Carta a um Amigo Detento

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Cada Um De Nós

Cada um tem sua história
Pra contar
E seus motivos
Pra sorrir ou chorar,
Cada um sabe da dor
Onde sente
E seus motivos
Pra lutar
E seguir em frente

Cada um sabe a força que tem
E o medo preciso
Confuso que vem,
Cada um conhece o seu paraíso
E o teu sacrifício também
Cada olhar,
Cada gesto que vem
A se esconder tanta mágoa
Por um certo alguém

Cada um sabe guardar
O que sente
Escondendo o que não aguenta,
Sorrindo quando deve chorar
E tocando o seu barco pra frente

Cada um carrega uma certa ilusão
E pelo caminho alguma confusão
Porque caminhar nunca foi fácil,
Pra quem é perdido no mundo
Sozinho e sem direção

Cada um conhece
Tão pouco da vida
E quando o dia amanhece
Viver já é quase despedida.

Inserida por valdenirdelimaolivei

O Trágico Destino De Um Menino

O sonho foi interrompido
No final daquela tarde
Quando o caminho da escola
De volta te trazia pra casa,
Na travessia
Daquele asfalto quente
Ele já meio apressado
Querendo chegar na frente,
Correu como quis correr
Brincou pela ultima vez
Porque destino não se pressente
Pode ser daqui um mês
Também pode ser de repente,
Mas inesperado foi aquele motor
Que veio maluco em sua direção,
Veloz e tão valente
Todo sonho ele abortor
Dilacerando o coração da gente
Como se arrancasse com a mão

Quando ele se foi
E aqui nos deixou
Aquela tarde se perdeu
Na saudade que restou
E no abraço que não deu,
Fim de tarde virou noite
Num instante escureceu
A sua lembrança era como açoite E ao lembrar daquela amizade
Água nos olhos se escorreu,
Foi enxorrada na cidade
Tudo que é sentimento cresceu
Ao lembrar da sua idade
A gente sempre se perguntava
Porque tão cedo você morreu
Se até ontem a gente brincava

Naquela tarde
Foram tantas as perguntas
E até hoje sem resposta
Sentimento que vem e invade
Como vendaval nas plantas
E um frio congelando as costas.

Inserida por valdenirdelimaolivei

Era Uma Vez

Era uma vez um presente
Bem parecido com o passado
Ele tinha uma cara de gente
E hoje tem andado meio disfarçado,
Mostrando quem realmente é
E fazendo o que realmente quer
Colocando o seu futuro na frente
E o nosso pra quando Deus quiser

Era uma vez um fulano de tal
Que até ontem falava d'ocê
Ele preferia abraçar o Diabo
Do que um dia te deixar vencer
Mas foi o primeiro a entrar
E sentar na cadeira da frente
Como se a vida inteira fosse de lá
E pela gelosia escancarase
O que sente,
Fingindo-se de sujeito leal
Mas escorregadio do que quiabo
No fundo sujeito valente
Tipo bicho peçonhento
Nas águas do pantanal

Era uma vez uma multidão
Esperando o mínimo de respeito
Foi quando ressuscitou
A velha cadeira do dragão
Pra se receber faca no peito
E depois cara no chão,
Ditadura amarga voltou
E honestidade virou defeito
Pra qualquer um latagão
Que se comporta desse jeito

Era uma vez o que se partir
E poucas vezes o que se chorar
Mas você quis iludir
E a nossa confiança quebrar
Agora sem saber pra onde ir
Vejo tudo se acabar
Esperança é pra resistir
E um dia ainda mudo de lugar
Quero ver tudo emergir
E a sua falsidade delirar

Era uma vez
Uma mulher de sicrano
Que casou se com o filho de beltrano
Não souberam lhe dar com o engano
E agora querem mais do que precisam
Como se fosse ficar debaixo do pano
Se na cara da gente todo dia eles pisam
Mostrando o seu verdadeiro arcano
E a nós todos eles paralisam
Como se fossemos de ferro
E aguentasse entrar pelo cano

