Coleção pessoal de amandasanchees

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Dias atrás enquanto eu retocava meu batom no banheiro de um bar, ouvi duas garotas conversando sobre seus relacionamentos. O que uma tinha de calma e descontraída, a outra tinha de ciumenta e descontrolada. A moça de óculos falava sobre como supostamente mandava em seu namorado, não deixando o rapaz respirar ar puro a 100 metros de distância dela; ao contrário da moça de sardas que aparentemente levava uma vida normal com ou sem seu namorado ao lado. A lista do que o namorado da moça de óculos não podia fazer era imensa. Não podia sair sozinho, não podia beber com os amigos, não podia ter amizade com outras mulheres, resumidamente não podia viver; e ao que parece o rapaz também a tratava do mesmo jeito. Fiquei pensando em quantos relacionamentos assim não existam por aí, ainda que definitivamente esse não seja o modelo de relacionamento saudável. Fiquei pensando como que alguém saudável mentalmente pode ser ou se submeter a um relacionamento assim cheio de privações e ordens. Por fim, eu que sempre corri atrás do amor dei graças a Deus de não ter me encantado por um homem que ao invés de voar junto comigo, corte minhas asas. Quero que saibam: vocês estão namorando do jeito errado e não percebem. Não sou ninguém pra dar pitaco no relacionamento das pessoas, mas não entendo como que alguém pode namorar uma pessoa se acha que na primeira oportunidade ela vai te trair. Vocês precisam rever o conceito de relacionamento, namoro não é prisão, não é ciúmes. Meu namorado vai poder ter amigas mulheres sim, inclusive, viro amiga delas também. Vai poder sair só com os amigos, jogar um futebol, conversar sobre sacanagem e o que mais ele quiser, porquê ele é livre e se eu escolhi estar ao lado dele é porque confio. Se lá na frente ele demonstrar não merecer minha confiança, é erro dele, sigo de consciência tranquila e em paz. A moça de sardas tão serena e madura, naquele dia me representou, espero um dia ter um relacionamento igual o dela: baseado no respeito consigo mesmo e com o próximo.

Domingo, almoço em família e aquela pergunta clássica: "e os namoradinhos?" Tenho vinte e tantos anos, minhas primas já estão todas casadas, algumas com filhos e eu continuo solteira para a preocupação de alguns familiares. O que eles não entendem é que apesar do meu coração ser de mocinha eu não penso em casamento, não tão cedo. Alguns acham que depois daquele ex namorado eu fiquei traumatizada e não quis mais saber de me envolver, outros comentam que é imaturidade, que eu só penso em curtir. Talvez eles não estejam completamente errados, já me envolvi o suficiente com pessoas que me ensinaram a dar valor a minha própria companhia, melhor estar só do que com a pessoa errada por medo de terminar sozinha. Desse medo eu não sofro. Aprendi a gostar de mim, do meu jeito, dos meus defeitos e manias, não aceito menos do que eu mereço. Prefiro terminar sozinha do que casada com um homem que não faz meu coração palpitar. Há tanta coisa mais importante do que casar. Quero estudar. Ser bem sucedida. Trabalhar. Viajar. Conhecer pessoas e lugares novos. Quero me divertir, dançar, beijar, ser livre. O que eles não sabem é que eu não tenho pressa, deixo a vida seguir seu percurso natural. Casamento é coisa séria, e se não for pra ser feliz a vida inteira eu nem quero. Enquanto o amor não me encontra distraída por aí, me deixem ser feliz sozinha.

Ontem a noite sem querer vi uma foto sua. Assim, como quem não quer nada, uma marcação em uma foto de um conhecido e sua foto passando pela minha timeline. Alegre, com aquele sorriso que era o meu predileto até virar minha maior saudade. Mas escuta bem, não quero dizer que ainda te amo, longe disso; você virou passado e lá é o seu lugar, mas confesso que doeu, não aquela dor que escapa pelos olhos em forma de lágrima, mas uma dorzinha chata com o pensamento lá num futuro que nunca aconteceu. Senti saudade confesso, de tudo o que poderíamos ter sido, mas não foi. Faz tanto tempo que não te vejo, seguimos caminhos diferentes, nem lembro mais o sabor do seu beijo; ficou para trás. Aquela foto inocente trouxe tantas lembranças a tona, coisas que eu nem me lembrava mais. Te escrevo não para relembrar uma história que morreu anos atrás. Aliás, nem sei porque te escrevo. Dizem que o primeiro amor a gente nunca esquece, deve ser por isso que de alguma forma você ainda vive em mim. Não te quero mais, não sofro mais com sua ausência, não sobrou nada seu aqui além daquela saudadezinha chata que insiste em ficar. Nem sei se você pensa em mim, mas aqui de longe quando vi sua foto tive a certeza de que o tempo passa, e passou para nós. Se antes eu só sabia te querer, hoje fico feliz por você ter ido embora e indiretamente ter me ajudado a construir a mulher em quem me transformei: forte.

