Aniversario da Freira e 60 anos
Em arte se aprende com o passar dos anos que a criação do mais erudito se inspira inevitavelmente no mais simples e popular.
No Brasil até o sucesso tem que ser bissexto,
ocorrer paulatinamente no máximo de 4 em 4 anos.Agora o fracasso este pode ter em excesso, sem culpa e sem medo, com muito prazer por que todo mundo erra o tempo todo nesta diuturna e frenética busca insana dos acertos.
Eu com mais de cinquenta anos de vida não aprendi a viver.As pessoas não querem opiniões sinceras, verdades e muito menos realidades com isto só é querido, popular e amado quem espalha grandes inverdades por onde transita à generosos convites. Ninguém na verdade quer fazer certo, por que não sabem ou por que não querem mesmo fazerem mas o importante é sempre achar interessante está inusitada forma errada de fazer.As pessoas cometem os mesmos erros seguidamente por vários anos e nos procuram como vítimas novamente mas nunca devemos re lembra las que está é a décima oitava vez que incorreu no mesmo erro....isto jamais....devemos aguar os olhos e exclamar : Quanta pena sinto de você. Eles não descobriram o quanto você é especial.Contudo isto confesso que tenho dificuldades para mudar mas venho tentando da minha melhor forma, sorrindo levemente sozinho, olhando para o outro lado e falando cada vez menos à respeito de tudo e principalmente de todos.Enfim sinto que tenho uma grande chance de ser ainda nos próximos anos, tolo, bobo e assim , mais feliz.
Ruiva
Ontem eu comemorava 33 anos a 5 dias antes da minha data oficial. Quando fui pegar um drink e la estava ela, de costas ruiva da pele branca, com as mãos finas e delicadas. Short jeans (fiquei surpreso pelo tamanho que nao era do seu feitio) e um sapato preto brilhoso que ela costumava usar, blusinha regata cavada. Formosa como ela sempre foi, um corpo de esculturas gregas, espetacularmente desenhado, com curvas exuberantes exatamente como me lembrava. Senti o coração forte, falta de ar e uma vontade repentina de ir embora daquela festa. Mas tive que me aproximar pra ter certeza. Certamente meus convidados iriam se chatear se eu me retirasse. Sem falar nada a ngm pior ainda! Me aproximei ao lado. E a vi de frente. E nao era ela. O alivio me tomou o corpo, junto de uma erupção de borboletas no estomago e o pensamento de Deus me livre mas quem me dera. Sentei, acendi um cigarro pra refletir sobre "e se fosse", "e se me ignorasse", "e se viesse comemorar comigo".
Quis deitar e olhar as estrelas, mas era tarde de verão ensolarada.
colocar fechaduras é muito desconcertante pra mim.
vivi, por anos, numa casa onde nenhuma porta as tinha, em um dos banheiros havia apenas um trinco frouxo que, por força do hábito, ninguém usava.
não abríamos as portas fechadas.
não havia necessidade de trincos.
para todos tudo estava perfeitamente bem dito
e os termos circunscreviam as relações.
(cronicidade quotidiana).
Sempre digo pra mim mesmo
que não é fácil ter setenta anos anos
meus documentos não dizem que eu tenho setenta anos...
mas quando eu tinha trinta eu já imaginava isso,
as lembranças pesam, as saudades machucam,
acho que já tenho oitenta; olhando adolescentes de hoje
penso que já nasci adulto, eu não fazia muito barulho,
eu não achava tudo engraçado, eu me encantava com as manhãs,
com o céu azul e as colinas, eu gostava de pensar,
não nas coisas que os adultos de hoje pensam,
talvez eu não seja normal, penso que já tenho cinco séculos...
quem normal pensaria que é eterno, quem normal pensaria que é Deus
VINTE ANOS DE MENTE
Mas se não for eu,
seja feliz assim mesmo
nem tudo é completo...
completo vinte anos
no ano que vem ,
vinte anos de mente, de mentalidade...
e se essa cidade fosse minha,
galerias de jóias seriam suas,
seriam suas as sorvceterias...
meu maior prazer é tua alegria ,
é o teu prazer,
mas se não for eu,
seja feliz assim mesmo,
nem todo amor
tem o mesmo tamanho
o mel dos meus olhos castanhos
aliviam a dor,
meu coração tem o suporte
para qualquer adeus,
mas se não for eu
será alguém com muita sorte
seja feliz do seu jeito..
nem tudo é perfeito guarde
no peito a lembrança
do que é ser criança.
