Verbo
Já não sei mais empregar
Vírgulas, acentos agudos ou pontos
Nem como conjugar o verbo amar
Que desapareceu das anedotas ou contos
O verbo que resta comprar
O consumismo desenfreado
Nas almas animalescas a consumar
riscas as escritas do vil pecado
E escreves por uma imponente figura
A misturar-se no doentio coração
Lamentando infindável clausura
Alimentado pela pérfida paixão
Então finaliza esse estranho pedido
Que para a escrita sobrevive de rancor
Injuriado dentro do personagem escondido
Onde guarda o mais estranho amor
Dedicatória
dedico ao dedicado
o sujeito e o predicado
o verbo ainda está parado
o mudo ainda está vendado
o cego amordaçado
a palavra que te causa medo
agora está no passado
dedico ao dedicado
não seja fraco
o verbo está morto
e o mundo todo errado
Que essa gente amarga aprenda a doçura do verbo amar. Que essa gente fria, aprenda o quanto é bom ser gentil, que os corações ruins descubram a paz dos dias e se apaixonem perdidamente pela graça de levar a vida sorrindo.
Quando o verbo em mim calar
cessará todo o julgamento do mundo
a consciência do medo se dissipará
e hão de se fechar todos os abismos
então reinará o imponderável silêncio
sobre o discurso da dúvida...
Conjugando o verbo amar:
Amei-te este ano.
Amei-te no ano anterior.
Amar-te-ei no próximo... espero!
Amar não é algo que se escolha ou se decida.
Não se decide gostar ou, passar a não querer amar.
Não se vai ali ao lado desistir... de amar.
Amo-te hoje, na palavra e no silêncio; na tempestade e na bonança.
Amo-te hoje, e espero que, sempre.
É tudo o que importa.
No princípio era o verbo, pra ser mais preciso: o Amar
Corria em mim as caretas do caretas quando iam brincar.
Posso afirmar, com toda certeza,
Que estava no laço, no nó,
Entre o menino e a avó.
Fui no desejo de ingressar na escola.
A escola no início, como eu era presente!
Cada professora fantástica com uma aura
Diferente, com a fé do docente, diariamente.
Em 10 de maio de algum ano do pré
Fui ao encontro com Tia Regina Maura.
Um jogo de canetinha de presente!
Fui com você pra casa a pé.
Depois fui o futebol de campinho,
Como não se encantar com os dribles do Ronaldinho,
Até posso dizer que foi eu que fiz.
Fui com você no treinos da semana.
Eu era o gol do time que ama!
Estava até quando você ia tirar leite de manhã.
Lembra que fui para a roça com você,
Bastava um "vamos para a roça amanhã?",
Que eu já ficava ao seu lado a noite toda assistindo TV.
Fiquei tempo sem te ver,
Depois que você se envolveu com uma amiga branca.
Depois na sequência vem a história com seu pai.
Parágrafo triste, nem queria escrever.
Só consegui te ver na formatura do Senai.
De lá pra cá, vivemos um dilema,
Você vive dizendo que não consegue me ver.
Vive correndo nos campos, me descrevendo em seus poemas.
As vezes me pergunto se vale a pena,
Essa luta me parece que ninguém vai vencer.
Fui para a praia com você semana passada,
Tomara que não me trate como passado!
Vamos passar fases juntos, algumas bem pesadas,
E talvez nos afastaremos por certo tempo.
Mas você sabe muito bem onde me encontrar.
Um abraço apertado,
De alguém que vive ao seu lado,
Apesar de você negar!
Nos corações arrependidos, o verbo da vida, é Palavra Viva.
Venha fazer do sonho realidade, cultivar o amor na alegria e amizade,
Com os irmãos a comunidade.
"MANUAL DE SER FELIZ
Qual verbo impede você de ser feliz? Querer.
Quem pode impedí-lo de ser feliz? Você.
Quando você pode ser feliz? Hoje.
O que é preciso para ser feliz? Estar vivo.
Por quanto tempo você pode ser feliz?Antes, agora e depois.
Por qual motivo você deve ser feliz? Sua decisão.
Como ser feliz? Inspira, expira, sorri e começa."
No princípio era o verbo, e o verbo era verba, e a verba não estava no meu bolso. Surgia o Pretérito Imperfeito.
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