Adiamento
Olímpiada (Como o adiamento das Olimpíadas de 2020 para 2021 afetou o esporte e os atletas brasileiros?)
As olimpíadas é o culminar - para muitos - de todos os atletas. Ser considerado o melhor ou estar entre os melhores é relativo. Cada atleta tem uma visão de sucesso, porém é inegável que todo atleta quer estar no maior palco dos esportes simultâneamente, pois é lá que os melhores estão. Literalmente. O adiamento dos jogos de 2020 para 2021 foi preocupante para muitos do meio esportivo. Os jogos olímpicos já acontecem a cada quatro anos, isto é, vamos ter que esperar mais ainda?
Os atletas tiveram que mudar abruptamente suas rotinas de treinos. Personalidades dos esportes disseram que ainda assim nem todos os treinos foram adaptáveis, isto é, de alguma forma estão perdendo condicionamento físico. Uma perda onde cada detalhe faz a diferença em um evento de alto nível como as olimpíadas. Falando em diferenças, a diferença de um ano para o outro influencia na seleção dos atletas. Exemplo clássico é o futebol de campo nas olimpíadas onde o time deve ser selecionado do quadro de jogadores sub-23. Apenas uma pequena porcentagem do elenco pode ser acima do sub-23.
As olimpíadas e os esportes em geral também perdem com esse adiamento. Milhões de euros/dólares/reais são usados na preparação dos eventos, marketing, etc. E quando o investimento não retorna no prazo estipulado, torna-se uma dor de cabeça. Clubes milionários de futebol também sofreram para pagar suas contas. Os clubes de menor investimento muito mais. Muitos só não faliram, por exemplo aqui no Brasil, pois a moda de clube empresa ainda não foi enraizada. Dessa forma, os investimentos que as organizações fazem são de suma importância para as estruturas esportivas e as olimpíadas é uma vitrine para diversos esportistas, principalmente para a juventude, e quanto menos experiência tiver, mais possível é a saúde mental ser um fator divisor de desempenho no preparo e no ato entre eles. A saúde mental é um fator que pode dizer muito sobre a performance do atleta. E a pandemia afetou muito essa faculdade. No entanto, personalidades dos esportes com mais experiência entendem que protelar o evento não é de todo ruim. A grande maioria, ao menos dos que se pronunciaram, entendem a importância dessa medida para a saúde geral. Que de fato é o principal nessa história! - A médio/longo prazo estaríamos piores do que já estivemos até então. - E são nesses momentos também que vemos as chances de sucesso entre um e outro. Alguns esportistas terão tempo para a recuperação de lesões pendentes e recuperarem o condicionamento físico. E aqui vale citar uma frase que tornou-se uma valência tão importante quanto qualquer outra no esporte: “informação é poder”. Pois, os atletas, com esse adiamento, podem fazer um melhor preparo/estudo e mais extenso em relação aos seus adversários.
Portanto, adiar o que poucas vezes foi considerado “adiável” na história não é só válido como é, sem dúvidas, necessário. Tudo tem o seu ônus e bônus, porém os seus ônus foram mais necessitados de atenção. O que os atletas podem fazer é viabilizar novas manobras para tempos como este para manter a forma física e não serem pegos de supetão, pois realmente os atletas não tem muito o que fazer em comparação as organizações. Imprevistos acontecem, mas os clubes, empresas, grupos envolvidos em geral no mundo dos esportes, devem depender menos possível do recurso de terceiros, pois apesar das organizações esportivas mais bem estruturadas sofrerem para se manter nesses tempos difíceis, elas sobrevivem. Ao contrário do que vemos com boa parte da realidade do esporte no Brasil e mundo. É visível que o esporte em geral virou um business – alguns mais do que outros, pelo menos por enquanto -, contudo, muitas organizações em geral desse mundo ainda não se comportam como tal. Se não fizerem a sua própria parte a tendência é só piorar e como brasileiro parece gostar de aprender do modo mais difícil, se nada mudar, assim será. Essa dificuldade de se manter é compreensível no que tange: país de origem, moeda de uso, tipos de renda, etc. No entanto, ao menos uma semi-independência é necessária para sofrer menos em tempos de crise e assim não serem afetados por toda e qualquer mudança que ocorrer, pois mudanças fazem parte de um processo comum e devemos estar suscetíveis a elas.
Quem sabe o que o amanhã vai trazer? O adiamento da satisfação perdeu seu fascínio.
Hoje é um novo dia
É chegado o momento
Hora de realizar
De não ter adiamento
Hoje é um novo ano
Tempo de cumprir o plano
Guardado no pensamento
Responsabilidade afetiva e procrastinação.
