Bebida e Cigarro
Em meio a taças de vinho, cigarro em cima de cigarro, tua ausência me machuca, me sufoca, me faz ver o quanto você é importante pra mim! Crio e recrio mentalmente cenas de nós dois, o quanto foi bom cada minuto do seu lado! No meio da fumaça consigo criar seu espectro e visualizo você sorrindo pra mim! Ah, como eram bons os momentos que juntos passamos! Não me prive de estar ao teu lado, tu me fazes tanta falta! Volta pra mim, assume teu lugar na minha vida, esse lugar que está reservado pra ti há muito tempo.
O barulho da chuva é uma espécie de calmante pra mim, meu café, meu cigarro queimando. Me lembro muito bem daquelas tardes na lagoa, nas renderas vendo o sol se pôr. E reparando o céu ficar cada vez mais tingido de vermelho. E no inverno, deixamos a porta trancada, e as janelas abertas, assistindo filmes antigos a noite inteira, eu até fiquei romântica de repente. Te fiz um chazinho, tomamos café naquela padaria onde a atendente sempre me oferecia biscoitos. Fomos à biblioteca mais antiga daqui de Floripa e ficamos lá por horas, você ria baixinho das piadas que eu te contava. Você rindo também do meu sotaque Paulista, me oferecendo rosas e todo mundo olhando achando estranho, uma garota oferecer rosas pra outra garota . Não via nada de estranho, eu não. Fomos também nas piores festas imagináveis. Fomos também nas melhores imagináveis, passamos por lugares dos quais nem imaginam, pensando as piores besteiras, e não vimos a hora passar. E quando chovia, eu ia pra tua casa ficar contigo, conversando sobre tudo, sem nenhuma necessidade, podíamos ter ficado caladas, quietas. Você lendo as coisas que eu escrevia no meu caderno, não entendendo muito minha letra estranha, e a sua tão perfeita. Mas, você entende que eu ainda me lembro, ainda lembro como se fosse ontem, e hoje, lembrando mesmo assim. E não entendo de jeito nenhum porque teve um fim, porque eu coloquei um fim nisso tudo? Eu só queria um pouco de tempo, voltar no tempo. Me mande cartas, me dê uma foto sua, me deixa lembrar em paz. Ai, sem você o tempo para. Minhas tardes de verão, inverno, se tornaram frias e sem razão nenhuma, eu leio tudo que você um dia me escreveu, eu leio e releio várias vezes, passando a mão sobre a folha e imaginando as sua mãos tão pequenas e delicadas, da suas unhas bem feitas… E então fico na minha janela, olhando a lua, são quase 5:00 da manhã e eu pensando em você… Lembrando, pego um livro qualquer pra ler, mas sempre tem frases e versos , me lembrando você. E só queria você de volta, porque temos medo de ser feliz, tudo faz bem pra gente, a gente tem medo. Ah, como eu queria poder te abraçar, só ficar contigo, sentindo seu silêncio, seu cheiro. Tudo isso resume-se em saudades.
-O diário de Alice (Meus sonhos prediletos)
Já havia acendido o terceiro cigarro quando desistiu não queria ficar com àquele cheiro impregnado quando ele chegasse, ele sabia bem que só fumava quando estava depressiva e com crises de solidão irremediáveis, ele sabia tão bem... Tentou colocar uma roupa mais frouxa não queria que ele percebesse que havia emagrecido tanto depois de sua partida, não queria que ele a visse infeliz, queria prová-lo a todo custo que sua falta não a afetou...no dia do encontro pintou e cortou o cabelo como há meses não fazia, desenterrou todas as maquiagens do fundo da gaveta e saiu pra comprar roupas novas... Ainda não havia rasgado as cartas e a fotografia do primeiro encontro ainda estava no porta retrato ao lado da cama, mas disso ele não precisava saber, aliás ele nunca iria saber...
Sentada à espera daquele encontro, o último como já haviam prometido, lembrou-se do início de tudo, de como leu sua história nos seus olhos na primeira vez que o viu, de como voltou para o hotel extasiada, a partir dali tudo foi de uma intensidade nunca antes desvendada, ela era inteira paixão... Aonde foi parar tudo àquilo? E toda aquela sensação de ter completado seu ciclo na terra por ter encontrado tudo que sempre sonhou? Olhava fixamente as pessoas que passavam e se via um pouco em cada uma delas: no casal de adolescentes discutindo que filme iam ver, no outro casal desfrutando o sonho da maternidade e por fim na senhora sozinha a sua frente com jóias desfocadas e envelhecidas, com um olhar de quem se perdeu e nunca mais se encontrou...
