Versos de Silêncio
Eu nem peço muito.
Peço o que é quase nada
mas que, no fundo, é tudo:
silêncio que não me fira,
presença que não me sufoque,
um canto quieto onde eu possa respirar.
Aquietei meu desejo sem fazer alarde.
Enrolei-o num véu de silêncio
e o deixei repousar onde ninguém mais alcança.
Há um tumulto lá fora.
Uma pressa que empurra,
uma sede que nunca se sacia.
Mas eu…
eu recolhi meus sentidos,
como quem apaga as luzes para ver melhor por dentro.
Permiti à solidão entrar com os pés descalços,
sem medo dela
como quem reencontra uma velha amiga.
Não me falta amor,
me falta barulho a menos.
Me falta gente que saiba calar bonito.
Hoje, fico guardada.
Não por medo do mundo,
mas por amor a mim.
Sou abrigo do que é leve,
sou pausa.
E quem souber me encontrar nesse silêncio,
não precisará bater.
NO DIA QUE O CORAÇÃO DO POETA CHOROU.
No silêncio da noite, o coração chorou,
como chuva que cai sem que ninguém notou.
O poeta, que sempre pintou céu azul,
viu-se perdido num mundo tão nu.
As palavras, outrora tão doces, tão leves,
tornaram-se pedras, pesadas, em breve.
O verso calou-se, a rima fugiu,
e o peito doeu onde o sonho ruiu.
Era o dia em que o sol se escondeu,
que a lua distante ao abraço cedeu.
Um vazio tão vasto, um eco de dor,
o poeta aprendeu do que é feito o amor.
Mas mesmo em pranto, há força que nasce,
no chão das memórias, a flor se refaz.
E o coração, ainda que chora e se parte,
não desiste jamais de transformar dor em arte.
AMOR DE MENINO
Carla Patrícia.
Doce melodia que meu coração entoa,
Mesmo quando o silêncio devora o tempo.
Tu foste a primeira chama,
O incêndio que queimou minha alma em segredo.
Eu era menino, ingênuo e cheio de sonhos,
Mas tu... tu eras a própria poesia viva.
Teus passos eram meu compasso,
Teus risos, a canção que me embalava.
Sonhei contigo em noites infinitas,
Num mundo onde só existíamos nós dois.
Te imaginei minha,
Mas nunca tive a coragem de tomar tua mão,
De dizer que meu coração era teu templo.
Crescemos. Amadurecemos.
Mas algo em mim permaneceu intocado,
Como um relicário guardando o impossível.
Tu foste o céu que nunca alcancei,
O amor que moldou o homem que me tornei.
Agora, seguimos rumos distintos,
Mas tu vives em cada batida do meu peito.
Carla Patrícia,
Primeiro amor, último suspiro de pureza.
Se um dia me perguntarem o que é eterno,
Direi teu nome.
O ruído do mundo corta o crepúsculo,
com crueldade e corrupção.
E o silêncio do campo desabrocha,
com pássaros cantando,
onde a terra responde sem palavras —
mas com honestidade, cercada de vida.
Viver sob expectativas sociais cria um segundo eu, um reflexo:
uma voz de perturbação e comparação.
Já a solitude permite-nos ver
um vislumbre da paz,
sem precisar de alguém —
bastando um único eu.
Uma paz que não é compartilhada,
mas vivida com amor.
Orgulho ou não,
não existe solidão:
apenas o sol, a chuva
e a felicidade nascida da simplicidade.
Cale-se, faça silêncio, não se humilhe querendo atenção de quem nunca vai gostar de você. Silencie sua boca e seu coração, não são todos que merecem sua atenção.
Busque conversar com quem te valoriza.
Não se sinta culpada em não falar com as pessoas, até mesmo aquelas que você ama, se não merece seu amor, despreze.
Todos os dias é dia de recomeçar.
Então recomece e seja feliz, não olhe pra trás, busque um presente melhor hoje, pra que no futuro a felicidade seja permanente na sua vida.
Cuide-se.
Valorize-se.
Ouça o silêncio.
Tem muito á nos dizer.
Sinta o coração serenar ao som dos pássaros á cantar.
Sinta o vento lhe acariciar.
Palavras lhe sussurrar que a paz há de lhe guiar.
Ouça o silêncio
Tem muito á nos dizer.
Que o amor alimenta a alma, nos dá força para viver.
Que o amor em nós floresce a cada amanhecer.
