Cartas se te Fiz algo eu te Peco Perdao

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+Não espere ouvir “Eu te amo” para dizer “Eu também”. Talvez o elogio de amanhã dependa da criatividade de hoje. .

+Trate os defeitos dos outros com a mesma consideração que lida com os seus. .

+Seja a mudança que você quer ver no mundo.


Não espere um sorriso, para ser gentil…
Não espere ser amado, para amar…
Não espere ter muito, para compartilhar um pouco…
Não espere um o melhor emprego, para começar a trabalhar…
Não espere a queda, para se lembrar do conselho…
Não espere a dor, para acreditar na oração…
Não espere ter tempo, para poder servir…
Não espere a mágoa, para pedi perdão…
Não espere a separação, para se reconciliar…
Não espere…
…Porque você não sabe quanto tempo tem…

Inserida por comp

Eu quase posso vê-lo.Esse sonho que estou sonhando, mas há uma voz dentro da minha cabeça dizendo:Você nunca vai alcançá-lo.
Cada passo que eu estou tomando,cada movimento que eu faço, se sente perdido, sem direção...
Minha fé está abalada,Mas eu, eu tenho que continuar tentando.Tenho que manter minha cabeça erguida...

Inserida por Ritakpc17

Mãe, eu não estava preparado pra te ver partir para Deus... Só queria mais um abraço teu... e agora?... quem vai orar a Deus por mim.
Mãe, tu me ensinou a ser forte, tu me deste os meus primeiros pinceis e tintas... quando eu dizia que não conseguia, tu me fazias não desistir.
Mãe, tu sempre será o meu exemplo de fé.

In memory de minha mãe Noêmia Martins Lima Silva (11 de Agosto de 2011)

Inserida por salatielgualter

O lugar do nosso encontro...

Naturalmente, o natural se revela e desperta o que há muito eu não conhecia.
Busco entender, naturalmente, o que sente o coração mas que foge completamente da razão.
Entender naturalmente o que o coração sente é a incerta certeza de uma lógica resolvida.
O tempo nos revela a realidade irreal da realidade questionada.
Sentimentos naturais entre duas realidades opostas travam um duelo em nossos entendimentos.
A lógica é descartada pela realidade naturalmente acontecida.
O desejo de tornar um sonho real, é a realidade vivida por um sonho transformado em desejo real.
Alimentar o coração ou fugir são as duas opções.
Encontrar no meu caminho o brilho de uma jóia é experimentar o tesouro de um novo caminho encontrado.
Usufruir de um tesouro encontrado é a realidade mais natural e óbvia de um coração que sonhava todo dia com essa utopia.
Transpor essa utopia para a realidade é o desejo do meu coração que ama, ainda que de uma forma discreta, secreta, incerta.
A cada amanhecer e a cada anoitecer sou visitado por vivas lembranças, de uma vista muito bela, de uma bela nunca vista.
E assim vou vivendo, na esperança de um dia adentrar aí dentro, e terminar contigo aqui dentro, pra sempre, simplesmente.
POIS O CORAÇÃO, É O LUGAR DO NOSSO ENCONTRO.

Inserida por samirfranca83

UM DIA DE CHUVA SEM NUVENS

Hoje eu acordei com o dia nublado, aquela sensação inerte junto aquela brisa gélida sem a mínima vontade de sair da cama, aquela sensação deixou-me inquieto angustiado com a duvida do porque o sol com todo o seu glamour já cintilava alto ao céu, a dúvida preencheu meu corpo com a descrença da realidade momentânea, pois minha visão estava ofuscada pela água que no primeiro momento pensei ser da chuva, mas como poderia a chuva ser a causadora ocasional sendo que não havia nuvens na atmosfera?! Esforcei-me a procurar rapidamente por explicações lógicas a fim de sanar a dúvida que continuava a martelar minha cabeça, após algum tempo refletindo sobre tal fenômeno, me dei conta do que realmente havia acontecido, e lembrei algo que meu coração insistia em esquecer, finalmente percebi o porquê de não haver calor em meu corpo, a água que hoje obscurece minha visão e torna tudo mais frio, é o meu corpo protestando e gritando tentando recuperar aquela sensação que se experimenta na proximidade ou contato de um corpo quente, essa mesma capacidade que você levou embora consigo quando resolveu partir...