Era uma vez uma tal de união
Que ficou lá atrás na boca do Santo,
Todo dia ele acenava uma mão
E hoje qual não é o meu espanto
Vê que esse braço esconde uma mão
E pede que eu vá procurar outro canto,

Era uma vez uma tal de mudança
Que cheguei até acreditar nela
Olhei pro lado e vi bem quem balança,
E a pessoa que hoje estar aqui
Vejo que não é mais aquela
Hoje eu só vejo a lambança
Principalmente de quem não lutou
E hoje estar nela

Era uma vez uma tal de felicidade
Que já morreu no seu primeiro ano de idade,
Vejo que pra esse mal não têm remédio
Porque se fala a verdade
Te jogam de cima do prédio
É carma que não têm cura
Como um "boto" que alimenta seu tédio
Salva é a criatura
Que um dia nasceu teu parente
Atracado à sua cintura
E armado até o dente

Era uma vez uma pessoa
Que cantava a liberdade
Pra rei só faltava a coroa
E hoje eu só vejo banalidade
Uma espécie de proa
No olhar perdido da cidade

Era uma vez uma verdade
Convertida a seu interesse
Deu um chute na humanidade
E coisa séria virou quermesse
Aparece ai dignidade
Quero ver se você reconhece
Nós como membro ainda
Fazendo parte da sua trindade

Era uma vez um compromisso
Uma sede de justiça
Hoje eu e você se tornou um abismo,
Uma amostra da preguiça
Porque boa vontade foi se embora
E só restou o seu capricho
Não sei se é por prazer
Ou feitiço
Só sei que assim nos pede que chora
E eu já não sei o que fazer
Se eu fico ou vou embora
Ou deixo de viver

Era uma vez um parente
Um rio correndo bem devagar
Parecendo parado quase ausente
Mas eu sei muito bem
Onde ele queria chegar
Com sua cara de amargar
Fingindo-se de inocente
Como quem muda de lugar
Levando seus bichos também

Era uma vez uma decepção
Que contrariou o sonho da gente
Demos o nosso coração
E ele foi engolido pela serpente
Como quem abusa de paixão
E amanhã vomita
E esquece da gente.

Inserida por valdenirdelimaolivei

A Despedida

O que é feito da vida
O que é feito de nós dois
Somos um beco sem saida
Sem nenhum elo pra depois
Somos cartas sobre a mesma
Nessa explícita despedida
Que corrói e corrompem ainda
O que sobra do que viveu
Muita coisa que se finda
Muito sonho que morreu

O que é feito da vida
O que é feito de nós dois
Muita mágoa fez ferida
E agora o que vêm depois
Um choro exausto
Com sua partida
Como um susto
Ou uma dor maldita

Nesse dia muito som fez barulho
Até o sol foi mais quente
Não sei se era só paixão
Mas o amor tava à frente
Ele é quem abriu o portão
Quando tudo se acabou
Porque amar dá liberdade
E não sufoca o coração
Quando tudo ficou ausente
Ainda sobrava compaixão
Com os olhos cheios de verdade
Armados até o dente

O que é feito da vida
O que é feito de nós dois
Embriagado e iludido
É assim hoje, amanhã e depois.

Inserida por valdenirdelimaolivei

Procuro um amor
Que desalinhe nossos lençóis...
Que entrelace nossos dedos de tal forma, que nossos corpos ardam de desejo...
Que seu silêncio seja respeitado como o prenúncio de uma bela canção, ao falar...
Que seus carinhos e desejos mais singelos sejam os mais belos...
E que, para completar a perfeição do ser, que me ofereça um largo sorriso, acompanhado de flores do campo...
Cultivadas em seu coração... (Ricardo Barros)

