Vento
Às vezes vou lá na varanda, depois que saio daqui, e fico vendo a rua, sentindo o vento na cara, ouvindo os carros passando e pensando: é mundo, você ainda existe...? Daí a saudade que eu sinto de você vem, começo a pensar no nosso dia, percebo que o que estou vivendo, nesse mundo que construimos, é a melhor coisa que está me acontecendo... te viver, sabe? Tudo muito intenso, tudo muito na carne, tudo muito no coração, tudo muito na mente, tudo muito nas lembranças. Meu coração acelera só de escrever essas palavras, porque eu te sinto em cada uma que eu escrevo e o que me resta nessas horas, em que penso em tudo isso, é ficar naquela ansiedade de que a noite passe logo pra que possamos viver esse amor todo de novo... mais uma vez... novamente.
Nem lembro que a terra está girando... que os dias se transformam em noites... me confundo nos dias... e por aí vai...
Jota Cê
-
Quando vossos pensamentos estiverem em conflitos, vos falais ao vento. As palavras mutularão a solidão por um tempo e a paz de vossos pensamentos entrará harmoniosamente no seu eixo.
Que nenhuma estrela queime o teu perfil
Que nenhum deus se lembre do teu nome
Que nem o vento passe onde tu passas.
Para ti criarei um dia puro
Livre como o vento e repetido
Como o florir das ondas ordenadas.
Olhares...
Nesse momento, momento em que o vento frio insiste em fazer a janela bater tentando ultrapassa-la e esfriar este cômodo, onde sentada sobre o carpete e escorada na parede me encontro.
Começo a perceber que antes o coração que pulsava calor, hoje pulsa o vazio...
Começo a relembrar os momentos já vividos, algumas das historias que trilharam meu caminho até aqui. Procurando indícios de onde foi que comecei a me perder.
E nesta procura começo a reparar, que por mais que eu tente afastar é o seu olhar que insiste em invadir minha mente...
São os olhares tão estreitos e sempre acompanhados de singelos e discretos sorrisos que mais me lembro.
E paro, desisto de procurar onde me perdi e por alguns momentos, começo a brincar com os planos, lugares e momentos que eu não fiz, não visitei e principalmente não vivi...
Brinco de imaginar teu cheiro, teu gosto, teus jeitos e defeitos...
E vou mais além, as danças juntinhas, teu rosto colado ao meu onde por segundos parece que a música se silencia que o chão perde sua estabilidade, e se não olharmos para baixo até poderíamos acreditar que não havia chão sob nossos pés... Ah! Quantas músicas ficaram por serem dançadas...
Começo então a brincar de quebra cabeça, junto às peças da imaginação com as da realidade, tentando formar uma delicada e simples bela paisagem.
Lembro-me das repetidas perguntas sobre o final de semana e tento juntá-las com tantas perguntas não feitas.
Lembro-me das repetidas palavras de saudações e tento juntá-las com os abraços de saudações não dados, percebo o quanto durante a vida, nós costumamos desperdiçar a oportunidade de demonstrar carinho.
Lembro-me das repetidas frases feitas e tento junta-las com os conjuntos de palavras não faladas perdidas no tempo.
E relembro que as nossas maiores conversas, que nossos tão simples sentimentos foram demonstrados pelos repletos olhares que em silêncios trocamos.
Tivemos nossos poucos momentos, sempre compartilhados com outras pessoas e agora reparo quantos foram os momentos, as lembranças e as histórias que juntos somente nós nunca compartilhamos, quantos foram os passos não dados, as palavras jamais ditas e os caminhos que juntos somente nós nunca andamos... Quanta e quantas foram às oportunidades que juntos eu e você desperdiçamos...
Mas reparo principalmente quanta falta faz os tantos olhares escondidos em memórias que nunca se quer existiram...
Quando eu me for...
vou caminhar nas nuvens, seguir com o vento
Serei a brisa leve que percorre seu rosto
Serei o som alegre do canto dos pássaros
Serei as cores vivas do Pôr do Sol...
Vou feliz, seguirei meu caminho
Vou pegar a estrada mais louca
Vou cantando musicas de amor
Vou em busca de uma nova aventura
Vou seguir
Serei feliz, sentirei saudades, mas...
Quando eu me for...
Quero deixar meu sorriso mais puro, meu amor mais sincero, a lembrança mais bela...
Contigo deixo meu olhar tranquilo,
Meu abraço de urso...
Quero que sinta saudade, mas não quero que sofras...
