Âmago
Erguem-se torres de vaidades e ilusões, enredados em buscas de reconhecimento, mas no âmago, somos meros fracassos, poeiras no vento, buscando em vão um sentido eterno, enquanto a vida escorre entre suas mãos. A quimera que embala o sono noturno, e a certeza efêmera de ser único, num universo frio e taciturno. Na miragem da vã perpetuidade, buscando esse fútil espaço, nos tornando vítimas da nossa própria agonia.
A vaidade nos cega, nos engana, nos faz acreditar em grandezas fugazes, enquanto a verdadeira grandeza reside na aceitação de nossa efemeridade.
O ser humano é um ser frágil e inconstante, deseja ser um deus mesmo preso em sua própria insignificância, tenta então erguer-se sobre os ombros de outros mortais, para alcançar um trono imaginário de grandiosidade.
Em cada palavra eloquente e cada feito glorioso, em cada busca incessante por reconhecimento, o homem demonstra sua ânsia desesperada de encontrar um sentido em um mundo sem sentido. É uma fantasia criada pela mente para suprir a falta de significado e valor em si mesmo.
Na busca desesperada por validação, perdemos a essência, nos iludimos, desperdiçamos a vida em devaneios vãos, erguemos torres de areia em fundamentos frágeis. Uma busca incessante por uma efêmera grandeza.
Que libertação seria abandonar essa vaidade insana, encontrar paz na aceitação de nossa condição, transcender além dessa busca mesquinha, aceitar a finitude como uma dádiva genuína. Em vez de buscar aplausos efêmeros e divindades imaginárias, encontrar a coragem de encarar a realidade com olhos lúcidos, reconhecendo a insignificância de nossas vaidades passageiras, e abraçando a verdadeira liberdade: a aceitação de nossa finitude.
Pois só quando abandonamos a busca por validação externa, seja terrena ou superior, descobrimos que a grandeza está na humildade, no reconhecimento da beleza oculta da insignificância humana.
Ó, ser humano, preso em sua vã arrogância, que te torna prisioneiro de tua própria ilusão, que te faz esquecer de ti mesmo, que nesse eterno devir da tormenta da humanidade, cegado pela ânsia de um olhar aprovador, esquece a própria essência, sucumbe à superficialidade. Ergue-se como gigante, a procura de um ser supremo e eterno, para preencher seu vazio. Arrogante em sua essência, busca afirmação, anseia por um eco, uma voz de aceitação. À sombra de um olhar exterior, anseia por um juízo absoluto, enredado em ilusões de louvor, busca no outro o seu tributo. Ó, ser humano, desperta para a verdade, enxerga a fragrância da libertação que reside nessa outra aceitação.
Abandona a arrogância, cessa a busca vã, encontra a sabedoria na humildade e aceitação. A verdadeira paz está dentro de ti mesmo, quando te libertas da busca incessante. Em cada suspiro, na finitude que te envolve, está a beleza efêmera da existência, não busque ser eterno nem superior, mas abrace a efemeridade como uma bênção, descobre a beleza do momento presente, não busques fora o que já está em ti, encontra a plenitude na tua própria jornada.
Que tormento! Que maldição atroz, buscar a validação em olhares efêmeros, quando a grandeza reside em si mesmo, na aceitação de ser o que é, ser inteiro, e que no silêncio interior, está a verdade.
Deixe de buscar validação externa, encontre a coragem de ser quem és, aceita tua essência e tua fragilidade, e então, encontrarás a verdadeira liberdade, transcendendo para além das sombras da própria vaidade.
Lá no fundo
No âmago do meu eu inseguro
Ora quer brotar tudo de novo
Mereço? Aquilo que tanto anseio?
Quero tanto, o tanto que quero;
A segurança de um amor tranquilo...
Sem boleros ou afins
Leve como uma peninha a voar
E forte como um castelo centenário.
Sigo nessa saga, indomável, ora tão ingênua e sensível;
Capaz de sentir além...
A espera de alguém...
Mas quem?
Quem está acostumado a lamber suas próprias feridas ao fazer compressa no âmago do outro está a um passo da dádiva da cura
Sentimentos eternos
No âmago do meu ser, um amor intenso,
Que me envolve em ondas de paixão ardente,
Sou um rio a correr no leito da emoção,
Sob o olhar de Fernando Pessoa, minha mente.
Neste oceano de sentimentos que me invade,
Revejo-me no espelho dos versos lusitanos,
Como um fado que se canta ao coração,
Embriagando a alma com sonhos insanos.
Ah, o amor, essa chama que me incendeia,
Que transcende os limites da realidade,
Sinto-me um heterônimo em seu enlevo,
Vivendo múltiplas vidas em sua intensidade.
E em cada verso escrito com alma ferida,
Desperto a saudade que me embriaga,
Como qualquer em seu desalento,
Procuro-te em cada esquina, oh doce amada.
