Verme
O homem é um verme predador, que não se limita a consumir o suficiente a sua demanda, mas concentra-se em destruir, subjugar e aniquilar não apenas todos os seus concorrentes, mas qualquer espécie que estiver no caminho da sua ganância.
IMPOSSÍVEL
Disseram-me hoje, assim, ao ver-me triste:
"Parece Sexta-Feira de Paixão.
Sempre a cismar, cismar de olhos no chão,
Sempre a pensar na dor que não existe...
O que é que tem?! Tão nova e sempre triste!
Faça por estar contente! Pois então?!..."
Quando se sofre, o que se diz é vão...
Meu coração, tudo, calado, ouviste...
Os meus males ninguém mos adivinha...
A minha Dor não fala, anda sozinha...
Dissesse ela o que sente! Ai quem me dera!...
Os males de Anto toda a gente os sabe!
Os meus... ninguém... A minha Dor não cabe
Nos cem milhões de versos que eu fizera!...
In Livro de Mágoas, 1919
Um verme parasita não se transformará em borboleta só por que você quer.
A natureza dele é verme.
O seu amor não é suficiente para vencer a natureza, guarde suas forças para algo que valha a pena.
O verme de joelhos
A cada dia uma nova promessa
De mudança
E a cada dia um novo
Fracasso
De que matéria você é feito?
Não consegue viver o presente
Sua mente, seu passado e seu futuro
Se fundem em uma rapsódia
De agonia
Rastejando em direção a ti
Buscando a salvação
O descanso
Mas se afasta rapidamente
Me espera Senhor
Não tenho pernas, braços
Dignidade
Espera e cura a dor que me consome
Por que parece se afastar?
Não vê que imploro a ti piedade?
Curou tantos
De um pouco de atenção a esse
Pedaço de fracasso que clama pela suas mãos
Ao menos deixe me tocar as suas sandálias
Tantos vermes como eu te alcançam
Mas pareces tão distante
É ilusão?
Estas perto mas não vejo?
Se possível
Apenas um breve olhar
Quero te conhecer
Não mais pelas bocas de outros
Hipócritas como eu
Quero ser digno de morrer junto a ti
Crucifiquem me junto!
Mas como me pregarão se não tenho braços?
Nem pernas?
Apenas parasito
Chafurdo o lixo
Junto com resto da humanidade
Catando as sobras
E ouvindo sua voz
através de bocas imundas
Senhor, não consigo te alcançar
Demore o passo
Por favor
De me um breve olhar
Apenas breve
Um dia serei digno disso?
Ah, o amor nos faz sorrir por nada.
Nos faz lutar pela vida.
Nos faz colorir o mundo.
Com o vermelho de nossa paixão.
Com o azul de nossa paz.
Com o rosa da nossa harmonia.
Com o amarelo da nossa coragem.
Com o verde da nossa esperança por dias melhores.
Em que a vida não mais será preto e branco. Não mais solidão e ausência.
Me alegro por ter o privilégio de tão nobre sentimento.
Amor sincero em que tudo que eu quero é sua presença.
Ser feliz em tentar te fazer feliz.
Sorrir simplesmente por você existir.
Sonhar com o brilho do seu olhar sob a luz do luar.
Flutuar na imaginação de mãos dadas em alto mar.
Enfim, pular, saltar, me jogar, me dar em seu abraço.
Melhor lugar do mundo para sempre estar.
Meu Porto Seguro nesta vida.
Eu te amo, amor da minha vida, amor verdadeiro, amor sincero, te espero.
As 24 horas vividas de um Verme
00h00 – Nascimento para uma existência imperceptível
01h00 – Descoberta dos primeiros sentidos (dolorosos)
02h00 – Engatinha emitindo sons pouco compreensíveis
03h00 – Inicia-se o adestramento de insignificância
04h00 – Aprende a armazenar desapontamentos
05h00 – Forçosamente é inserido à colônia parasítica
06h00 – Sofre os maus tratos que traçarão sua deformidade
07h00 – Perde qualquer doçura que jamais teve
08h00 – Segue-se o adestramento de insignificância (nível intermediário)
09h00 – Realiza cursos complementares de sadomasoquismo e submissão
10h00 – Conhece a larva que viverá ao seu lado pelos segundos que lhe restam
11h00 – Conclui o adestramento de insignificância (nível superior)
12h00 – Horário reservado para a única refeição que fará
13h00 – Forçosamente é inserido à colônia parasítica profissional
14h00 – Procria com o desígnio de dar continuidade ao sistema vigente
15h00 – Festa das quinze horas vividas de um verme (se for abastado)
16h00 – Desenvolve-se em sua abreviada e meteórica carreira parasítica
17h00 – Destrói a abreviada existência imperceptível de outros vermes (ônus)
18h00 – Recebe o retorno frutífero por 240 minutos de dedicação (bônus)
19h00 – Forçosamente é extraído da colônia parasítica profissional
20h00 – Reflete sobre os danos, prejuízos, lesões, estragos e avarias sofridas
21h00 – Aprende artesanato (devaneio que deslumbrava na fase juvenil)
22h00 – Adoece sem amparo do estado maior ou seguro previdenciário
23h00 – Morre desejando nunca ter existido
24h00 – Obtém sua Redenção (ato ou efeito de se redimir)
Intende o ser humano hoje é espera que uma mulher regeite um homen que se considere um verme, e ela não o rejeitalo
Mais Contudo avendo o que e feio entre eles...
Morte na ponta da caneta
E a cada passo, sem deixar rastro
Uma conquista, uma cabeça
Tinta vermelha igual sangue
Bandido da luz vermelha
Tem gente que parece verme, que parece ácaro, que parece mofo na parede branca.
Tem que parece traça comendo a roupa, que parece o grito de uma jovem louca.
Tem gente que vomita sua cor, sua etnia, sua conta bancária e a sua soberania.
Tem gente que fere com o ferro da maldade extrema, essa gente é gente miúda. É gente pequena!
"Ora me alegra com fervor,
Ora me enche de pavor,
Ai como ele trama
Faz ver-me horrenda como lama."
Malandrão, eu? Não, ninguém é bobo
Se quer guerra, terá; se quer paz, quero em dobro
Mas verme é verme
verme alado
as galáxias
é sempre
as galáxias
da infinita luz bruta
que todo eu em bruto
porventura em vão
espero um dia alcançar
apesar da fome
e da solidão
e da força
dos meus braços
tão livres
dos meus lábios
tão mudos
dos meus olhos
tão cerrados
um verme
rastejando nu
de asas
contemplando
para além da terra
e da memória sideral
a dormência do sono
a vibração do sonho.
(Pedro Rodrigues de Menezes, “verme alado”)
Hão-de lembrar-se de mim -
Hão-de lembrar-se de mim quando quiserem ver-me,
e eu, volvidos tantos anos, estiver morto,
hão-de lembrar-se de mim quando não poderem ter-me,
porque a terra já desfez meu pobre corpo!
Hão-de lembrar-se de mim ao verem nos meus versos
amargura, tristeza, dor e solidão
e hão-de sentir como traição dos vossos beijos
um punhal profundo cravado no coração!
Hão-de lembrar-se de mim, acreditem, ao ler-me,
e sei que me lerão, porque já terei valor,
"Rei morto, Rei posto!", todos me terão amor!
Mas se afinal, em vida, ninguém pôde querer-me,
vale a pena dar valor a quem chegou ao fim?!
Quando as lágrimas correrem hão-de lembrar-se de mim.
Senhor. Sou um verme
Insignificante com arrogância
Desprezível no coração
Perdoa-me Senhor
Todo mal que te fiz e faço.
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