Inserida por Ricardoacbarros

A cada dia que passa, a vida tem me mostrado o mundo feito de realidade, um mundo que não é feito de afeto, carinho e sentimentos... Mais sim um mundo de pessoas que lutam pelos seus interesses a tal ponto de prejudicar a vida alheira para garantir o próprio sucesso...
Esse é o mundo em que vivemos, quando acreditamos nas palavras linda com jeito de poesia das pessoas, palavras podem até ser bonitas e comovente, mais não é e nunca vai ser o suficiente para fazer alguém feliz, alguém ouço palavras bonitas, minha mente da gargalhadas da falsidade das pessoas, pois é no orgulho e nas mentiras das pessoas que eu encontro a certeza dentro de mim... enquanto tenta ser falso, finge que esta dizendo a verdade, eu sou mais falso ainda e finjo que acredito.
Nesse mundo, se não fizemos por nós mesmo, ninguém fará!
A vida pode nos fazer muito mais felizes se nós deixar que procurar essa tal de felicidade e viver a cada dia intensamente, ser feliz não é ter e sim ser, poder olhar pro céu azul e dizer que é feliz.

Inserida por JoabRamiro

A CADA DIA QUE VIVEMOS
Marcial Salaverry

A cada dia que vivemos,
viver mais um dia queremos,
esse é o desejo que sempre temos...
Queremos sempre felicidade,
e sempre temos oportunidade
de encontrar de tudo um pouco
neste mundo louco...
Gente que quer te amar,
e muito prazer te dar...
Gente que quer te chatear,
e só deseja a vida atrapalhar...
De tudo encontramos,
mas felicidade é o que anelamos...
E assim vamos vivendo a vida,
como ela deve ser vivida,
com a alegria e felicidade devida,
pelo tempo que tivermos de vida...

Marcial Salaverry

Inserida por Marcial1Salaverry

"Amor um presente divino".

O Amor não se compra, não se acha em qualquer lugar, não se troca, nem se negocia.

O Amor é fiel, honesto, puro, perfeito e insubstituível.

O Amor não separa ele junta, o Amor não se corrompe, não se quebra, não tem fingimento, não tem malícia nem maldade.

O Amor nos alegra, nos inspira, nos ensina, nos conforta, nos cura e também nos liberta.

O Amor é amigo, companheiro, cincero, verdadeiro, nobre, forte e eterno.

O verdadeiro Amor nunca se desgasta quanto mais se dá mais se tem.

Amor que se leva... amor que se entrega... Amor que não se espera... Amor que se supera... Amor que nos completa.

O Amor é um presente divino que não tem devolução.

Bom dia e maravilhoso final de semana a todos.

Inserida por DecoOliveira

Um haicai na poesia...
(Nilo Ribeiro)

Ferida não fecha,
ferida não cura,
coitado do poeta,
perdeu a ternura

já não escreve,
não faz poesia,
não é mais alegre,
nada ele cria

contra o íntimo ele luta,
não sabe quem alimentar,
é uma triste disputa,
entre o ódio e o amar

sem paz,
em guerra,
o audaz
se entrega

só lhe resta um haicai,
com ele o poeta se esvai

"ferida não cura,
ferida não fecha,
adeus poeta"...

Inserida por NILOCRIBEIRO

A Caridade de Um Amor Capaz

Quantos muitos de ti se dará pra alguém?
Erguem-se as mãos, pondo teu coração,
Na troca dos vazios, comina canção,
Pra voz da miséria que cessa... Amém!

De quanto nó teu peito desfaz e expurga?
Solidária à vontade, por amor... Ajuda!
Traça beira união que sempre comunga
Em feitos d’alma, transborda e inunda.

Busca repartida da dor que corta e sai,
De névoa em cor, partícula, libera e vai
Para o mundo juntar pros bons que faz.

E quanto da união à bondade aponta,
Hostil e egoísmo por cair se encurta,
E lança a caridade de um amor capaz.

