Carta de uma Futura Mamae

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⁠Fama
A vida é uma dança louca, cheia de passos improvisados. Seu aprendizado, desde a gênese, é desafiador, e seu processo, imprevisível. Há momentos em que cada passo se encaixa perfeitamente e outros em que você se sente um completo desajeitado, sem ritmo para o que é proposto. E então surge a pergunta: qual o propósito?
Uma incógnita, talvez. Mas entre as perguntas, há uma certeza: precisamos buscar algo pelo que viver e seguir em frente, sem permitir que o meio nos influencie a desistir. Afinal, sob qualquer ângulo, em algum momento, seremos indiferentes aos olhos de alguém—mesmo que sejamos excelentes no que fazemos.
Até que, num dia fatídico, você se torna um grande dançarino. Seus movimentos são perfeitos, e isso te leva aos melhores lugares, projetos.E, de repente, aquelas mesmas pessoas que antes olhavam sem interesse agora te notam. Dizem que sempre souberam do seu talento. Chamam seu nome com entusiasmo, como se tivessem estado ao seu lado o tempo todo.
E aí você se pergunta: qual o propósito disso?
O que mudou? Foi você? Ou foi a forma como agora enxergam você?
Talvez, no fim, nunca tenha sido sobre a dança.
Alex souza

Inserida por alex_souza_7

⁠O peso do silêncio

Dizem que nascemos sozinhos e morremos sozinhos. Dizem isso como se fosse uma verdade fria, científica, quase um aviso. E talvez seja. O que ninguém diz, ou talvez finjam não perceber, é que, entre o começo e o fim, a solidão também aparece. E não é aquela que se resolve com companhia, é outra, a que mora dentro.

Chega uma hora em que o tempo desacelera. As visitas ficam mais raras, os telefonemas cessam, e a casa vai ficando grande demais para quem já viveu nela cheia de vida. Os móveis guardam mais memórias do que utilidade, e a alma, essa danada, começa a tropeçar em lembranças que insistem em não morrer.

Sinto-me como um velho pilão esquecido no canto de uma varanda. Já fui força, já fui utilidade, já fui indispensável. Hoje sou história que quase ninguém pergunta, silêncio que quase ninguém ouve.

As mãos tremem, a visão falha, a juventude se foi, mas o que mais dói é o espaço vazio na rotina, como se o mundo seguisse em frente e eu tivesse ficado preso em algum ontem que não volta.

Conto os dias, sim. Não com tristeza, mas com certa dignidade de quem sabe que ainda está aqui. E se ainda posso escrever, lembrar e sentir, então ainda sou. Mesmo que meio apagado, mesmo que decorativo, ainda sou.

E quem ainda é, ainda pode ser. Nem que seja só abrigo para uma saudade, ou um canto sereno onde a vida, mesmo em silêncio, continua a respirar.

Inserida por Itamaratyap

⁠O Sussurro da Alma: O Verdadeiro Caminho para Viver Bem

“Viver é uma arte sem manual. A vida boa não segue fórmulas prontas — é um sussurro íntimo da alma, que só cada um pode ouvir e compreender. Quem busca fora, se perde; quem silencia dentro, se encontra. O verdadeiro caminho não é o que agrada aos olhos ou convence a multidão, mas o que traz paz ao espírito.”

Inserida por sabedoriahistorica

⁠eu cresci ouvindo duas vozes.
uma dizia: abaixe a cabeça.
a outra perguntava: até quando?



no começo, obedeci.
porque ensinaram que ser boa
era o mesmo que não incomodar.
que ser certa
era não querer mais do que te dão.

e eu quis.

quis tudo.

quis entender o que havia em mim
que doía mesmo quando tudo estava calmo.
quis saber se a fé podia existir sem promessa.
se era possível amar sem se oferecer em sacrifício.



foi assim que aprendi a diferença entre culpa e chamado.
culpa grita quando você se escolhe.
chamado sussurra quando você esquece de si.



tem gente que ouve Deus nas igrejas.
eu ouvi dentro de mim.
no dia em que parei de fingir que tava tudo bem.
no dia em que parei de repetir o nome dos outros
como se fosse meu.



não me tornei melhor.
me tornei honesta.
com a raiva.
com o medo.
com a sede de parar de agradar
quem nunca teve fome de mim.



há quem diga que a vida é sobre encontrar paz.
mas ninguém avisa que, às vezes,
a paz é barulhenta.
ela chega quebrando os móveis
onde você guardava a versão que os outros aceitavam.



no fim, eu entendi:
o inferno não são os outros.
é a tua própria voz
cada vez que você se cala pra caber.

e o céu?
o céu talvez seja esse instante exato
em que você decide nunca mais se explicar.



