Versos do Luar
VERSOS DE AMAR (soneto)
O poetar que sofre, desgarrado
Da emoção, no exílio sem pejo
Da inspiração, ali tão separado
Calado, e sem nenhum desejo
Não basta apenas ser criado
Moldado na doçura dum beijo
Nem tão pouco ser delicado
Se o cobiçar, assim me vejo
O poetar que tolera, e passa
Sem se compor com pureza
Não há quem possa ele criar
E mais eleva e ao poeta graça
É trazer na poesia a grandeza
E a leveza dos versos de amar.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, outubro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
VERSOS DE AMOR
Você é tudo aquilo que desejei
tudo que sonhei
e que me faz viver
me faz sorrir, ao te ver...
Com você,
não penso em mais nada
a vida é uma só estrada
você! Afeto tão amado
sonho tão sonhado...
Este teu jeito leve me fascina
teu carinho, meiguice, uma sina
com beijos quentes, me delira...
E nos teus braços ouço a lira
da paixão, tocando pra nós
embalado por tua doce voz...
O toque de sua mão
acelera o meu coração,
o teu cheiro é de terno sabor...
Sem duvidas, és o meu melhor.
Poetados nestes versos de amor.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
agosto de 2018
Cerrado goiano
Não são apenas versos
Poetando a sintonia de meu coração
Em ritmo de olhares e singelos gestos
Sem pretensão, a não ser minha emoção
Nas reticência, não são apenas versos
Em cada rima, em cada trova
Momentos de pura demonstração
Em formas de pensamento, prova
Que não são apenas versos, paixão
Se o poema grifa lágrima no reverso
Da ausência de seu sorriso, nos dias
O sentir também não é apenas verso
São presentes de ter-te aqui, alegrias
Nunca é tarde para poder lhe expressar
Que o que sinto vai além do universo
Trais amor, companhia, sede de beijar
A toda hora... E não é apenas verso
Sendo assim fica e vem pro meu lado
Ponha os afetos na alma submersos
Faz do meu sorriso no seu calado
Pois aqui não são apenas versos
(É o amor em verso alado...)
Luciano Spagnol
VERSOS E REVERSO
Retornei ao ponto de partida
Vou procurar por outra saída
Para este desenlace de amor
Mesmo que possa dar em dor
Vou estar na posição oposta
Qualquer que seja a proposta
De não esquecer o seu olhar
Ainda que eu esteja a lhe amar
Vou voltar a ser o que era
Sem ter que ficar na espera
Destas almas se entenderem
Transformadas em quimera
Meu coração vai ser o revés
De minha vontade, ao invés
De correr para seus abraços
Vou é estar em outros laços
Desmistifico nestes versos
O avesso de meus sonhos
Estes pesadelos enfadonhos
Pra harmonia que proponho
Não quero opor a verdade
Que hoje fala meu coração
Com toda sua ambiguidade
Pra não reverter à situação
Hoje eu quero o anverso
De um amor no reverso
Pois eu vou ter e mereço
Por um amor com apreço
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
sábado – 17/05/2008
Rio de Janeiro
ODISSEIA (soneto)
Minha saudade de querer-te, ideia
Meus dias poetam versos em te ter
Pois vives no meu viver sem tu crer
Numa saudade de vida em odisseia
Não é só uma razão no meu querer
És o enamorar em noite de lua cheia
Mistérios pra que minh'alma te reteia
E contos de amor escritos pra eu ler
Já tantas vezes lidos, no céu, na areia
Relidos nos sonhos do meu entardecer
É tão presente numa clássica epopeia
És o meu amor, a aurora no amanhecer
Quem no meu palco encenou a estreia
Enlouquecendo por inteiro o meu ser
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
16/06/2016, 17'26"
Cerrado goiano
Amor com pimenta
Tantos poemas
Chorados
Tantos versos
Acabrunhados
Feitos nos proveitos
Da imaginação
Agora aqui estou
Imergido
Em pleno voo
De letras servido
Esperando
Uma nova emoção
Chega de vazio
Vazio leito
Peito vazio
Solidão como sujeito
Eu só queria
Poder compor
Afeto na caligrafia
Sem os rabiscos de dor
E nem porfia na teoria
E assim, uma canção
Que fale
Que ouça
Não cale
Respire
Suspire e esbouça
As videiras do coração
Compassivamente
Servindo-me de poesia
Verdadeiramente...