Inserida por GilBuena

Sobre perdas e danos

Nem tudo são perdas, nem tudo são danos
Mas entre um e outro
Sempre perdemos um pedacinho do coração
Às vezes também aprendemos, então
Se aprendemos,
Nada foi em vão
Desde que não tenhamos deixado
De demonstrar afeto e bom trato
Porque de tudo que perdemos
Ficam os danos e os ganhos
De tudo que aprendemos

Inserida por vivi_da_silva

Professor Inspira a dor

Que tipo de professor você tem sido?
Um mero orador eloquente?
Um belo vivente
Que repassa conhecimento aos seus pupilos?
Um artista,
Palhaço,
Malabarista,
Psicólogo,
Humano,
Amigo,
Excêntrico...?
Um professor pardal ou um aloprado?
Um verdadeiro sonhador
Que inspira
Que gera
Que reflete do âmago
O que há de melhor no ser humano?
Você faz a diferença,
Ou apenas abaixa a cabeça
E lê a cartilha
Sem nem ao menos prestar atenção
À reação dos seus alunos exaustos?
Ignoras os questionamentos,
Porque “vamos ver isso lá adiante” ...
Não obstante,
Você é cheio de teorias
Ou é daqueles que demonstra
A eficácia das suas próprias magias?
O professor competente,
Ou o louco coerente?
Você já parou pra pensar?
Já refletiu?
Já desistiu?
Daqueles velhos métodos arcaicos,
Daqueles exercícios débeis,
Daquelas discussões inférteis?
Você já insistiu
Num daqueles casos perdidos,
Que bem lá adiante
Num dia qualquer ficou sabendo,
Meio que sem querer,
Que tornou-se um homem bem sucedido?
Você já recebeu a visita de um aluno antigo
Que passou só pra te dar um oi
Um abraço, amigo
E agradecer pelo que você foi pra ele?
E você nem lembrou o nome dele!
Que tipo de professor você é?
Daqueles a serem lembrados,
Ou dos montes a serem esquecidos?
O que não quero?
Não quero a dor da desistência,
A dor da decadência,
A dor da incompetência!
Eu só quero que meus alunos levem de mim
Aquilo que lhes inspire a vida!

(Viviane Dona da Silva)
14 de agosto de 2014

Inserida por vivi_da_silva

Sempre em um coração a esperança nasce, talvez o amor não dure, mas sempre existirá a senhora esperança e mesmo que os nosso caminhos se percam na bela estrada da vida, mesmo assim você sempre vai morar em meu coração.
Porque me fez lembrar que ainda tenho a senhora esperança dentro do meu coração a me guiar e a me deixar viver novamente pensando em um dia viver um amor verdadeiro e quem sabe ser meu amor eterno.

Inserida por romanticarosana

Se Certeza eu Tivesse

Se eu certeza tivesse que as coisas iriam
correr para um outro rumo.
Se certeza eu tivesse que tudo por nós sonhado,
escrito não estava do outro lado.
Os caminhos foram mudados e os destinos, de um
e de outro, simplesmente foram transformados.

Assim é a vida.
Tudo que fora premeditado, por motivos outros
não aconteceu.
Talvez assim estivesse escrito para acontecer,
as juras feitas por nós, jamais acontecerão,mas o
pensamento guarda o que quis um dia, e os sonhos
vividos, vão ficar guardados dentro do coração.

Roldão Aires

Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E

Inserida por RoldaoAires

Sem mimimi

Queria um encontro com você
Me perder em seu sorriso lindo
Viver um amor blindado
Ter sua gentileza acariciando minha alma
Me aconchegar na sua calma

Na noite rotineira
Sob a luz do luar
Com vinho brindar
Correr pro mar, flutuar, se jogar
As ondas compondo melodia pra você cantar

Ah como é bom sonhar
Talvez um dia o sonho vire realidade
E o virtual se torne felicidade
Sem mimimi, sem complicação
Pra nós as coisas boas do coração

O amor é minha única certeza
Espero na promessa
E que a vontade do pai prevaleça
Grave em nós o sim
Princípio sem fim

Uma história bonita pra viver
Um acaso que sempre esteve nos planos de Deus
Realização dos sonhos meus
Sonho que hoje tem um rosto
Café com leite... Nosso gosto

Inserida por silviamariia

Um poema por dia
uma história desmedida
para contar sobre o que sinto em minha vida.