E se a esperança ainda arde,
se a paixão te consome
aguarde, tenho todo amor
pra matar essa fome...
A primeira vez que vi o mar
aos quatro anos, na ilha do governador,
Eu não podia entender tanta imensidão...
A segunda vez, eu já sabia o que era paixão...
Agora eu vejo o mar e o mar me ver
E eu sei o que é o amor...
MAIS DE MIL ANOS
Quando ela se nivela ao horizonte,
Como se o seu corpo
fosse uma gangorra, sob as luzes solar
eu penso que as cores do crepúsculo,
são adornos divinos,
para momentos bem íntimos
quando ela se espreguiçou
como se o mundo dormisse mil séculos
meu latim perdeu o sentido
meus músculos dormentes
meus ósculos dementes
pediam seus cálidos lábios
usei de meios espúrios
fiz promessas lhe ofereci a penha
com o templo lá em cima
e todos os sacramentos,
seus cálices de ouro e pedras preciosas
transbordando de um amor sublime
então ela se inclinou
e tingiu tons de pink e lilases
nos travesseiros de nuvens
e nos balançamos por mais de mil anos...
Há alguns anos atrás por muito tempo eu pensei que podia voar; que seria um condor sobre o relevo fluminense; era uma ideia meio insana; parecia uma debilidade mental e assim fui intimado a uma terapia com um psiquiatra. por seis meses, duas por semana e quatro por mês frequentei a clinica do Dr Jartov hasstoff conceituado psiquiatra de descendencia russa. Passados seis meses e alguns dias, ao chegar na Clínica encontrei-a fechada; uma adolescente que reside no dificio e namora com o rapaz da cobertura, que não quis revelar seu nome , jura que viu jartov pulando da cobertura, mas seu corpo jamais foi encontrado. Acho que Jartov aprendeu a voar...
Ainda não tinha o terminal de ônibus, já faz alguns anos, num daqueles rompantes Laura saiu abruptamente e nunca mais apareceu; cheguei a sonhar com seu rosto adornado surgindo com sua cabeleira dourada sobre a superfície da lagoa numa espécie de medusa; eram pesadelos que me traziam insônias
e me aceleravam os batimentos cardíacos trazendo-me uma espécie de apneia, depois quando eu conseguia me restabelecer corria pra varanda e ficava contemplando aquele véu prateado pela lua; vinham- me as lembranças de histórias mais tristes; visagens criadas pelo tempo, de amores consumidos pelas águas, nas vozes marcantes e inconfundíveis de meus antepassados; era bem possível que para terceiros tudo ganharia um tom folclórico e lendário, mas quem ouvira de suas bocas, dadas as devidas proporções, percebia-se, tudo era verídico. Portanto nunca era surpresa quando um corpo aparecia boiando nas águas da lagoa; mas esse não foi o caso de Laura; não foi o encanto da lagoa ou o desencanto com a vida que a levou. Talvez exatamente o contrário; talvez o encanto com tudo que soprava na brisa e aquele murmurar apaixonante que movia silhuetas quando a lua cochilava sob alguma nuvem; aquele encanto que soprava notas de alguma música, trazendo a ilusão gratuita de que a vida pode ser bela; talvez isso. Meditando assim, perdi a conta das vezes que vi os primeiros raios da aurora, ouvindo feirantes armando suas barracas, na esperança vã de ganharem a vida com a venda de seus produtos. Ganhar dinheiro jamais será ganhar a vida; assim passaram-se os anos, de modo que Laura era uma figura arredia atrás das portas; uma moldura desalinhada que mal suportava a foto desbotada; uma curiosidade que suspirava na minha alma a querer saber onde lhe levara tanta pressa de viver. encontrava sempre alguém que fazia parte daquele grupo que bebia e se derramava à noite, então o sorriso indeciso de Laura voltava a bailar às margens da lagoa como um fantasma teimoso; mas agora eu tinha Mirna, de olhar suave e fala mansa, que me falava de grandes poetas e cantarolava boleros enquanto se balançava na varanda como se a vida fosse eterna.