Sedenta!
De amor com pimenta.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
23/04/2016, 09'09"
Cerrado goiano
SONETO À DEUS
Louvor, Senhor, meus versos são pra ti
Ainda que os homens te vejam ausente
E os olhos mortais, no pecado pendente
O meu crer te demanda por toda a parte
Tu que habitas o amor, nos céus assente
Tenhas compaixão de mim, ó Pai baluarte
Alveje a minha razão pra assim adorar-te
Evitando coração perverso, vorazmente
Que és necessário pra eu ser comparte?
Nos ensinamentos e, assim, cabalmente
Envolvendo de luz numa fé que me farte
Oh! Dá-me conselho ao corpo e a mente
Pra a alma, que não morre, o céu dessarte
E me conduz à Tua vontade, integralmente
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
31/03/2017
Cerrado goiano
Em agradecimento
ALGUNS VERSOS (soneto)
Alguns versos vazios, diáfano, me espiam
Atrás da luz natural do cerrado afogueado
Inquietos no quase nada do olhar fustigado
Em pé ao fundo da vastidão que os afaziam
Vejo o sol avermelhado, ali tão angustiado
Entre as quaresmeiras que no clarão, cerziam
Criando ilusões que nas saudades doeriam
Em silêncio, que um dia no peito foi tatuado
São letras ocas de um entardecer perverso
Que tenta brotar de um devaneio imerso
À tona em trova de lágrima da recordação
De fora do presente, tão vário é o universo
E eu pareço apenas durar no meu reverso
De cujo alguns versos escorrem da solidão
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, abril. 05'40"
Cerrado goiano
Versos livres:
Porque é que o estro me disseste
Agora e não noutro minuto
Se as trovas que, outrora, me deste
Deixaram o meu poetar de luto?
Se tudo era apenas uma miragem
E o tempo era apenas uma rima
Então, que me traga coragem
Na poesia, e não enigma...
Nem roupagem!
[...] só os afetos e a emoção
Hão de vir inspirar-me maior
A poemas, basta-lhes a ilusão
Aos poetas, basta o amor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14/04/2020 – Cerrado goiano
Paráfrase Pedro Homem de Mello
CERTOS VERSOS (soneto)
Letras ranzinzas de certos versos
Olham no vazio do papel em branco
Nodoando o imaginar nele dispersos
Do alquebrado fado em um tranco
O amarelado do tempo ali imersos
Adentra a saudade no peito manco
Rindo e chorando em tons diversos
Em um alvoroço dum soluço franco
Onde estariam tais agrados reversos
E assim o versar sair deste barranco
E então deixar de serem perversos
Ah! Rumo sem margem, sem arranco
Que cria na alma nublados universos
Deixando o sonho nu e sem tamanco
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Agosto de 2017
Cerrado goiano
SOLIDÃO EM VERSOS
Os versos que não pude criar
E que não redigem o tal verso
Na saudade é verso perverso
De um tal silêncio a me fincar
E nesta vaga do verso, o olhar
Perdido, e na quimera imerso
Áspero, de um vário universo
Que faz meu verso, um vagar
Suspiros em versos, reverso
Ao poeta do cerrado a poetar
Pois, o amor na alma, é terso
E de todos, o verso a me julgar
O infortúnio, me foi inconverso
Deixando a prosa sem seu par
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Agosto de 2017
Cerrado goiano
AS PAIXÕES
As paixões se expiram como um nevoeiro
São como versos que saem do pensamento
Em vapor de aromas dispersos, por inteiro,
De ilusões, tais plumas voejando pelo vento;
São como tintas que caem de um tinteiro
Tal o pó ressequido no cerrado sedento,
Em um toque são absorvidos tão ligeiro
E tão ligeiro vivem em um só momento...
