Cartas de Despedida de Clarice Lispector

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Espero por você que não vem,
Por cartas que não chegam...
Pelo tempo que custa a passar.
Não é que eu não olhe mais para o céu.
Essa pergunta já me foi feita.
E realmente, eu não posso contar.
Este é o incrível segredo das coisas.
Guardados nessas pequenas mazelas
Que temos de superar.
É por isso que não estou contando e
Nem olhando como via antes.

Inserida por renew

Tem que aprender a esperar o retorno, com paciência.
É como quando escrevíamos cartas para alguém distante, tinha que aguardar o retorno da mensagem, o mesmo acontece com o Universo, vibrar o que desejamos de coração, emitir o pedido, agradecer pela graça alcançada e deixar ressoar de volta, mas cuidando do que vibramos após emitir, para não vibrar em negativo e acabar por mudar a frequência e o resultado.

Inserida por JaneFernandaN

⁠A vida é como um jogo

Não permita que o medo te impeça de jogar. Escolha suas cartas e dedique-se aos estudos para que, além de aprender, você também se divirta.

Existe uma carta coringa chamada INTEGRIDADE que facilita a lição. Ela remove a maldade presente em nosso ser ainda primitivo. Esse é o OBJETIVO.

Uma dica: tome a iniciativa de começar o jogo, caso contrário, a vida fará a escolha por você!

A direção é mais importante que a velocidade. Não há necessidade de apressar-se, pois para a luz, não existe pressa.

Não estamos aqui para competir, mas sim para evoluir... Já estive onde você está, e ainda há muitos à minha frente que desejam prosseguir...

A lei da vida é clara: eu ajudo você nos caminhos que já trilhei, e quem está à frente desimpede a passagem para o meu avançar.

Com compreensão e delicadeza, a espiritualidade nos conduzirá ao lugar onde precisamos e merecemos estar.

Inserida por fluxia_ignis

⁠CASTELO DE CARTAS

Passei boa parte da vida tentando montar uma estrutura que funcionasse. Algo que fosse estável, coerente, socialmente aceitável. Fiz o que se espera. Escolhi com base em lógica, planejamento, segurança. Fui eficiente. Fui funcional. E, claro, fui elogiado por isso.

Por muito tempo, achei que isso bastava. Cumprir papéis. Evitar riscos. Fazer o certo. Como se viver fosse um conjunto de fórmulas a seguir. Como se o controle total fosse sinônimo de paz.

Só que o que funciona no papel nem sempre sustenta o peso da realidade. Eu seguia um roteiro invisível: manter o tom, dizer o que esperam, esconder o que pesa, apagar o que incomoda. Quando algo ameaçava essa ordem, minha reação era aumentar o controle. Mais rigidez. Mais contenção.

Mas chegou uma hora em que isso parou de fazer sentido. Eu acordava com a sensação de estar no lugar certo, mas sendo a pessoa errada. Era como viver minha própria vida com distanciamento. Eu estava ali, mas desconectado de mim.

E aí tudo começou a ceder. Não foi um desastre repentino. Foi um desgaste lento, uma sequência de pequenas rachaduras que revelaram o que eu fingia não ver: aquela vida não era minha. Era um personagem que eu sustentava com disciplina. E medo.

Medo de falhar, de ser visto demais, de não saber lidar com o que viria depois. Eu me escondia atrás de bons argumentos e decisões corretas. Me protegia até daquilo que poderia me fazer bem, porque me fazer bem também significava perder o controle.

Até que começou a quebrar.

Foram experiências simples, uma conversa honesta, um gesto sincero, um olhar que atravessa. Coisas pequenas que, por algum motivo, me desarmaram. E pela primeira vez em muito tempo, eu me senti visto. Não pelo que eu mostrava, mas pelo que eu escondia.

Foi aí que percebi: eu não era estável, era contido. Não era equilibrado, era reprimido. Eu não era forte, só estava o tempo todo fingindo que não sentia.

Isso não é força. Isso adoece.

Então comecei a fazer diferente. Dizer o que penso. Sentir sem censura. Parar de justificar tanto. Me permitir errar. Me permitir ser afetado. Aceitar o incômodo como parte do processo.