Numa noite depois de um evento no passeio público, nos dirigíamos à praça do Ferreira, quando num dos bares que tocava em alto volume uma música brega eu a vi, estava sozinha, sentada a uma mesa e ostentava um copo de cerveja que ergueu num leve cumprimento arremedando um sorriso; percebi como ela sofrera a ação do tempo, como o tempo pode ser cruel! Seria melhor nunca mais tê-la visto e ficar com aquelas lembranças bonitas. Agora aquela angústia se sobrepunha e Laura não passava de uma lembrança melancólica.
VOCÊ SABE ONDE FICA O BERIMBAU DO GOZA?
Seu Iteovaldo tentou explicar
Mas aos 85 anos já não lembrava direito:
"_Era um lugar bonito, de riso e de grito e admiração..."
O adolescente esperava ansioso
Sem querer saber de toda aquela prosa:
"_Só queria saber onde fica o berimbau do goza..."
_"Tem borboletas e passarinhos...
Tem uns ninhos e outros bichos e tem dois montinhos..."
Era meio poético falar assim,
Mas seu Serafim, bem vivido e bem sucedido
Imaginou que seria melhor compreendido:
_"Você desce uma alameda e tem uns matinhos
Que metem medo, mais pelos segredos que pelos perigos;
Foi assim comigo, tinha um fogaréu, vinha um vendaval
Mas depois dali estaria o berimbau..."
_"Sei não, começou seu Rui, que tinha algo de Barbosa
Comigo foi fácil achar o berimbau do goza;
Fui com Serafina, que era cega,
Surda e muda, e tateava tudo
E perguntava o tempo
E desfrutava a brisa e o calor da manhã,
O barulho das águas e o cantar das aves...
E era tão lindo aquele caminho,
Que o tempo voou e chegou a noite,
Surgiu uma nave de brilhos bonitos,
Improvisei uma rima pra Serafina
Que luzia como um vagalume,
Falava e via e me escutava,
Num impulso catei meia dúzia de rosas
Naquela magia ela já levitava,
Gemia algo que eu não entendia,
Mas lhe deixava formosa
Acho que era ali o berimbau do goza...
PREFÁCIO
Trinta anos atrás eu amanhecia,
Encantado com as espumas
Que as ondas provocavam
Ao baterem impertinentes contra o quebra-mar
E politicamente radical
Com os cachos dos meus cabelos castanhos
Ou o black power do meu irmão; eu era um contestador
Há trinta anos atrás a gente sorria mais fácil
E era mais fácil ser politicamente radical
Há trinta anos atrás bastava um sonho,
Uma postura e a ilusão da democracia;
As utopias revigoravam nossa ideologia
Há trinta anos atrás,
Eu só tinha trinta anos
E trinta Anos era uma eternidade,
Agora eu tenho duas eternidades
E este desejo que arde
Como se eu tivesse treze anos
Cronologicamente o meu cérebro não se deu conta
Que passou tanto tempo
E meu coração não se deu conta de seus efeitos.
Ainda me encanto com o alvorecer,
Com os tons de cada estação,
Com os pássaros, com o que vejo ou só imagino...
Com essa coisa nova que tilinta, que sussurra, que sopra,
Que canta, que me desperta
Que me faz correr como se eu fosse um menino
E então qualquer momento é uma eternidade...
E eu sonho... é o meu destino...
Eu sonho...
QUARENTA ANOS DE GESTAÇÃO
Olhava as mulheres gravidas com mais atenção;
a gravidez é no mínimo um gesto de amor;
um gesto de amor que geraria outros gestos de amor.
A mulher é o maior presente de Deus para o homem.
Mulher é divino. Mas a gestação de que falaria não era a de nove meses, era uma gestação de quarenta anos.
Poeta é um ser em eterno estado de gestação.
Assim aos primeiros olhares tudo é descoberta,
tudo é belo, tudo é paixão;
poeta se apaixona pelo menos sete vezes por dia
e sete vezes vai e volta à plutão.
Assim passeava no limite de seu universo,
até descobrir que era um feto em forma de versos,
uma gestação de toda uma vida... então um dia talvez nasceria AMORAMORA
Recomeçar aos 20 anos é uma festa.
Recomeçar aos 40 é um desafio a si mesmo de competência.
Recomeçar aos 60 é uma prova de vida; mas
Recomeçar aos 70 é digno de um OSCAR - the winner is.........
Viver sozinho durante muitos anos deixa sequelas, como cacoetes, manias, fobia de perder seu espaço e liberdade, e a mais paradoxal e pior de todas as fobias: continuar e envelhecer sozinho.
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