Um poema por dia
assim minha alma aflita
explica cada sentimento desse coração que palpita.

Um poema por dia
nessa mente que a alma entende
inspiração existente,
a imaginação sempre cria
sobre essa vida que surpreende, poesia.

Inserida por DhioneTito

Todas as vezes que destruíram meus sonhos, eu os refiz. Um por um. Costurei todas as partes, colei todos os cacos, pintei todas as lacunas, até que, contente, os vi refeitos.
E quando não foram os meus sonhos, mas eu a ser diminuída. Sangrei minhas dores, chorei minhas feridas, mas cuidei de cada uma delas para, depois de tudo, me ver ainda mais forte.
Pois, não sou de vidro, para me quebrar e morrer no piso da desesperança. Não sou de pano para que me façam de trapo e pano de chão. Não sou de ferro, para virar faca e espeto.
Eu sou de carne. Sou de carne, osso e sentimento. E chorei por dentro todos os gritos que me forçaram os ouvidos. Estremeci pelas acusações grosseiras. Pela falta de amor. Mas não caí, pois não sou castelo de cartas que se desfaz com um sopro, tão pouco um de areia que pode ser estupidamente pisoteado.
Tenho paciência de sobra, mas o tempo me ensinou que é melhor tomar distância de quem não me estima.
Sigo então meu caminho, reconstruindo meus alicerces em outros cantos. Cantos gentis nos quais borboletas não apenas voam, mas dançam.
Não tenho mais medo de buscar no mundo novos caminhos. Não tenho mais medo de me fazer bonita e soltar meu coração, como quem solta um cão encoleirado, em um grande parque repleto de flores lindas e selvagens.
E quando permito que meu coração corra de um lado para o outro, animado e exultante, esqueço das coisas ruins e sigo em frente.
Se me gritam ao longe, como quem grita uma blasfêmia. Faço que não é comigo. Não dou mais bola para quem ofende. Quero distância dos que gostam de ser os donos da verdade. Não quero ser dona de nada, nem de ninguém. Fui despertada de um sonho por um príncipe que saiu para comprar cigarros e não voltou. Os contos de fada não me cabem mais.
Por favor, não me chamem de princesa. Eu cresci. Virei rainha de mim. Não vivo mais nesse reino no qual um rei profano perambula na barriga das pessoas. Não quero ter razão. Quero ter paz para viver tudo que sou.

Inserida por GiselliWeller

Minha Menina

Você é a minha boneca,
um encanto lindo que se quer,
todas as manhãs.
A mulher doce e encantadora, que
à noite nos domina, e nos torna
um boneco em suas mãos.
Você é o sonho, que se quer ter, é o começo
o meio e o fim da existência que se quer, viver.

Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E

Inserida por RoldaoAires

São tantas situações
Muitas confusões
Muitos desafetos
São um turbilhão de adversidade
Muitos precipícios
Consequência é a metade
Nesse mundo ogro, a raridade é um repouso.
Não complique tanto o mundo, deixe-o se alinhar.
Covardia a milhares, não é o teatro é apenas a realidade

Inserida por ilayalenessa_reboucas

Um dia no Sistema Penitenciário – um olhar sobre a situação carcerária no Brasil

Recentemente tive a oportunidade, como aluno de Direito e jornalista, de conhecer de perto como é a vida por detrás das grades. A visita foi aqui em uma das unidades penitenciárias de Salvador. Não vou me ater aos procedimentos que me levaram a fazer isso, nem aos detalhes do lugar em si (por mais que isso seja relevante), mas somente nos fatos, na observação e nos impactos que isso, de certa maneira, me causou. Foi como se, de alguma forma, pudesse me embrenhar nos intestinos, sobretudo nas regiões mais eivadas de nossa sociedade. Acho que todo cidadão, enquanto parte de uma sociedade organizada deveria ter a iniciativa de visitar a sua própria concavidade.