Não foi bonito. Nem heroico. Foi dolorido, confuso, por vezes vergonhoso. Mas real. E isso, por si só, já foi libertador.

Hoje, olho pra tudo que eu montei antes e vejo a fragilidade por trás da aparência de solidez. Tudo aquilo que eu chamava de estrutura era medo bem empilhado. Um castelo de cartas, meticulosamente erguido, que cai com um simples sopro de verdade.

E agora que desmoronou, não quero reconstruir nos mesmos moldes. Não quero de volta aquele velho conforto que anestesia. Não quero mais me encaixar em lugares apertados só pra parecer certo.

Quero espaço. Quero sinceridade. Quero o direito de não estar bem. De não saber. De mudar de ideia. De ser inteiro, mesmo sem controle algum.

E se esse caminho me afastar de onde estive antes, tudo bem. Talvez seja mesmo hora de ir. De deixar pra trás o que não sustenta mais quem eu sou agora.

Porque às vezes, crescer é isso: parar de segurar o que já caiu.

E se alguém perguntar quem eu sou depois disso tudo, talvez essa seja a última coisa que eu tenha a dizer:

Eu sou só um homem de medos bobos…
e coragens absurdas.

Inserida por igorSotolani

Meu Poeta eternamente confessa fingir que é dor a dor que deveras sente...
Eu confesso veemente, nadando contra a corrente, que finjo não sentir dor, mesmo quando é dor me faz latente. Minto tão perfeitamente, em alma, corpo, mente.
Se é para ser fingidor, finjo prosperidade. Não admito a dor. Nem falsa nem dor verdade.
Mas que linda a falsa dor.
Emociona, convincente. Mas Pessoa mente dor. E é Caeiro, Reis, e tanta gente. Pessoa e mais que escritor. É ator, é Gênio, expoente.
Eu só finjo não ter dor . E a vida ou acredita ou me entende?!

Sabe, em meio a tantos destroços,
Tantos restos de guerra há uma menina.
Uma menina que
Sabe que enquanto tiver forças,
Forças para lutar a chama de sua esperança
É e será eterna.
Vive cada dia,
E ela vive como pode leva-los,
Entretanto sonha em melhora-los.
Ela tem marcas o suficiente,
Para revelar sua história, mais prefere guarda-la
Em sua memória.
Ela não via a vida passar diante de seus olhos,
E sim seus olhos passarem diante da vida.
Mais o que ela pode fazer?
Está acorrentada a um beco sem saída
Consegue ve-la? Se desmanchar nos problemas
Que você colocou no caminho dela?
Sente-se bem com isso?
Sabe que a machucou?
Ela foi forte, ela suportou todas as dores
E xingamentos ela aguentou.
Ela sou eu.

Artista

Menina
Chora suas tintas!
Deixa cair água colorida
pelo vestido branco
Deixa eu morder as beiradas
desse seu coração pulsante
Sente isso passar assim
A vida vertendo
Enchendo, transbordando
Enfim!
Derruba suas cores
Mostra as curvas da sua alma
Deixa ser, deixa ficar, deixa estar
Deixa chorar
Colore seu mundo
com todas as lágrimas caídas
Menina...
chora,
mas chora suas tintas.

Aos meus amigos, um pequeno texto, muito real, verdadeiro, adequado ao meu momento:

"EU NÃO ENTENDO! Por medo da loucura, renunciei à verdade. Minhas idéias são inventadas. Eu não me responsabilizo por elas. O mais engraçado é que nunca aprendi a viver. Eu não sei nada. Só sei ir vivendo.Eu tenho medo do ótimo e do superlativo. Quando começa a ficar muito bom eu ou desconfio ou dou um passo para trás." (Clarice Lispector)

É uma moça de difícil convivência.Mas se não fosse ela,quem tomaria o lugar da ausência?
Que coisa engraçada é a saudade.Não tem alma nem corpo,textura ou odor,mas preenche o lugar de coisas de carne,cheiro e cor.
A saudade é vizinha,vazia,cheia e pobre de amor.
A saudade é tudo só não indolor.

