Amor Pintura Eterna Mario Quintana
Meu pai nasceu nessa casinha da pintura. Ela era exatamente igual esta retratada aí. Esse quadro foi pintado antes da casa virar ruínas e sempre que o olho, navego a um passado que me trás recordações quase vivas em minhas memórias.
Casa de tijolos de barro, piso de terra batida quase cinza, janelas e portas de madeira rústica entalhadas pelo formão e pelo machado, tranquilamente trancadas por tramelas. As madeiras do telhado eram feitas artesanalmente de majestosos troncos de árvores nativas da região e nas suas telhas de barro ainda podia se ver os rastros das mãos habilidosas de quem às fez.
Era linda. Arrumadinha. Fresquinha e cheirosa. Cheirava a rosas durante o dia e o perfume de jasmim invadia os cômodos à noite, com a sutileza que beirava a perfeição. Escondidos sobre a beleza da simplicidade os móveis pesados e robustos, arranjados com matéria prima que trazia mais vida ao lugar. As camas bem simples forradas com esteiras de talinhos dourados e pesados colchões de algodão cru, recheados ricamente com capim seco. Jarrinhos de flores, o pote, a moringa com água, o candeeiro com sua mancha de fumaça preta na parede e as imagens de Santos e Santas, faziam a decoração típica do interior da Bahia.
Nas recordações que meus sentidos me trazem, consigo sentir o cheirinho de café moendo, da panela de ferro cozinhando feijão catador, da lenha do fogão a lenha queimando, até o estalinhos eu consigo escutar. Ficava ali encostadinho observando aquelas cores vivas que o fogo improvisava, a dança louca das labaredas e imaginando que a fumaça que saia bailava ao comando de minhas pequenas mãos.
A visão pelas janelas me parecia quadros. As plantas, as árvores maiores, a vegetação nativa, tudo era encantador. O abacateiro grande e frondoso na lateral fazia sombra para o engenho de cana e o forno de farinha. Abacate, rapadura e farinha é a combinação perfeita. O pé de cereja com suas texturas, cheiros e cores era algo que se sobressaia no quintal, perto do rego de água, fazia sombra para as galinhas e aninhava passarinhos de todas as espécies que procuravam por seus deliciosos frutos. Eu era um desses passarinhos, com a habilidade de criança magricela escalava o mais alto que podia e ficava ali, vendo o tempo passar e comendo cerejas. A cerca que rodeava a casa era também por onde passavam várias pessoas a caminho de outros lugares e um cumprimento alegre era praxe. Toda criança que passava gritava um “Bença!” e ganhava um “Deus te abençoe” de cortesia e de coração.
Os sons ao redor da casa compuseram as melodias mais harmoniosas que já escutei. O radinho de pilha ligado em alguma estação, os pássaros livres e cantadores, as aves no quintal piando descompassadamente pra lá e pra cá, o barulhinho bom do rego de água que cortava fora a fora a linha do quintal, os berros do gado e dos bezerros, o relinchar dos cavalos acordando, os latidos dos cachorros mateiros, faziam daquilo tudo uma composição ímpar, transformavam a algazarra matinal em música pra mim.
Mas havia ainda o maestro. Calmo, porém opulente. Forte, todavia tranquilo. Imortal. O Arrojado! Aquele rio de águas doces, límpidas e frescas, era o que permitia se viver ali e o seu ronco, meio canto, meio barulho era ouvido de longe, de qualquer lugar. O arrojado como o próprio nome diz era destemido, cortava as terras desde o Gerais e levava vida a tudo e a todos. Era ele quem mandava.
Banhar nas águas daquele rio era um capítulo a parte, era a aventura maior de todas e ir além de onde se conseguia colocar o pé no chão, me exigia uma coragem sem tamanho. Com os pés flutuando meu coração ia à boca, de medo e de respeito pelo rio. “Rio não tem cabelo menino”, eu escutava dos mais velhos a advertência e assim procurava sempre respeitá-lo como se respeita um Mestre.
