ficado tão vulnerável, tão frágil, tão fácil, tão dele...Por um segundo eu fui dele e ele nem percebeu.

Eu elegi quinta- feira como meu dia preferido, mesmo preferindo a sexta, porque era na quinta que eu o via, que ele me cumprimentava e eu correspondia com um sorriso. Passei a amar as terças, porque era nas terças-feiras que ele conversava comigo por longos minutos até o ônibus parar em seu destino e ele me acenar um adeus. Coloquei as quartas-feiras em um altar, porque era nas quartas que ele me beijava, dizia que me amava, me cobria de elogios e promessas me dizendo um "até logo" cheio de segundas intenções. E eu odiava as segundas- feiras, porque era tudo cinza e sem graça sem a presença dele ali, como se nada tivesse importância e perdesse o tom, o sabor, a cor. E agora eu prefiro as segundas porque não preciso vê-lo, porque na segunda o coração não dói, porque não preciso me fingir distraída para não vê-lo quando ele passa, porque na segunda eu consigo respirar aliviada. Porque na segunda-feira, de algum modo, o coração não sangra.

As compras não me animaram, nem o dia, nem a luz do sol. Eu tinha a cara inchada de tanto chorar, a alma seca, e o coração com cade ferida aberta, exposta, e quando a rinite chegou após o meio dia, eu desejei que ela me consumisse por inteiro, acabasse comigo, me matasse.

Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso.

Minha alma transbordou de tristeza, de modo que eu não podia pegar na caneta sem sentir no peito uma dor excruciante. Mas se eu não escrever, aí sim que é uma tragédia, que não falo, não existo, estou muda, estou morta. Eu não posso me permitir morrer em palavras, a morte mais trágica para um escritor. Não posso deixar que aquele cara mate essa parte de mim, uma vez que ele já matou minha esperança e enterrou vivo o meu amor. Por isso estou escrevendo de novo, e me perdoe a demora, me perdoe a má caligrafia, me perdoe a dor.

Eu acho que, quando não escrevo, estou morta.

O mau elemento

Eu olho pra sua tatuagem e pro tamanho do seu braço e pros calos da sua mão e acho que vai dar tudo certo. Me encho de esperança e nada. Vem você e me trata tão bem. Estraga tudo.Mania de ser bom moço, coisa chata.
Eu nunca mais quero ouvir que você só tem olhos pra mim, ok? E nem o quanto você é bom filho. Muito menos o quanto você ama crianças. E trate de parar com essa mania horrível de largar seus amigos quando eu ligo. Colabora, pô. Tá tão fácil me ganhar, basta fazer tudo pra me perder.
E lá vem ele dizer que meu cabelo sujo tem cheiro bom. E que já que eu não liguei e não atendi, ele foi dormir. E que segurar minha mão já basta. E que ele quer conhecer minha mãe. E que viajar sem mim é um final de semana nulo. E que tudo bem se eu só quiser ficar lendo e não abrir a boca.
Com tanto potencial pra acabar com a minha vida, sabe o que ele quer? Me fazer feliz. Olha que desgraça. O moço quer me fazer feliz. E acabar com a maravilhosa sensação de ser miserável. E tirar de mim a única coisa que sei fazer direito nessa vida que é sofrer. Anos de aprimoramento e ele quer mudar todo o esquema. O moço quer me fazer feliz. Veja se pode.
Não dá, assim não dá. Deveria ter cadeia pra esse tipo de elemento daninho. Pior é que vicia. Não é que acordei me achando hoje? Agora neguinho me trata mal e eu não deixo. Agora neguinho quer me judiar e eu mando pastar. Dei de achar que mereço ser amada. Veja se pode. Anos nos servindo de capacho, feliz da vida, e aí chega um desavisado com a coxa mais incrível do país e muda tudo. Até assoviando eu tô agora. Que desgraça.
Ontem quase, quase, quase ele me tratou mal. Foi por muito pouco. Eu senti que a coisa tava vindo. Cruzei os dedos. Cheguei a implorar ao acaso. Vai, meu filho. Só um pouquinho. Me xinga, vai. Me dá uma apertada mais forte no braço. Fala de outra mulher. Atende algum amigo retardado bem na hora que eu tava falando dos meus medos. Manda eu calar a boca. Sei lá. Faz alguma coisa homem!
E era piada. Era piadinha. Ele fez que tava bravo. E acabou. Já veio com o papo chato de que me ama e começou a melação de novo. Eita homem pra me beijar. Coisa chata.
Minha mãe deveria me prender em casa, me proteger, sei lá. Onde já se viu andar com um homem desses. O homem me busca todas as vezes, me espera na porta, abre a porta do carro. Isso quando não me suspende no ar e fala 456 elogios em menos de cinco segundos. Pra piorar, ele ainda tem o pior dos defeitos da humanidade: ele esqueceu a ex namorada. Depois de trinta anos me relacionando só com homens obcecados por amores antigos, agora me aparece um obcecado por mim que nem lembra direito o nome da ex. Fala se tão de sacanagem comigo ou não? Como é que eu vou sofrer numa situação dessas? Como? Me diz?
Durmo que é uma maravilha. A pele está incrível. A fome voltou. A vida tá de uma chatice ímpar. Alguém pode, por favor, me ajudar? Existe terapia pra tentar ser infeliz? Outro dia até me belisquei pra sofrer um pouquinho. Mas o desgraçado correu pra assoprar e dar beijinho.

