Arrepio
Sim, sou poeta.
Sou poeta porque toda vez que lhe vejo, um arrepio me cobre o corpo.
Sou poeta, por isso sinto uma melodia tocante de palavras na minha mente, que desejam sair de minha boca, tão suavemente.
Sou poeta, e me apaixono por corações bonitos e brilhantes, que deixam minha alma tocante.
Eu sou poeta, e eu amo com facilidade, com desespero, com intensidade. Amo tudo rapidamente, o que me faz contente, ou não, amo tudo para ser em vão. E perco minha alma, meu coração.
Tudo floresce e renasce, assim como minha alma de poeta sofrido, que vagueia por aí, sem sentido.
O poeta é assustado, intenso e desajeitado.
Ele ama por amar, ama demais.. mas é uma alma sofrida, triste e ferida.
RUGE A FÊMEA, GEME A FERA!
...No arrepio, que percorre a espinha;
Há penugem eriçada por toda a pele;
Em suave toque que do sono desvele;
Desperta a fera desejosa e mansinha.
Sagaz como fêmea voraz em seu cio;
Se move maliciosa em busca da caça;
No seu bailar leve, envolto em graça;
Ataca a presa, por ser esse seu vício.
Implacável em seus desejos insanos;
Avança com sede direto ao pescoço;
Mas dominando a presa sem esforço;
Ela se entrega, a prazeres mundanos.
Então, a predadora já não é mais feroz;
Agora a presa que impõe seus fascínios;
Subjugando a fêmea aos seus domínios;
A devora e sacia-se sendo agora o algoz.
Claudio Broliani
...
Minha alma sente frio
Arrepio, calafrio
A saudade está no cio
Esvazio, um vazio
Suas cinzas pelo rio
Nostalgia, sem seu brio
Cancún
Quando você sentir o primeiro arrepio
Aquele vazio indo embora
O destino dizendo chegou a hora
As duas almas se beijam e se adoram.
Aí a lua olha do céu nós dois grudados na varanda
Nós abraçados vendo toda praça iluminada
Comemorando tantos aniversário juntos
E a vida longa e passageira dentro de um segundo.
O amor é o que faz o sentimento
A loucura carrega o nosso juramento
A vida foi nos ligando nesse único momento...
Eterno como todo renascimento.
Imaginar as viagens que gostaria de fazer nas asas do amor.
Lugar mais bonito como seus olhos eterna cidade de Cancún.
Tem as areias que não toquei como seu corpo.
Esse tesouro que eu amo de olhos fechados e morro.
Morrer todo dia é a beleza da vida a envelhecer.
A lealdade da espera do milagre acontecer.
Tu és o sol do entardecer e a lua do amanhecer.
Sem essa verdade minha mente não sabe viver.
Eu tenho anjo trabalhando para mim amor!
A sua beleza é meu doce casulo agora!
Nos seus braços eu aprendo a voar sem mais demora.
Eu sinto vento da sua boca eu te espero dento de cada hora.
Teu corpo belo de mulher deságua em mim...
Protegida na memória uma vida uma sina
Sua voz doce saliva vulcão que ensina
Amor que arde em mim são lavas nas veias menina.
Dizem que recordar é viver
Que a única certeza da vida é morrer
Que o calor também provoca arrepio
E que Deus dá o cobertor conforme o frio.
CARA NOSTALGIA
Saudade! Da tua voz balbuciando
E o bafejo na nuca dando arrepio
Saudade! Do teu olhar tão gentio
E os nossos sentidos se tocando
Noite de junho, frio, carinho macio
Ao luar e, nosso coração vibrando
Piando ao vento, ao vento brando
Acalmando a alma, doce fascínio
Saudade! De ter-te no sentimento
Sussurros atraentes, tão sedento
O teu toque, tão pleno de paixão
Saudade! Do que era importante
E que agora se senti tão distante
Saudade! Cara nostálgica sensação!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20 junho, 2023, 19'34" – Araguari, MG
Quando os olhos se tocam, tudo o mais é silêncio.
Sente-se somente o pulsar das veias,
o arrepio da pele,
a voz do coração !
Passa as lembranças, a vontade de um toque, a sede de um abraço, a fome de um beijo, o arrepio na pele, o desejo no corpo, a saudade no olhos...passa e como passa.
Em mim tudo passa, só não passa você !
Vontade dos teus olhos, do teu riso...vontade do arrepio na pele, dos sonhos ! Querendo rosas e vinho, versos...sorrisos, carinhos; de novo aquele cheiro, aquele olhar...de novo tua voz, músicas no ar !
Não me interessa esquecer teus olhos
Necessito de cada gota de arrepio
De cada toque que me toca
Não me interessa esquecer tua voz
Necessito de cada frase
cada palavra calada
Escondida
Guardada !
Ah! Esse calor que se sente
É às vezes um arrepio demente
Que faz o olhar infinito.
Sem pressa na ocasião
Aprazível sensação
Absolutamente perdido
Nos jardins esquecidos.
Não existem os astros
As cores e o espaço
Doa-se totalmente
À ação do desconhecido
Apêndice do desejo.
Amor é o orgulho sem censura
E tão somente
Amamos a nós mesmos.