Inserida por danilomiranda

Sonho/Pesadelo

Daí eu recordo que tentava correr, forçava as pernas mas ela não ia, e tentava pular fora e não conseguia pulos tão precisos, e pensava em voar mas algo me prendia ainda naquele lugar, então eu chorei chorei muito, mas as lágrimas estranhamente não caiam como antes, então em meio a tantos problemas eu acordei e percebi que tudo aquilo não era sonho, nem pesadelo, tudo aquilo era eu e você tentando, tentando e tentando

Inserida por MaelAzevedo

Eu poderia ter escutado melhor o silêncio enquanto você passava e calava sob mim. Poderia ter repousado sim, mais vezes, os meus dedos nos teus olhos. Ter dado dois passos e encostado meu ombro no teu choro. Eu poderia. Poderia ter virado o lado do rosto, acolhido a sua dúvida, alongado a noite. Poderia e iria entender o teu mundo até quando houvesse um nós brindando possibilidades.

Eu poderia ter levado o meu meio com a gente até o fim. Ter sido só começo, ali, na orla do seu amanhã que ainda tem a mesma cara de hoje e de sempre. Dosado as palavras, adoçado a poesia ao teu modo e encanto, eu poderia. Ter olhado no momento certo em que você também olhava pra si. Ter sentado, esperado, amanhecido. Ter cantado a minha vontade novamente mesmo depois de ter esquecido a letra.

E não sei se você entende, se você sente que eu ando complicando demais minhas escolhas, que de tão inusitadas e bobas, me fazem de qualquer coisa. Então acabo leve. Breve. E carrego no rosto um sorriso quase derradeiro. Deixando passar, duro só o bastante. E aquele instante que poderia ter parado ali pra todo mundo ver, fica atrás de mim, longe de tudo.

Acho que é por isso que alguns encontros vivem partindo. É que às vezes custa muito agarrar um caminho no colo e decorar todos os tetos de sonhos quando o agora não tem a intenção de morar.

Inserida por poetizar

O homem do interior

É seu doutô, la no meu sertão é anssim,
No cantá do galo eu abria o zoi,
A lui do candinheiro, inquanto a mué cuava o café e barria o terrero,
Eu la ia pú curá, atava a vaquinha tadinha tom magrinha, dava dó inté de oiá,
A primeira caneca de leite, num derramava do tacho, bebia, dexava descer guela a baixo.

Inserida por jcob2168

NADA A DIZER

Quando me pergunto o que acho da vida
Eu respondo: sei muito pouco, ou nada
Porque o que eu acho da vida
É o que acho nela
E no tempo que ela me toma como seu
Eu pouco acumulei ou achei de meu
Por mim eu daria outra resposta
Mais entusiasmado, diria:
Acho que ela é como uma manhã
Que às vezes nos desanima a chegar a tarde
Que ela tem seu próprio controle
E o manipula como quer.
Desse-me ela o mágico aparelho
E não impusesse condições para o seu uso
Eu diria: espera aí que eu te digo já.
Apertaria o botão propícia
E falaria, boa em todo o seu andamento
Uma previsão feita
Como por quem tem o controle dos dias
Se alguém me sondasse:
Como anda a vida
Eu lhe diria: Os dias andam como querem
E a vida lhes segue no mesmo tempo.

Inserida por naenorocha

Primeiro Amor

Eu sempre procurei escutar a Tua voz,
tentava andar fazendo Teu querer.
A vida me envolveu e logo me afastei.
Agora estou tão longe do meu lar...

Coro:
Como perdi o meu primeiro amor?
Como não pude perceber?
Vem de novo me aquecer, pra que eu possa renascer.
E restaura em mim o amor que já senti, Ô...

Ainda posso me lembrar... Quando olhavam para mim,
outros viam em meus olhos Teu amor.
Ao olhar por onde andei e tudo que vivi,
eu não sei se fiz o meu melhor por Ti.

Coro...

Por onde andei? (Fugi de Ti, fugi de Ti, sozinha estou)
Ô... Perdida estou, Senhor!
Ô, por favor (por favor), vem me buscar!

Pai, aqui estou, vou recomeçar.
Eu falhei, e errei por não Te ouvir.
Vem me conduzir (conduzir), quero ser só Teu.
Restaura em mim a força que perdi!

