Verão
Querer, poder e fazer
Eu quero o sol em um dia de verão. Eu quero a chuva em uma tarde tranqüila. Eu quero a lua em uma noite estrelada. Eu quero uma tarde com meus amigos sentados no chão, vendo um filme. Eu quero minha mãe do meu lado sempre. Eu quero a paz mundial. Eu quero um céu azul. Eu quero voar. Eu quero ser feliz. Eu quero me apaixonar novamente. Eu quero olhar o mundo daquele jeitinho que eu via. Eu quero encontrar alguém pra dividir comigo todos os meus sonhos e problemas. Eu quero chegar em casa e ouvir gritos alegres dos meus filhos. Eu quero ter uma brilhante carreira profissional. Não quero ser rica, isso atrai muitos interesseiros. Eu quero viver bem. Eu posso fazer tudo isso.
Eu posso ter os amigos perfeitos, o namorado perfeito, os pais perfeitos. Eu posso aprender a voar. Eu posso ler um livro. Eu posso ler todos os livros que sempre tive vontade de ler. Eu posso ir pros mais belos lugares do mundo. Eu posso falar o que eu penso. Gritar o que eu quiser. Eu posso correr na chuva. Ou só andar sentindo os pingos tocarem o meu rosto. Eu posso olhar o horizonte, sentir a brisa tocar meus cabelos. Eu posso mudar o visual. Pintar o cabelo de três cores diferentes, e mesmo assim vou continuar sendo eu mesma. Eu posso dormir cedo e acordar cedo. Dormir cedo e acordar tarde. Eu posso deixar de dormir. Eu posso trocar o dia pela noite. É, eu faço isso.
Eu faço o que me da vontade de fazer. Nos limites da mamãe é claro. Eu faço birra. Eu faço drama. Eu faço caretas pra tirar foto. Eu faço cartas de amor. Eu tento fazer poemas bonitos. Tento escrever alguns textos legais, mas nem sempre consigo. Eu faço as pessoas ficarem com raiva do meu jeito de criança. E faço elas amarem também. Eu faço as pessoas rirem, e às vezes chorarem. Mas é lindo quando eu vejo que elas abrem um sorriso. Eu faço coisas erradas, e quase sempre me arrependo. Mas eu faço de tudo pra consertar meus erros. Eu faço tantas e tantas coisas, algumas que ninguém entende. Mas eu quero poder fazer tudo aquilo que me faz feliz.
Chegou o Verão
-
Você me lembra o verão.
Sua pele branquinha contrastando com seus cabelos castanhos, mas não muito.
Seus braços finos e longos me lembram partidas de frescobol de frente pro mar.
Suas pernas me convidam para um passeio na beira da praia na companhia do por sol e a leve brisa que vem do mar me confunde com o acariciar de suas mãos.
E ao olhar o seu rosto vejo as ondas que nascem para morrer logo depois, e renascem só para trazer alegria aos olhos que observam.
Tão rápido, mas tão marcante.
Bento
Amores passageiros são como chuva de verão...
Amores impossíveis são como chuva no sertão...
Amores duradouros enquanto dura a ilusão...
Amores verdadeiros? Ah, esse sim não se apaga não...
Esse clima de verão me faz lembrar das minhas antigas férias. Tardes jogadas no tempo ao som de desenhos animados e filmes de ação, comida de todos os lados, uma preguiça sem fim. Minha expectativa para comprar o material escolar era imensa, lembro-me detalhadamente do cheiro da papelaria. Ainda fico ansiosa com detalhes, sinto o friozinho na barriga de pensar na véspera de volta às aulas. Último ano. Sei que vai deixar rastros. Último ano. Sinto em meu sangue mais uma nova responsabilidade. Último ano. Queria voltar a ser um feto indefeso e semi-formado, no ventre da minha mãe.
Em um lindo dia de verão nos encontramos
Apesar do clima meu coração sente frio,
Algo esta diferente,
De repente não há mais intimidade
Depois de todo esse tempo
Descubro que não te conheço.
Vejo um rosto familiar lindo e frio
Como uma boneca de enfeitar.
Não consigo entender...
O que houve com agente?
Estamos juntos fisicamente
Mas sua mente esta em outro lugar
Sinto-me sozinho por um momento,
Lembro-me de Deus e seus ensinamentos
Acalmo meu coração e expulso qualquer tormento
Para assim prosseguirmos em nosso Fiel confinamento.
E é verão eu quero festa e diversão mais queria ver o sol nascer ate o amanhecer com vçê ficar ao seu lado....
Sabor de sal...
Um cheiro de verão,
Mornas tardes, sentimentos na mão.
São dias lindos... Inesquecíveis tardes em familia.