Quando sentir um arrepio ou uma emoção de tristeza ou medo, seja o que for que estiver fazendo ou indo ou mesmo próximo de um estranho, para tudo e vai embora, muitas das vezes os anjos nos avisa dando um sinal ou uma sensação, é hora de colocar a cabeça no lugar e buscar segurança.
No princípio, o som não era som.
Era uma intenção tímida,
um arrepio do nada
suspeitando que poderia ser algo.
Então veio o ritmo —
não por desejo de música,
mas por saudade de ordem.
O caos teve inveja da simetria.
E dançou.
Deus ainda não era Deus.
Era apenas um ponto de interrogação
com vertigem de consciência.
Questionou-se. E isso foi luz.
Foi quando o tempo,
esse estagiário do eterno,
decidiu andar.
Um passo por dúvida,
dois por desejo,
e tropeçou — na matéria.
A primeira pedra?
Era um pensamento que esqueceu de ser leve.
A primeira árvore?
Uma ideia enraizada por engano.
O primeiro corpo?
Um gesto que ficou preso num espelho.
A carne não veio com manual,
mas veio com sono.
E o sono inventou o sonho,
só pra que o impossível tivesse um lugar onde ensaiar.
A mente surgiu tarde,
mas fez questão de parecer a autora.
Ela colecionou razões,
explicou a morte antes de entender a manhã,
escreveu manuais para sentimentos
que só se abriam com lágrimas.
Enquanto isso, o coração,
esse motor sem engrenagens,
continuava batendo como se soubesse de algo
que ninguém mais lembrava.
Veio o amor —
não por nobreza,
mas por falha no código da solidão.
Uma rachadura bem-vinda.
A gente se olhou,
e isso nos doeu.
Por isso continuamos.
Vieram as cidades.
Empilhamos medos e chamamos de prédios.
Cercamos a dúvida com concreto
e demos ao absurdo o nome de “rotina”.
Mas dentro, bem dentro,
sempre havia um pássaro —
não uma alma,
mas um instinto de verticalidade.
Você já sentiu isso?
A sensação de que esqueceram de te explicar o essencial,
mas mesmo assim você continua,
como quem sabe de um segredo
sem saber qual é?
Então, veio a poesia.
Não a que rima.
Mas a que lembra.
Veio para dizer que o invisível é real,
mas tímido.
Que o silêncio é uma linguagem antiga,
e que toda saudade é, na verdade, memória de algo
que ainda não aconteceu.
E é por isso que escrevo:
porque talvez alguém — você —
esteja à beira de se lembrar.
…o que chamamos de “eu”
é só uma assinatura mal lida,
rabiscada por um autor que escreve com luz
mas esqueceu as vogais.
Toda identidade, no fundo, é empréstimo.
Uma roupa vestida pela consciência
só pra ela poder brincar de “gente”.
Mas e se o nome que repetes todos os dias
não for teu verdadeiro nome,
mas o eco do chamado que ainda não respondeste?
E se teu rosto for apenas uma metáfora
que teus ancestrais esculpiram com medo de se perder?
E se você for mais próximo da dúvida do que da certeza?
Os deuses…
ah, esses velhos astros aposentados
que agora moram em memes e marketing —
eles não morreram.
Eles viraram neurotransmissores.
Marte é um pico de cortisol.
Afrodite, uma oxitocina bem colocada.
Hermes, um pensamento acelerado demais para dormir.
E você os invoca sem altar, sem saber.
Cada impulso teu
é um mito em versão beta.
Já percebeu?
O inconsciente é só o backstage onde o Real tira os sapatos.
Ali, o medo faz cafuné na tua coragem
e o amor veste a roupa da raiva só pra testar tua escuta.
E o tempo?
Ah, o tempo nunca andou pra frente.
Ele é circular,
como uma desculpa elegante que o universo encontrou
pra você rever suas lições com disfarces novos.
Por isso os encontros se repetem.
Por isso você sonha com coisas que não viveu.
Por isso certos olhares te dizem “voltei”
quando tudo ao redor insiste em “prazer, quem é você?”
Há uma memória antes da memória.
E é ela que este poeta tenta tocar.
╔══❝
...toque cauteloso
Seguro e firme
Fazendo sentir
Emissões subir
Num arrepio
De seu toque quente
Bloqueada a reação
Perdida a razão
Entregue lhe foi
A alma para cuidar
O coração para amar
O corpo para desfrutar
❞══╝
╭𝙰𝚗𝚊 𝙸𝚜𝚊𝚋𝚎𝚕 𝙱𝚞𝚐𝚊𝚕𝚑𝚘®
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Tc.15112019isab11.33 ︾
Isabel Bugalho 𝐂𝐨𝐩𝐲𝐫𝐢𝐠𝐡𝐭 © 𝟸𝟶𝟷𝟿
Na Páscoa, para onde olham os que compreendem o mistério da vida? Onde repousa o arrepio da fé, senão no silêncio sagrado de uma verdade que renasce em segredo?
Beijei-te apenas com o olhar
Numa silenciosa troca de sentidos
…
O arrepio que te percorreu a pele
Foi a carícia de quem te abraçou
Sem nunca precisar de te tocar
Na pele minha inspiração, a rima perfeita do desejo esboçado no arrepio, no sussurro que pede o toque das minhas mãos, para traduzir a poesia que o lirismo do seu corpo sugere.