Verbo
25/08/2018
Gostar é para se deliciar,
exaurir-se no prazer: de viver, de realizar, fazer acontecer...
Tem dias que estou tão nebuloso que só me falta fazer chover!
Em compensação...
Tenho dias alegres que desejo carregar o mundo nas costas... será que dá?
Sei lá! Por enquanto é só desejo!
Hummmm... hoje choveu de manhãzinha, deixou um cheirinho perfumado de primavera.
Amo tudo isso!
Amar? ahhhh... amar é vergo fulgaz;
Embola a linha do novelo,
perde-se entre o norte e sul,
logo abaixo da linha de um paralelo qualquer... Como assim?
Também não sei, tô perdido no amor!
Amar, é transceder-se à luz!
Abraçar o que os olhos não veem, mas a alma alcança e deseja.
É uma pureza e paz interior, que despe a alma e expõe a criatura em flor.
Puro estado de alma que une paralelos entre céu e terra.
Só quem vive à luz do amor,
tem plena compreensão da dimensão do amor que nasce no coração de cada novo ser,
e eterniza-se por onde ele for,
guiando e dando-lhe razões para continuar sua caminhada e missão.
O amor é visto por diversas janelas da alma,
dependendo da visão de cada pessoa,
porém apenas sobrevive aquele com despreendimento, solidáriedade, imparcialidade,
com elo na visão e dimensão do Criador.
"Viva não apenas para viver somente, mas para viver e amar de verdade!"
Em algum momento queremos e pedimos mais e mais,
Sentimos que nada é suficiente e tudo nos causa insatisfação.
Isso nos torna ambiciosos e saímos correndo incessantemente atrás do “MAIS”
Nos tornamos refém do verbo “ter” e o estar se torna mais importante que o ser.
Vivemos a dar mais respostas e fazer menos perguntas.
Hoje, precisamos mais de sorrisos, de abraços infinitos e muitas possibilidades,precisamos de tempo para viver e continuar voltando para aqueles lugares e pessoas que nos fazem felizes.
Não precisamos de muito para continuar seguindo cada dia como se fosse o último, precisamos de amor, de fé, de gratidão e de muita esperança.
Podemos dizer que a primeira metade da vida espiritual consiste em descobrirmos que somos apenas um ramo. Quando o sujeito constata que realmente é só um ramo, ele pode começar a se perguntar o que é isto que flui do tronco para ele e que é o mesmo nele e no tronco. Existe um aspecto segundo o qual a individualidade é análoga ao verbo e existe um outro em que ela é idêntica. São Paulo diz "para mim, viver é Cristo", mas ele nunca vai esquecer que é um ramo, que não é o verbo, que a personalidade dele é um ramo do verbo e, portanto, um símbolo do verbo; e também não vai esquecer que a essência, que a realidade dessa personalidade, é a seiva. O ramo que não recebe seiva não é ramo em sentido nenhum.
Na língua Portuguesa o adjetivo não supera o predicado com palavras, só preenche lacunas quando o caso é oblíco em um verbo conjugado ex .Eu tu , não voz e ele...
Meu verdadeiro pai e minha verdadeira mãe são invisíveis.
E na verdade, não estou plenamente certo se devo os chamar de pai e de mãe. Na verdade, o verbo falha em conceituar o que não pode ser conceituado, mesmo sendo o que mais existe de real.
"Diante de tantos projetos pra dar conta, confesso que cheguei a ponto de enlouquecer, talvez tenha mesmo enlouquecido porque abri mão de "tudo". Aderi somente a um projeto de vida o qual chamei de EU.
O projeto EU é um projeto qualitativo, portanto, é responsabilidade que não se pode quantificar, pois sua maior qualidade é não ser egoísta. Não é egoísta porque EU, enquanto projeto de vida, não pode ser concretizado sozinho, ou seja, sem VOCÊS. Mas não se engane com o sentido do nome do projeto, pois nele não há sujeito sem verbo. Em síntese, meu projeto de vida é: SER (enquanto verbo) EU (enquanto sujeito) em parceria com VOCÊS."
Você precisa entender que os textos e poemas não precisam ter sentidos. Precisam ser sentidos. Sente a diferença do verbo agora? Ter e ser?
A vida é feita das grandes e pequenas expressões verbais as quais compõem os versos da poesia de nossa vida... Francis Perot
Não economizo amor, invisto. Não engulo amor, respiro. Não silencio amor, grito. Não guardo amor, demonstro. Não escondo amor, escandalizo. Não unifico amor, pluralizo. Não sonego amor, declaro. Não desprezo amor, abrigo. Não verbalizo amor, pratico. Não divido amor, multiplico. Não publico amor, politizo. Não prendo amor, liberto. Não julgo amor, aceito. Não torturo amor, sinto. Não desenho amor, pinto. Não soletro amor, poetizo. Não espero amor, faço. Não cobro amor, eu amo.