"E eu odeio o mundo por isso, eu acho o mundo muito medíocre, eu tenho pena de todas essas pessoas que não sabem o que é encaixar o rosto no vão das suas costas e querer ser embalsamado ali por mil anos. Amor de verdade não acaba, é o que dizem, mas eu tenho medo. Eu tenho medo de quantos mijos, bocejos, cinzas e óculos de surfistas eu ainda vou ver sem você, eu tenho medo dos meus pedaços espalhados pelo mundo, eu tenho medo do vento passar enquanto eu estou míope, e eu ficar míope pra sempre. Eu tenho medo de tudo isso apagar e o vento levar suas cinzas, desse fogo todo ser de palha, como dizem. Da dor que se dissipa a cada respirada mais funda e cheia de coragem de ser só. Eu tenho medo da força absurda que eu sinto sem você, de como eu tenho muito mais certeza de mim sem você, de como eu posso ser até mais feliz sem você. Pra não pensar na falta, eu me encho de coisas por aí. Me encho de amigos, bares, charmes, possibilidades, livros, músicas, descobertas solitárias e momentos introspectivos andando ao Sol. E todo esse resto de coisas deixa ao pouco de ser resto, e passa a ser minha vida, e passa a enterrar você de grão em grão (…)"

Tive um déjà vu,a impressão, ou será que a esperança?, de que tudo não passou de um pesadelo, que não tinha realmente acontecido,que ele ainda seria meu, não dela, que quando eu o visse ele ainda me faria rir, me tomaria em seus braços e diria o quanto eu era sua. É o que teria acontecido em um livro, seria um pesadelo, um engano, um terrível engano, mas isso aqui é vida real. Tentei conter as lágrimas , mas a dor era tanta que transparecia,irrompia, explodia por mim. Não cabia em mim. Eu era pequena demais para tanta dor.

Depois daquele fora, daquele choque, daquela ofensa, eu comecei a rir de maneira histérica. Ele pediu se eu era louca e me deu as costas.Continuei rindo por mais um tempo, porque rir era a única coisa que eu me permitia fazer, porque eu ria para não chorar, porque rir de tudo é desespero.

Eu o procurei por todos os lugares, do palco até a porta, das mesas até os banheiros , e nada, ele não estava em lugar nenhum além de em meu pensamento. E parecia incrível , mas todos os caras ao meu redor tinham seu perfume , sua risada ou sua fisionomia. Ele nublou meus olhos, por isso todo cara que eu via se parecia com ele , ele confundiu minha mente, e desde então eu não pensava em mais ninguém, ele mexeu no meu coração , e daquele momento em diante me impossibilitou de amar qualquer pessoa que não fosse ele.