Versos de Silêncio
Silêncio que Cura
Por Hugo Kartzziano
Você não é obrigado a permanecer,
cercado de vozes que só sabem dizer
que tudo é difícil, que nada vai bem,
que a vida é fardo, tristeza e desdém.
Se não tem abraços que tragam calor,
busque no livro um refúgio de amor.
Se as amizades não sabem somar,
deixe uma canção sua alma embalar.
Porque, às vezes, o que faz bem ao coração,
é o silêncio de um livro e a leveza de uma canção.
Beijo no Píer
A noite vestia silêncio e brisa,
o píer rangia sob os pés calados,
dois jovens — coração na beira —
com os olhos tímidos, entrelaçados.
O frio bordava os casacos fechados,
mas entre eles algo ardia,
um sopro quente entre as palavras,
um fio tenso de poesia.
A lua, curiosa entre as nuvens,
espreguiçava um brilho sobre o mar,
testemunha pálida e discreta
de um momento prestes a se eternizar.
Nenhum som além das ondas,
nenhum gesto além do olhar,
e então, um passo — meio incerto —
até os lábios se encontrar.
Foi breve, foi puro, foi novo,
foi tudo o que o mundo não via.
Um beijo, num píer, numa noite,
em que até o frio parecia poesia.
Eu prefiro o silêncio daqui...
Estou cansado da Terra, dessas pessoas... estou cansado de me envolver nos conflitos de suas vidas.
Na pele da folha, em silêncio repousa,
uma lágrima pura, tão leve, tão fria,
nasceu da saudade que a noite entoa
e chora calada ao nascer do dia.
Não é dor que fere, nem pranto humano,
mas eco de estrelas que já se apagaram,
memórias do vento, de um sonho insano,
que os galhos guardaram, mas nunca contaram.
Lágrimas de orvalho não gritam, não caem,
apenas se entregam à luz que desponta.
E o sol, sem saber, quando as toca, trai —
desfaz em silêncio o que a alma conta.
Talvez seja assim também dentro da gente:
um brilho discreto no fio da manhã,
que esconde um universo em cada semente,
e morre sem dor... mas não sem razão.
Silêncio não por ignorância,
mas por sabedoria...
cada pausa minha é um pensamento de quem enxerga tudo
e escolheu não se revelar.
"Ser maduro emocionalmente é saber quando o silêncio vale mais do que a reação."
— Maycon Oliveira
Essa frase foi escrita por Maycon Oliveira – O Escritor Invisível, autor do perfil ‘O_Escritor_Invisivel’ no site Pensador.
@o_escritor_invisivel
“O silêncio de quem já gritou por dentro…
não é calmaria.
É cansaço.
Não é paz.
É desistência disfarçada.
Porque chega uma hora…
em que falar já não faz mais sentido.
A dor vira eco,
o coração se fecha,
e o silêncio vira proteção.
Quem silencia…
nem sempre está em paz.
Às vezes…
só cansou de não ser ouvido.
Porque o que machuca…
não é o silêncio.
É tudo o que foi dito antes dele… e ignorado.
O silêncio também é resposta… só que dessa vez, é o fim.
A voz do coração
No silêncio da noite, quando a lua velava,
o poeta viu a donzela, e sua alma clamava.
Ela andava entre sombras, um sonho a vagar,
e seu coração ardia, impossível calar.
Cada passo dela, um verso em chamas,
o céu sussurrava seu nome entre as ramas.
E o poeta, perdido em desejos e dor,
ergueu sua voz, transbordando de amor.
"Quem és tu, musa, que rouba o meu ar?
Que faz do meu peito um vulcão a pulsar?
És feita de sonho, ou de carne e essência?
És amor ou loucura, és dor ou presença?"
Ela sorriu, como quem sabe a resposta,
e o tempo parou, como a vida em aposta.
E assim, no olhar que ambos trocaram,
o destino selou: seus corações se encontraram.
Medo de Ser Esquecido
por Marcos, escritor da literatura brasileira
No silêncio do peito bate um tambor,
eco de um medo antigo, disfarçado em amor.
O homem calado, o copo na mão,
esconde a insegurança em falsa razão.
Acha que vai ser trocado,
por alguém mais novo, mais ousado.
Mas não vê que o amor não se mede na idade,
e sim na alma, na cumplicidade.
Falta coragem de se mostrar frágil,
de dizer: "Eu tenho medo de não ser mais ágil."
Chora por dentro, mas ninguém vê,
vira tempestade pra não se perder.
A bebida embriaga, mas não apaga,
a dor da mente que sempre divaga.