Sexta a noite, balada e alguns drinks. Nada demais, nada que eu já não esteja acostumada. Desde aquele dia em que nossas vidas tomaram rumos diferentes, todos os finais de semana são basicamente a mesma coisa. Lembro de quando você me mandava mensagem avisando que estava chegando com um filme pra assistirmos. O filme geralmente era chato e eu adormecia sentindo seu cheiro e o ritmo da sua respiração. Mas desde então minha vida social voltou a ativa. Nunca gostei muito de balada, você sabe. Quer dizer, isso era antes. Confesso que demorei um pouco a entender como tudo isso funciona. Parece mais uma dança onde todos já sabem a coreografia: as meninas em sua maioria de salto alto, mesmo que a sapatilha seja bem mais confortável; os meninos em sua gola polo ostentando a chave do carro que provavelmente é do pai. Todos felizes. Não posso dizer que não gosto dessa sensação de liberdade e euforia. Mas se sou livre na balada a noite, um pouco antes de dormir meus pensamentos me prendem a você. E antes que pense que não, eu estou feliz sim. Quem não estaria? Meus dias agora são regados a muita alegria, algumas bebidas e incontáveis risadas. Tudo muito novo, tudo muito bom. Mas preciso admitir agora, antes que você se vá, eu te amei. Talvez ainda te ame. Pra sempre, quem sabe! Mas a vida lá fora me chama, e a gente sabe, com o tempo tudo vira lembrança.

Me deixa ficar assim, encostada no seu ombro até adormecer. Me deixa ficar aqui, do seu lado até quando Deus permitir. Vem cá, deixa-me deitar no seu colo enquanto me conta uma história bonita sobre seu passado. Vem, fica aqui do meu lado. Vem e deixa eu sentir esse seu cheiro que eu tanto gosto. Vem aqui, sem pressa, sem medo, sem receios. Vem e fica, por um dia, um mês e por distração fica a vida inteira. Vem que eu prometo te fazer feliz. Vem que o tempo nos ensina a amar quietinhos, sem brigas, sem medos, sem ciúmes. Vem que eu peço a Deus pra te deixar ficar. Vem e faz de mim seu repouso. Vem, e me deixa brincar com os seus cachos. Vem, e cuida de mim que eu cuido de você, e com o tempo vamos cuidando de nós. Vem e me ensina a fechar os olhos sem medo e em troca eu te deixo me levar pra onde quiser.

Ás vezes te olho e fico imaginando o quanto poderíamos ser felizes juntos se não fosse o meu medo de amar, se não fosse as suas escolhas tão diferentes das minhas, se não fosse o nosso orgulho que não nos deixa dar o braço a torcer. Você diz que eu sou egoísta, e eu te acho imaturo demais. Complicado! Ás vezes dá vontade de jogar tudo pro alto, pegar minhas coisas e me mandar, seguir meu caminho, deixar nossa história para trás. Mas por um ponto final é difícil. Sempre tive problemas com finais, seja de livros, novelas, ou filmes, então não seria diferente com os relacionamentos. Abortar uma história que mal começou, pra mim é muito doloroso. Não quero olhar para trás um dia e me perguntar o que teria sido se nós tivéssemos tentado mais, se eu tivesse nos dado mais uma chance. Mas também não quero empurrar com a barriga um relacionamento que está fadado à falência. A gente não se entende tem algum tempo, estamos em caminhos diferentes, e pra mim assim não dá! Dói só de pensar no fim, mas me dói ainda mais ser infeliz e te fazer infeliz também. Por mais que eu tente encontrar outro caminho, um jeito de nos unirmos sem perdemos a nossa essência, no fundo a gente já sabe que a única solução é cada um seguir sua vida. E aí me pego novamente sem saber o que fazer, porque perto a gente é silêncio e calmaria, mas longe a gente é saudade e confusão. Eu ainda não sei o que eu quero, mas eu tenho certeza do que eu não quero de jeito nenhum: e eu não quero continuar assim, sem saber o que eu sinto, sem saber o que você quer, sem saber o que é melhor para a gente. Eu, que sempre fui acostumada a ter todas as respostas para tudo, me pegar assim desprevenida com mil perguntas, é angustiante demais.

O amor me fez prestar atenção nas pequenas coisas, nos seus olhos pequenininhos, no seu sorriso de cafajeste, no cacho atrás da sua nuca. O amor não me deixa enjoar do cheiro da sua pele, do gosto da sua boca, do seu toque. Por amor eu aprendi a gostar da sua ironia, a respeitar seu passado e a entender seu jeito as vezes ácido, ás vezes doce. Mas antes do amor chegar, eu já gostava do timbre da sua voz, da pele vermelha do seu pescoço, e das suas mãos. E Antes mesmo de se tornar amor eu já gostava da sua boca vermelha, do formato do seu maxilar, e do seu jeito divertido. Por causa do amor, eu aprendi a gostar ou pelo menos a conviver com a maioria dos seus defeitos. E eu nem sei direito se é amor mesmo e nem quero me precipitar falando demais. Não sei se é amor porque não sinto vontade de gritar pra todo o mundo ouvir EU TE AMO, mas sinto um desejo enorme de falar bem baixinho no seu ouvido: fica comigo pra sempre e vamos aprender a amar juntos? Eu posso não saber se é amor, mas tenho certeza que é da mesma família. Eu posso não ter certeza se é amor, mas acredito que se ainda não é, falta pouco para se tornar. Mas isso também não importa, dar nome aos sentimentos é coisa de quem precisa provar para todos uma coisa que nem sempre é como se fala. E eu não preciso de nada disso, prefiro continuar te amando aqui quietinha, sem nem mesmo saber o tamanho dessa imensidão que é gostar de alguém.

