Coleção pessoal de AndreAnlub

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Mudei de século, moldei o crédulo, e passei a sonhar com as Valquírias; Vi um mundo sem máscaras, sem muita diplomacia.

Sentada à mesa ao jantar, perfeita na metáfora dos gestos; pegando o suco, molhando os lábios, encanto abrupto nos calores honestos. Sei dessa vida o meu vagar, sinto-me amar e vou dizer: tenho prazer nos excessos dos seus ardentes hinos, sendo inteiramente felina nas horizontais de prazer.

Muitos poetas crescem para dentro numa implosão da alma, como nitroglicerina cálida do pranto em autocombustão... E, por sua vez, na aura o brilho eclode num parto, expõe-se o filho, o fio e o farto, num alto salto muito além da concepção.

Domingo de lábia ou grito, na cruz ou no bingo? Que nada! Que sina! Esse é sol, praia ou piscina?

O verde vivente evidente, fez nuance nos raios dourados do sol que surgiam e sumiam ao bailar de folhas, no cair de sementes, da jabuticabeira.

Na trilha do som e do cheiro, entre outros planejes, já havia o longo tempo de um asilo; e saiu, enfrentou, nisso e naquilo, foi certeiro.

Dizem que a morte não é tão ruim, pois é um novo começo. Não, obrigado! Gosto da rotina, da memória do que vi na retina e de relacionamento extenso.

Sonhei com o dia que estreou a nova fase da lua, feita com calma e cuidado, só para os apaixonados. Ela tornava-se duas, duas metades encantadoras, sempre perto uma da outra,
assim como um casal... Cada qual com sua importância, influenciando nas vidas e refletindo a luz do astro rei.

Abrigo-me com humildade num ninho, aprendo a voar como águia, correr como água e seguir o meu guia.

Talvez não seja minha flor que aflora, mas nem por isso não é fina flor. Sei por que nunca mais o amor apavora e por hora só tem transbordado em calor.

Sendo o alicerce mais forte, fez-se o castelo; nasce o coveiro, que rompe vis elos, enterra as contendas, encarcera o faqueiro que insiste no corte. O som é mais ameno no feliz badalar dos sinos, para a hora do recreio.

Quem será o guardião desse coração tão intenso, raro e quente? A verdade mostra pra que veio, o ópio evapora na veia, surge a sorte pisando na morte, tornando o instante perfeito.

Quando quer é só amor, deflagra harmonia. Herméticas rimas da noite - parto do dia. Bardo na clara bigamia, soa, voa, corre, socorre; a poesia em devotada sincronia, brota numa cópula! E a tinta escorre...

Tem aquele idiota que leva o desaforo pra casa e por pouco não pede pra esposa dormir com ele.

Temos o poder do pensamento, e de torná-lo secreto e restrito. Se tudo que viesse à mente fosse exposto em praça pública, todos os monstros fantasmagóricos e bárbaros tomariam forma.

Deixe o mistério ser sua sombra, verso amigo, pleno e sobra. Ninguém nunca saberá tudo, tampouco um pouco que seja, sobre a magnificência da obra.

Mesmo que o tempo seja curto, que o circuito entre em curto, a vida é um admirável absurdo na incansável eternidade da andança.

Noto teus olhos que não fulgem como antes, noto o tempo que te agradas como passa. Fazes morada na tua zona de conforto,
fazes confronto do amor que explode em mágoa.

Notei teus olhos com tal brilho em diamantes, fiz da essência fartas cores cintilando e adorei-te pelos dias, meses, anos. Corri por terras mais inóspitas e distantes, e na procura achei-te inteira, sorridente e amante.

Não quero envelhecer tornando-me aquela máquina que funciona no automático e nunca sai do controle. A engrenagem devidamente lubrificada e há hora certa para cada função. Quero o gosto do sal na língua e no corpo, a brisa no rosto e muita areia nas solas dos pés. Quero ver nova gente, lugares belos, criar outros versos e acordar cada manhã com um curioso viés.