És minha Mensagem, meu sonho transcendental,
Aquele que busco nas palavras de Pessoa,
A musa que desperta em mim versos eternos,
Nas linhas e entrelinhas da poesia que ressoa.
Tu és a flor nos meus versos de amor,
Sedutora e frágil como uma flor em desabrochar,
Envolvo-te em metáforas que cantam ao luar,
Exaltando a grandiosidade desse sentir a pulsar.
Ah, mas também carrego o vazio,
A contemplar a natureza e sua simplicidade,
Amo-te com a pureza de um olhar singelo,
Num encontro de almas que transcende a brevidade.
Em ti, o sereno e conformado,
Aceitando a fugacidade de cada momento vivido,
Mas, no íntimo, anseio pela eternidade do amor,
Como o poeta em mim, meu eu desmedido.
Escrevo um poema sobre o amor sem fim,
Fernando Pessoa, guia-me nesta jornada,
Com tua sabedoria e alma que não tem fim.
Que meus versos ecoem na voz dos poetas,
Numa sinfonia de palavras que ecoam no ar,
E que o amor, essa força grandiosa e eterna,
Seja a musa inspiradora em cada respirar.
Artífices verdadeiros, os encantos estéticos são capazes de transcender o corpo e tocar o âmago de nossa existência. Em momentos de aflição, a beleza se apresenta como uma dádiva, capaz de aliviar as dores mais profundas da alma. É como se a harmonia dos traços, cores e formas nos envolvesse em um abraço reconfortante, dissipando tristezas e restaurando a esperança.
Diante da beleza, somos transportados para um lugar onde as preocupações se dissipam e a paz se instala. Seja através de uma obra de arte, de uma paisagem natural deslumbrante ou mesmo do rosto de alguém que amamos, a beleza nos presenteia com momentos de transcendência, nos conectando com uma dimensão mais sublime.
A experiência estética nos permite contemplar a grandeza do universo e a complexidade da vida. Em seu esplendor, encontramos uma centelha divina que nos lembra da maravilha que é existir. Através do olhar atento, somos capazes de enxergar a magia que permeia cada detalhe do mundo ao nosso redor. Por isso, devemos celebrar os artifícios que nos presenteiam com a beleza. Aqueles que, por meio de suas criações e expressões, moldam a realidade e nos convidam a vislumbrar um novo horizonte.
São eles os portadores da cura para a alma, os enviados de esperança e inspiração.
Portanto, quando nos afastarmos com a beleza, devemos abraçá-la e permitir que ela nos envolva por completo. Que nos ajude de refúgio nos momentos difíceis, iluminando nosso caminho e renovando nossa fé na vida. Pois, em suas formas mais singulares, a beleza nos recorda que, apesar das adversidades, há sempre motivos para sorrir e celebrar a existência.
Mesmo sem esperanças a gente espera se curar daquilo que dói no amago do nosso ser, daquilo que desfaz nossos sonhos, reprime nossos sorrisos e nos aprisiona junto ao medo. No fundo, no fundo, ainda acreditamos que tudo um dia dará certo e que a felicidade repousará em nossos corações cansados.
No âmago do peito, um amor floresceu,
Por ela, meu coração se rendeu,
Sozinho investi, me entreguei sem medida,
Enquanto ela, em silêncio, permanecia retraída.
Mensagens e sorrisos, tentei expressar,
Na esperança de fazê-la perceber e se entregar,
Apesar de me sentir quebrado, continuei a lutar,
Aguardando o momento em que o amor iria despertar.
Ninguém vos pode revelar nada, a não ser o que jaz dentro do amago do vosso conhecimento.
O professor que caminha na sombra do tempo, junto a seus discípulos, não oferece os seus conhecimentos, mas sua fé e o seu amor.
Se ele for realmente sábio, não vos convidará a entrar na casa da sua sabedoria, todavia vos guia até o limite da vossa própria mente.
O astrônomo pode vos falar da sua compreensão do espaço, contudo, não pode vos dar a sua compreensão.
O músico pode cantar para vós o ritmo que há em todo espaço, não obstante não vos poderá dar o ouvido que compreende o ritmo nem a voz que o ecoa.
E aquele que é versado na ciência dos números poderá vos falar de cálculos e medidas, mas não pode vos conduzir por lá.
Pois a visão de um homem não empresta as suas asas a outro homem.
E assim como quando cada um de vós estiver só, perante o conhecimento de Deus, cada um de vós estará sozinho e em sua compreensão da terra.
No âmago do peito, um abismo se revela
Um vácuo sombrio, insondável e cruel
A sensação de falha, de insuficiência
Uma tormenta mental que me consome a existência.
Ao despertar e ao adormecer, a angústia persiste
Um labirinto de pensamentos que me assiste
Incomodo-me na presença dos demais
Sinto-me deslocada, alguém que não satisfaz.