Descobri que estou na melhor fase da minha vida. Depois de alguns tropeços, erros e palavras em vão, entrei em uma fase tão gostosa, tão batalhada, sabe? Porque se tem alguém que merece esse sossego, esse alguém sou eu. Só Deus sabe por onde andei, tudo o que vi, ouvi e o quanto eu senti. Só Deus mesmo, que esteve comigo em cada partida. E quase como num passe de mágica, eu amadureci. Chega uma hora da vida que a gente precisa parar de se lamentar; é seguir em frente ou nada mais. E foi assim, eu acordei, abri a janela do meu quarto e vi um dia lindo, um céu azul, a brisa batendo de leve nos meus cabelos, uma sensação gostosa de liberdade e aquela certeza de que não há mais tempo pra nada, além de ser feliz. Só quem já passou por dias cinza, sabe dar valor aos dias de sol. Mandei embora aquela nuvenzinha negra que pairava sobre minha cabeça e dei mais uma chance a vida, mas principalmente, dei mais uma chance a mim. Porque eu sei que mereço, e mereço muito. Confesso que demorei bastante pra chegar até aqui, dia após dia fui conquistando uma leveza, uma calma que jamais pensei que existisse. Conheci tanta gente bacana nesses últimos meses, tantos lugares novos que fizeram parte desse meu crescimento. Não existe nada mais gratificante, que encontrar amigos que te ajudem a carregar o fardo colocado sobre os seus ombros. E eu encontrei, e eles foram me ajudando, tirando aos poucos o peso e de repente eu me senti tão leve, tão livre, que não consigo me lembrar em que lugar do caminho que eu me vi liberta e feliz. Descobri que há tanta felicidade espalhada por aí, em forma de amigos, lugares, livros e família, que hoje eu já não me importo se a minha sexta-feira vai ser em algum lugar badalado rodeada de amigos, ou se ficarei em casa, na minha cama quentinha assistindo minha série preferida sozinha, porque aprendi mais do que nunca a gostar da minha própria companhia.

Sei que não justifica, mas é tudo culpa do amor. Quando te trato mal, quando brigo por ciúmes, quando me calo. É tudo culpa do medo de te perder, quando não consigo segurar a lágrima, quando repito que te amo mais de uma vez, quando começo a falar sem parar sobre a gente. Sei que não posso passar a vida te pedindo desculpas. Sei que tenho que me livrar das minhas amarras, trancar meus bloqueios e a insegurança em uma gaveta e jogar a chave fora. Mas sei também que sozinha eu não consigo. Queria te dizer que procuro sinais em tudo o que me diz e faz pela gente. Preciso te dizer que eu me alimento das suas palavras, mas só as suas atitudes me dão o que preciso. Fazia tempo que não me sentia plena e realizada. Você sem saber tem me ensinado muitas coisas, tem me ensinado a ser menos egoísta, mais madura, mais mulher. Te agradeço pela paciência, por aguentar quando choro por nada, e quando começo a falar de tudo. Confesso que sou complicada, ciumenta e difícil de lidar. Confesso que tenho medo de estragar tudo com o meu jeito meio sentimental, meio impulsivo. Mas o que eu posso te prometer é que eu vou estar sempre aqui, mesmo quando o seu humor ácido me magoar; mesmo quando os dias forem difíceis; mesmo depois dos desentendimentos. Não posso te prometer que serei a melhor mulher do mundo, mas posso jurar que diante as dificuldades continuarei te olhando com afeto; que todos os dias cuidarei para que o nosso amor cresça e crie raízes; que nunca vou esquecer dos motivos pelo qual me apaixonei por você. Prometo ter maturidade para entender que o amor não é cor-de-rosa como nos filmes da Disney. Prometo ter sabedoria para entender que só se constrói um relacionamento quando se está disposto a ser tolerante com os erros, o jeito e os defeitos do outro. Prometo ser paciente quando discordarmos em algum assunto, quando discutirmos por ciúmes e quando brigarmos pela falta de jeito do outro. Prometo lembrar que dias difíceis fazem parte da rotina de um casal; prometo lutar para que esses dias passem rápido, e prometo também, aprender com cada erro nosso. Prometo que quando os dias bons chegarem, lembrarei que cada obstáculo vencido valeu a pena. E se você me prometer ficar ao meu lado, segurar minha mão e lutar pelo o nosso amor, então serei ainda mais feliz.