Juliana Umbelino

#Literatura #AmoLer #Leitora #Leitura

Inserida por Umamineira

⁠O que é a verdade?
Uma reflexão filosófica, ideológica, psicológica, antropológica e histórica
Por Leonardo Azevedo
Desde os primórdios do pensamento humano, a verdade tem sido uma das questões mais controversas e fundamentais. Não há um único conceito que a defina, mas múltiplas formas de compreendê-la, que variam segundo a filosofia, a psicologia, a cultura e a história.
Na filosofia clássica, Platão compreendia a verdade como correspondência ao mundo das ideias: eterno, imutável e inteligível, em contraste com o mundo sensível, transitório e ilusório. Aristóteles, por sua vez, estabeleceu a definição tradicional da verdade como adequação entre linguagem e realidade; ou seja, dizer do que é que é, e do que não é que não é.
Com o advento da modernidade, Descartes passou a buscar a verdade como certeza indubitável, fundada na razão e na dúvida metódica. Kant advertiu que a verdade está condicionada pelas estruturas cognitivas do sujeito, sendo o mundo tal como ele é em si (o “númeno”) inacessível em sua forma pura.
No século XIX, Nietzsche rompeu com tais concepções e propôs que a verdade é uma construção simbólica: uma ilusão da qual esquecemos que é ilusão. No século XX, Heidegger aprofundou esse entendimento ao definir a verdade como desvelamento do ser (aletheia), um processo ontológico mais profundo do que a mera lógica formal. Foucault afirmou que a verdade é produzida historicamente por meio dos discursos, sempre vinculada a relações de poder.
Ideologicamente, a verdade é frequentemente instrumentalizada. Para o marxismo, por exemplo, a verdade dominante em uma sociedade reflete os interesses da classe dominante. As ideologias moldam o que se aceita como verdadeiro, muitas vezes mascarando estruturas de opressão sob a forma de dogmas ou consensos aparentemente neutros.
No campo psicológico, a verdade não é, necessariamente, objetiva. Freud concebia o inconsciente como repositório de verdades recalcadas, reveladas de forma indireta nos sintomas, nos lapsos e nos sonhos. Jung compreendia a verdade como algo simbólico, profundamente enraizado no inconsciente coletivo. A psicologia cognitiva contemporânea demonstra que nossa percepção da verdade pode ser distorcida por crenças preexistentes, emoções, memórias falhas e múltiplos vieses cognitivos.
Antropologicamente, a verdade é relativa às culturas. Aquilo que é tido como verdadeiro por um povo pode ser incompreensível ou inaceitável para outro. Mitos, rituais e narrativas expressam verdades simbólicas que transcendem a lógica formal, mas que são fundamentais para sustentar o sentido de pertencimento e coesão social.
Historicamente, a verdade já foi considerada revelada (na Idade Média), racional (no Iluminismo), empírica (na era científica) e, na contemporaneidade, é cada vez mais percebida como fragmentada e disputada. Vivemos em uma era marcada pela chamada “pós-verdade”, na qual emoções e crenças pessoais frequentemente se sobrepõem aos fatos objetivos. As redes sociais, impulsionadas por algoritmos que reforçam convicções individuais, criam bolhas cognitivas onde múltiplas verdades coexistem, mas raramente se confrontam de forma produtiva.
A verdade, portanto, é multifacetada. Pode ser buscada como ideal, manipulada como instrumento de poder, sentida como experiência interior, vivida como expressão cultural e ressignificada conforme o tempo e o contexto. Questioná-la não representa um gesto de niilismo, mas sim uma abertura radical à complexidade da condição humana.

Texto autoral de Leonardo Azevedo.
Siga-me para mais reflexões ou acesse minha coletânea em breve.
Instagram: @drleonardocostaazevedo