Tenho uma alma desprovida de riquezas e visões.
Sei que a introspecção é uma jornada profunda
Porém, já não consigo mais resgatar minha essência e encontrar minha paz fecunda.
Não sucite em mim oque
de mais inerente elocumbra
nomeu ãmago.
Aquele algo escondido, mas que afrontado poderá se revelar.
É por ventura esse lobo adormecido que insisto em manter enjaulado.
ETERNO POETAR
A poesia, em seu eterno encanto
Deixou-me os versos a encantar
Por isto no âmago de seu canto
Fiz prosas para a sofrência aliviar
Quando a dor não pude suavizar
Fiz da palavra um cerne acalanto
E agora, num sentimental versejar
Me amimo em um poético recanto
Na agonia escondida, e suspirada
Sinto sensação do tudo e do nada
Vibrando no verso, dando emoção
Então, escorre o doce licor do criar
Nas linhas da estrofe, eterno poetar
Tendo a sina em poética transfusão
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
16/03/2023, 19'28" – Araguari, MG
minha rosa centelha do amor
teu âmago é carcerário que me prende
nestes olhos impassíveis
eternamente aqui estou
em busca de teu ar lascivo
tua graça é bem recebida
quanto um ardil de valores
flutuando num mar de cores
capaz de tornar conquistadores
em pobres caçadores
dona de corações sonhadores
por fim
domadores
Mente e corpo;
corpo e mente.
Uma simbiose que se completa.
A mente, o âmago do nosso ser
O corpo, o reflexo desse um ser
A causa e a consequência
Um mundo criado
Sensações, emoções, transições...
O que é real?
Dois mundos, duas realidades.
Mente e corpo;
corpo e mente.
As lembranças que te atormentam;
o medo que te observa;
a respiração ofegante;
a culpa que alimenta a tua angústia.
O fardo que carregamos,
que levamos até o fim.
Ajudar ou ser ajudado?
Torturar um louco
é
A fúria a envolver meu âmago
Está tirar meu anonimato
Está a distorcer meu viver
Acabo abismado
Numa confusão das rotinas
Sinto uma confusão
Registo nas linhas uma sensação
Um aperto
Transbordando utopias
Emanuel Bruno Andrade
Renasce, esperança
Enterrei a angústia pela tua partida no lugar mais profundo do meu âmago.
Ando por aí desesperada, tentando embrutecer meu coração.
Olho pro mar... na sua imensidão.
Tenho medo do que poderá fazer em mim toda essa solidão.
Está lá bem no fundo a angústia.
Estou magoada.
E a saudade vem... vagarosamente seguindo meus passos.
Eu sigo.
Tenho medo de que ela me pegue nos braços.
... e não me largue mais.
Minha vida se prostra.
Lágrimas escorrem pelo meu rosto.
Um gosto de puro desgosto.
O que eu queria?
Queria que a minha vida caminhasse sozinha.
Que tropeçasse pelas pedras... caísse... se machucasse... se levanta-se e se curasse.
Queria que a esperança renascesse.
Queria que a paz, a alegria, os dias bons a vida me devolvesse.
Quero demais?
"O estado da felicidade sempre será seu cúmplice, pois está atrelado no âmago das suas emoções, basta apenas disposição em vivê-lo!"
CONJUMINANDO-ME
Conservo dentro do âmago de mim,
Lembranças abandonadamente esquecidas...
Sentimentos que atropelam minhas palavras
E me distraem de mim mesma.
Momentos que vagarosamente me incendiavam
Com chamas de pensamentos já adormecidos,
Faíscas que ficaram ao longo do tempo
Queimando meu interior.
Brotam relatos inebriantes de ti com lapsos de saudades
Meu coração entorpecido de sua ausência,
Reflexos de excesso de teu outono em meu corpo
Como se nada mais fizesse sentido!
Meus olhos úmidos sem verdades absolutas!
Negam impiedosamente a despeito de instantes marcados.
Ainda assim...
Seguem a diante na melancolia da estrada...
“Já que é longe demais voltar a trás!”
Senti intensamente a vida antes que ela passasse...
Transmigrando fragmentos de mim em ondas de saudades,
Para o mar do meu desejo.
E entre regressos e despedidas que tenazmente me devoram
Reponho lenhas nos meus sonhos antes que se apaguem.
E me retiro...
Antes que encontrem ossadas das minhas palavras
Soterrada de desânimo...
Não deveria ser julgada pelo nítido
Moro nas entrelinhas...
E sou apenas um copidesque,
As vezes um tanto autêntica por demais!
construindo-me a cada instante vivido,
Até que não haja mais...
By Joelma Antunes.
As pessoas que mais machucam e agridem o outro são também aquelas que carregam no âmago as maiores e piores feridas.
A dor as levam à beira da irracionalidade e o ataque é autodefesa
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