Cartas de Tristeza
🍃 "Vista-se de liberdade, lembre-se na vida só faz sentido o que te faz sentir. Se faça morada de bons sentimentos, a VIDA É AGORA! Não deixe ir embora tudo o que te toca à alma, aproveite a tempestade que sopra, pra aprender a voar. Se quiser de vez enquando extravasar, se jogue apenas nas coisas que você ama. Ese você achar que não tem razão pra ser feliz, ACREDITE a razão é VOCÊ!."
Não foi nada do que ele disse, nem nada do que ele fez. Na verdade, ele não tinha feito ou dito absolutamente nada. Estávamos em silêncio, os dois, olhando um para a cara do outro. Isso era exatamente o que chamam de “silêncio desconfortável”. Era o fim e nós sabíamos. Não foi nada do que eu disse, nem nada que eu fiz. Eu também não havia feito ou dito nada. Ele simplesmente sabia.
Ele não teria outra solução, outro caminho. Ele não é feliz, pelo menos não sabe que não é. Ele simplesmente acha que está tomando as decisões certas enquanto sobe em um monte que simplesmente após uma tempestade vai ser do tamanho de sua queda. Ele não sabe, ele não vive, ele simplesmente se engana, se distraí, se atraí e se apaixona por alguém que sempre lhe abandona.
Quão triste é, quando nossas almas cansadas e solitárias nos deprimem, fazendo com que, nós sábios, levantem as mãos para o céu, na esperança de ser importante para alguém. Em algum momento, você quer apontar para as estrelas, ai você percebe que nem todos se importam, pois em vez de olharem para as estrelas, olham para os dedos.
Triste mesmo é quando queremos que as coisas acontecem do jeito que a gente quer e elas não acontecem. Triste é quando vemos uma pessoa escapando de nós e a nossa maior vontade é de amarrar aquela pessoa em um quarto e fazer com que ela fique sempre alí. Triste é quando gostamos muito de alguém e aquela pessoa simplesmente não gosta da gente tanto assim.
Eu queria ser realmente importante pra alguém. Eu queria marcar a vida de alguém. Eu queria ter um lugar no mundo e não passar despercebida. Mas eu sou só uma sombra ocupando espaço na atmosfera. Não faço nada certo nunca, só vou somando erros e consequências. Eu não sou nada. Pra quê eu vim??
A alma de quem aprecia se entristece quando assiste a flor mais bela do jardim sendo tomada e não regada, sendo tomada e não priorizada, enquanto quem sempre cuidou a observa de longe sendo iludida em troca de gotas de água dentro de uma estufa, quando se tinha toda chuva do céu próxima a ela...
Meu coração não é teimoso ao ponto de ser transgredido, sendo deixado de lado por um falso amor, um ego displicente e sem sabedoria, a forma que fui descartado, deixado e incompreendido por quem eu mais confiei e doei meus sentimentos é a maior de todas decepções, a vida é um trampolim, e eu irei saltar mais alto sem um peso morto em minha consciência.
Que a criança interior não se perca, que venha a ficar no máximo adormecida, sendo uma forte evidência de amor próprio, uma representação de uma preciosa fase que não volta, sua existência é imprescindível para que a pressão da vida adulta não prevaleça, tirando o senso de humor, favorecendo a tristeza, tirando uma parte significante do sabor que tem a simplicidade, a graça dos momentos bobos, despreocupados, o brilho dilatado dos olhos, o frescor da felicidade, algo muito indesejável, decerto, ela não pode aparecer o tempo todo, entretanto, sua importância é inegável, deve despertar e se divertir sempre que for possível, pois, certamente, a sua ausência um dia será notada, precisa ser guardada com afinco num lindo lugar, reservado na alma.
Às vezes, ela se abriga num mundo criado por ela mesma, onde a sua paz é expressiva, tendo em vista que lá priva-se de tudo aquilo que lhe traz tristeza, fica à vontade, pode agir como uma brisa suave ou semelhante a uma chama acesa, portanto, um lugar revestido da verdade que faz o que é falso cair por terra.