Como perdi o meu primeiro amor? (Meu amor)
Como não pude perceber?
Vem de novo me aquecer pra que eu possa renascer.
E restaura em mim a força que perdi (o amor que já senti).
E restaura em mim a força que perdi (o amor que já senti).

Restaura em mim o amor que já senti (ê, ê...)
Restaura em mim o amor (meu primeiro amor).
Restaura em mim o amor (o Teu amor).

Inserida por danilosouzasantos

O que você fez com os presentes que eu te dei?

Te presenteei com a vida. Na sua mãe, te presenteei com o seu sustento, que vai te fortalecer e te livrar de muitas doenças.
Te presenteei com o sorriso que é capaz de contagiar a todos sem distinção.
Te presenteei com a união e durante um período de sua vida, na sua infância, você pode olhar à todos, sem preconceito.
Te presenteei com a vontade, para que você pudesse buscar o que te faz bem.
Te presenteei com o amor, para que vc pudesse dar sem nada pedir em troca.
Te presenteei com meus ensinamentos para que você pudesse crescer na sabedoria e assim ajudar os que mais precisam.
Te presenteei com as frutas, verduras, legumes, para você poder durar mais tempo aqui na Terra.
Te presenteei com a inteligência para que fosse usada a favor da humaninade.
Te presenteei com a palavra, para que você pudesse usá-la à favor da evolução.
Te presenteei com sementes, para que você possa gerar novos frutos.
O seu corpo não passa de um simples veículo já agraciado com todos estes presentes.
Que soube usá-los ficou rico de amor.
Eu só queria uma coisa; gratidão.
Quem acabou perdendo estes presentes, lota as igrejas para pedí-los devolta.
Mas eu não tirei nada de você, você é que não sabe onde os deixou.
O que você fez com todos os presentes que eu te dei?
Vou te dar mais uma chance como tantas que já te dei e você nem percebeu:
- Antes de tentar sarar o seu corpo em academias, sare a sua mente.
- Antes de criticar, perceba os seus próprios defeitos.
- Antes de colocar qualquer droga no seu corpo, perceba que ele só precisa de atenção
- Palavras pesadas, por mais engraçadas que sejam, são toneladas de tristeza para a alma.
- Pare de comemorar mais um ano e passe a comemorar todos os dias de vida.
- O errado é tudo aquilo que fere os outros, ou a sí mesmo.
- Quem ama a vida, ama a liberdade como um todo. Sem gaiolas, sem prisões, sem cercas.
- Para o amor não existe limites. Para a ingratidão sim
- Pare de ser acomodado, o presente da vontade eu já te dei.
Eu sei das suas fraquezas de querer buscar nos outros a solução dos seus problemas. Mas a solução dos seus problemas está dentro de você.
Quando conversar comigo, não peça mais para você, peça pelos próximo, faça pelo próximo. É pelo tamanho da sua força e amor do seu pedido pelo outro que você vai conseguir tudo que precisa para ser feliz na terra.
Com a força do sorriso, tranque a porta da ingratidão, do pessimismo, da intolerância, do preconceito.
Não se esqueça, você já veio pronto de fábrica!!!

Inserida por thaaiss

..E eu me canso de toda essa parafernália linguística que tenta definir este abstrato que é a Felicidade. Como tudo na vida é relativo, relativa também é a idéia que dela se faz. Rendo-me e escrevo mesmo assim... Não acredito na hipocrisia do “eu sou feliz”; quem é permanece e Felicidade não é inércia, é variação. É sentimento adquirido e de pouca consistência, então não se é feliz, fica-se Feliz e para ficar, não precisa ser, nem permanecer, só estar.
Quem quer “ser feliz” precisa ser imediato, consumista e perfeito e é esta perfeição que impossibilita o “ser” favorecendo o “estar”. Felicidade não é individual, é democrática; precisa de outros para acontecer. Ninguém está feliz sozinho; felicidade influencia para o bem ou para o mal quem está em volta. Consegue ser pessoal sem a obrigação de ser intransferível. É sentimento gratuito, mas precisa ser conquistado.
Felicidade não é contentar-se com a realidade que se vive e sim ter a capacidade de tornar esta realidade melhor. Felicidade é fazer acontecer ainda que seja para outros. É a tentativa nem sempre garantida de acerto. É o fracasso que traz a lição. Reconhecer que vale à pena viver é insuficiente para defini-la. É preciso vivê-la e vivê-la intensamente!
“Estou feliz, mas não o sou”.