Várias lendas e histórias eram contadas a respeito das águas do Arrojado. Algumas pra rir, outras pra meter medo. Quem nunca ouviu falar do Nêgo D’àgua? Aquela criatura imaginária, folclórica e bagunceira deixava minha imaginação fértil. Sempre fui doido para vê-lo, ainda não tive a sorte.
A noite, sentado nas cadeiras no quintal da casa, podíamos ver o maior espetáculo do mundo: O céu!!! Que lua imponente e gigante, dava pra ver a luta de São Jorge com o Dragão todas as noites. Quantas estrelas vinham exibir seu suntuoso brilho. O céu era magnífico e eu ficava por horas, paralisado, olhando pra cima, desenhando coisas, ligando pontos, viajando pelo espaço daquela imensidão de pontinhos de diamantes. Somente os vagalumes, aquelas estrelinhas que voam perto de nós, quebrava o hipnotismo. As candeias disputavam a atenção com sua pequena chama laranjada e seu cheiro gostoso de querosene queimando. A luz mesmo estava era dentro daquelas pessoas: Luz Divina, era a luz de Deus que nos protegia, iluminava e acalentava a noite de sono.
Naquela casinha onde meu pai nasceu, passei bons momentos de minha vida, talvez por conta da dureza da vida e do aprendizado recebido, forjei um pouco do meu caráter, aliás, forjamos, pois somos uma família unida e numerosa e todos que beberam da água do Arrojado se tornaram homens e mulheres virtuosos e agradecidos por ter naquelas casinhas simples da região, um berço de sabedoria, humildade, simplicidade e amor pela vida.
A memória dentro de nós é um tesouro que estará sempre conosco, não pode ser roubado, não deve ser vendido e jamais deve ser esquecido.
À casinha e tudo que ela representa, meu muito obrigado!
Aos bichos e a natureza que vi e me viram crescer, muito obrigado!
Ao Arrojado, meu rio, meu muito obrigado!
Aos meus avós, pais, tios, primos e irmãos, muito obrigado mesmo, família é tudo!
Obrigado Deus, serei eternamente agradecido por viver isso tudo!
"Quão incríveis são as loucuras dos homens: honram a pintura diante da paixão, e desprezam o rosto limpo do amor honesto".
Wagne Calixto✍️📖
" INFINDA "
Às vezes loiro, liso ou ondulado,
moreno, crespo, ruivo, sem pintura,
puxando pelo branco, já na alvura,
tingido por estar agrisalhado…
Ou ralo pela idade, com fissura,
com pouco trato ou mesmo caprichado,
cabelo deixa o rosto emoldurado
e, assim, destaca o belo da gravura.
Mas, não é dele a graça e formosura!...
O belo é da mulher que lhe depura
e, até careca, a vejo sempre linda…
Quer seja loira, ruiva ou se morena,
sem ter cabelo algum, alta, pequena,
mulher vem sempre c'uma graça infinda!
Sensualidade é um mistério: a definição perfeita de uma pintura, as tintas se misturam e criam formas; permite tudo imaginar de uma maneira encantadora a colorir nossos dias, nas quatro estações, porque é próprio da mulher.
Vejo uma pintura divina
com um tom de naturalidade,
uma arte viva pintada
com cores belas e expressivas,
mostrando um nítido primor
em cada detalhe.
Desta maneira expresso
a beleza de um fim de tarde
em plena hora mágica
que traz num frescor de vivacidade,
uma sensação necessária
de uma genuína felicidade.
Portanto, uma linda visão
que por deixar meus olhos afagados,
consegue ser abraçada
pelos meus pensamentos,
fazendo com que a inspiração
venha de bom grado
e resulte em versos carregados de sentimentos.