Onde o Sol se despede com preguiça... E faz manhã...
Tardes, frescas tardes...
Onde a felicidade tem um sabor de sal,
Um marinho sabor...
Um gosto temperado,
Comum... Nas tardes de sal...
Que já anunciam o verão.
Minha verde mata tinge-se de azul,
O meu entardecer fica dourado como o Sol que aqui mora....
Caminho sem pressa nas minhas memórias,
Tudo é sentimento...
E me banho nos sonhos da minha lagoa de águas claras... Tão azuis...
Belo poema tingido, me banho...
Medito; pergunto; insisto... Permaneço e suspiro...
Adentro a mata, os rumos dos meus secretos sonhos, não há como fugir,
Não sei mentir. Lá fora há um mundo que desconheço,
Minha paz mora neste regaço de poesia,
Sou feliz, desfruto da mais pura paz...
A Lua faz poesia, meu coração cita os versos...
Rezo, rezo por ti, por mim...
E o amor me toma nos braços da saudade...
E ternamente choro... E adormeço...
E sonho...
Com o verão que logo vem...
(Ednar Andrade).
Saudade é como chuva de verão, vai e vem, mas lembre-se ela sempre volta com toda força quando menos se espera
No calor do verão, muitos se sentem à vontade para demonstrarem suas tolices em público. Talvez por terem a sensação de estarem no inferno.
Quero uma chuva de verão,
Água que lava o corpo, renova a alma ....
Escorrendo na nuca idéias, fatos e direções
Eu me perco no turbilhão.
E quando os trovões soam no céu confuso
Eu olho, sorrio e não me assusto.
Minha paz está fincada no coração das minhas idéias,
E não há som, uivo ou dilúvio
Que me faça desistir do mundo.
Sentido de gratidão pelo meu universo em evolução.
Ainda sonho que chegará um dia, em que todos verão Deus, e apenas em Deus, vão se abrigar, entregando a vida egoísta, abandonando-se o próprio eu, quebrando o velho espelho onde belas faces existem, enquanto a alma e a mente, se vêm vazias e sem sentido.
Os dias anormais de verão, - Parte 2 -
ALICE POSSUI EXATA uma semana para se decidir, ariscar-se ou não ?
Embora tudo aquilo que fugisse de seu itinerário incessante fosse algo que lhe surpreendesse,
Embora o estranho sempre lhe chamasse a atenção e lhe causasse estranha felicidade, arriscar-se era sobretudo arriscado, inseguro, sem volta, e sem conseqüências pré determinadas.
Alice já se esquecera o que era relacionar-se, arranjar um namorado, flertes ao acaso. Admitia que a vida de solteira, sozinha e universitária era complicada e sem tempo para quesitos amorosos.
Sentia saudade até dos cafés pela manhã de discussões de livros e temas medicinais, embora seus antigos namorados se quer detinham conhecimento básico gramatical, com exceção de um, Adam.
Músico, tenista e quem diria bonito nos moldes de Alice.
Mas já fizera muito tempo que perderam o contato, relacionamento de três meses apenas.
Ao mesmo tempo de inseguranças e dúvidas, Alice via que se não o fizesse sua vida continuaria passando num piscar de olhos sem lembranças emotivas de um passado não vivido.
Já se aproximara dos 21, e tinha necessidade de arriscar-se ao menos uma vez para sentir o sabor do que seria atirar-se de um arranha- céus sem pára-quedas,
Doce ilusão de uma Alice monótona.
Sim, pretendia aceitar o convite de Benjamin, depois é claro de pensar cerca de 168 horas no assunto, a semana inteira diga-se de passagem, para quem não se sentir a vontade de levantar-se da poltrona e realizar este cálculo em uma calculadora mais próxima.
Deixe por estar.
A decisão estaria tomada, aceitar.
Uma vez na vida teria que dizer um “sim” para a sorte e quem dirá ao acaso.
A semana de aminoácidos, hemácias , glóbulos, ossos e músculos passaram rápido.
Os patos estavam sedentos de fome e esperando o sábado de sol, as tortas de limão já preparavam-se para sair dos fornos e o café já “borbulhava” na cafeteira.
A sexta tão esperada chegou,
A faculdade pela manhã até as 17:00 passou rápida aos olhos de Alice que ia às pressas ao Donnuts para encontrar Benjamin .
- Ora, vejam só quem chegou, adiantada por sinal, a senhorita da torta de limão e do café extra- forte...;
Tomei até a liberdade de adiantar seu pedido Alice, e te acompanhar no cardápio, posso ?
- Claro Benjamin, como está ?
Gosto de ser pontual em minhas obrigações.
