Boca
No sapatinho.
Na boca dos amantes existe o desejo,
ora mútuo, ora disperso.
Deveria haver um acordo das partes que alimente o querer,
mas o que vibra é um jogo desnecessário e sem graça.
No jogo dos amantes, eu viro o tabuleiro
e me mando para uma roda de samba particular,
roda de gente grande,
onde o único jogo é sambar.
E tua boca tem o aroma de frutas cristalinas fazendo-me imaginar do que quero provar quando a vejo com olhares pouco inocente a mim;
Teu corpo cercado por fragrância do divino carinho transbordado no coração és a leveza do que há de melhor para se admirar;
Teus olhos me vigiam com intenções de me possuir com certa malicia, mas com o amor que guarda em seu intimo tens a verdadeira lucidez a nosso caminho;
Meu olha no teu olhar, minha boca em teu sorriso...
És meu porto seguro, meu abrigo, meu intimo paraíso...
Como é bom viver assim: imersos em harmonia, coração a coração, amor pleno, dia a dia.
Da sua boca saiu as palavras que sempre quis ouvir de uma mulher e que, todas as outras não tiveram a capacidade de dizer.
Eu canto quando tô triste. Toco um violão
meia boca. Quero fazer um milhão de coisas
antes de morrer. Vivo no século passado. Amo
cinema, fotografia e ficar sem dormir se for
pra fazer um clipe. Gosto do diferente, da
mudança, do avesso, do que ninguém admira.
Quero ler livros debaixo de
uma árvore, brincar com um elefante, fazer
aulas de circo, conhecer um monge, plantar
um jardim de girassóis. Amo pessoas
engraçadas, sem vergonha e bestas. Ah,
tatuagens… Pra mim não existe nada mais
lindo que um pôr do sol, o mar e uma criança
falando o que pensa. Devia morar na praia,
desde sempre. Vivo de música alta, diálogos
imaginários, filmes de terror (se tiver
companhia) e do amor de quem me quer
bem. Meu cachorro velhinho e cego é quem
me olha com mais amor. Acredito em fadas,
duendes, fantasmas, extraterrestres e num
mundo bem diferente desse aqui. Não
suporto gente preconceituosa, espertona e
vazia. Pra mim, chuva é sinal de bons ventos e
velhinhos são como crianças. Só tenho medo
da saudade. Acredito na força do
pensamento, como acredito na minha mãe.
Amor. Sim, Amor.
Por mais lindas que sejam as palavras que saem da minha boca, ainda assim elas seriam insuficientes para te Descrever.
Tive a sensação de que não está sendo feliz, mas você me escancara um sorriso na boca, um brilho nos cabelos, uma postura de aproveitador das coisas boas da vida e uma segurança ao andar, porque seus passos ecoam dentro da minha cabeça, noto a sua chegada a metros de distância. O tempo está sendo cruel com as minhas expectativas, são tantos planos, tantos sonhos, tantos desejos ocultos e te digo com uma consistência pálida: estou cansado de te esperar. Na verdade a sua alegria é tão superficial que consigo decifrar cada nota desafinada da sua gargalhada. E a cidade dorme e acorda e nem se dá conta que você ou eu existe, porém, a sua preocupação se mantém engessada e ríspida consigo mesmo e isso me destrói. Quero que se sente em outra mesa, que não me fale sobre o vácuo existente entre hoje e o final de semana passado, a história é sempre igual e nada muda. Peço que não apareça na minha casa nas madrugadas invadindo a minha promessa de te esquecer. Dessa vez não haverá recaídas, nem surtos de melancolia, muito menos culpa por ter sentido o que não poderia ser conhecido. Desejo sorte e um grande amor que possa ser amado e não tente me convencer da mudança ou do relapso, troque o olhar, pois, ele ainda me diz certas coisas.
Mas o silêncio não responde absolutamente nada. Ele apenas abre brechas para você introduzir à boca de alguém a resposta que você quiser.
Às vezes os olhos dizem mais que a boca; quem consegue traduzi-los, descobre além do que palavras poderiam expressar!
Não dê ouvidos aos gritos dos pessimistas, ouça os cochichos de sonhos e esperanças que saem da boca das crianças.
Esse seu olhar me chama para os seus braços
O seu sorriso me chama para sua boca;
A sua pele me chama para seu corpo.