O que as pessoas pensam ao meu respeito, são problemas delas. Enquanto pensam, em silêncio vou construindo o meu império.
Em minha alma carrego o que sou e memórias de tudo que já vivi. Sei de cada coisa sobre mim, que muitos nem sonham.
Em um diálogo, você conhece mais da pessoa que vos fala, ao contrário da que o nome é citado.
Todos cometem erros!
Então, se queres me conhecer verdadeiramente, me convide para tomar uma cerveja ao invés
de mergulhar em conteúdos rasos onde me relacionam.
PS: Se você não gosta de cerveja... Fique sabendo de quê, amo vinhos também.
Sua dor não pode desprezar a minha, seu silêncio não pode calar o grito da minha alma.
A distância que se cria só serve para atenuar a cicatriz de uma ferida aberta em nós dois.
Muitas vezes choro em silêncio apenas com a solidão
As noites se tornam eternas, com pensamentos da saudade
Uma saudade que dói, uma falta inexplicável de se conter
Faço das noites dias em lembranças
Tento apagar um pouco com as lembranças de estar com você
Sei que tudo isso é temporário e vai passar
Mas enquanto não te abraço novamente
Me afogo nas lembranças de estar com você
E poder te dizer o quanto eu te amo
Imagino a todo o tempo
A hora que entrar por aquela porta e dizer voltei, e voltei para ficar
Porque aqui é o meu lugar
Saudade, saudade, saudade.
Há de se ter certo equilíbrio entre as palavras e o silêncio.
Que em tudo o que fizer haja verdade, sentimento.
Aquele amor que se entende,se compreende só pelo olhar.
Amor em silêncio
Silêncio!
Beijei-te a alma...
Sentistes?
Beijei-te com calma...
Espera-me!
Com paciência...
Estarei chegando
para cuidar-te,
nada tens a temer,
eu amo Você!
Silêncio...
Em cada rosto sofrido, em cada barriga vazia, repousa a inércia e o silêncio dos espectadores.
Valnia Véras
Na maioria das vezes, o SILÊNCIO fala muito mais que uma enxurrada de palavras. Quem não suporta a angústia do silêncio, não encontra a resposta real.
Érika Andrade Freitas
O SILÊNCIO DOS ANJOS
Hoje, o manto negro predatório ameaça campos e cidades deixando nossos sonhos parecer mais tísico.
Meu corpo sangra, mas Minh' alma em bulício aplaca os quatro ventos que sopram rumo à primavera.
Ah, eu quero ver o que vai acontecer quando o novo sol chegar!
Do que adianta falar a linga dos anjos e, não ouvir a voz dos oprimidos.
Novas Cores
Quero ficar aqui sentada,
Entender este meu silêncio,
Esta vontade de não
querer fazer nada,
Mas odiando isso tudo
Que estou sentindo por dentro.
Lá no fundo Contudo,
Confio nesta espera
Que tanto quanto esperei,
Onde meu mundo pálido
Por um adeus flácido,
Receba novas cores e
Esgote-se em um abraço
Ou um beijo de alguém.
Jorge Jacinto da Silva Junior
Lisboa Oculta -
Caminhei p'la noite no silêncio
da Cidade oculta adormecida!
Lisboa sonhava com o Tejo,
e na Mouraria, um fadista,
cantava ainda à dor da despedida.
Ouviu-se então
o rumor dos passos d'um Poeta
que também chorava a desventura
do Amor ...
Ninguém passava!A noite velava!
Ninguém estava! Só eu restava!
E depois de muito ter andado, reparei então,
que a Cidade adormecia oculta sob o Tejo
abraçados num só Leito ...
Óh Lisboa, o Tejo, será sempre teu Amado!
Alguém?
Alguém que consiga te ler nas entrelinhas? Que ouça seu silêncio? Que se preocupe com seu sumiço? Alguém?
Este dia eu escolhi :
Por viver devagar
Por ouvir o silêncio e enxergar no escuro e profundo dessa alma leve e devassa.
Por alimentar belas, deliciosas, prazerosas e sinceras saudades.
Por agradecer pelas experienciações do passado.
Por aguardar pelos mistérios e vivências que ainda virão e estão bem guardados.
Neste novo amanhecer eu me encontro com a calma, faço as pazes com a alma, acolhendo toda a minha subjetividade.
Deixo o Lobo sedento adormecido, aguardando pacientemente seu despertar para o momento de suas andanças e vivências profanas.
Mas por hoje optei por viver bem devagar...
P Lopes
