Aforismo Fome
Seu corpo
ele eu desvendo
Eu viajo
Por teu universo
É um milagre secreto
com fome de beijos
de carícias
e um amor livre
leve e com sentimentos
Sensações a flor
As margens da pele nua
Que acendem
Atiçam a minha mansidão
Quero ouvir
um grito insano
quebrando o silêncio,
te encontrei com dor
Loucuras margeiam
A tua pele sinuosa
O corpo...a alma
Teu ser complexo
Seduz totalmente o meu
Vorazes são as sensações
Tua beleza marginal
Assanha com volúpia
Quando bater te a fome
E abrires o armário
E veres que somente tens pão e manteiga
Não reclameis
Pois há muitos que nem isso tem.
Mais uma noite em claro,Satisfazendo os desejos da alma e alimentando a fome do corpo.Eu pego mais um copo,mato a minha cede,Escondo os prazeres carnais,Meus pensamentos surreais atingem a realidade,No espaço=tempo,Eu fico sem tempo,Esperando mais um temporal na cidade,Vendo o contemporâneo atingir o ápice,Eu como de tudo e me esqueço da alface,Apenas quero ficar face a face com ela,Beija-la não será difícil,Amar ela será um desafio.
Mesmo na queda lado a lado Oxossi e Exú
Matando a fome a adoidado, ração é angu
Tá pro governo carniça, dinheiro urubu
Humanidade, sem depender da Onu!
Nesse exato momento
Lá fora, no frio e no vento
Nossas crianças morrem de fome
Num piscar de olhos
Mais uma que some
Minha barriga ronca, a fome me apetece
Já jantei a tua mente, enquanto a minha amortece
Dom da palavra e atitude só tem quem merece
Manda quem pode, e que pode mais desobedece
POMBA - TROCAL
Não mais arredias...
Pombas na praça pousam;
A implacável fome amacia,
Ariscas aves que não voam.
Ruídos e ameaças
Não mais as incomodam.
Viver é a maior vontade...
E ao enganar a fome na cidade!
Vão-se, em bandos,
Enganadas...
Perseguidas,
Desejadas,
Caçadas,
Comidas.
Subtraem de fétidos recipientes
Energias provenientes
Do ambiente natural,
Dos transeuntes.
E em leves voos,não tão ditosos,
Rompem a força gravitacional,
No caminho inverso
Ao repouso;
Para refazer no dia seguinte...
No espaço marginal,
Entre pedintes,
Um novo recomeço;
Pois também no mundo real,
Da pomba-trocal,
A vida têm um preço...
Nemilson Vieira de Moraes - 16.01.16
Há um momento tão nosso
Que o melhor apetite que temos
É a fome que nós sentimos.
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Tenho remédio ... contra o tédio... tenho sede, fome, endereço ... fico angustiado quando não brigo, rio ou grito... tento o equilíbrio do pensamento entre o fim e o começo e nesse fio se esconde o brilho da morte que corta a dor, a fome, um estraga prazer... não adianto o relógio, quantas horas faltarem, vai estar lá uma solene transmissão ao vivo e a cores, da espada contra o dragão que sempre rondou, se escondeu e agora acordou... não quero saber do tempo passado, quero correr, correr, chegar o mais rápido possível naquele mundo que será só meu... mas só meu, meu zero... meu começo sem pó nem poeira.... apenas eu e o vento... vento que foge em mim, não tenho que pensar, é render-me e viver....
Eu me torno responsável por tudo aquilo que me consome. A dor, a fome, a calamidade. Por isso, muito cuidado. Só se deixe apoderar por aquilo que te dá prazer: amor, abraços e olhares transparentes.
Por trás de toda fome de grandeza, desmensurada, despudorada, desmedida, há uma confissão de profundo nanismo existencial.
Quanto maior penso SER, menor confesso que SOU.
Então ta né...
Um dia destes varado de fome fui comer um churrasco em um bolicho a beira da estrada, lá pelas bandas do Alegrete.
Um Velho, cor de cuia judiado pelo tempo, virava o espeto sobre o braseiro de carvão. Ao me ver chegar começou a falar...Sabe piá, a um tempão atrás num inverno destes de renguear cusco, o capim estava molhado pela umidade do sereno e deixava escorregadio o campo para o trote do cavalo. Um certo gaudério que levava o gado de uma invernada para a outra, a procura de melhores pastos, cavalgava com cuidado quando, de repente o tempo fechou, mas num instante a escuridão foi alumiada pelo clarão de um raio que cortou o céu atingindo em cheio um novilho. O bicho deu um berro e saltou cerca de uns 2 metros, mas como a desgraça não vem só, o animal escorregou no campo molhado e de cabeça, bateu na bota do gaudério, tonteou, revirou os olhos e caiu esparramado no chão, mortinho. Contam que foi neste dia que surgiu a expressão: "Bateu nas Botas" que ao passar dos anos ficou "bateu as botas". Já o gauderio assustado com o ocorrido mas sentindo o cheiro do gado assado pelo raio, não deixou por menos, com uma baita fome pois a dias percorria o campo tocando o gado de um lado para o outro, só com um pedaço de charque para comer, experimentou a carne tostada, mal passada e gostou. Nasceu assim o churrasco. É o que dizem...
Fome de saudades...
Eu nunca te toquei e a saudade vive em mim.
Nunca te olhei de perto e a saudade vive aqui, a trazer teu cheiro...
Eu nunca disse te olhando: eu te amo.
Só escrevi palavras de exagero...
Mas sinto fome de saudade de ti.
Cibely, pensando e com fome...