No princípio era o verbo, pra ser mais... Aldo Teixeira

No princípio era o verbo, pra ser mais preciso: o Amar
Corria em mim as caretas do caretas quando iam brincar.
Posso afirmar, com toda certeza,
Que estava no laço, no nó,
Entre o menino e a avó.

Fui no desejo de ingressar na escola.
A escola no início, como eu era presente!
Cada professora fantástica com uma aura
Diferente, com a fé do docente, diariamente.
Em 10 de maio de algum ano do pré
Fui ao encontro com Tia Regina Maura.
Um jogo de canetinha de presente!
Fui com você pra casa a pé.

Depois fui o futebol de campinho,
Como não se encantar com os dribles do Ronaldinho,
Até posso dizer que foi eu que fiz.
Fui com você no treinos da semana.
Eu era o gol do time que ama!
Estava até quando você ia tirar leite de manhã.
Lembra que fui para a roça com você,
Bastava um "vamos para a roça amanhã?",
Que eu já ficava ao seu lado a noite toda assistindo TV.

Fiquei tempo sem te ver,
Depois que você se envolveu com uma amiga branca.
Depois na sequência vem a história com seu pai.
Parágrafo triste, nem queria escrever.
Só consegui te ver na formatura do Senai.
De lá pra cá, vivemos um dilema,
Você vive dizendo que não consegue me ver.
Vive correndo nos campos, me descrevendo em seus poemas.
As vezes me pergunto se vale a pena,
Essa luta me parece que ninguém vai vencer.

Fui para a praia com você semana passada,
Tomara que não me trate como passado!
Vamos passar fases juntos, algumas bem pesadas,
E talvez nos afastaremos por certo tempo.
Mas você sabe muito bem onde me encontrar.
Um abraço apertado,
De alguém que vive ao seu lado,
Apesar de você negar!