Não podia tirar do foco cada palavra que precisava dizer, iria dizer que estava bem que tudo não havia passado de fantasias e que hoje conseguia enxergar tudo melhor, não era pra ser e por isso teve que se render a ordem do destino, hoje ele tinha uma vida... hoje ele tinha construído pra si tudo que sua dor não a deixou construir, hoje ele já estava longe, longe demais pra se sonhar com ele outra vez...
Quando o viu ele estava diferente, seu olhar carregava um cansaço... um cansaço particular de quem sonhou demais, ainda estava bonito como da última vez mas seu sorriso não era o mesmo...talvez porque o sorriso de antes era o sorriso de uma esperança que já não o habitava. E quando se aproximou àquele olhar de antes veio com ele, o mesmo que sem precisar mover o lábio sorria, o mesmo que trazia uma paz tão esquecida... e todas as coisas a se dizer se foram...se foram pra um dia quem sabe voltarem em uma outra estação onde todos esses sonhos a acordem numa noite qualquer.
A ausencia viveu noites e noites mal dormidas..
Tomou porre do meu vinho...fumou todo o meu cigarro...
compartilhou comigo suas angustias...e dores..!
Agora está declarando guerra,
não quer interceder pelo meu amor...próprio!
E me faz lembrar que foram suas maõs que trouxeram
o sussuro do vento e sua voz acariciando o silencio..que me envolvia.
Haverá ainda algum sentido...
Nesse amor sem palavras?
..
LUME
Os lençóis cobrem de fumo
A dor num cigarro de lume
Corpo perdido sem mastro
Disfarça por não saber gritar
É bandido num corpo atento
Da navalha afiada em pranto
Num navio vazio sem marés
Risca talvez o último fósforo
Fantasma no deserto na alma
Livros lidos na sua juventude
Vontade indiferente ao desejo
Bandido será ou não, quem sabe
Nas palavras já ditas no escuro
Fumo que cobre a dor esquecida.
☆¸✿‿.•*´¯ ✿⋎´ .`•.¸.•☆
Descartas-me da tua vida, que nem cigarro meio fumado que aborreceste.
Mas sabes que mais?
Ainda bem!
Não mereces que eu seja o teu vício.
CIGARRO O ÚLTIMO
Estou vazia sem força
De linhas cosidas na alma
Num silêncio absoluto
Ensurdecedor de palavras
Soltas, perdidas, esquecidas
Escritas que não querem conjugar
Não consigo escrever, o meu corpo
Foi, passou para lá do limite, quem sabe
Fumo talvez o último cigarro de ti
Para nunca mais te voltar a tragar
Inspiração que traz à minha boca
O teu sabor, sabor esse que traz
Ao meu peito um tremor invasivo
De um intenso desejo do teu aroma
Aroma perfumado da tua pele em mim
Apetecia-me fugir por momentos
Esquecer o mundo sem lamentos
Como uma lágrima em cada poema
Num sentimento desejado, envolto
Num longo suspiro, de uma inspiração
Desenhado com uma infinita emoção
Onde os sonhos nos levam ao coração
Fumo um cigarro talvez o ultimo
Onde me sinto silenciosa, só…sem ti.
* _*
<\--♥
_/|_ ✿❀༺༻❀✿
Parei por aqui.
É, foi realmente assim mesmo
Parei por aqui.
Acendi um cigarro comum
Esperei os dedos ficarem amarelos
Apoiado em minhas pernas
Agachado na calçada
Eu olhava para algo inexistente
Na verdade, eu olhava para minha mente
Mas não no subconsciente
Era algo mais perto do longe ou do inconsiente
Era mais paro lado imaterial
Ou, superficial ou mesmo irreal.
Havia algo lá
Se eu acreditava existia
mas não sei se acredito, não sei se existe mais
Mas quando se cria algo na mente
Isso se torna real
Pelo menos pra gente.
Mas a questão é:
O que é importante ter
A chance ou a garra em vencer?
A vontade de ser livre
Ou a liberdade em viver?
Simplesmente tente
Mesmo que no seu consciente
A vontade que tem esse remetente
Que escreve pra essa gente
Carente.
