Carne
Imundo escravo da carne, homem de pouca fé, repudio suas ações até o último dia de minha vida — mas como repudiar a mim mesmo?
No Calor da tentação, a consciência fica cega, a carne entra em ebulição e o bom senso esvanece!
Só vence quem decide fugir!
Você rezou para a deusa. Não come carne bovina há décadas. Quantas vacas foram salvas por sua causa? Não vai morrer tão fácil. Confie em mim.
A espada não cortava apenas carne — mas também a ignorância. Era um traço de luz em meio ao nevoeiro da mentira.
Aceita que você não é só carne, mas nós também somos carne, então é natural sentirmos as necessidades da carne...
Satisfazer os desejos da carne nós torna livres para foca no que é necessário com a devida tranquilidade.
No chão da desventura, caiu sem querer,
Herança de um rei, mas sem trono a deter.
Ferido na carne, porém forte em espírito,
Resiliente na dor, um exemplo infinito.
Na humildade achou sua grandeza,
Na fraqueza, Deus mostrou destreza.
Não era o poder que fazia seu ser,
Mas sim a nobreza em seu proceder.
O favor o alcançou sem esperar,
Graça imerecida o fez levantar.
À mesa do rei, um lugar garantido,
Pois até o pequeno é reconhecido.
E assim se prova, sem hesitar:
Até o menor tem seu lugar.
Incansavelmente sua alma toca a minha;
Elas se tocam todas as madrugadas;
Enquanto a carne grita de saudade;
As nossas almas trepam.
Espinhos na carne
Correntes na alma
Qual dói mais?
Qual mais tira sua calma?
Nunca ser tu próprio
Nunca viver
Nunca ter nascido
Mas nunca morrer
Qual o sentido
De respirar num corpo
Que a tu não pertence
É ser um morto
Quem ama prende?
Prender não é amor
Prender é medo
Quem prende não entende
Me manter uma folha em branco
Para ser dobrada e descartada
Atirados os pedaços ao vento
Eu tento
Mas quem devia apoiar destrói
O que devia edificar, corrói
O que devia alegrar, só dói
Não choro, não grito
Não digo, só sinto
Palavras não saem
Não entra-me o fôlego
Luzes caem
Não conto, só minto
Minto a mim mesmo quem sou
Escrever é mastigar a própria carne e servi para o outro, (redigir é assim) enquanto o leitor palita os dentes, o escritor remói o osso.
João 1.14: E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós (...).
Existe uma diferença entre a Palavra Encarnada (Logos) e a palavra encadernada (letra). O entendimento chega quando se ouve a palavra da Palavra.
Trai sempre, não porque a carne é fraca, mas porque a confiança é forte. Confiança de que você sempre vai perdoar e aceitar de volta...
Eu te dei um coração de carne.
Você não tem mais um coração de pedra. Agora você pode me adora com seus lábios, pois eles falam do que há em seu coração:
O meu amor.
Criatura perfeita só o diabo;
o único que te quer de verdade,
em carne e alma,
só não espere compaixão.
"Toca meu cabelo como quem
tira um véu.
Marca minha carne como se
fosse brasa.
Sou excesso naquilo que me transborda, e você, meu amor,
é a gota que falta para iniciar a enchente.
Tenho lábios que anseiam beijar estrelas,
sua boca é minha constelação favorita.
É nesse céu da boca que preciso viajar."