O que eu peço a Deus em minhas orações é que nos ensine a ser dois. Que tire de nós o egoísmo e o orgulho que só nos fere. Que afaste da gente toda a inveja e gente que não acredita na nossa felicidade. Que leve para bem longe tudo o que possa nos afastar. Que apague da nossa memória o passado perdido, e tudo o que poderia ter sido mas não foi. Que Ele nos dê paciência para entender o jeito um do outro aceitando também os defeitos. Que nos dê sabedoria para dizermos não quando for preciso, para enfrentarmos as dificuldades de mãos dadas, para distinguirmos o verdadeiro do falso. Que Ele nos ensine a amar sem medo. Que Ele nos ensine a ver o lado bom de cada coisa e a dar valor nos pequenos gestos. O que eu peço a Deus é que Ele nos dê um amor verdadeiro, forte, recíproco e duradouro. Que Ele nos dê alegrias, paz no coração e felicidade na alma. Que Ele cuide da gente, e não permita que nos machuquemos. Que as brigas não nos desgaste e sirva de aprendizado. Que cada dia novo ao seu lado seja melhor que os anteriores. Que Ele nos conserve acreditando no amor e na sua força. Que nada nem ninguém tenha o poder de nos confundir. Que a vontade de ficarmos juntos seja sempre maior que as brigas, as dificuldades, e os medos. Que a convivência nos ensine a amar não só as qualidades, mas também a gostar dos defeitos. O que eu peço a Deus em minhas orações é que nos proteja de todo o mal. Que nos abençoe como casal. Que abençoe o nosso relacionamento. Sobretudo, que abençoe o nosso amor.

Eu sei exatamente do que eu preciso e o que eu mereço, e infelizmente você não tá se encaixando em nenhuma dessas opções. Me dói constatar que nosso barco está afundando e eu nada mais posso fazer em relação a isso. A água entra pela minha boca, invade meus pulmões e me faz morrer engasgada com palavras que nunca serão ditas. Não por medo de falar, mas porque eu sei que você não vai ouvir. Eu tô aqui, pela última vez te pedindo ajuda, se você também se importa não deixe a gente morrer aqui, assim, depois de tanto termos remado, depois de tanto esforço morrer na praia não seria justo com a nossa história. Faz alguma coisa, sei lá, acalma meu coração e não deixa a maré me levar. Fala qualquer coisa bonita que vai me dar ânimo pra remar ou nadar caso o nosso barco afunde mesmo assim. Eu preciso de você aqui, mas eu preciso também que você mude. Eu preciso da sua atenção e da sua compreensão, porque além de sua mulher eu quero ser tua amiga, companheira, amante, parceira. Quero ser bem mais do que eu sou na sua vida, e mereço que você seja bem mais na minha também!

Pai, aprendi desde muito pequenininha o verdadeiro significado da palavra amor. Eu cheguei ao mundo, e desde então você se propôs a me amar e cuidar sempre de mim. Pai com letra maiúscula, com P de paciente e protetor. Quando eu era pequena, você era um herói, ou coisa do tipo; eu queria estar sempre com você, não via a hora de você chegar do trabalho, queria ir atrás de você pra tudo quanto é lugar e ficava super triste quando você me dizia não, entrava dentro do carro e me deixava para trás. Que saudade da infância, das nossas brincadeiras e de acreditar que o seu abraço tinha poder de cura, me protegendo de tudo e de todos. Com a idade veio os confrontos, você chato demais, ciumentos demais, protetor demais; eu respondona demais, mal educada demais, fechada demais. Mas hoje eu entendo Pai, entendo que a sua proteção é apenas porque o senhor me ama demais e não quer me ver sofrer. Entendo que tudo o que o senhor fez foi para o meu bem, e te agradeço por isso. Pai, aprendi muito com você, aprendi tanto que me tornei uma cópia sua, como a mãe sempre diz, a gente é igualzinho. Então talvez eu seja você de saias, e me orgulho por isso. Pai que eu já briguei tanto que perdi as contas, mas como todo mundo sabe: a gente só briga com quem a gente ama. Sei que não sou a melhor filha do mundo, sei que talvez eu não tenha me tornado a mulher que um dia o senhor sonhou que eu seria; e te peço desculpas por tudo isso e muito mais, coisas que já se passaram, coisas que ainda virão. Perdão Pai. E obrigada por ter tido toda a paciência do mundo comigo, obrigada por me educar e nunca ter deixado faltar nada pra mim. Desejo que Deus te dê muitos e muitos anos de vida pra gente poder brigar e fazer as pazes centenas de vezes. Eu quero para o senhor, tudo de bom, tudo de melhor que essa vida possa te oferecer. Mesmo que eu não fale isso sempre, eu te amo, e o senhor sabe disso!