Inserida por marceliamacidalia

- Eu gosto de você, por favor. Acredite em mim. - Ele disse e continuou sem resposta. - O que aconteceu com você? O que aconteceu conosco? Onde nos perdemos? me diz, por favor, me diz. - Implorou.

Ela guardou o batom, arqueou a sobrancelha, e perguntou com tom de insignificante:

- Vê se borrou?

Inserida por ReynaldoAraujo

Você fez o meu planeta estremecer
Sinto renascer a natureza inteira
Dentro de mim
Eu julguei o amor espécie em extinção
Até surgir você no meu coração

Eu adormeci às margens de um vulcão
Sem saber que a vida
me revelaria tanta emoção
Poderoso e sereno igual ao mar
Esse sentimento vai me levar

Quando eu te vi
Eu me encontrei
Eu me perdi
Foi tão doce de sentir
O que provei!
Quando te vi
Em ti me achei
É você o meu amor,
Agora eu sei

Precioso e tão raro de se achar,
Esse amor é um acalanto,
Celacanto solitário no mar
Animal que vem do fundo do oceano
E só de vez em quando
Se deixa avistar

Inserida por cacalandria

Pai...
Você é o ÚNICO HOMEM
O Único Homem em quem me espelho
O Único Homem em quem eu espero
O Único Homem em quem eu te peço
O Único Homem que eu AMO
O Único Homem que eu acho perfeito
Mesmo cheios de defeito
O Único Homem da Terra inteira
Que com orgulho eu olho e digo:
-Esse é o Meu PAI!

Inserida por dandmm

Você pede, não espera que eu responda, logo concede, por mim, por deus e todos nós. Divide as posses e sentimentos como potinhos com algodão, água e feijão, esquece que mesmo se fossem assim cresceriam no máximo centímetros e nunca iríamos transplantar esse verde dali, não valeria a pena amadurecer, trocar todo o tom.

Eu tento dividir a saudade em partes, me sentir mal apenas durante as manhãs, dar desculpas como insônia, péssimo humor, mas não sei ser justa, não há igualdade em mim, só egoísmo e um pouquinho de rancor.

Inserida por nanacae

Lembro de quando eu deitava na entrada de casa pra ficar olhando as nuvens em dias ensolarados e sentir aquele ventinho gostoso, era, no mínimo algo normal, habitual, era uma criança que olhava as nuvens tentando dar-lhes formas. Não, não era. Eu, somente olhava, não pensava em nada, só.. olhava. Pacientemente, eu olhava.
Em outros momentos mais tarde, eu preferia dias nublados, sempre me fizeram sentir melhor, não sei, no mais profundo de mim mesma eu acho, como se eu pudesse entender coisas que não imaginava que fosse me perguntar. E era tão triste e intenso os dias nublados. Os dias nublados sempre são tristes e intensos pra mim.

Inserida por tassiavanuska

Desilusão

Eu só queria ser feliz. Mas já cansei de tentar... Tudo que eu faço eu to errada, tudo que eu faço foi mal feito, todos que eu pensei que me amavam se voltaram contra mim. Não tenho mais razões pra seguir, para lutar, para tentar ser algo há alguém. A pessoa que eu mais amava disse que eu sou uma nada, minha própria mãe já deixou bem claro que cansou de mim, disse que não me agüenta mais, chegou a me expulsar de casa... Em quem eu vou confiar agora? Amigas? Até tenho, mas não me sinto no direito de preocupá-las e incomodá-las. Sinto que se eu morresse agora, ninguém sentiria minha falta, nem mesmo perceberia que não estou mais presente. Eu sou culpada de tudo, da desunião da minha família, da doença da minha mãe, me preocupo com meu irmão que amo tanto e só me dizem que maltrato ele. Não mau trato, é meu jeito de protegê-lo, ele é meu maior tesouro, meu amor... Não queria que nada fosse assim, mais e se eu morrer? Pra mim não faz diferença, nunca fui feliz mesmo, e acho que também nunca serei, todo mundo contra mim, to sozinha nesse mundo, e tão inocente, não conheço nada, confio em todo mundo, o que vai ser de mim? Seria melhor mesmo continuar lutando por algo que só me faz sofrer? Ninguém quis o meu amor, ninguém quis a mim. Ninguém me ama de verdade, ninguém me guia pelo caminho certo, mas todos querem que eu acerte sempre. Ninguém entende que eu nunca fui feliz, e que agora que estou começando a renascer, só levo pedrada, só sou maltratada... Tenho tantos problemas na rua, na escola, e quando chego em casa em busca de um refugio, só levo mais e mais pedradas... Não quero mais ser um peso na vida de ninguém, só desejo que todos vocês, meus amores, sejam felizes.