⁠Sempre a esperar por um momento para te amar, assim se arrastam os dias eu aqui vivo cada noite fria sem a sua companhia.
A esperar por aquele abraço, que me aqueça em seus braços, onde as minhas angústias sejam eliminadas pós só assim me sentirei amada.
Esperar por você e como querer, que o tempo posse de pressa para ter Você, e depois que demore para não te tirar de mim.
Esperando o dia chegar onde suas promessas iram se realizar, eu enfim poderei me entregar ao desejo de te amar.
Esperar você se decidir, e de fato seguir um caminho sem volta, ande se liberar e se permitir um novo iniciar, em direção ao meu coração e me deixar te amar.
Ao te esperar, entendi o que e amar pois sei que meu amor e mais for que a dor de não por com você ficar.
Eu vou te esperar, para poder te tocar olhas nos seus olhos e dizer como eu te amo, e sem medo saber que posso viver uma vida inteira com você.
Esperar, é estar aqui e compreender que eu até posso viver sem você, mais escolho querer não ficar e esperar para poder com você estar.

Eu já não consigo lembrar o gosto da sua boca,nem consigo saber como é o toque de suas mãos a deslizar sobre minha nuca,me pergunto se me entreguei de corpo e alma na nossa última vez debaixo da água no chuveiro.
Eu me perdi ao te buscar em meus pensamentos,revirando as migalhas de tempo em que você estava comigo e só pra mim.Eu acreditei infinitamente que no fundo no fundo você me amava ,porque quando me tocava era pra mim a sua prioridade você delirava quando eu chegava ao climax ,eu ouvia você salivar, sua respiração ficava ofegante e seu coração batia descompassadamente.
Esse era o que eu tinha de você o meu momento e acredite eu me sentia única pra você.
Eu lhe vejo hoje a cada dia com uma pessoa diferente e tenho certeza que não achará nada de mim nelas porque eu só existo quando eu estou com você em mim é a entrega total do AMOR verdadeiro interno demonstrado na cama .Mas para nois dois só existe Um destino incerto ...

Inserida por AliceClarice1001

Perdoar : "doar-se por completo".
Sem rédea, arreio, facão. Perdoar é relevar o erro do outro. Escolher reviver. Renascer. Doação.
Olvidar, relaxar, esquecer.
Uma vez perdoado, alforriado. Enterrar o que houve de errado de coração acertado, sem esperar gratidão.
Perdão é o fato encerrado.
Velório do erro, passado.
Ponto final de um fado.
Humilhar é impor gratidão

Inserida por claricejunqueira

Fazer poesia

Urge porque ora ardem. Ardem até serem escritas. Palavras entoam ardidas, tal como Sol do verão.
Há também as que amassam, sem ardor, queimação. Palavras apertadas, tal como nó na gravata. Sufocam, só desafroxam escritas no punho, à mão.
Mas há palavras que urgem sem tocar no coração. Juntas porque rimadas. Repetem tão ensaiadas, tal modinha de verão.
Rimas pobres, outras ricas. Carimbam, viram canção.
Urgem de tal maneira, habitam a cabeceira. As levo por todo instante, praga, saga e refrão. Me rendo, registro a rima.
De fato, nenhuma obra prima. Jamais tive tal pretensão. Mas rima virou poesia, singela, bela guria, quanta gente sonharia alçar tão posição.. Plenitude alcançada, rima ousou ser poema. Ousar ser poema e bom.

Inserida por claricejunqueira

Metalinguagem

Pressinto poema, a rima me invade
Me cerca por cima, abafa a prosa
Martela na alma, me urge e arde.
Escrevo com calma a rima teimosa.

Na cama, pijama, controle, marido
É quando a rima aparece perfeita
Prometo jamais esquecer e repito
Mas é poesia e precisa ser feita

A prosa me ronda tão chique e nobre
A rima invade, covarde, " chinfrim"
Em prosa sou ouro. Rimando sou cobre Rima é poesia que exala de mim







Ml

Não quero a rima
Nem rica nem pobre .
A prosa é ouro, rimando é cobre.