O Brasil perdeu? Perdeu. Levou uma goleada em casa? Levou. Há quem diga que jogou mal, há otimistas que acreditam que jogou bem. Bom, isso não importa mais. A realidade tá aí, não conquistamos o hexa, estamos fora da copa em nossa própria casa. Vamos ter que engolir goela abaixo todo tipo de piadinha feita por gringos de toda parte do mundo; mas o que mais vai doer são as piadas feita pelos brasileiros. Brasileiros que enquanto o Brasil estava ganhando eram os maiores patriotas; brasileiros que enquanto estavam saindo mais cedo do serviço, vestiam suas camisas verdes e amarelas e vibravam com o gol; brasileiros que só eram unidos na hora de festejar e sair por aí fazendo algazarra. Mas agora eu pergunto, cadê toda aquela gente que postava em suas redes sociais frases de incentivo pros jogadores? Hein? Cadê todo mundo? Ah, lembrei, era a semifinal né, caso o Brasil ganhasse, o próximo jogo seria num domingo mesmo, então foda-se se o Brasil ganhou ou perdeu, ninguém vai sair duas ou três horas mais cedo do serviço. É fácil ser patriota na hora do bem e bom, com festa, cerveja e churrasco pra comemorar. Quero ver agora, ser patriota com a goleada de hoje. Porque agora que é hora de dar apoio aos jogadores, postar frases de incentivo. Eu tenho total certeza que eles deram o seu melhor, se foi o suficiente ou não, não vem ao caso. Porque eu acredito que nenhum deles queriam perder, acredito que estão todos mal e com vergonha dessa derrota. Eu estou com vergonha dessa derrota! Mas e aí? O que a gente vai fazer agora? Meter a boca no Júlio César? Colocar a culpa no Neymar que há quem diga que ele só pensa em ser artilheiro e não joga em grupo? Ou melhor, colocar a culpa na Dilma, no Ronaldo, nos estádios construídos, na super faturação, e nos hospitais que não saíram do papel? Acho que agora é a hora de nos unirmos e mostrar a força do Brasil. Agora é a hora de dar apoio aos jogadores que fizeram o que podiam. Agora é a hora Brasil, de irmos as urnas e fazermos nossos protestos. Esse é o ano em que podemos fazer alguma coisa pelo futuro do Brasil, é o momento do voto consciente. É ano de copa, é ano de eleição, é ano de levantarmos nossas bundas da cadeira e escolhermos o que queremos para o futuro do Brasil. Ou sentamos e esperamos mais quatro anos, quem sabe em 2018 vem o hexa, quem sabe em 2018 criamos consciência e colocamos no poder do Brasil um Presidente que vá mudar essa palhaçada que virou esse País. Ah, e pra quem não acreditava no nosso futebol e dizia que essa copa já tava comprada, tá aí a prova de que o nossos jogadores tiveram capacidade de chegar até uma semifinal sem ter comprado nada!

Foi preciso todo um ritual pra tirar você de mim. Comecei pelas nossas fotos, lembra delas? A gente juntos, sorrindo pro mundo, felizes, eu sempre enlaçada pelos seus braços, você sempre protetor com um ar de mistério. E tinha aquela outra só sua, que eu tirei quando você estava distraído. Sempre amei aquela foto, você tava lindo admirando o pôr-do-sol, enquanto eu admirava você. Joguei fora todas as nossas fotos, botei fogo em tudo que fosse palpável e me mostrasse os meus melhores momentos com você. Em seguida fui atrás de todos os bilhetinhos que você me enviava. Li, reli, e tentei imaginar se algum dia todos aqueles “eu te amo” haviam sido verdadeiros, se por um acaso você realmente sentiu amor por mim, ou tudo não passou de um atração. Joguei suas palavras vazias e falsas promessas na primeira lixeira que achei, uma lixeira pública, de uma rua qualquer, para eu não correr risco de voltar atrás e recuperar todos os seus recados. Depois foi a vez do celular, comecei pelas nossas mensagens, nossas conversas, mas dessa vez eu decidi deletar sem ler, já não tinha saúde mental para reviver cada momento, lembrar de todas as sensações que eu sentia quando via que era uma mensagem sua de boa noite, ou coisa do tipo. Aproveitei e deletei o seu número também, não quero estar mexendo na minha agenda telefônica e de repente me deparar com o seu número, e ter que encarar de frente a vontade de te ligar, só para ouvir sua voz, perguntar como você ta, essas coisas banais. Dei um fim em tudo o que me lembrava você, deletei, rasguei, joguei fora, coloquei fogo no nosso passado. Li em um certo lugar a seguinte frase: “Longe dos olhos, longe do coração”. Então comecei a te evitar também, parei de visitar seu perfil nas redes sociais, parei de frequentar qualquer lugar que pudesse colocar em risco o meu plano de te evitar, de te esquecer. Não passei mais em frente a tua casa. Parei de perguntar de você aos seus amigos. Controlei minha vontade de tentar imaginar o que você estava fazendo. Controlei o impulso de passar em frente ao seu trabalho. Me controlei por dentro, repeti como um mantra até acreditar, que você é passado e não há mais lugar para você no presente. Me controlei por fora, tentei não parecer afetada quando me perguntavam de você, tentei manter a sanidade quando te vi passar por mim. Com o tempo, todas essas mentiras viraram verdades e eu realmente te esqueci, parei de me afetar com a sua presença ou a falta dela. Com o tempo todas as lembranças se dissiparam, assim como o sentimento que um dia foi exclusivamente seu. Foi difícil chegar a plenitude, recuperar a minha paz que você fez questão de levar embora quando decidiu partir. Demorei um certo tempo até me ver completamente livre de você e seus encantos. Demorou, mas eu consegui. Hoje eu sou livre. Livre de você, livre do meu passado. To limpa, como uma dependente química que consegue largar o seu maior vício, que se afasta das drogas porque já não tem condições físicas e nem morais para aceitar o pouco que a doce sensação lhe traz em troca do muito que as conseqüências amargas levam. To limpa, recuperada, e o melhor de tudo: to feliz!