Mas os verdadeiros, os correspondidos
O “sim” que fica, o “Okay!” que alucina,
Estes ao coração nunca serão sofridos,
Abrasam-nos o ouvido, não são temidos:
Ficam no peito, e numa euforia assassina,
É afeto, é agrado, e ao amor são permitidos.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Setembro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
ABACAXI
Espinhada coroa
Casca grossa, fonte tupi
De versos tão atoa
Um poema, um abacaxi!
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
Me escuta
Ouves o som que vem do vento, lento
Ouves meus versos, tristes lamentos
Ouves meu pranto, grande tormento
Ouves o som do meu coração, oração
Ouves a canção do meu corpo, paixão
Então, pare de fingir que não me escuta
Ah, por favor...Me escuta, Ah!
BIOGRAFIA DOS MEUS VERSOS (soneto)
Estes meus versos simplistas versados
Que aprenderam a poetar pelo cerrado
Choram, riem, entre o trovar suspirado
Suspiram e pelas rimas são moldados
Os meus versos que um dia tão calado
Voam sujeitos feitos apalavrares alados
Desenhando talhos, pouco rebuscados
Mas que do coração quer ser consolado
São versos adolescentes, e apavorados
Que tentam o encanto pra ser encantado
Tão contentes e, leves pra serem levados
Estes meus versos, no vário devaneado
Tantas outras vezes no peito silenciados
Agora vão, encenados no palco do fado!
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano
EU SOU POESIA (soneto)
Se de sentimento eu sou a poesia
De doces versos eu traço o coração
Em cada reverso tem uma emoção
E nas palavras amor sem covardia
O medo já me fez ocultar paixão
Nas juras eternas, versei hipocrisia
Rimei amor com a dor que sentia
E imaginei estrofes com sedução
Palavras, versos, rimas e eufonia
A voz do poeta na sua inspiração
Que com su'alma faz em parceria
Sente o que escreve, redige versão
Mente sem mentira, vive a fantasia
Poeta e a poesia é pura fascinação
Luciano Spagnol
Outubro, 2016
Cerrado goiano
SONETO ORANTE
Em teu louvor, Senhor, estes meus versos
Aqui a teus pés, minha fé, para cantar-te
Neste soneto em rogo, orante... Destarte
Aqui as falhas mortais, na prece imersos
Humildemente o meu olhar a adorar-te
Ó Sacrossanto que reina os universos
E põe a margem os corações perversos
Os meus erros para ao Teu perdão parte
Diz-me o necessário dos maus anversos
Pra que possa me redimir em descarte
E ter comunhão, caridade n'alma emersos
No merecimento do Céu inteiro, fartes
Meu coração de paz e bem, dispersos
Nas boas ações, e na fé como baluartes (Amém!)
Luciano Spagnol
Dezembro, 2016
Cerrado goiano
Poeta simplista do cerrado
SONETO EM VERSOS
Versos! Reversos! Sei lá donde estes universos
Partes de mim, pedaços submersos, olhar
Ou os vozeados da imaginação a cantarolar
Grunhidos complexos dos sonhos diversos
Será que são as trovas do amor a soluçar
Nos sorrisos, lágrimas, nos momentos adversos...
Ou oportunos? Versos!... tão presentes e tão dispersos
Porém, sei lá! Será sempre verso a se revelar
Dos meus, se são versos, são do coração emersos
Desfiados em contos, talvez, ou apenas amar
Minha forma de ter os sentimentos extroversos
Assim, versos que são versos, estão sempre a desafiar
A inspiração, nos anversos, controversos e nos inversos
Do poeta, nos bons e perversos atos d'alma a apartar...
Luciano Spagnol
Dezembro, 2016
Cerrado goiano
AMOLDO VERSOS (soneto)
Eu amoldo versos como artesãos
Do barro inviolado a transfiguração
Livre é o saltimbanco do coração
Que trova alumbramentos cortesãos
Nas pontas dos dedos em convulsão
A quimera arranha os tarares anciãos
Com a lira d'alma nos gemidos sãos
Escorrendo expressão da imaginação
Gota a gota, tato a tato nos corrimãos
Das vozes que aos amados clamam
E das odes que saem como bênçãos
Neste improviso tem dores, emoção
Solidão. Na cata dos sensíveis grãos
Da poesia. Transformados em canção!
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro de 2017
Cerrado goiano
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