Calor
Soneto do cerrado abafado
Quem ateou este sedento chão do sertão
Nesta aridez que nunca mais se apaga?
E para que o planalto com está sua saga
De severo tempo, de sede, de sequidão?
Quem pintou em tom de cinza, desolação
Sentido na toada, de tonalidades pesadas
Num pôr do sol no horizonte vermelhadas
Amarrotando a vereda em ardida vastidão
E, o vento abrasado, e a vegetação aflita
Sol a pino, nuvens no céu que desbotou
Aquentando o verso com cálida pulsação
Quanto calor, e o craquelado na escrita
Um empoeirado que da terra desgarrou
Abafando o cerrado com agre sensação.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22 setembro, 2023, 12’12” – Araguari, MG
Onda de calor - (no cerrado)
No cerrado, o sol referve, em fulgor ardente
As copas dos pequis, na nuance estorricada
Tortos galhos nus. E a planície descalvada
Escaldado sertão, pela, a sensação da gente
Não há sombra, poeirento chão, céu luzente
Desmaiado vento e, o mormaço pela estrada
Buritis de braços abertos, geme, dita fadada
Súplice quentura, o purgatório sofregamente
E, inflamado, sussurrante, e tão inconstante
Ofega, quase sem querer, sem ter vontade
Para enfrentar, bravamente, o dia torturante
No prado corre o suor, ressumado, tom maior
E nesta verdade um rogo suplicante, piedade!
O cerrado, encalorado, arde na onda de calor.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24 setembro, 2023, 16’54” – Araguari, MG
Fazia tanto calor que as sombras se ocultavam debaixo da barriga dos cavalos e da copa das árvores.
Seria inútil pensar que o amor é igual à chuva? Sua tensidade é imprevisível, seja quente ou frio. Loucura seria não gostar da chuva e observa até onde vai e de onde vem, sentir seus respingos no calor do rosto.
Meu olhar fitou o teu
enquanto a ponta dos meus dedos
passeavam pelo teu corpo nu.
Minhas mãos envolveram teu cabelo
enquanto minha língua deslizava em teu pescoço.
Teu corpo colado ao meu
se aquece com meu calor.
Teus lábios de mel tocaram os meus
enquanto minhas mãos se encaixavam em tua cintura.
E assim, nos envolvemos em uma chama de amor.
Para sentir o calor do amor,com quentes beijos,
aquecem-se corpo e alma, vivendo o calor do amor...
Um bom ensaio para o Dia dos Namorados, principalmente
para os (e)ternos namorados...
SENTINDO O CALOR DO AMOR
Marcial Salaverry
Abraços recebem com calor,
ouvidos ouvem doces juras de amor...
Corações emocionados,
batem juntos, descompassados...
Não haverá mais solidão
na alma, no coração...
Não se resiste ao doce apelo,
de quem chama com desvelo...
É o chamado do amor à alma,
o amor que as ânsias acalma...
E tem como resistir
a tão doce apelo?
Nunca mais solidão,
calando um solitário coração...
Noites antes vazias,
são agora preenchidas
de total amor encontrado...
Coração vibra emocionado,
alma que se entrega sem hesitar,
aninham-se entre os braços,
que esperam ardentes abraços...
Marcial Salaverry
Santos 12/06/2004
Calor
Seu corpo tem um calor… que aquece o meu.
Quando nos encontrarmos
Explode a emoção de um louco desejo que não tem explicação
Mas para que explicação?
O importante é viver cada minuto dessa linda paixão.
Queima como brasas tocando a fina pele, tornando aquilo que era, em nada. Desmanchando tudo que foi construído, quase que como um rio de lava apagando todo rastro de vida pelo caminho. Labaredas ardentes que sufocam, numa combustão avassaladora de puro calor e ruínas.
És a fonte do ardor que vem no peito, trazendo a dor em seu efeito. Já prepara-me eterno leito.
Sensual Olhar
Vejo os teus olhos ao meu lado
olhando o infinito do nosso mundo,
cheio de caminhos, todos conduzindo
a um amor sem fim.
Vejo os teus olhos perdidos de amor
olhando para mim .
Mansos tranquilos serenos, esses
olhos que não são pequenos, mas grandes
e quentes na expressão, no calor que
debruçam sobre a gente.
São luzes, de cores calmas vindas da alma
revestidas de um carinho quente que aquesce
os nossos sentidos por inteiro .
Como uma manta, teu corpo leve e suave sobre
o meu estendido é carícia gostosa , que a mim todo
arrepia e um sensual calor, traz ao coração.
Roldao Aires
Membro Honorário da Academia Cabista. ACLAC
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Acadêmico Acilbras - Roldão Aires
Cadeira 681 -
Patrono- Armando Caaraüra- Presidente
Ouço o vento e rumores de pessoas resmungando que está frio e gelado, tudo o que sinto é o verão em meu coração e este é insuperável.
De quem são aquelas sombras
Perdidas como outras tantas,
Sem nomes, sem retratos,
Espalhadas como sujeiras
Pelos pedaços de calçadas.
Não sabe o que é frio
Não imagina o que é calor,
Sem cor, sem sentimento.
Esperando, o tempo, o momento,
Alguma forma de alento.
Há o amante,
e o amor.
A paixão - quente! - para o amante, sempre com calor;
e o coração, delicado, batendo para o amado.
Há a vontade de estar junto, mas a necessidade de estar às vezes sozinho.
O desejo de jogar tudo pro alto, e com o amante viajar o mundo!...
mas a necessidade de dar ao Sr. Amor, carinho.
Há alguns deveres e alguns direitos...
o dever de amar, o direito de chorar - por não saber quais escolhas fazer!
o dever de estar ali, o direito de fugir. Fugir, para com o amante ter!
o dever de dar prazer ao Sr. Amor... e o direito de S E N T I R prazer.
o dever de devorar... o direito de ser devorado.
o dever de dar a mão... o direito de pôr a mão, e de sentir o outro apaixonado...
o dever de andar junto!... mas o direito de dar à carne aquele sentimento imundo!...
o dever de dar o coração por inteiro ao Sr. Amor... Mas o direito de sentir, do amante, todo aquele calor.
Foi tudo tão rápido
aquele meu amor;
E então eu fiquei tão sozinha,
sem respostas, sem calor.
Já não procurava mais sombras,
pois a escuridão estava ali.
Tristeza e sofrimento...
mas agora você (graças a Deus) está aqui.
Agradeço todo santo dia
por ter você do meu lado.
Sim! Existe alguém que me ama;
independente do que aconteça,
você sempre diz "eu te amo",
mesmo estando calado.
Daquele jeito que sempre sonhei,
Ali, deitada em minha cama,
usando a cabeça...