EU NÃO QUERO MAIS SER EU
É isso. Eu não quero mais ser eu. Cansei de viver na minha pele. Cansei de me sentir presa a esta minha vida.
Não que minha vida seja ruim. Ruim é vivê-la sendo eu. Difícil não é viver, sou eu vivendo. O problema não é de verbo, é de sujeito mesmo.
Conviver comigo mesmo é complicadíssimo. Aguentar todas as minhas idiossincrasias é dolorido. Suportar este turbilhão de sentimentos e emoções dentro de mim é sofrível. Ter sempre a minha companhia é cansativo!
Ninguém merece uma pessoa que quer carregar todo mundo no colo, que quer cuidar das dores de todos. Que absorve a tristeza do outro e se sente responsável por transformá-la em alegria.
'Oh, que boa alma!', você diz. Não! Oh, que alma pesada! Porque chega uma hora que ela não vai aguentar mais ninguém no colo, nem suportar todas as dores que escolheu cuidar, muito menos conseguirá transformar as tristezas em alegria. Então ela não sobreviverá mais, pois necessita sentir sua missão cumprida para dormir em paz.
Ter uma pessoa assim ao lado é bom por um tempo, por alguns momentos, mas por todo tempo, sufoca. Ninguém aguenta uma companhia assim.
Eu não estou aguentando mais a companhia de mim mesmo.
Eu não quero mais ser eu.
Mas também não sei quem quero ser.
Talvez uma pessoa qualquer, alguém que simplesmente é.
ELAS POR ELAS
Das mulheres que se perdem
Em teus lençóis,
Eis, em teu colo,
A única que lhe faz
Cama, chão e torpor
A mulher em teu colo,
Pede com sede,
Cada janela dos teus olhos,
Elas são elos,
Mas, só uma,
Geme sem dor
A mulher em teu colo
Cruza ventos e suspiros
Para ter os teus ósculos;
Ela sabe a rua do ir e do voltar
É sujeito de seu próprio verbo,
Sujeitando-se ao delírio e
à doidice
De comprar horas
Pra te amar
Aporia...
(Nilo Ribeiro)
Aporia, palavra interessante,
significa dúvida constante,
é também um verbo marcante
a poria na minha poesia,
mas explicá-la não saberia
quando nada se cria,
a escrita não tem valia,
por isso aporia...
“Eu ia...”
O pretérito imperfeito é o tempo verbal do nada. Aquele espaço vazio e tristonho entre uma vontade ou ideia e uma ação que não se realizou.
@psibrunobarcellos
Saia do pretérito imperfeito.
Confesso que sinto uma decepção existencial quando escuto frases que começam com:
- Eu ia falar;
- Eu ia ligar;
- Eu ia começar;
- Eu ia...
Mas não disse, não fez, e não começou...
Esse tal de pretérito imperfeito é o tempo verbal do nada. Aquele espaço vazio e tristonho entre uma vontade ou ideia e uma ação que não se realizou.
Em geral só é positivo quando a situação imaginada vira uma desgraça danada e você agradece aos céus por ter se livrado de uma enrascada. E aí você conta aliviado:
- Eu ia pegar esse ônibus que foi assaltado...
- Eu ia sair na hora do tiroteio...
Assim, o “eu ia” só ganha valor positivo para sobreviventes, aqueles que podiam ter se machucado, se ferido ou morrido, e foram salvos pelo pretérito imperfeito...
Mas aqueles que buscam um pouco mais de adrenalina do que sobreviver às catástrofes sociais, e querem sobreviver e realizar, sobreviver e trabalhar, sobreviver e amar, é importante mudar a conjugação e trazer o verbo para o presente:
- Eu falo;
- Eu faço;
- Eu vou,
- Eu amo.
E desta forma quando estiver bem velhinho, olhar para trás e contar com orgulho as histórias e aventuras que viveu, usufruindo então do pretérito perfeito:
- eu falei;
- Eu fiz;
- Eu fui;
- Eu amei e ainda amo.
@psibrunobarcellos
Que bom que há versos nobres de um latim esmerado e que no casebre ao lado residam os verbos pobres...
Se um ao outro descobre qual parentesco de rimas, os dois vivem o mesmo clima com liames e convergências...
Curvar-se é uma reverência e não uma subestima...
O ritual e cerimonial é um exercício da vontade, mas o verdadeiro sábio em seu mais elevado nível de conhecimento, usa apenas o verbo divino, consciente e bem proferido, que é capaz de mover uma montanha. Já quem pratica o ritual e cerimonial de forma inconsciente e desordenada, destrói a montanha.
Amar eu deveria,
Mas não posso,
Porque o meu amor não controlo,
Pois eu amo em demasia!
É um amor utópico,
Que me deixa sem norte.
Num devaneio fugaz,
Lembro-me da felicidade,
Felicidade súbita,
Que acaba quando me deparo com a realidade de minha alma moribunda.
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- Verbo Ser do Carlos Drummond de Andrade