Inserida por drleonardoazevedo

Já foi o tempo em que ouvir sua voz era tudo o que eu mais queria.
Ficar esperando uma ligação, uma mensagem sua, era o meu ritual diário.
O coração acelerava a cada notificação… só pra no fim descobrir que não era você.
Você não atendia.
Não respondia.
Não se importava.
Eu te dei prioridade, tempo, sentimento e entrega.
E em troca? Fui tratado como uma vírgula em uma frase que você nunca quis terminar.
Mas o tempo, ah… o tempo ensina.
Hoje eu aprendi a ficar sem ouvir sua voz.
Já não corro mais até o celular esperando algo seu.
Não ligo, não mando mensagem, não espero.
O amor que eu tinha — puro, real, sincero — você jogou num labirinto sem saída.
E me deixou preso em sentimentos que nem eu sabia nomear.
Fiquei confuso, vazio… tentando entender o que você fez com tudo aquilo.
Um dia ouvi uma frase:
“Quem não sabe o que quer, perde o que tem. E no fim, percebe que era tudo o que mais queria.”
Forte, né? Pois é.
Agora você reclama porque me afastei.
Porque não te procuro mais.
Porque parei de lutar por alguém que nunca esteve na guerra comigo.
Mas entenda uma coisa:
Você não deveria perguntar por que eu mudei.
Deveria se perguntar por que você me perdeu.
As escolhas foram suas.
As consequências… também serão.

Inserida por Eu_Coelho

⁠Cosmos das três Américas
sob o Sol da verdade,
Lembro de uma terra que
há muito tempo o seu
choro ninguém escuta
ou se interessa por sua
luta e o quanto sofre,
Tudo isso faz por um
com que pare, ore
e peça que ao Haiti
alguém traga a liberdade
e a paz que alcance com equidade.

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠Deus me livre ser feliz!!!
ser feliz hoje em dia custa caro.
existe uma certa obsessão em produzir lazer,
produzir diversão, pagam um preço alto para ser feliz.
melhore sua saúde mental, felicidade nao esta em produzir,
(tenho que produzir a felicidade).
felicidade esta em ser (ser você mesmo) com dinheiro ou sem dinheiro,
com pessoas ou sem pessoas, com lazer ou sem lazer, ser você mesmo.
melhore sua saúde mental para não precisar mais produzir a tal felicidade.

Inserida por diogobispo

⁠Nem sempre o silêncio é a melhor resposta.
Às vezes, uma verdade dura é libertadora.
O tempo é ingrato quando não se pode voltar atrás para reviver os momentos bons.Mas é fundamental para superar os maus. Saber lidar com ele é uma dádiva que preciso aprender.

Hoje, quero o ontem.
Amanhã? Nem sei.
Mas, por hoje, dói lembrar — e pensa numa dor gostosa de sentir.

É tudo meio confuso, sim. Acho que é assim que sou.

Inserida por RuthyannePrietsch

⁠Há uma luz no fim do túnel,
o túnel da vida.
A cada passo, me aproximo dela,
mesmo que ainda pareça distante.
Cada dia vivido é um dia a menos na caminhada,e logo tudo há de clarear, resplandecer.
Sou limitada, e faltam palavras para descrever o que sinto,mas encontro consolo em saber que Deus é o Alfa e o Ômega,onde não há limites,e um dia retornarei a Ele
para descansar em sua plenitude.

Inserida por RuthyannePrietsch

⁠A bondade é abstrata
Ela não se deixa ver fisicamente
Ela não pode ser tocada
O amor é uma forma linda
É a bondade materializada.

O ser bom pode ser concreto
Bom dia, boa tarde, boa noite
A vida é bela, viva ela, ame.

Hoje vi a bondade e o bom
Selado no caixão
Coberto pelo evangelho
Horizontalmente no chão.

Vi que o bom pode morrer
A bondade vai perecer
O que vem depois?

Valorize quem se importa com você
Se ama FALE, DIGA, GRITE
Não deixe o amor morrer
Ao final, a Bondade e o Bom
Irão renascer dentro de você e de mim.

Inserida por Reitzel

⁠Tentar fazer as pessoas se arrependerem por medo do castigo de Deus é uma marca registrada do FALSO evangelho.

A BONDADE DE DEUS que nos leva ao arrependimento, não é a ameaça echantagem!

Quanto mais eu entendo o tamanho da bondade e do amor de Deus por mim, mais eu me arrependo, por isso Paulo escreve aos corintios: "o Amor de Cristo nos constrange ao ponto da gente parar de viver para nós mesmo e vivermos para agradar a Deus".

Deus quer que a gente o siga por AMOR, não por medo.

Romanos 2.3,4

Inserida por pablohamk

Eu amo

Eu amo a Jesus Cristo e não uma religião! Jesus Cristo está em nível superior a qualquer religião. A religião|é dos homens! Jesus Cristo é do céu. A sua verdade é o evangelho. A verdade dos homens é sempre uma religião. Ele não fundou qualquer religião. Mas disse "Eu Sou o caminho, a verdade e a vida... Ninguém vem ao Pai a não ser por mim... "! E alguém disse " Em nenhum outro nome há Salvação... A não ser no nome de Jesus Cristo “!