Parece óbvio, o sofrimento da humanidade se baseia na necessidade de fazer escolhas e portanto perder algo. Mas dentro de uma formação que tensiona para o intelecto, fazer escolhas se torna cada vez mais sofrível.
Procrastinar é o comportamento de adiar, de deixar para depois. Podemos pensar vários fatores que levam a isso, mas destacaria o excesso de exigência.
Veja, não existe escolha com 100% de garantias e isso envolve suportar algum risco. Quando colocamos toda a expectativa para que alguém seja inteligente e faça "boas" escolhas, sem que haja um desenvolvimento da responsabilidade afetiva, é comum um enclausuramento na bolha da procrastinação.
- Vou esperar mais um pouco para ver se consigo fazer melhor.
- pensar melhor.
- planejar melhor.
E assim não se faz nada, não se arrisca nada, e não se escolhe nada, em uma fuga do desafio de escolher, acertar ou errar, e arcar com as consequências.
Um procrastinador pode ser alguém com grande dificuldade em suportar a falha, o insucesso, a cobrança, e o desapontamento do Outro. A ironia é que sua estratégia para fugir da cobrança, muitas vezes, o leva a ser cobrado por sua inércia.
A maioria das pessoas que procrastinam não sabem dizer o motivo do seu comportamento e também possuem alguma área da vida que conseguem desenvolver sem tanta procrastinação, mas durante o processo terapêutico, sendo convidado a pesquisar sobre sua própria história, alguns podem identificar elementos que levam ao adiamento/atraso.
E o grande desafio é desenvolver uma estrutura que o possibilite viver com maior responsabilidade afetiva, fazendo investimentos (intelectuais, afetivos, financeiros), considerando e suportando alguns riscos, perdendo e ganhando, mas acima de tudo respondendo por suas ações, planejadas ou não, querendo ou sem querer querendo.
Responsabilidade afetiva e procrastinação.
Parece óbvio, o sofrimento da humanidade se baseia na necessidade de fazer escolhas e portanto perder algo. Mas dentro de uma formação que tensiona para o intelecto, fazer escolhas se torna cada vez mais sofrível.
Procrastinar é o comportamento de adiar, de deixar para depois. Podemos pensar vários fatores que levam a isso, mas destacaria o excesso de exigência.
Veja, não existe escolha com 100% de garantias e isso envolve suportar algum risco. Quando colocamos toda a expectativa para que alguém seja inteligente e faça "boas" escolhas, sem que haja um desenvolvimento da responsabilidade afetiva, é comum um enclausuramento na bolha da procrastinação.
- Vou esperar mais um pouco para ver se consigo fazer melhor.
- pensar melhor.
- planejar melhor.
E assim não se faz nada, não se arrisca nada, e não se escolhe nada, em uma fuga do desafio de escolher, acertar ou errar, e arcar com as consequências.
Um procrastinador pode ser alguém com grande dificuldade em suportar a falha, o insucesso, a cobrança, e o desapontamento do Outro. A ironia é que sua estratégia para fugir da cobrança, muitas vezes, o leva a ser cobrado por sua inércia.
A maioria das pessoas que procrastinam não sabem dizer o motivo do seu comportamento e também possuem alguma área da vida que conseguem desenvolver sem tanta procrastinação, mas durante o processo terapêutico, sendo convidado a pesquisar sobre sua própria história, alguns podem identificar elementos que levam ao adiamento/atraso.
E o grande desafio é desenvolver uma estrutura que o possibilite viver com maior responsabilidade afetiva, fazendo investimentos (intelectuais, afetivos, financeiros), considerando e suportando alguns riscos, perdendo e ganhando, mas acima de tudo respondendo por suas ações, planejadas ou não, querendo ou sem querer querendo.
EMBALADOS PELA EXPECTATIVA ESQUECEMOS DE VIVER O PRESENTE:
Mas a desilusão, em vez de conduzir à renúncia, incita a novas expectativas. (...) E toda a vida do homem, apesar de todos os adiamentos e paragens, não passa de um esperar a vida, a bela vida, a verdadeira, a nossa. Todo o presente e o possuído afigura-se-nos apenas um adiantamento para a nossa fome ou um mau prefácio de um livro maravilhoso. E, enquanto esperamos a vida, esquecemo-nos de viver ou vivemos sem economia e prudência, não pensando em destilar dos minutos de hoje, única propriedade certa, todo o sabor e substância.
Quando é maior o medo de enfrentar a realidade dos fatos, a escolha é manter-se na ignorância confortante. Houve apenas um adiamento.