Fica agressivo, grita, se fecha,
mas tudo isso é só a alma que se queixa.
Homem que ama, também sente frio,
mas prefere o orgulho ao desafio.
E no fundo, só quer ser amado,
sem o risco de ser trocado.
ECOS DO SILÊNCIO
amanhecerá
entre a penumbra de um dia e outro
o ruído do silêncio fazendo eco na madeira dos móveis
o criado-mudo tão mudo quanto antes
estático na sua velha roupagem de verniz vencido
— o tempo deixa marcas me disse, mudamente
— e eu que achava que não... sorri sardônicamente
silêncio lá fora. barulho lá dentro
o vento soprando as horas como se o tempo fosse vela
entre um silêncio e outro [o ruído do tempo]
esse barulho que não passa... virá de fora ou virá de dentro?
No silêncio noturno
ilhéu da Ilha do Quiriri
Um olhar profundo
como um banho de estelar
Dos pés a cabeça
a amorosa emergência
A fortuna poética
que não dá para disfarçar
Navegando neste estuário
tenho consagrado
a rota do atemporal rimário
Daquilo que ninguém conta
sobre a Baía do Babitonga
reafirmo o pacto com o tempo.
Poema de Um Deus Cansado
Se Deus mora em mim,
às vezes o ouço bater na porta pedindo silêncio.
Cansado das preces vazias,
das promessas que não fizemos,
do amor que juramos sem sentir.
Ser divino é carregar o peso de um céu inventado
pelos que têm medo da liberdade de ser terra.
Metade que Respira em Silêncio"
Eu sinto um nome que nunca ouvi,
um toque que nunca me alcançou,
mas que arrepia a alma...
como vento que dança antes da chuva.
Não é ausência, é espera...
Não é saudade, é presságio...
Há um coração batendo ao avesso do meu,
na mesma frequência de um sonho que insiste.
Sei que existes, embora a pele ainda negue.
Teus passos erram rotas que o destino disfarça...
mas tua procura é uma prece que escuto
nas entrelinhas do silêncio do mundo.
És verso que me falta no poema...
sombra que se encaixa na luz do meu riso...
eco do que sou quando fecho os olhos
e confio que o amor tem memória.
Um dia, teu olhar vai tropeçar no meu,
não como acaso, mas como retorno.
E saberemos, sem perguntar,
que enfim, encontramos o caminho de casa.
Tem dias que o coração chora em silêncio,
E os planos parecem folhas ao vento.
A alma se aperta num grito contido,
Mas há um refrão suave no firmamento.
Mesmo que a noite esteja longa,
E o frio toque a alma em silêncio,
Ainda há uma canção guardada
No lugar onde habita o
Espírito Santo.
Vejo no amor um véu de silêncio e incerteza... figura que se insinua entre o sensível e o inteligível, como a sombra nas paredes da caverna: ora abrigo que consola, ora ilusão que se desfaz ao se voltar para a luz.
E, paradoxalmente, reconhecer esse véu é, por si, uma forma de clareza... como se a própria dúvida fosse um indício de profundidade, e o enigma, uma morada possível para aquilo que não se deixa capturar por inteiro.
Noite vazia/cheia
O silêncio da noite
Um show estrelado por estrelas
Interpretam um silêncio
Um silêncio tranquilo
E tão inquieto, perturbador,
Assustador… como entender?
Depois de um dia cansativo
Chega por fim a noite vazia
Em que tudo e nada acontece
Onde pessoas e animais descansam
Ou uma invasão e roubo de algum humano
Onde animais acordam e vão viver a vida
Ou melhor pessoas com uma tal insônia
Algo que faz não conseguirem dormir
Por muitos motivos isso pode acontecer
"O silêncio é o maior argumento da vida"
Estar em silêncio e não falar é mais eficaz do que qualquer discurso ou justificativa. O silêncio pode demonstrar sabedoria, evitar conflitos, permitir a reflexão e até mesmo comunicar sentimentos complexos que as palavras não conseguem expressar.
Em uma casinha de taipa, uma garota corre feliz,
E, rajado de som, o silêncio é interrompido em uma pausa feroz.
O céu celeste, em rosa, se transforma, e o som vem, cheio de sentido e coração.
A menina, que corre, é uma senhora em um campo no outono,
Sem uma casa, mas com uma lagoa entre pássaros.
O céu rosa é celeste, e o som, mais feroz, vem à tona.
Embora o correr da menina senhora sinta falta,
O bem te vi voa, voa, em um quintal entre risos
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