Inserida por Helder-DUARTE

⁠Diário público de Aline Caira. 25/ 05/2025

Da sanidade à loucura em segundos. Uma fusão de sentimentos e emoções se entrelaça, dando lugar à loucura e a uma profunda tristeza sufocante. Você vê todas as suas lutas e sofrimentos ali, e a dor se intensifica. Não sabemos mais quem somos; um pedaço de nossa vida foi embora sem ao menos dizer adeus ou avisar. A morte, o amor, os medos e as dores da alma nos dilaceram, mas, contudo, o perdão vem trazendo um pouco de acalento para aquela que, por tantos anos, sofreu calada e em silêncio. Sou viúva de meu amor imperfeito, que só no leito da morte valorizou a família que tinha. Hoje, a dor da não despedida e da injustiça cometida dói e dilacera os órgãos vitais. Meu eterno amor, que me ensinou e me mostrou que não posso ver defeitos onde existem qualidades para a sobrevivência. Sou viúva, mas um elo se funde ao meu amor, que deveria ter sido lindo,mas não foi. Sigo, mas nunca serei a mesma. Eternamente hoje e sempre Eu.

Inserida por AlineCairaG

⁠DE COMER POR STATUS

Demétrio Sena - Magé

Atravessei uma infância muito pobre, tendo que "aprender a gostar" de uma sopa rala; comidas feitas com restos misturados; alimentos não convencionais catados no mato, por necessidade ou fome, sem uso dos temperos - caros, para quem não tem nada - que os tornam "iguarias excêntricas".

Hoje, quando já posso comer o que me apetece ou satisfaz, não quero "ter que aprender a gostar" de escargot, caviar, larvas preparadas por chefs prestigiados e outras nojeiras caras. Variedades que existem mais para mostrar quem é quem do que para satisfazer apetites. Comida não tem virtudes e defeitos que passamos a perceber, como no ser humano. Tem sabor, é bem ou mal preparada. O sabor é bom ou ruim. E se tenho nojo, não fingirei não ter para passar no crivo de um grupo social.

Comer por status não é crível para mim. Nem é incrível. É medíocre. "Aprender a gostar" de comida por ascensão social não compõe minha índole; não tenho projeto nem intenção de mostrar a quem quer que seja, "quem é quem" e de que lado estou nessa ostentação gastronômica fútil; sem propósito nem sentido. Nem poderia, se quisesse, porque não alcancei o status inútil de quem coleciona dinheiro e joga fora o excesso, numa disputa sem fim com quem faz "clicherianamente" o mesmo.

Não quero comer, vestir, morar, consumir, ter ou fazer algo por status. Quero poder vivenciar o que aprecio, sem para tanto, precisar "aprender a gostar". O que é bom e prazeroso é à primeira garfada, ao primeiro gole, ato e utilização. Comida e coisas não "se abrem" ou se revelam aos poucos.

... ... ...

Respeite autorias. É lei

Inserida por demetriosena

Tudo tem um lado positivo.
Nos deparamos em uma situação de se agarrar naquilo que temos e que acreditamos, mesmo que seja mentira.
Tudo tem um lado positivo.⁠
Esse lado positivo é ao nosso favor? Não, isso apenas destrói tudo que sonhamos e sabemos.
Tudo tem um lado positivo.
Se segurar no último resquício de certeza e uma idealização de "vai dar tudo certo" é parte da vida humana.
Tudo tem um lado positivo.
Esse lado positivo não nos serve, não é para nós.

Inserida por bix

⁠Recomeço

É verdade...
Uma hora, a água vai secar
E o leite esfriar, o moinho vai parar
O vento não vai soprar
A ferida vai sarar, os abraços vão se acabar.

Mas, uma hora, tudo isso vai passar
O coração palpitar, o leite esquentar
O vento vai voltar, os abraços, recomeçar
E a ferida?
Essa ninguém quer saber,
Deixa pra lá...

Uma hora, o que era importante
Nada mais será;
Uma hora, o seu beijo falta não fará
Um sorriso acabará, mas outro nascerá...

Uma hora, tudo cansa, você descansa
E, logo, tão novamente,
Cansará, mesmo cansado
Assim é o coração,
Ora cansa
Ora está apaixonado...