Minh'alma campesina
faz pintura a beijos,
Colhe calêndula
para preparar essência
para quando chegar
o tempo de sermos
mais do que amantes
estarmos prontos
para o amor que irá
por inteiro nos ocupar
sem ter nada na vida
para nos preocupar.
Você permanecerá ao meu lado assim como está? Como uma bela pintura?
A pintura refletem as cores da natureza, cada folha galho casca e raiz determina a origem natural do eco sistema vivo.
Se existe a flor mas bela, a pintura mais profunda da alma gravada na tela, e a beleza de um horizonte espetacular, não seria comparado com voce...MULHER!!
E a chuva vem... e lava toda a pintura, desbotando o colorido da paisagem, da vida, diga-se de passagem.
E no hábito da frieza, expõe a tristeza com maestria e franqueza...
Quando se percebe, as mascaras sumiram, e que o enchorro não carregue o resto dos mundos que ruíram...
Mundos de ilusões, construídos nos porões dos egos abalados e aflitos; mas mundos ornamentais, que pareciam reais, e agora não mais - nada bonitos!
Realidade cruel, mostrando o sabor do fel onde se fantasiava ser só céu!
Não sei se prefiro o imaginário, no entanto o cenário me faz curioso... curioso pelo hilário, nostálgico e frustrante, mas no mínimo auspicioso!
Nuvens branco-algodão, bolinhas de sabão ... tão longe do chão!
Lindo sei que é... e tudo o que mais se quer, é tornar real esta ilusão.
Mas a chuva vem, o branco vira carvão, e a bolha ... só o vão!
Chuva cruel, pessimista mas real, triste - é normal - mas eterna, não!
MÃE QUERIDA
Mãe querida
Remédio das minhas feridas
És bela, como
Pintura na tela
Mãe de muitas esperas
Sei que em teus braços
Beijos e abraços me esperam
Mulher de ternura minha
Amor sem aventuras
Desde menino
Meu desprazer aturas
Entre dores e tantas torturas
Contemplo o teu sorrir
Repleto de amarguras
Nas noites inseguras
Quando em silêncio
Minhas mãos seguras
A pintura de uma lágrima, a imagem de um sorriso, o som de uma risada, o beijo da pessoa amada, tudo.
Palavras jogadas
A vida pode ser entendida como uma pintura a qual há inúmeras versões, inúmeros pontos de vista.
Não obstante ao padrão nos imposto fazemos diferente a cada segundo, a nossa vida não passa de uma ilusão. Mas por quê? porque é rápida, a cada minuto que se passa, é um a menos à viver..
Posso falar de felicidade, tristeza, ódio ou perdão, posso escrever da vida ou da morte.. mas o que isto vai causar? Nada. Pois são apenas palavras jogadas, por que não escrever de futilidades ou das coisas abstratas importantes? Já disse... são palavras jogadas.
Acordamos todo dia pensando, meu dia será proveitoso? Será que alguém me espera passar? Não sei.
Temos inúmeros sonhos, a vida só acaba quando os sonhos se esgotarem, mas convenhamos, certa vez ouvi que o lugar mais rico do mundo, não são cidades ou países.. mas o cemitério.
Vamos imaginar... quantos sonhos existem enterrados lá? quanta busca de felicidade não alcançadas daqueles que tentaram, no entanto, nos deixaram antes de conseguir, andamos sobre um tesouro, o mais lindo tesouro.. Com isso, apenas lamentamos, choramos, perdendo tal foco a vida passa.. como o grande "mané" disse uma vez.. "uma vida inteira que podia ter sido e que não foi"..
Não podemos nos entregar, olhemos à nossa volta, vamos dar valor as coisas e não preço.. "Tudo que tem preço não tem valor, tudo que tem valor não tem preço".. Mas o que importa tudo isso.. SE SÃO APENAS PALAVRAS JOGADAS?
A pintura é a arte visionária da expressividade humana em suas angústias e anseios externamente pincelados.
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