Inserida por IsabellyOliveira

Shakespeare & eu

“Aceito”. Foi essa a palavra que deu início à primeira estrofe de minha vida ao lado de Ana Judite. E, talvez (pensando bem) tenha sido esta mesma palavra que tenha selado meu acordo com a infelicidade.
Era tão jovem, ela! Seus olhos não eram azuis. Muito pelo contrário: eram pretos e arredondados. Olhos de boneca, certamente. No entanto, não foi isso que achei logo que a vi. Da primeira vez, não senti todas aquelas coisas que são ditas como “sintomas de amor”: não senti as pernas tremerem (nem mesmo as mãos); não senti o suor escorrendo desenfreado pelo rosto; meus lábios não ficaram secos e, o mais importante, meu coração não acelerou. Achei-a muito sem graça.
Num outro dia, a vi sentada, em um banquinho da praça chorando lastimavelmente. Aproximei-me.
-Tudo bem?
-Por acaso se chora feito uma louca quando se está tudo bem?
-Realmente, foi uma pergunta sem sentido. É claro que não está bem...
-Que idiotice...
-O que?
-Você! Não sabe nem o que falar.
-Garotinha com personalidade você, hein? Gostei.
Ela então soltou o sorriso mais lindo que já havia visto em toda minha vida e falou:
-“Fortes razões, fazem fortes ações!” Shakespeare!
-Hum... Conheço. Legal, ele.
-Ele morreu há mais de 200 anos.
-Sério? Triste isso, não é?
Conversamos como se o dia tivesse mais de 24 horas.
Daquele dia em diante tivemos vários encontros, a fim de jogarmos conversa fora. Logo fui percebendo que Ana Judite não era “sem sal”- ela tinha o tempero na dosagem certa para minha fórmula do amor perfeito.
Nosso relacionamento teve muitos altos e baixos, mas, ao fim de quatro anos de namoro, finalmente iríamos nos casar. Eu já havia me tornado um verdadeiro perito em Shakespeare e, nas horas que não a via, era ele quem me acompanhava com suas mais que perfeitas tragicomédias.
“Aceito”. Sim, ela aceitou estar comigo na doença e na tristeza, na riqueza e na pobreza... Até que a morte nos separasse. No entanto, uma frase não constava no “contrato”: a de estar comigo na sanidade e na loucura.
Foi como um “click”. Acordei mais cedo do que de costume, pois tive uma daquelas crises de insônia devido ao elevado nível de estresse no trabalho- às vezes até esquecia-me qual a data.
Judite não estava em casa. Então logo cogitei a possibilidade de ter ido à padaria. Espreguicei-me, escovei os dentes e fui até a cozinha. O café-da-manhã estava posto. E na geladeira havia um bilhete que dizia:
“Fui até a casa de minha irmã. Irei ajudá-la a fazer compras. Não demoro.
Beijos, Judi. ♥”
A irmã dela estava grávida; e preocupado fui até sua casa. Caso precisassem do carro, eu estaria lá.
Quem me recebeu foi a própria Laura, com a barriga quase que insustentável.
-Vocês ainda não foram?
-... Para onde?
-Fazer compras.
-Ah! O Mário foi com a Judi. Não estou me sentindo muito bem, sabe?
-Sei. Então, posso entrar?
-Claro. Entre.
Laura jogou-se no sofá e perguntou se eu aceitaria um café. Respondi que sim e me dispus a ir pegá-lo.
Eu havia esquecido onde ficavam as xícaras e fui abrindo todas as portas dos armários. Mas... A dispensa estava lotada!
-Laura, eles irão demorar?- Gritei.
-Acho que sim. Falta muita coisa, sabe? Os armários estão praticamente vazios. O Mário disse que falta até açúcar.
Não faltava. O açúcar estava lá! Não faltava nada.
Não podia ser. Há semanas que a Judite me vinha com reclamações a respeito do cunhado: o chamava de atrevido, insuportável e coisas do gênero. E, de repente, foram juntos fazer compras que não eram necessárias. Senti-me um completo idiota. Só poderiam estar tendo um caso.