Fico pensando o quanto as aparências enganam e o quanto eu engano as pessoas. Fico pensando o que os outros acham de mim, todos os tipos de rótulos e todas as vezes que fui taxada por algo que eu não sou, mas demonstro ser. Porque ninguém vê o nosso interior, ninguém consegue ler nossos pensamentos, tampouco saber o que se passa nos nossos corações. E mais uma vez, lá estou eu em alguma festa, rodeada de amigos, saia curta, bolsa da moda, em cima de um salto tão grande quanto o meu desespero. Mais uma vez estou eu, enganando os outros, e tentando me enganar. E mais uma vez me pego pensando se por um acaso meus amigos sabem da loucura que se passa dentro de mim, se por um acaso eles não desconfiam que eu vivo em cima de uma corda bamba, tentando me equilibrar para parecer o mais normal possível, sendo que na verdade tudo o que eu mais quero é pirar de vez. Ninguém suspeita que se eu morro de rir agora numa mesa de bar, provavelmente eu vou morrer de chorar mais tarde na minha cama triste e sozinha. E essa montanha-russa-de-emoções é quase todo dia, eu sempre desço bem mais rápido em relação ao tempo que demoro para subir e me achar completamente foda por um minuto apenas, porque como eu já disse, não demora muito para a descida começar. Mas meus amigos nem imaginam, acham que eu sou feliz, ligada na tomada, com uma história engraçada na ponta da língua pronta para ser contada, 24 horas por dia. Acho que nunca passou pela cabeça deles o quanto triste e emocional eu sou, sempre tão acostumados a me ver fazendo piada com tudo. Meus amigos me adoram, mas será que eles sabem que a minha risada sempre tão espontânea não passa de um truque para esconder o meu medo da vida e do futuro incerto? Será que eles sabem que passo a maior parte do meu tempo sentindo saudade de algo que nem eu mesma sei direito o que é? Saudade de mim, de quem eu era, de quem um dia eu fui. Saudade de algum amor que eu tive no passado. Saudade de algum amor que eu inventei para dar um rosto a minha saudade. Minha melhor amiga me adora, mas eu sinto uma disputa invisível e desnecessária entre a gente. Minha irmã me ama, mas quando ela não ta sentindo pena da minha infelicidade, ela ta tentando me converter em santa ou algo do tipo. Meu melhor amigo me adora, mas se pudesse transaria comigo a noite toda, e contaria vantagem aos amigos dele no dia seguinte. O carinha que conheci semana passada ta super curtindo ficar comigo, mas não consegue tirar os olhos do meu decote enquanto eu falo com ele. E tem aquele outro lá, que eu passei um final de tarde inesquecível, mas uma semana depois vi ele com outra. To cansada dos pré-julgamentos, to cansada de quem vai embora antes mesmo de me conhecer melhor. Tenho preguiça de quem se aproxima de mim pelo motivo errado, de quem vê atrativo no meu decote ou no tamanho da minha saia, mas não se atrai pelo o que tenho a dizer ou por quem eu sou por trás de toda a maquiagem e toda felicidade falsa. Tenho raiva de mim por enganar à todos fingindo ser a mulher-poderosa-independente-e-desapegada. Morro de preguiça de mim por na verdade eu ser uma garotinha-emocional-sentimental-e-chorona. No final bruto, amargo e silencioso, eu não passo de uma mentirosa, não sou nada mais que um cordeiro em pele de lobo.

A sociedade tem o péssimo hábito de julgar adolescentes que engravidam e se tornam mães muito novas. Eu sinceramente não entendo essa mania de apontar o dedo na cara e ditar o que é certo e o que é errado. Não entendo mesmo. Ninguém tá livre de ter um filho sem estar preparada, ninguém sabe do futuro, e mesmo assim todos botam a boca no mundo para fazer piadinhas com a menina de 12 anos que está grávida; para julgar a garota que, com 15 anos, é mãe solteira. Acho ridículo esses julgamentos precipitados, essa mania podre de falar mal de tudo que vocês acham não estar certo. Vocês só veem o que querem, não tentam enxergar o outro lado da história, olhar as coisas de outra maneira. Ninguém vê a força que essas meninas têm, ou vocês acham que ser mãe e enfrentar a sociedade é fácil? Não, não é. E mesmo assim elas levam essa gravidez adiante. Ninguém vê que geralmente essas mães são pobres e por medo de enfrentar os pais poderiam interromper a gestação ou dar o seu filho à adoção, e mesmo assim elas não desistem de ter o bebê e criam ele honestamente com amor; o que para mim é muito mais importante do que bens materiais. Com tantas mulheres por aí que com condições financeiras de criarem seus filhos continuam optando pelo aborto vocês vem julgar logo quem não tem idade, ou até mesmo recursos e mesmo assim opta pela vida do filho? Eu particularmente admiro a garra dessas meninas. Parabéns à você que tão nova se tornou mulher e assumiu as consequências de seus atos. Parabéns à você que passa por cima da hipocrisia das pessoas e nunca pensou em interromper a gestação. Parabéns à você, pela sua força, pela sua coragem e pela sua maturidade. Parabéns, porque tem gente com o dobro da sua idade que ainda não aprendeu a calar e a respeitar o próximo.