Com a sua inevitável partida, parte do meu amor por ti foi transformado em saudades, cada ocasião se tornou mais significativa, ganhei uma grande razão para não perder a coragem de viver uma vida alegre, emocionante, simples, intensa, apesar das adversidades, a felicidade sobressaindo a tristeza, usufruindo e amando de verdade os valiosos instantes e as pessoas queridas, assim, se Deus quiser, seguirei em frente, feliz, sendo a tua continuidade, a concretização dos teus sonhos, daqueles que sonhaste para mim, errando, corrigindo, aprendendo, construindo, perdendo, mas nunca desistindo, Deus conduzindo tudo e de algum jeito, sei que continuarás comigo.
"Te procurei por tanto tempo, em todos os lugares, em todos os olhares, sorrisos... quando desisti de procurar, de buscar, te encontrei, dentro de mim. Você ultrapassou barreiras do meu coração e o dilacerou sem piedade, foi quando tive certeza que não era apenas uma simples admiração... Eu já te amava sem nem saber o quanto... Por que tinha que ser você? Luciana Morais _ LM.
Desfilaram neste carnaval com todo o seu colorido, mas sem maquiagens. Com seus tiques. Na passarela cristalina da via pública. Na ribalta das ruas, o grande karaoke das cidades. Parece estarmos vendo o reclame do circo na nossa infância já tão longe, quando os palhaços, saltitando pelas delegacias, interrogavam as crianças com roupas espetaculares. Hoje tem espetáculo? Tem sim senhor... Nossas ruas mal cuidadas e nossas praças irreverentemente autografadas com pardais. Há reis e rainhas corruptos neste carnaval. Há também, para termos os reis e as rainhas, peões; Peões lavrados em marfim, como num bizantino tabuleiro de xadrez. Mas, por trás das fantasias da ala dos peões, parecidas com peças de marfim, o que se vê são peças como se fora barro bíblico da criação, a fim de plasmar calungas para promover um desfile para a posteridade. A "paradinha" da bateria para o povo, ora a alegrar, chegou triste, sem cobrar aplausos dos espectadores.
Solidão; barco vazio que passa estacionado. Sozinho à espera de... Com sentido e sem ninguém. Solidão. Vida lenta. Vive mais tempo e devagar. Finais de semana longos como semanas.Televisão; lê; escreve; acesso à rede. Não é orgulho. Razão interior. Consciência. Não se vende. Pode se render. Se rende.Peso da dor. Tombou. Caiu no chão. Não levantou. Acordou. Ali, a pedra. Peso. Saiu dali. Rastejou. Passado. Presente na lembrança. Fora do futuro. Solidão.
Vem-me, às vezes, um sonho fugitivo e estranho ao pensamento perturbado; Sonho sem medo as sombras do passado, e o futuro me torna pensativo. Por que me faço ao riso alheio esquivo? De onde me vem este ar desalentado? Este fundo pesar inexplicado, esta grande tristeza sem motivo? Não sei... A mágoa obscura que me invade talvez seja somente uma saudade que o mundo vil não pode compreender... Saudade de outra gente e de outra vida, que inda vibra e palpita, dolorida, na imperfeição do meu ser
Sentado aqui na minha varanda, sozinho, olhando as luzes de tantas janelas em tantos prédios, e já na segunda taça de vinho, penso que a felicidade é uma palavra de difícil qualificação Comparada com uma cor, certamente teria várias nuanças. Pode significar o estado de um ser ditoso, contente, alegre, de sorte, enfim, um indivíduo satisfeito com a vida por vários motivos. E, nesta variedade de motivos, cabem várias reflexões. Sem dúvida, a felicidade é um estado de espírito e, por isso, muito pessoal e variável. De modo que a razão da felicidade de um, pode ser por outro ângulo, ainda que contrariamente, a razão da felicidade de outro. Exemplo: o portador da boa saúde, forte, belo, econômica e financeiramente bem, é feliz por estas circunstâncias; outro, doente, feio, fraco e pobre, por motivos de crença kardecista, pode se sentir satisfeito e feliz, por admitir pelo que crê, que ao reencarnar ele mesmo escolheu uma vida de sacrifícios, para purgar erros e faltas cometidas em vidas anteriores e, com