Árvores
O vento espalha um ar empoeirado que não deixa vestígios de folhas nas árvores, a imensidão se estende sob meus pés, conseguiria fugir deles se quisesse? ao longe um horizonte marcado de esperança, aqui o viço da juventude que se dissipa pelos cantos; mas; é preciso que as idéias
saiam de minha cabeça, ora, elas se alojam onde puderam; Juno é indefeso, é ´preciso protege-lo; meu marido não protege nem a si próprio, de que outro modo poderíamos viver senão aqui?
Não tenho inspirações, mas olhar para as árvores e para o céu deitada no chão, ajuda-me a escrever .
Cigarras
Em meio as árvores
E as folhas que caem de seu topo
Eu canto
Em meio ao som dos pássaros
Dos grilos , dos carros
Eu canto
Aquele rapaz que esta só
Pensando , refletindo
E adimirando o verde do parque
Para ele eu canto
Canto e encanto
Canto e não canto
Junto ao som do pingo do vinho
Forma-se a melodia
E enbebedo-me com a mais simples
Alegria,por isso canto.
Duas árvores plantadas uma ao lado da outra, nunca são iguais.
Podem passar pelas mesmas tempestades, mas o importante é que quando a primavera chegar suas raízes estarão mais fortes e suas flores serão mais bonitas, para que possam alegrar as pessoas que por ali passam, e não enxergam as diferenças.
Penso que o nosso amor e nós mesmos somos como as árvores: passamos por estações. No verão, ficamos verdes; no inverno, com as folhas cobertas de neve, congelando até o nosso interior; na primavera, belos, alegres e floridos; no outono, ficamos com as folhas marrons, tão murchas e secas que até caem ao chão.
A cada ano a árvore passa por cada uma dessas estações, e essas são imprescindíveis para seu ciclo de sobrevivência. Apesar disso, ela nunca morre, pois sua raiz está sempre firme e bem nutrida; seu tronco e sua casca estão, a cada ano, mais grossos; hoje ela está mais forte que antes, pois soube tirar de cada um desses momentos aquilo de que necessitava. Tal qual uma árvore... assim é... e assim há de perseverar, o nosso amor.
As Palavras
A música não mente.
As árvores não mentem.
Os olhos tristes do animal não mentem.
Unicamente mentem as palavras.
Como dizer-te a verdade com elas?
Quisera falar-te com os olhos do cão,
dar frutos como a árvore,
chegar a ti com a delícia
e a escondida lágrima de Mozart.
O esplendor da verdade:
Beleza à qual minhas palavras,
torpemente,
procuram aproximar-se.
É impossível.
Nunca saberei dizer-te que te quero
As folhas das árvores balançaram
Com o desespero das flores murchas
Caídas abaladas solitárias
As folhas choraram a tristeza de um dia frio
Pela ausência do calor difundido
Com bela aquarela do campo
caindo e se enterrando
No solo coberto pelo aveludado
Amor que as flores deixaram
Antes de dizer adeus
Crie o teu ritmo livremente; como a natureza cria as árvores e as ervas rasteiras. Crie o teu ritmo; e criarás o mundo.
Chove sem parar ao cair da noite, o vento orienta a chuva e faz às árvores dançarem num rítimo ordenado e viçoso, um frio intenso toma sua face, os raios caem com intensidade e parecem raízes que fincam constantemente energia sobre a terra.
O sono não vem, Ela encolhida no sofá da varanda enrolada no cobertor que ainda expelia a fragrância do último encontro, bebia o vinho que tinha o gosto do beijo daquele que se apoderou de seus pensamentos, por isso, bebia e saboreava gota a gota. A sensação de tê-lo perto às vezes parecia tão real, mas suas mãos tateavam um espaço vazio, em aflição, como se buscasse constantemente aquele a quem sua alma procura, podia senti-lo, mas não tocá-lo. Era quase verossímil a interação e a freqüência que esse contato lhe proporcionava, Ela percorria seus pensamentos tentando transportar sua mente para o passado, que a levara a reavaliar conceitos, adquirir comportamentos antes ausentes, imaginar novos sonhos e desistir ou adiar os velhos, sensações que preenchiam a sua vida com um misto de serenidade e turbulência.