Eu tento a prosa: medrosa, padeço.

Em rima, sou asa.
Se prosa, sou gesso.

C

Inserida por claricejunqueira

Feliz dia das mulheres ao
Que há de mais belo nos mistérios da noite,
Ao que há de mais meigo na luz do dia
Ao que há de mais doce no aroma das flores
À que é e sempre será uma rainha apesar a da
Falta do símbolo de sua realeza.
Não é preciso uma coroa para que seja reconhecida
Tamanha beleza.

Inserida por IzaClarice

Um dia eu já vivi
De suas palavras e seu olhar
Mas se tornaram tão raros que simplesmente
Cansei de esperar.
Não vou mais te procurar,
Mas se quiser me encontrar olhe para trás
Sempre estarei no mesmo lugar.
Você pode não ter notado mas
Me destruiu por dentro com suas palavras
E gestos tão falsos.
Me entristece saber que tudo
Não passou de um teatro
Eu fui tão tola em acreditar que
Alguém realmente pudesse comigo
Sem importar.
Você me iludiu
Disse que tudo ia mudar...
Mas veja só,
Ainda estou por ai a chorar.

Inserida por IzaClarice

Dor Voraz

Tão grande esta dor voraz que me possui.
Senti-lo, ama-lo, tocá-lo...
Soa-me a perfeita solução de meus males.
Inútil!
Quanto mais tento alcançá-lo,
Mais o vil destino afasta-o
Como um som que reverbera
Na amplitude do horizonte,
Como minha dor...
Tão voraz e, ao mesmo tempo,
Tão distante

Inserida por ClariceVivaldinni

Saudade
Não tem começo nem fim, você não sabe quando chega ou quando vai embora, não tem classe social, não tem idade, não tem cheiro, não tem cor, é abstrato, é sentimento, é triste, é amor, amor por algo ou alguém que não é, que já foi, que nunca será, que pode ser ou que é seu, é algo inexplicável e com tantas definições, é infinito, até você encontrar o motivo dela, ai ela acaba, ela some, ela perde todo o sentido, e é transformada em amor, e quando ela não cessa tem dois outros motivos, ou a razão dela esta no céu, ou esse alguém não te pertence, e quando for por isto é necessário a transformação desse sentimento em lembranças, nas boas lembranças.Olhe a saudade sempre pelo lado bom e pelo ruim, pois a saudade mata, a saudade cura, a saudade é pura, a saudade mente, a saudade é sua, minha, é coisa da gente, não se julga pelo tamanho, não se pede, e aí você acaba encontrando um pedaço do seu amor em cada parte de tudo que vê, em cada pedaço do céu e em cada olhar, mas passa, tudo passa, mas não deixe ela tomar conta de você, coloque ela para fora, chore, pois uma hora ela chega ao extremo, aperta o coração, e escorre pelos olhos, e acredite um abraço cura tudo, e esse é um dos antídotos desse sentimento lindo e cruel que chamamos carinhosamente de saudade !

Inserida por FernandaClarice

Memória Afogada


O passado engoliu quase tudo
Não posso nem falar, nem lembrar, nem temer
O passado me roubou a alegria
Não deixou fotos,
Nem histórias ainda por contar
Podia ter roubado minhas lágrimas
e não deixá-las secarem ao sol
e não deixá-las molharem minha alma
Podia ter sido mais condolente
e devolver o que eu perdi
e trazer o que eu amei
Mas deixou apenas a certeza
de que nem tudo se repete
e que a pedra jogada não volta
O passado engoliu quase tudo
Insensível, deixou as lembranças

Inserida por claricepaes

Rezo

Rezo ao Deus que morre
-o Deus enterrado no corpo-
rezo de olhos abertos à dor
rezo de joelhos nos milhos
rezo de pratos vazios
Ao Deus que morre
Somente ao Deus que morre
o vivo não me causa pena
o vivo não me admira
Só o Deus que morre
em dor e alívio
Só o Deus que morre
e nos esquece em sua morte
o Deus enterrado no corpo

Inserida por claricepaes