De longe, parece ficção. Mas de perto, a realidade é repugnante, catastrófica, quase perdida. Pouco se vê de esperança ali naquele ambiente marginal e selvagem. Há um misto de questionamentos e certezas que logo se exalam na impotência de sermos quem somos, de produzir o que estamos produzindo, ao ignorarmos - como sociedade - um fato social que simplesmente pode vir a ser uma avalanche que pode – e deve – nos engolir a qualquer momento. É como uma chaga mortal, escondida por debaixo de nossos mais belos trajes.

Dizer que é isso mesmo, que não estamos nem aí, que tudo é uma questão de escolhas, ou, em uma visão mais invasiva, do quanto pior o sofrimento daqueles seres, melhor para a sociedade é fechar os olhos para uma realidade que a gente sabe que existe, mas que nunca estaremos dispostos a mudar, simplesmente pela questão do justiçamento (que é muito diferente de justiça). Ainda carregamos essa visão, internalizada pelos programas televisivos, que o criminoso para se recuperar precisa sofrer na própria pele a violência de seu crime. Ou que se matássemos todos que ali estivessem, o exemplo desse ato já seria o bastante para inibir um pretenso ato criminoso. Porém, o que não conseguimos refletir é que isso sempre aconteceu aqui no Brasil. As prisões estão dominadas por facções criminosas que produzem consequências devastadoras, seja para o Estado ou para o próprio preso, seja para a sociedade na manutenção desse sistema, que por sua vez, absorve isso e devolve com instintos discriminatórios, reduzindo assim a oportunidade na questão da ressocialização.

E, no meu modo de pensar, é justamente aí a raiz de todo o mal. Se analisarmos pelo lado social, não é preciso ir muito longe para enxergarmos qual a cor que enfeita as prisões e a que tipo de classe social essas pessoas pertencem. Indiscutivelmente, a grande maioria é negra, sem escolaridade e moradoras de bairros periféricos, onde não há orientação ou base educacional.

Desde muito cedo, essas pessoas, seduzidas por uma vida de criminalidade, onde as condições são mais favoráveis, aprendem que viver a margem da lei é talvez a única oportunidade de vida. São esses indivíduos que superlotam o Sistema Penitenciário. Não carregam em si uma importância que estimulem, enquanto cidadão, uma estrutura melhor para o cumprimento de sua pena com eficiência. Sendo assim, o ato da dignidade humana muitas vezes é violado e esse sujeito volta para as ruas (ainda muito mais imoderado do que entrou).

Não é preciso ser especialista para perceber que do jeito que está é impossível a recuperação de qualquer que seja o indivíduo. O modelo está saturado, desestruturado, completamente ultrapassado. Não há investimentos, nem interesse do poder público na questão da recuperação humana. Não há uma política séria nesse sentido, apesar de que muito dinheiro é despejado sobre os telhados do sistema. Simplesmente esses indivíduos são lançados dentro desse cubículo e o Estado apenas mantém o controle parcial de tudo, enquanto o sistema corrói como um câncer os orifícios inóspitos de nossa sociedade.

É preciso rasgarmos os tecidos que encobrem as nossas mazelas e buscarmos outras alternativas que possam aliviar essa trágica condição. Temos sim que punir. Se cometeu ilegalidade tem que ser responsabilizado por isso - com todo o rigor da lei, inclusive. Mas, como disse anteriormente é preciso oferecer uma estrutura adequada para que esse indivíduo possa cumprir com dignidade a sua dívida com o Estado, com a sociedade e com a justiça.

Inserida por leandroflores

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