Inserida por HAMILTONRONISON

⁠Larguei o ego, expulsei o narcisismo
Deixei a tristeza na sarjeta com uma farra da própria angústia
Desfiz-me das fantasias e ilusões passageiras desta vida e do peso que carregava nas malas; libertei-me assim como dos vícios que me prendiam a um desejo insaciável que nunca saciei
Libertei-me das toxicidades que sorriam e diziam ser companhia e agora sou livre, vejo-as de longe, elas não me aprisionam mais
Não vivo nas sombras; agora tenho a luz que nutre minha consciência e meus pensamentos me permitem refletir racionalmente
Posso questionar e opor-me livremente ao que não me prende mais.

Inserida por marcio_henrique_melo

⁠O Encantamento

A princípio, ele pensou que ela fosse Ariadne — uma ninfa perdida entre os mitos e as constelações. Pensou que sua mente fosse um milagre oculto dos deuses, uma peça rara entre os destroços do caos. Via nela o brilho do improvável, como se cada gesto carregasse um segredo antigo.

Mas com o passar dos dias, ela foi se revelando... comum.
Pessoa binária — presa na contemplação medíocre entre o sim e o não, entre o bem e o mal. Uma alma regida por manuais. Uma mulher como tantas.

E ainda assim, ele a desejava.

Não por aquilo que ela era, mas por aquilo que ele imaginava que poderia ser, se ela aceitasse se lançar com ele ao vazio. Ele queria a vertigem. Queria sair do chão com ela, voar — não sobre nuvens, mas sobre abismos. Queria perder-se e, no fundo da queda, encontrá-la.

Ele era um homem subterrâneo.
Habitava no silêncio, na contramão do tempo. Carregava na alma uma solidão antiga, quase mineral. Tinha feito do abismo seu ateliê, seu altar e sua casa. E nela enxergava a possibilidade de dança, de salvação, de ruína bela.

Queria levá-la para esse mundo, onde a arte não tem preço e os gestos não pedem permissão. Queria que ela ouvisse o som da vertigem, o canto obscuro que move os artistas quando amam.

Mas ela tinha sonhos —
Sonhos com raízes, não com asas.
Queria se casar, ter filhos, construir uma casa com varanda e cortinas. Queria um homem estável, domingos tranquilos e filhos com nomes decididos muito antes de nascerem.

— E se não houver futuro? — ele perguntou, numa madrugada em que ela falava de imóveis e certidões.
— Então a gente inventa um — ela disse, sorrindo como quem jamais compreendeu a pergunta.

Ela não o entendia.
Achava bonito o que ele dizia, como quem acha bonita a chuva ou a música triste — mas não desejava se molhar, nem chorar.

Ele queria que ela rasgasse o destino e ardessse com ele num fogo sem nome. Mas ela dizia:
— Você precisa crescer.
E ele sentia que era exatamente o oposto: precisava desaprender.

No fim, ela partiu.
E ele ficou — com a ausência dela, com a vertigem não vivida, e com a verdade que o tempo traz como um veneno lento:
não era ela quem havia sido pequena —
era ele quem havia sonhado grande demais.

Inserida por EvandoCarmo

Solidão não é escolha, é reflexo.

A solidão não foi uma escolha.
Ela veio.
Veio depois de várias quedas,
decepções que calejam mais do que a gente mostra.
Não foi uma decisão consciente,
foi defesa.
Foi instinto de quem cansou de se machucar tentando pertencer.

Parece escolha, eu sei.
Mas por trás dela tem medo.
Medo de ser rejeitado.
Medo de entregar tudo e receber o vazio.
Medo de nunca ser feliz de verdade.

Solidão não é estar só.
É estar com muitos e, mesmo assim, se sentir ausente.
É rir no grupo e, por dentro,implorar por silêncio.
É desejar companhia,
e no segundo seguinte,
querer sumir.

Você entende?
Já sentiu isso?
Sentir tudo… e ninguém notar.
Querer fugir, mas torcer pra alguém vir atrás.

Tive amigos.
Perdi amigos.
Fiz tudo,juro.
E mesmo assim, fui deixada de lado.
Me joguei no amor porque o “meio-termo” nunca existiu pra mim.
Amei como quem não sabe amar pouco.
E ainda assim… fui partida de novo.

A vida é esse ciclo estranho:
cair, levantar, tentar outra vez.
E cada vez dói. Dói diferente, mas dói.

A gente espera, né?
Espera sentir de novo.
Espera ser vista, ser ouvida, ser acolhida.
Espera que, dessa vez, o final seja outro.

Talvez…
Talvez agora seja a minha vez.
De me amar primeiro.
De ser por mim.
De entender que o agora é tudo o que tenho.

Sonhar é bonito, sim.
Mas me olhar no espelho e saber que mereço mais,isso muda tudo.


By Priscilla Reis

Inserida por priscilla_reis_1

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