Podia sentir seu espírito sorrir ao imaginar aquela expressão suave descrita por um leve sorriso, porque ele fazia transparecer nos seus lábios e no esverdido do seu olhar a terna alegria do instante. Sentia prazer ao ouvir o som da fala áspera e cava daquele homem e das palavras que eram entoadas por ele. Sentia-se impotente perante as suas carícias, lembrou-se de que ele possuía sobre ela todos os direitos, e isso já seria razão suficiente para viver plenamente esse momento tão maravilhoso, que a fazia feliz, seja como for, isso era para Ela um privilégio. Ela estava apaixonada.
De repente, o aroma embriagante daquele amor pairava no ar, misturava-se com o vento, com a energia brilhante dos raios, dançava como as árvores e molhava como a chuva, refrescando a brasa incandescente daquele amor e o desejo de mais uma vez tocar-lhe o corpo e sentir à amena, seca e agradável sensação de beijar-lhe a boca.
Lembrou-se do aroma e do calor que aquele corpo exalava, aumentando o desejo incontrolável, insaciável, de se transportar frequentemente para aquele desejo repleto de incertezas. Ela temia se tornar dependente daqueles braços, daquele corpo, daquela boca, daquela alma... e não conseguir mais exercer sobre seu corpo “o domínio”, e ao se entregar tornar-se-ia fraca e acabaria contando-lhe seus segredos mais íntimos, sussurrados com hesitação, confidências ecoadas em cada sussurro proferido, perdido no ar, indo de encontro ao vento e se espalhando, acalentando corações perdidos e inertes, que por medo de se entregar ao amor deixam de viver todos os dias como se fosse o último.
Imaginou os raios de sol entrando pela janela, tocando-lhe a face, em mais um despontar do horizonte, de um lado as mesmas sensações e o recente encontro de um amor, que existe, mas não pode ser tocado.
Sentia-o tão perto... que o cheiro constante de sua pele se sobrepõe a qualquer outro aroma que possa inalar e os seus beijos povoam os seus sonhos e não se esvaem quando desperta, porque é um sentimento penetrante, oculto e alimenta as suas lembranças no transcorrer do dia.
Lembrou-se do primeiro encontro, subitamente em meio a multidão surge aquele Ser, uma criatura que simplesmente brilhava, sua imagem ofuscava tudo a sua volta, seu coração começou a palpitar, Ela ficou inquieta, aflita, ansiosa, sensações que a deixaram perturbada, repentinamente, parou de ouvir o barulho das conversas paralelas, do som da música que entoava ao fundo, só conseguia ver aquele estranho.
Ela precisava de um motivo para se aproximar, e espantar qualquer pessoa que pudesse atrapalhar sua convicção. Refletiu por alguns instantes, intrepidamente levantou-se e seguiu em direção a aquele ser, dotado das chamadas qualidades viris, que para Ela era o seu grande e lídimo amor, até então, recôndito na imensidão do universo, perdido durante tantas vidas e que finalmente retornou.
Achegou-se, ao vê-lo tão perto perdeu o medo, pediu-lhe um cigarro, sua voz rouca com um leve sotaque, ecoou dentro dos seus ouvidos como uma melodia que nunca se esquece. Era um sentimento que só o espírito poderia perfazer, narrar. As palavras, os gestos, o comportamento, não possuem recursos suficientes para decifrar essa linguagem tão única, exclusiva. Seus pensamentos foram transportados à expectativa de um encontro acanhado, era como uma sucessão rítmica, ascendente ou descendente, de sons simples, a intervalos diferentes, cuja fascinação pela sonoridade do instante, tornava cúmplice toda a euforia que poderia inebriar esse engano dos sentidos, marcado pela ilusão de um grande acontecimento.
Deliciava-se com o devaneio daquele impulso, esperado, ambicionado, desejado, que fazia a parte limitada da matéria inflamar-se de anseio, uma sensação que tomou conta do seu corpo e do seu coração aquecendo-lhe a alma.
Cerrou os olhos, pode sentir ele se aproximar devagar, passando seus braços em torno da sua cintura, puxou-a contra seu corpo (sentiu seu coração latejar), curvou o pescoço e beijou-lhe a nuca, a orelha, o rosto, a boca, a alma... Dessa agitação profunda sentiu entremeada a respiração cansada e ofegante, imaginou-se possuída por uma divindade de personificação masculina, que representava para Ela, naquele momento, seu homem. Este era o verdadeiro amor, que despertava o abstrato e o concreto, até então adormecidos.
Por fim, sorriu ternamente, beijou-lhe a face e partiu...
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