Felippe Santana

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Ah se tulipas fossem lírios
E rosas, girassóis.
Se Alexandre fosse belo
E Filipe, grande.

Então eu seria meu
E tu, seu.

Se sorrir fosse beijo
E amar, divino.
Só então viver teria graça
E morrer seria mera casualidade.

Então, finalmente, eu seria seu
E tu, meu.

Eco de uma despedida

Foi assim,
Com seu sorriso estridente,
O seu jeito envolvente
E a sua voz ascendente.

Foi assim,
Caindo e levantando,
Indo e vindo,
Sonhando com o lar.

Foi assim,
Que tu se foi.
Foi assim,
Que o é, se tornou foi.

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Ciranda da vida

Ontem o sol raiou,
O dia passou.
Alguém por ai morreu,
Outro nasceu.

Ontem o dia raiou,
O sol passou.
Alguém por ai nasceu,
Outro morreu.

Ontem o sol nasceu,
O dia morreu.
Alguém por ai raiou,
Outro passou.

Há muito, meu amor nasceu,
Ontem morreu.
Um novo, em alguém, raiou,
Em outro... Passou.

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Era uma vez, em um lugar não tão longe daqui, uma garotinha de nome peculiar e um jeito totalmente singular. Assolada por separações e algumas desilusões, escondia todo o medo e tristeza em um sorriso cintilante. Os anos iam passando, ela ia esticando, se transformando e logo sua beleza foi se mostrando.
Com seu jeito de menina destemida, bem resolvida, encantava a todos que encontrava, mas a um em especial ela visgou o coração e agarrou pelas mãos. Juntos percorreram casas, ruas, bairros e cidades, segundos, horas, dias, meses e anos. O mundo se apequenou, ao lado da sede por mais da menina rosa e do menino cravo.
O tempo avançava feito bala perdida. A rosa, agora se fazia em sol para o cravo, que por tanto ama-la, e viver a olha-la, se fazia girassol.
Nada contente com a felicidade do cravo-girassol e da menina rosa, que agora era sol, os ventos começaram a soprar e ao menino cravo despedaçar. Certa manhã a menina rosa, que agora era sol, foi lhe procurar, mas para sua surpresa ele não estava mais lá.

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Sorverei todos os amores,
Degrado até virarem meras paixões.
Quero todos os meus ácidos alinhados a mesa,
Chamem químicos e físicos para prestigiar.

Amontoados ordenadamente:
Ágape, Philos, Eros e apropriações.
Distribuam mascaras, o amor pode intoxicar.
Tudo sera televisionado.

Comprem lenços e toalhas,
O choro tem se anunciado.
Rivotril e Diazepam para os alterados
E realidade para os apaixonados.

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Fulana,

Hoje é segunda, encontrei Joana e Raimunda. Estou feliz por enfim ser segunda. Acordei esperançoso, ansioso por começar outra semana. Me chamam de estranho e louco por gostar do fim do fim de semana, mas lhe pergunto, por que não gostar da segunda? Dia de encontrar Joanas e Raimundas, dia de começos e mistérios, tudo isso apenas na segunda.

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As vezes me pego pensando, tipo agora, que deveria te contar tudo sem medo, falar que te amo em segredo, contar que só te quero bem e que só quero você e mais ninguém. Acho que já falei, ou talvez gritei, coragem não é o meu nome, nem tão pouco sobrenome , por isso meus pensamentos que te percorrem de A à Z mantenho guardados. Ainda vejo, em um flash back futurista, que só pode ser de outra dimensão, eu ali em sua frente me declarando, todo sorridente, dizendo que devemos nos tornar nós ou até mesmo a gente, contando todos os meus sonhos utópicos. No mesmo instante, vejo logo a mudança do meu semblante, percebo um fim desconfortante. Leio seus lábios, que como sempre se mantêm tão distantes, um pedido de desculpas por entristecer meu coração que a muito anda palpitante, o “não” é suficiente para transformar todo o amor que em mim morava em um maltrapilho indigente. Com um susto volto à realidade existente, um mentiroso fingindo sorrir verdadeiramente, enquanto sofre por um amor recorrente.

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Havia uma menina chamada Maria.
Ah que bela menina era Maria.
Muitos gostam de Terezas e Joanas,
Mas nenhuma é como a Maria.

Ela é tão linda e eu tão eu,
Ela é tão doce e eu tão eu,
Ela é tudo e eu, apenas eu.