isso, atingir a perfeição espiritual, para ele mais valiosa que tudo. É feliz por isso. Um outro católico praticamente por viver bem e agraciado por pedir e receber dádivas celestiais que lhe são proporcionadas por seu deus e seus santos de devoção, vive deitado no armarinho da gratidão e felicidade; outro, da mesma crença, levando vida de cão, sofrendo agruras; julga-se, também, conformado e feliz por considerar que tudo que sofre é um desígnio da divina providência e como tal deve entender como justo e aceita conformado e até agradecido. É feliz também a seu modo. Em outras palavras, o que é ótimo para uns pode ser ainda que em sentido completamente oposto, também aceitável para outro. Uma espécie de felicidade pelo avesso. O interessante é que este estado de espírito pode ser sentido, em certas circunstâncias, por uma coletividade inteira, ora sob o aspecto positivo, ora sob o aspecto negativo. Assim, a chuva diluvial que atingiu inúmeras vezes o Rio de Janeiro e, principalmente a Região Serrana, destruindo barracos nos morros e atingindo, também bairros elegantes da zona sul do rio; essa chuva que levou um prefeito a apelar para oração para que não mais chovesse, pois não tinha meios para socorrer os desabrigados, é, sob outro aspecto, a mesma chuva salvadora de vidas em todo o Rio, que poderá salvar os reservatórios, mais uma vez que, sob um terceiro aspecto, vivemos há décadas dos eternos políticos que assentam as nádegas nas cadeiras do congresso. O furacão que arrasta cidades, derruba torres, afunda barcos e mata muita gente nos EUA, considerado dos mais adiantados locais de progresso do mundo é o mesmo vento forte que no Saara, com o nome de Simum, refresca a atmosfera tórrida do Norte da África, estendendo sopro quente através do Mediterrâneo, temperando o clima de todo sul da Europa, considerado o ideal para o turismo da região. Como se vê, a felicidade não é facilmente definível. Tudo depende das circunstâncias. Enfim, as luzes acesas de cada janela desses prédios, tão distantes, continuam iluminando o que estou vendo agora. Tim Tim.
Diante da falta capacitação de conhecimento, de entendimento e consumo fácil de uma plateia heterogenia para entender o sentido e o objetivo do novo, a nossa esfera criativa atrofia e retrocede a sucessos passados, onde o brilhantismo não corre risco de ser mau interpretado pois recontamos historias felizes com uma nova roupagem de tristeza insólita, que não será percebida e nem terá sentido como tão bem fez por seu exato sentido, da vida no passado.
São seis horas da manhã e eu tenho que lhe contar algo. Sério, você não vai acreditar no que eu tenho para lhe dizer. Está chovendo forte, tem um vento frio que traz os pingos gelados para perto da gente. Eu abri a janela para espiar e o barulho da água rolando no telhado ficou mais alto, muito mais alto, tão alto que fiquei com medo. Sabe aquela chuva que vem com força, parecendo querer lavar a cidade? Então. Está um pouco mais forte que isso. Ainda não amanheceu, acho que esse tempo molhado atrasará a claridade do dia. Eu fiquei olhando para o céu por alguns minutos e me deu uma vontade louca de sair na rua e ser lavado por essa água congelante. Está frio, muito frio. Mas eu fui. Sério, eu fui. Eu abri a porta e saí de casa. É, eu disse que você não acreditaria. Eu sou louco, mas você sabe disso. Você me conhece tão bem sem nem ao menos saber da minha existência. Lá fora, o vento levou meus cabelos para trás e eu fechei os olhos resmungando. Meu rosto estava completamente molhado, senti como se estivesse colocando a cabeça dentro de um congelador. Eu fiquei parado ali perto da grade que fica na frente do quintal olhando para o calçamento da rua que parecia estar resvalando. Sei lá, deu vontade de abrir o portão e dar uma volta. A água vinda dos céus continuava mantendo a temperatura do meu corpo um pouco baixa me fazendo tremer. Você acredita que eu saí portão à fora? Sim, eu saí. Estava escuro, estava