- Muito melhor agora,
Obrigação ? Por favor, quero que hoje você fuja da rotina , e acho bom comermos depressa antes que chova e fique difícil chegar no meu santuário. (risos)
- Santuário ?
Comemos no caminho.
- Sim, meu ponto de inspirações, se é que me restaram alguma.
Como de certa forma, é meio longe, vim de carro.
Pegue a torta e vamos.
Pegada a torta se dirigiram ao carro de Benjamin para irem a seu “santuário” nesse dia nublado que já se aproximara do verão.
No caminho:
- Alice, como foi seu dia hoje ?
Muitos testes da faculdade ?
- Nem tanto, mais aula teórica e analítica.
Chegando, Alice estranha o local, além de longe era um armazém abandonado, mas de fora parecia confortável, calmo.
Porém, ainda estranho.
- É este seu santuário ? Um armazém ?
- Mocinha, sim, é este.
É porque você não viu dentro ainda, deixe-me mostrar.
Era lindo, organizado, modesto, como uma casa abandonada mas em uso contínuo.
- Você mora aqui Benjamin ?
- Não não, moro com meu pai.
Mas acredite estar aqui é mais aprazível que em um ambiente sufocante e de brigas repentinas com um tirano a ferro e fogo mas que se diz diplomata como meu pai.
Mas isso não vem ao caso,
gostou ?
- Claro, é lindo, bem mais bonito visto de dentro.
Tem tudo que uma casa tem.
Cama, mini-cozinha, livros, discos de John Lennon, Paul McCartney, Amadeus Mozart, Beatles, pianista Alfred Brendel, Debussy...
E quem dirá um piano.. Claro !
Realmente você me surpreende muito Benjamin.
- Fico admirado no seu julgamento antes de si dispor a ler o livro por inteiro.
A casa é modesta, fica mais bonita no veranum.
O piano que a deixa bonita.
Uma verdadeira relíquia , piano de cauda, com cordas percutidas e batentes de feltro.
E estes discos são de gênios da música.. Nunca saem da vitrine dos bons ouvintes.
Um cara culto, não ? ( risos)
- Me surpreendo com seu convencimento também.
Gosto dos Beatles, tem como não gostar ?
Veranum?
- “...Yesterday,
Love was such an easy game to play
Now I need a place to hide away
Oh, I believe in yesterday”
Não, definitivamente, não tem como não gostar.; .
Veranum é verão em latim.
Não sou convencido, sou verdadeiro. (risos).
Desde criança meu pai teve a lúcida vontade de criar um protótipo de filho perfeito.
Me obrigando a freqüentar aulas de latim, piano e a suportar maratonas cansativas, digo, me obrigando a correr com ele nas manhãs gélidas dos fins de semana.
Cresci assim, subordinado a boa música e a “boa sociedade”.
Hoje, vejo que isso pouco me vale, ter crescido em berço esplêndido de ouro.
- “ Oh, I believe in yesterday !”
(risos)
Eles são ótimos, sem discussão.
Não imaginava sua infância desta maneira,.
Então somos dois subordinados às tradições familiares, eu com minha mãe realista até demais, e por vezes fria e meticulosa e você com seu pai possessivo e tirano.
(risos)
Casal perfeito !
Seu pai e minha mãe, claro.
- Até que não seria má idéia, tirando o fato de sua mãe ser casada e meu pai ter esquecido o que é gostar ou ser gostado,.
Felizmente, esse tipo de atitude não se passa por genética.
(risos)
- Posso ?
Alice chegando próximo ao piano, senta-se e se permite a tentar algumas notas, fazendo com que Benjamin disponha-se e chegue mais próximo também, sentando ao seu lado e tocando suavemente algumas notas, compondo uma melodia perfeita.
Alice ouvia a música em perfeita sintonia, como se mesmo apenas ouvindo se sentisse tocando.
Seus dedos no teclado deslizando- se em harmonia.
Já sabia que naquele exato instante Benjamin não só a atraia por seu jeito de dar a cara a tapa a tudo que a vida lhe prepusesse como tocava tão lindamente que Alice não queria jamais parar de ouvir.
O som eclodia em seus ouvidos e ao mesmo tempo seu coração ficava leve, amparado.
Esquecendo de qualquer rotina cansativa, monótona.
Descobrira agora seu fascínio por piano, sem ao menos saber manejá-lo.
Não precisava,
Encontrara alguém que perfeitamente o faria e para ela isso já bastava.
- Para Elisa - Wolfgang Amadeus Mozart.
Esplêndido não é ?
Quando criança, dormia ouvindo essa música e jurei aprender a tocá-la um dia.
Um dos meus sonhos realizados.