Já fui muitas coisas. Nem sempre fui duvida, insegurança, medo e solidão. Já fui amor. Já fui sorrisos (bem radiantes). Lembro que já fui governador de um reino só meu - você ficava linda de Primeira Dama. As utopias eram permitidas e vividas. Ao fim do dia, pontualmente, todos paravam para ver o show que o céu nos dava com o por do sol. Era muito belo o meu reino, cravos e rosas sempre plantados lado a lado - é preciso ofuscar a vaidade das rosas com a humildade dos cravos.
Hoje, sentado no que já foi chamado de trono, vejo o que resta do meu reino e apesar de estar em parte destruído, ainda noto sorrisos e pequenas utopias. O céu, sempre nublado, deixa escapar poucos raios do sol e algumas rosas e cravos teimam em florescer. Pode parecer loucura, mas agora ,depois de ter sido tantas coisas, sinto que sou mais eu, sinto que sou mais meu.

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Quando eu era mais jovem, amava olhar para o céu, principalmente ao anoitecer. Hoje, um pouco mais velho, não lembro da última vez que dediquei tempo ás estrelas. A escuridão iluminada da noite sempre me ajudou a pensar. O fato de ser tão pequeno diante do infinito me faz ver as coisas de outro modo.
Cheguei a conclusão que os astrônomos nunca envelhecem.

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Quando era pequeno
Sempre vivi o momento.
Corria universos em casa
E lutava com feras no jardim.

Quando era jovem,
Sempre vivi o instante.
Intenso e cheio de ideias e ideais,
Vivia amores infinitos com trágicos fins

Hoje, cansado de correr.
Despido de ideias e estagnado em ideais
Me vejo cercado por amores vencidos
Vivendo o sufragante que me resta.

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Nunca tive grandes perdas, admito. A prova de português na oitava série, o horário do ônibus e a mulher amada, mas perder, para mim, ainda é um mistério. Há perdedores natos, que na prática da perda já são entendidos e até à chamam por arte.

Entretanto, confesso, presenciei grandes perdas. A juventude da mãe que se sacrifica pelo filho, o pai da filha primogênita e a mulher amada. Essa última é a que mais me lembro e menos entendo. Por isso, sempre afirmo, perder é um grande mistério.

Espero que não me julgue pela minha inocência e falta de conhecimento diante do assunto, mas prefiro me manter atônito diante de certos segredos da vida. Penso que o pleno conhecimento de todos os trâmites desfaz o encanto que envolve o mistério de viver.

Então mantenho o infortúnio de perder como um pequeno mistério.

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Penso que tive uma vida muito fácil. Nunca precisei fazer muitas escolhas, porque por sorte, sempre tive quem as fizesse para mim. Qual roupa vestir ou qual o melhor corte de cabelo, até onde deveria ir e com quem andar. Essas preocupações eu não tive, pois haviam pessoas para me dizer o que fazer.
Faça aquilo que ama, dizia mamãe, desde que dê dinheiro, estabilidade, notoriedade e te faça feliz, menos física, coisa de doido - falava ela. Já papai não pressionava quanto a isso, mas reservou que eu nunca seria realizado se não cursasse engenharia, porque era o meu sonho.
Não sei você, mas fui feliz, pelo que me contaram, não podia reclamar de uma vida tão boa, todos sempre afirmavam.
Entretanto, tive uma morte dura e dolorosa, mas tão livre que me senti mais vivo do que nunca. Lembro-me de chorar, por não conseguir conter a felicidade que me invadia. Não conheço muitas almas, mas imagino que não aceitam tão bem quanto eu a liberdade que a morte oferece.

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Eu que poetizo tudo, poetizei você, te transformei em verso.
Verso que carrego comigo para todo lugar.

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Minha dor que me dói

Me conte, querido leitor, você já amou de verdade? Não me refiro as suas paixões adolescentes. Conte-me sobre aqueles amores que invadiram as suas entranhas e dominaram todo o seu corpo, como um vírus.
Me diga, doeu? Doeu quando foi arrancado de ti esse amor de raras aparições? Cá entre nós, eu gritei e chorei sem querer tantas vezes que nem me lembro quantas.
Não sei se sabes, mas os elementos químicos nunca somem. Em suas meias vidas, se decompõem até se tornarem imperceptíveis, penso ser assim o amor - eterno. Cuidado para não se contaminar.

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Sinto sua falta. Tenho saudade do seu riso frouxo, desse seu olhar centrado e cheio de sonhos. Não sabes a falta que as nossas conversas me fazem, horas e horas de pura banalidade. Hoje, te olho no espelho e não consigo reconhecê-lo, não percebo mais aquela brilho que irradiava de ti.
Acho que é isso que eu diria, se um dia me reencontrasse.