Lembre dos dias de alegria, das minhas palhaçadas, e ria
Simplesmente ria!!!
Saiba que seu riso irá acalentar minha alma,
Acalmar meu medo...
Quero te ver seguir
Quero te ver viver...
Quando eu me for, levo você comigo,
Levo os momentos vividos
Levo a saudade infinita
Daquilo que só eu sei, que só eu senti, que jamais imaginei, mas vivi...
Somente quando eu me for...
Por quê?
Tudo começa no fim!
Hoje a saudade apertou
O coração sangrou.
Sentimentos misturados
Remoendo o passado.
O vento soprou e eu pude sentir seu abraço
Aquele abraço
Aquele suave abraço.
O céu ficou escuro
Ia chover
E antes da chuva cair foram minhas lágrimas que vieram a descer.
Você sabe
Bateu saudade.
Mas logo após a chuva e o tempo fechado
Veio um sol.
Ainda havia nuvens mas o sol raiou mais forte
Ainda havia saudades mas o amor próprio falou mais forte.
Hoje a saudade virou saudade.
Noite de luz, encanto e tranquilidade. Sinto a leveza, a sintonia da paz e o soprar do vento balançando os meus cabelos. Obrigado, meu Deus, por mais uma noite abençoada!
O Vento
Sou como o vento. Não no sentido se ser incolor, sou bem colorida quando alegre, mas sei tempestade quando brava, ou simples brisa quando calma... Sou como o vento no sentido de que ninguém o controla, seu humor quem define é a sua força. Quando fraco, o vento é calmo, sereno, às vezes alegre, mas geralmente querendo esconder seu ressentimento, mas sua força vem da fúria, onde tudo que se vê é tristeza, quando às vezes é acompanhado de lágrimas e formando um grande rebuliço de água e ar. Eu só gostaria de ser livre como o vento. Voar e voar, sem laços e obrigações, no mais puro sentido da liberdade. Eu gostaria de me igualar mais ao vento, o que também é um pouco contraditório por eu querer amar. Quem ama cria expectativas, não voa sozinho, gosta da solidão de ser só dois... Também não sei se conseguiria viver sem atenções voltadas pra mim. Ninguém presta atenção no vento, todos se preocupam com a chuva, com a umidade, com a poeira, mas o vento só percebem quando causa destruição, desamor. E eu vivo assim? É, assim sou eu. Não tão majestosa essencial como o vento, mas uma simples admiradora da sua grandeza. Assim sou eu, simples assim - ou não tão simples.
A presença dos céus não é a Tua, embora o vento venha não sei donde. Os oceanos não dizem que os criaste, nem deixas o Teu rasto nos caminhos. Só o olhar daqueles que escolheste nos dá o Teu sinal entre os fantasmas.
Subi no alto da montanha
Coloquei as mãos na terra
O vento tocava o meu rosto
O ar, a terra e eu
Éramos um só elemento
Eu com Deus
Sou assim meio louca. Falo com o vento, falo sozinha. Mas não me acho louca por isso. Sei que a minha realidade é feliz por ser eu mesma. Se eu fosse outra pessoa,não seria eu mesma.
Tentei resistir, fugir, ocultar, más o vento delírio,
Enfeitiçou meu olhar, meu desejo e sentimentos...
O vento só me atiça
ao valor do tempo.
É um beijo da vida
me fazendo acordar.
Colho as flores,
que da tempestade nasceu,
depois de uma longa estiagem.
Me enfeito do que é meu.
Desvio as pedras...
Há de ficar linda
essa vida que Deus me deu.
Quem já nadou contra a corrente
Sabe usar o vento a favor
Só o momento é diferente
É a mesma ferramenta que usou
O vento não é favorável
E eu nem esperava que seria
Eu vou no compasso da batida certa
Dançando com os erros da vida
Soneto XXXVIII
Quando a chuva cessava e um vento fino
franzia a tarde tímida e lavada,
eu saía a brincar, pela calçada,
nos meus tempos felizes de menino.
Fazia, de papel, toda uma armada,
e estendendo meu braço pequenino,
eu soltava os barquinhos, sem destino.
ao longo das sarjetas, na enxurrada...
Fiquei moço. E hoje sei, pensando neles,
que não são barcos de ouro os meus ideais:
são de papel, são como aqueles,
perfeitamente, exatamente iguais...
_Que meus barquinhos, lá se foram eles!
Foram-se embora e não voltaram mais!