chovendo e o frio deixava minha boca roxa. Eu fui até a esquina que tem aqui perto e sentei naquele degrau que eu costumava sentar sozinho há alguns anos atrás. Eu me senti tão sozinho. Minhas roupas estavam totalmente encharcadas e eu continuava tremendo. Não havia nada na rua, nem carros, nem pessoas. Estava tudo deserto. Foi nessa hora que eu fechei meus olhos e pensei em você. Eu não lembro muito bem o que veio à mente, parecia que eu havia me desligado do mundo e entrado na inconsciência. Eu estava com tanto medo. Medo de ficar assim por muito tempo, medo de ser engolida por essa solidão sombria que se perdia no escuro chuvoso da noite. Mas eu vi o seu sorriso. Eu juro que vi. Eu gritei o seu nome na minha mente e você sorriu. Você sorriu para mim. Acho que eu sorri também. Não sei, não lembro, não tenho muita certeza, mas eu senti uma gota quente escorrer pelo meu rosto em meio a água da chuva que me banhava. Sabe, eu senti um aperto no coração. Dá para acreditar? Eu sempre fiz de tudo para ser forte e vencer o meu maior medo sem precisar de ninguém, mas agora eu me encontrei preso em uma gaiola feita de um material muito brusco e forte, eu me encontrei aqui chamando o seu nome. Eu sinto minhas forças irem embora e eu finalmente estou precisando de alguém. Mas não é um alguém qualquer. É você. Eu acho que fiquei ali sentado por uns dez minutos olhando para o nada e ouvindo a sua voz cantando para mim dentro da minha cabeça. Você cantava a nossa música, aquela que me acalma, aquela que você sabe que pode ser usada como antídoto. Você sabia o que cantar porque você me conhece. Você me conhece tão bem sem nem ao menos saber da minha existência. Você me conhece porque nós dois somos um só. O vento aumentou sua velocidade me despertando da fantasia e me forçando a mover meus pés de volta para casa. Demorei um pouco para entrar, fiquei no quintal, perto da minha janela, pensando um pouco mais em nada. Acho que era disso o que eu precisava: viver o irreal. Eu não sei por que eu saí de casa, nunca me dera essas crises loucas antes, eu posso ter pego um resfriado, sei lá, daqui a pouco vou começar a tossir. Mas a chuva, a água que congelava meu corpo, era amena. A água que limpava a cidade, escorria pelo meu corpo tentando levar toda a dor que me habita. Era irreal. Eu juro para você que era. Parecia algo do além, algo curável. O banho quente que eu tomei depois foi como um choque no meu sistema. Eu acordei. Não foi nem um pouco parecido com o momento em que o vento acelerou e me fez voltar para casa, foi algo muito mais que isso. Eu acordei do irreal. Daquela chuva, daquele frio, daquela coisa do além que supostamente tentou levar minha dor embora. Sua voz sumiu da minha mente. Você não cantava mais, você não estava aqui. Eu fiquei sozinho e assustado de novo. Eu continuo precisando de você, eu me rendi, eu admiti que não sou forte, eu gritei. Eu fiz o que pude. Você não ouviu, não me notou. Talvez você fique tão espantada com tamanha loucura que eu obtive de sair por aí sozinho e não se convença. Mas eu disse lá no início que você não iria acreditar no que eu tinha para lhe dizer. São seis e dez da manhã e o céu continua escuro, o barulho da chuva ainda está alto e a janela continua aberta. Eu olho para a água caindo lá de cima e lembro da sensação estranha que eu senti há trinta e cinco minutos atrás quando as gotas bateram no meu corpo e eu estava sozinho pensando em você. Você é minha única saída, é a única pessoa que pode me ajudar. Você está com o pouco de força que ainda me resta. Você pode desacreditar disso também, mas só você pode espantar o medo e a dor que habitam meu coração.
Me apaixonei pelo seu sorriso. Não, espera, acho que foi pelo modo com que seus olhos se fecham por alguma palavra direta. Não, foi por isso também, mas com toda a certeza eu me apaixonei porque você consegue ter tantas coisas lindas que eu não vejo como escolher, me apaixonei por tudo o que há em você.