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Nas minhas habituais divagações, conclui que toda porta sonha ser janela. Veja bem, as portas são essenciais, não nego, mas servem apenas de passagem. As janelas, inúteis, são dadas a contemplação.
Não sei você, mas se eu fosse porta, viveria com inveja das janelas.

Perdoe a minha má escrita, a culpa é de mamãe, que sempre ocupada, nunca me ensinou que não se faz suco de pacova e não se deve degringolar. Papai mal se via, sempre a procura de uma nova tia, mas como dizem "pai é quem cria". Então mais um viva a dona mãe por cuidar da sua cria.

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Confrontos são sempre evitados.
Verdades mascaradas.
O que é necessário, infelizmente,
São aparências, sorrisos vulneráveis
E sempre brilhantes.

Carro do ano, uma grande casa,
Roupas na moda.
Tudo o que importa.
Coração manchado, rasgado,
Alma corrompida.

Não me interessa!
Quero vitrines arrumadas,
Cordialidade, paz e amor.
Você e ele, tanto faz.

Acordou às seis da manhã, vestiu-se de vaidade e se perfumou com incertezas. No café comeu ilusões - dieta nova. Pegou o ônibus usual e sorriu como sempre - riso de aparência.
Foi para o trabalho confiante, mas só para esconder o medo que lhe corroía por dentro. Todos elogiaram a sua habilidade de vender a alma por alguns trocados - isso que significa ser bem sucedido, imagino.
No fim do dia retorna para casa e conclui:
- Engraçado pensar que quanto mais vivemos mais deixamos de viver, chega a ser irônico.
No jantar, repete a sina da manhã, deliberando sobre utopias com as forças que ainda lhe restam para sonhar. Beija o filho desconhecido, ora ao Deus amado e dorme para esquecer das dores do dia.
- E foi isso que o professor contou ser o "Sonho Americano".

Sou uma pessoa dada aos vícios, admito. Ainda pequeno viciei em correr e ninguém me segurava, parecia estar sempre com pressa - devaneio da pouca idade.
Na adolescência viciei em paixões, tive tantas que lembrar de todas tornou-se difícil. Viciei-me em comidas, palavras, músicas, mulheres e na vida, mas meu maior vício foi você.
Desde então vivo em constante reabilitação.

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Falta-me sono
E vontade de dormir.
Quando durmo, acordo
E acordado pareço sempre dormir.

Pálpebras fechadas,
Em meio a escuridão,
Vejo o que a luz
Me impede enxergar.

Cochilos e sonhos
Mato com café.
A euforia afogo
Em etílicos, para conservar.

Dessa forma vivo
Ou sobrevivo.
Transpirando sangue,
Para construir algo nesse mangue.

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A que primeiro tocou-me e despertou a volúpia dos frios, dedico essas linhas.
A aquela que arrancou os meus primeiros suspiros, desejo a distância - não pretendo depravar esse platonismo utópico com doses de realidade.
A aquela que primeiro aninhou os lábios aos meus, componho uma ode acerca da inocência despojada pelo beijo.
A primeira paixão, entrego a tocha que usamos para acender nosso átimo lume.
A aquela que primeiro amei, reservo as lágrimas derramadas em sua partida.
As segundas e terceiras, enalteço por limparem o gosto amargo das primeiras, há muito impregnado em minh’alma.
A aquela que primeiro me amar, suplico por pressa, pois o tempo urge e tardas a chegar.

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Tipo Jeito

Tenho em mim este jeito animado, de riso frouxo e muitas amizades. Um tipo que é, constantemente, feliz e vibrante. Seu ódio mantem-se, invariavelmente, esotérico.
Tenho em mim este jeito taciturno. Um tipo com raiva constante e repugnância holística. Seu pessimismo jaz no quarto, no canto, sozinho e praguejante.
Tenho em mim um jeito vadio, de muitas paixões, devaneios e ilusões. Um tipo que é amante da conquista e da sedução.
Tenho em mim estes traços e curvas. Letras conjuntas, que formam palavras com pouco ou nenhum sentido. Um tipo que é poeta desbragado, amargurado e machucado.
Espero que entendas a universalidade da existência e tudo que ela implica. A complexidade deste cosmo que chamamos de “eu”, e que nele existem risos, birras, amores e quem os contem. Então, não se surpreenda, pois no mimetismo da existencialidade tem-se, e sempre ter-se-á, tipos e jeitos.

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