Escrevo esse texto de utilidade pública para vocês homens que vivem se perguntando o que querem as mulheres; e para nós mulheres que estamos cansadas dos homens fazendo tudo errado; ou o que é pior: fazendo tudo certo da maneira errada e vice-versa. O que queremos nós mulheres? Essa pergunta é fácil, queremos beijos, abraços, carinhos, surpresas, respeito e compreensão. Não pedimos nada demais, nada que não possam nos dar. É simples, é só nos fazer rir, nos tratar bem, e já é início de caminho. É fácil, é só não nos tratar como se fossemos idiotas, ou uma mercadoria qualquer, e já é meio caminho andado. Nós mulheres queremos a linha tênue entre o romântico e o cafajeste. Você só precisa saber o que ser, e quando ser! Um homem romântico não é necessariamente aquele chiclete que liga a toda hora e não deixa a mulher respirar, que cobra carinho e atenção 24 horas por dia, que enche a companheira de apelidinhos fofos e fala eu te amo no primeiro mês de namoro. A gente quer um homem que nos leve para passear de mãos dadas, que demonstre carinho em um abraço, que nos apresente aos amigos e nos beije delicadamente em público; que saiba o que dizer e quando dizer! Homem galinha não é o mesmo que cafajeste, não se deixe enganar. Um homem cafajeste é aquele que tem pegada, mas que não sai pegando em tudo logo de cara. O cafajeste é sedutor, é cativante, é bem humorado, tem malícia no olhar, e sorri de um jeito que deixa qualquer mulher desconcertada, porém ele não sai atirando em todas as direções, ele é cafajeste apenas com a sua mulher e no momento certo. O cafajeste sabe o que fazer, o que dizer, e pra quem dizer, ao contrário do galinha que fala a mesma coisa para todas. A diferença entre os dois, é que o galinha tem várias mulheres, o cafajeste usa o seu charme apenas para sua própria mulher! Nós mulheres queremos nos sentir únicas, queremos ter certeza de que somos especiais, e que vocês só tem olhos para nós. É claro que a gente quer ouvir um ‘eu te amo’, mas só quando for verdadeiro. E se uma mulher lhe disser que te ama e você não estiver preparado para dizer o mesmo, não precisa soltar um monótono e falso ‘eu também’, não se sinta obrigado a corresponder algo que você ainda não sente, apenas sorria, e dê um beijo nela. Escuto tantas reclamações de amigos meus, falando que hoje em dia as mulheres só dão valor aos homens que não prestam, que não valorizamos mais o romantismo, e não é bem assim. Acontece, que vocês românticos tem a triste mania de fazer tudo certo da maneira errada, sempre tão certinhos e cheios de melações; já os galinhas tem o péssimo hábito de fazer tudo errado, da maneira certa, sobra testosterona da mesma forma que sobram mulheres atrás deles. Mulher não gosta de mimimi, mulher gosta de atitude, de beijo de tirar o fôlego, de homem que sabe ser homem, que nos pegue de jeito mas com todo o respeito. Por fim, o que toda mulher quer é isso: a malícia de um cafajeste antes e durante, e o carinho e o respeito do romântico depois.

Joguei a toalha, eu me rendo! Desisto, jogo ganho, 1x0 pra você. Levantei a bandeira branca faz tempo e aceitei a derrota. Você me pegou desprevenida, chegou de mansinho, ganhou espaço, tomou conta de tudo. Jogo sujo esse seu, sabia? Jogo sujo me desarmar desse jeito, me deixar sem fala, sem ar, sem reação. Você passa por mim, eu paro, fico tonta sem saber o que fazer. Tento não deixar transparecer nenhuma emoção, não parecer afetada e para isso finjo um auto controle que perto de você eu não tenho. Minto, para mim e para todas as minhas amigas, que você não me abala, não me afeta, não me desestrutura. Acontece, que o mundo já sabe que é tudo mentira. Quem me conhece, sabe só pelo meu jeito de te olhar que você me atravessa, me faz refém. O inferno todo é que você sabe disso, sabe que de alguma forma mexe comigo; usa e abusa do poder que tem. De longe, a promessa de encrenca mais tentadora da minha vida. Por isso eu me entrego, me jogo, dou a cara à tapa. Não tenho medo do futuro, não sou de arregar fácil assim; então pode fazer tipo, cena e cara de mau, que eu me viro, eu me garanto. Você virou foco, uma espécie de meta a ser cumprida. Quero o empate desse jogo, a melhor de três. O seu olhar não me engana e, eu sei que você também quer tanto quanto eu quero. Eu preciso ouvir da sua boca tudo aquilo que o seu sorriso já me contou. Essa troca de olhares já deixou de ser estimulante, sua timidez é um charme até a página dois. Então faz assim, sai da sua zona de conforto e me pede pra ficar. Porque te esperar por mais um mês, uma semana, um dia, requer muito de mim e, eu não sei se eu tenho todo esse tempo; eu não sei se eu tenho auto controle suficiente para me manter serena e calma sem saber qual é o gosto que tem ficar ao seu lado, sem saber o arrepio que o seu toque pode me dar. Eu não sou de falar, não costumo ser direta e dar o primeiro passo sem saber a direção, mas para você eu abro uma exceção. Você já sabe que o que eu quero só você pode me dar, então vem e me garante. Vem pra mim e deixa que do resto eu cuido.