Pedi desculpas e disse à Laura que voltaria logo. Despedi-me.
Quando estava na metade do caminho para o supermercado, parei ao sinal. Até que uma mulher veio em direção a meu carro. Era uma das amigas dela.
-Oi Júnior!- disse sorridente- vai rolar o que hoje?
-Como assim?
-Ué! Eu acabei de ver a Judi com um amigo, comprando uma montanha de cervejas!
Fiquei meio sem jeito. E disse irônico:
-Vai rolar o maior espetáculo.
Estava de cabeça quente e resolvi não ir ao trabalho. Fui para casa. Chegando lá, a porta estava aberta. Na cozinha estavam os dois. Rindo, bebendo cerveja. Ela então se virou e fez uma cara de quem parecia ter visto um fantasma.
-Ju... Júnior! Você não trabalharia até tarde, hoje?
-Surpresa?
-Muito- disse, desconfiada.
-Mário, você quer sair daqui, por favor?
-O quê?- disse Mário.
-Eu te disse para sair agora!
-Mas, Júnior, o que está havendo?
-Droga Mário, você deve estar achando que sou burro. Saia agora! Quero falar a sós com ela.
Mário atendeu ao meu pedido.
-Isso é jeito de tratar o meu cunhado; e que eu saiba, seu amigo?
-AMIGO? Amigos por acaso o apunhalam pelas costas?
-Que conversa é essa? O que ele fez?
-Não se faça de desentendida, meu amor!
-É... Eu não acredito amor. Já entendi: você ficou com ciúmes não é? Você realmente acha que eu o escolheria ao invés de você?
-“É comum perder-se o bom por querer-se o melhor”.
-O que aconteceu Júnior? “Algum desgosto prova muito amor, mas muito desgosto revela demasiada falta de espírito!” Lembra? No fundo você sabe que não é nada disso, amor.
Senti-me sem chão. Pode parecer piegas, mas foi exatamente assim que me senti. Como alguém a quem tanto amava pôde me trair de tal forma?
E, num piscar de olhos, minhas mãos estavam manchadas por uma das tintas que dispunha em minha aquarela. Tinta esta, de cor “quente”. Um vermelho sem igual. Mas, não pude compreender porque Judite; minha querida Judi se encontrava caída ao chão, rasgada como que por garras de um grande felino. E muito menos o porquê de estar pintada, abstratamente, com a mesma tinta que lambuzava meus dedos.
Afastei-me de seu corpo a fim de achar pistas. Ao abrir a geladeira pude ver uma caixa e nela havia um bolo acompanhado de um bilhete que dizia:
“O destino é o que embaralha as cartas, mas somos nós que a jogamos...”
Feliz aniversário. Com amor,
Laura, Mário e Judite (sua Judi) ♥”

“Ser ou não ser- eis a questão. Será mais nobre sofrer na alma pedradas e flechadas do destino feroz, ou pegar em armas contra o mar de angústias e combatendo-o dar-lhe fim? Morrer; dormir; só isso. E com o sono- dizem- extinguir dores do coração e as mil mazelas naturais a que a carne é sujeita; eis uma consumação ardentemente desejável.”

Inserida por Lispectoriana

Eu: Mãe, eu tava aqui pensando: no fundo nós, mulheres, não deixamos de ser criança...
Mãe: Como assim?
Eu:Ah... É que assim como quando éramos crianças, nós costumamos fantasiar o futuro; às vezes brincamos e até pensamos que um salto alto faz de nós "gente grande". Mas, o principal: tentamos 'brincar' com os meninos, mas eles acabam nos machucando. Porque as meninas levam a brincadeira tão a sério, que chegam a achá-la real. Mas os meninos, mãe... Eles sempre acabam deixando tudo pela metade.
Mãe: Minha filha... Aprende que sempre vai ter um idiota que não vai entender seu amor por ele. Aprende, que talvez doa menos.

Inserida por Lispectoriana

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