Traga o dicionário ao questionador
Professor de português não sente dor.
Os Olhos Da Noite
A noite me consome
Como o vicio e o cigarro
Eu me perco nessa fome
Preso dentro do carro
A noite me paralisa
E só o medo parece fazer sentido
A vida parece tão curta e mais lisa
E meu coração tão duro e partido
Os olhos da noite me cega
E também me apavora
Quando a menina chora
E o menino escorrega
Os olhos da noite me contam
Segredos que a vida te esconde
E as coisas que elas aprontam
Só o breu da noite responde.
Quando a solidão se resume a olhar que o cigarro já acabou
E seu cinzeiro esta cheio de bitucas, e a lata de cerveja esta vazia
Siguinifica que são minhas dores aqui na mesa
Todas as minhas frustrações , engolidas no supérfluo de materiais
Que sub julgam a ausência no inconsciente a falta de alguém .
Cabaré
Eu sentir um cheiro de cigarro
E vinha lá do cabaré
Ouvir também um escarro
E era de homem e mulher
Eu vi o seu fogo aceso
E era tanta fumaça
Que parecia uma chaminé
A sua boca parecia um vulcão
E o seu corpo derrubava
Como um furacão
Você era um perigo
A que se guardava
Um certo abrigo
Á sua perdição
Se ver uma mulher de capuz
E uma argola na orelha
Faça logo o teu sinal da cruz
E corra do mel dessa abelha
Se ela fala demais
Tape logo os seus ouvidos
E também as suas orelhas
Seja muito prevenido
E esconde até
As suas sobrancelhas
O cabaré é um canivete
Lugar onde se enfeitiça
E sai muito pivete
A mulher mascla sua língua
E o seu bolso também
Tudo isso ela faz
Sempre por um vintém
Como quem mascla um chiclete
E deixa morrer á mingua
O caberá é a navalha
E a mulher é a bebida
Chega o homem canalha
E a trata como mulher da vida
Ali corre sangue
E mesmo assim a mulher convida
Sempre em gangue
E quase não tem despedida
De corpo, alma e mente despida
Já quase enlouquecida
Não dispensa nem a gângster
E ainda banca a ensandecida
Á querer sempre mais
E nunca estar agradecida.
OS DISPOSTOS SE DISTRAEM
Ela gosta de rock, ele de Rap
Ela fuma cigarro, ele um back
Ela frequenta bares, ele vai a bailes
Ela estuda literatura, ele estudou na rua
Ela não se fantasia, ele usa clóvis na folia
Ela recita poesias, ele só fala gírias
Ela é libertária, ele quer uma família
Ela sai à noite, ele sai de dia
Ela quer revolução, ele quer calmaria
Ela é música do Chico, ele é o funk das esquinas
Ela é o avesso incompatível, ele é o verso dessa rima
Ela sacia o desejo, ele a ama todos os dias
Desejo você como um fumante deseja um cigarro num local proibido.
Desejo você como um surfista deseja uma onda num dia de ressaca.
Desejo você como um policial deseja esconder o corpo de um assassino.
Desejo você como um médico deseja um bisturi nas UTI.
Desejo você como um músico deseja não tocar em cima da escala pentatônica.
Desejo você pacificamente frenética.
Desejo você e sua inocência indecente.
Desejo você intimamente e ultimamente.
...SUA RESPIRAÇÃO NAQUELE QUARTO...
O BARULHO DA ÁGUA TE BANHANDO...
FUMOU UM CIGARRO LÁ FORA...E SE DEITOU.
...BOA NOITE. MEU DOCE!
FOSTE ESPLÊNDIDO NO PALCO AQUELA NOITE...
...TEUS OLHOS ME PROCURARAM NA PLATÉIA, E
EU ESTAVA BEM A SUA FRENTE...
...OBSERVEI CADA PASSO SEU,CADA TREJEITO DO PERSONAGEM!
QUERIA TER CORRIDO E TER PULADO AO SEU PESCOÇO...
E AMASSADO AQUELE PALETÓ QUE PASSAMOS JUNTOS...
...ME LEVARÁ UM DIA AQUELE MONTE NOVAMENTE...?
...E ME AJUDARÁ A APONTAR AS ESTRELAS?
...ME DÊ ESTA HONRA E TERÁS O MEL DA MINHA BOCA,
MAIS UMA VEZ!