Na virada do ano eu quero me desfazer de tudo o que me entristeceu esse ano; toda a dor, toda a mágoa, todas as lágrimas. No Ano Novo, eu quero uma vida nova. Quero experiências novas. Quero sonhos novos. Quero um jeito novo de ver a vida. Eu quero ser feliz de novo, com todos os que me fizeram feliz esse ano. Eu quero muito mais risadas com os meus amigos. Eu quero o dobro de momentos felizes com quem eu gosto. Eu quero muita saúde, muita paz e muito amor. Eu quero o desapego. O desapego das coisas e das pessoas. O desapego de tudo o que não me acrescenta, só diminui. Eu quero ser feliz enquanto a vida me permitir. Eu quero ser feliz sem medo do amanhã. Eu quero um Ano Novo colorido, cheio de boas vibrações. Eu quero que no momento exato da virada, tudo de ruim que estiver ao meu redor, se afaste; que todas as lembranças ruins, sejam esquecidas; que todas as tristezas desse ano, vá embora. Eu quero um Ano Novo cheio de bençãos, de luz e de realizações. Eu quero um Ano Novo com menos complicações, menos drama e menos violência. Eu quero um Ano Novo com mais leveza, mais simplicidade e muito mais amor!

Querido Papai Noel, quanto tempo, não? Já se passaram dois anos desde a última carta, quando eu praticamente implorei para você dar um fim em um certo cupido; e como de costume o senhor não atendeu o meu pedido. Pois bem, quero lhe informar que esse ano ele foi embora por livre e espontânea pressão. Um certo dia acordei e me dei conta que já não havia mais espaço para nós dois, taquei fogo nas coisas dele e o enxotei daqui. Desculpa, mas a convivência estava insuportável.
Quero lhe informar também, que o cupido que o senhor mandou ano passado, também foi embora. Havia um atrito enorme entre o cupido de 2011, com o de 2012; o pobrezinho não aguentou as brigas e se mandou. A boa notícia é que ele arrumou toda e qualquer bagunça antes de partir, não deixando problemas pendentes.
Finalmente Papy, minha vida amorosa entrou nos eixos, com os cupidos longe daqui, eu consigo ver com clareza quem é curva de rio e quem não é. Mas o que parecia ser a solução, se tornou um problema. Casa vazia, arrumada e tédio em dobro. Eu olho pra tudo quanto é direção, e nada me chama a atenção. Sou dois lados da mesma moeda: ao mesmo tempo que não quero me envolver com ninguém, meu coração pede por carinho. Até consigo me interessar por um carinha ou outro, suspirar encantada um dia ou dois, sonhar com vestido de noiva e casinha branca, mas todo esse encanto se desfaz em menos de um mês com a mesma velocidade que apareceu. Então tudo volta ao normal, e o ciclo se repete: primeiro esvaziar a casa, depois arrumar o que sobrou, por fim o tédio chega pedindo um pouco de carinho. Tá chato Noel, tá chato se perder por aí tentando se encontrar. Tá chato perder o foco e não saber mais quem se é, e o que se quer. Minha essência é a tempestade, e essa monotonia tá me afogando.
É que eu acredito no amor. Acredito! E para quem acredita no amor, ficar com o coração vazio assim, é uma das piores torturas. E eu tenho medo de me envolver com qualquer babaca por carência; eu tenho medo de achar que amo, só porque o amor é quase tão essencial quanto o ar; eu tenho medo de acabar machucando alguém, que eu só me envolvi pra anular um pouco a falta que um verdadeiro amor me faz; mas eu tenho ainda mais medo, de nunca amar. É que eu sou daquele tipinho chato, que acredita que o mundo gira em torno do amor, mesmo a vida me provando várias vezes que é totalmente ao contrário.
E esse ano eu fui uma menina boazinha, venci minha preguiça, falei menos palavrão, paguei todas as minhas contas em dia e, até ajudei uma velhinha atravessar a rua. Por isso quero te pedir um presente. Quero que o senhor por favor, nunca deixe que essa minha visão do amor mude, que a vida e a sua realidade jamais consiga me fechar, me bloquear, e me fazer correr de medo do amor, para qualquer lugar longe e seguro. Que apesar de todos os trancos, eu continue acreditando fielmente que o amor existe sim, e que não é burrice esperar. Que eu jamais me perca. Que eu jamais me fira. Que eu jamais fira os outros. De uma forma bem simples, tudo o que eu quero é um amor. E que esse amor venha para somar, com muita felicidade, paz e amor próprio!