- Magnífico Benjamin, simplesmente encantadora a música.
Toque outra, por favor.
- Uma mais agitada dessa vez Alice,
Por que não Petit Suite de Claude Debussy ?
Benjamin tocava como se brincasse com os dedos, sem um mínimo de dificuldade.
Era esplêndido.
Tocava de modo tão leve, básico e harmonioso mestres da música como Mozart, Debussy, Brendel.. como se convivesse intimamente com eles, dialogando com gênios e explorando notas musicais perfeitas.
- Toca tão bem Benjamin, deve treinar o dia inteiro ...;
- Seria bom se tempo eu tivesse para isso,
E também aos 23, seria estranho se não o fizesse bem.
Embora tenha entrado a mando de meu pai na música aprendi na prática a gostar e venerar clássicos.
Força do hábito.
Debussy é um dos meus favoritos, um francês que de tão importante na música deu nome de Debussy a uma cratera do planeta de Mercúrio.
(risos)
Ele me faz pensar que o difícil pode se tronar fácil para quem faz o que gosta e se admira em fazer, no meu caso tocar piano e escrever.
- E não deve parar nunca Benjamin, me encanta como você toca bem.
Acho que gostei tanto de ouvir talvez pelo fato de sempre achar magníficas as melodias do piano, mas quase nunca ter a oportunidade de ouvir alguém tocando-as de perto.
Só pelos discos de minha mãe, quando essa ouvia nas noites de domingo, especialmente no natal.
Confesso que quando criança, como só ouvia pelo rádio achava que tais músicas ou orquestras eram inventadas e que não havia ser humano sequer que pudesse realizar algo tão bonito e maravilhoso aos nossos ouvidos.
Era como inventar o que não pudesse ser inventado.
Colocar em prática o impossível.
- O impossível é tão bonito que o possível já se tornou pouco demais aos meus olhos não é verdade ?
Alice, você deve está faminta, se não está, eu estou.
Afinal, você comeu a torta sozinha não é senhorita ?
E eu lhe proponho a honra então de experimentar a única coisa da qual lido bem na cozinha...,
espaguete !
E que modéstia parte, o meu atrai até anjos de tão saboroso que é.
À bolonhesa, meu favorito.
- Acho que devemos deixar para outro dia Benjamin, está ficando tarde.
Tenho muita coisa a fazer ainda.
- Alice, vai sozinha por acaso para pegar uma pneumonia ? Pois vejo que as gotas da chuva já começaram a cair e devem estar tão geladas que não me atrevo a sair daqui agora.
Não mesmo.
E fazer o que em sua casa ? As mesmas coisas das quais passa a vida inteira fazendo ?
Repito. Não mesmo !
Você veio comigo , e já se arriscou até por pensar em vir.
Entrou na chuva , então é para se molhar.
- (risos)... Ah, claro !
Com você a gente pega até um resfriado Benjamin.
- Pois então, fique para o espaguete e prometo que te levo em casa, sem primeiras ou se quer segundas intenções, prometo.
- Está bem, como você me pede de joelhos para ficar, eu fico. (risos)
Mas desde que façamos um acordo.
Como eu já conheci seu “santuário”, queria lhe convidar para amanhã, eu lhe mostrar o meu, ou melhor, um lugar que às vezes visito e que me sinto bem de estar.
Acordo feito ?
- Acordo feito Alice,
De joelhos ?
Depois o convencimento é que parte de mim.
Pois bem,..
Mãos à obra com a comida italiana dos Deuses !
(risos)
Benjamin com a ajuda de Alice passam a preparar espaguete à bolonhesa, um dos pratos prediletos deste escritor/pianista modesto.
Comeram dando milhares de risadas, conversaram sobre livros, filmes prediletos, os primeiros namoros do colegial, as músicas que ouviam, idealizaram sonhos de criança e riram das mancadas de seus pais.
A conversa fluía bem, como o tempo também passava depressa.
Minutos se tornaram horas e Alice já entrava no carro de volta para casa, se encantando com a anormalidade desse dia e estando feliz por redescobrir o que seria novamente construir uma amizade com um rapaz, já que muitos diziam ser impossível amizade entre um homem e uma mulher, afinal, diziam sempre haver intenções por debaixo do tapete.
Alice provava que este pensamento era incerto, pelo o menos, por enquanto.
Continua...
Linda manhã, manhã de verão
de céu azul.
Uma brisa suave a embalar as folhas.
Na imensidão uma solitária núvem
desliza silenciosa e cálida.
De repente...
Se transforma em um dinossauro.
Que não amedronta
não ameaça
e lentamente
se dilui no azul
desse lindo céu de
uma manhã de verão...
Mas estou só,
continuo só.
