Vento
Quando o vento tenta reabrir o que um dia machucou, eu apenas respiro e lembro: a ferida passou, o amor ficou.
E o que antes era dor… hoje é história de fé.
Que as boas palavras sejam sementes lançadas ao vento,
percorram o mundo, toquem corações
e retornem a nós em forma de paz, luz e bons fluidos.
Porque toda palavra dita com verdade e amor
sempre encontra o caminho de volta.
Que nunca possamos perder o otimismo que nos move. O otimismo anunciado por lábios de vento e feito ponte de névoa sob o rio da vida. Ponte essa que liga o ínfimo desejo de ter e o tédio de pertencer. O otimismo anuncia a eternidade de uma vida finita, nos move a alimentar um corpo que sucumbe por si só e nos guia a acreditar que mesmo que, se aqui não bastar, há outro lugar melhor, no porvir, que um dia virá. Virá? Que nunca possamos perder o otimismo.
Oração da Noite
Que a noite venha suave,
trazendo o silêncio que acalma e o vento que leva as dores.
Que o amor, mesmo distante, ainda saiba o caminho de volta.
Há sentimentos que não precisam de palavras —
vivem no olhar, no gesto, no simples lembrar.
E quando o coração cansar,
que o céu o abrace com estrelas e esperança.
Porque amar, no fim, é isso:
seguir acreditando na luz,
mesmo quando a noite parece não ter fim.
— Nereu Alves
Tracei rotas para cruzar horizontes juntos, mas o vento soprou sobre caminhos que não haviam sido desenhados.
Vanna é aquele suspiro que se transforma em vento, o momento em que a sombra da perda deixa de encobrir o caminho, e o indivíduo, como uma semente que rompe a terra após a seca, busca florescer em seu emocional, fortalecer-se em seu físico e ascender em seu espiritual, provando que a evolução é a mais sublime resposta à decepção.
Sinta o vento acalmar teus pensamentos.
Não há motivos para sofrer quando o amor transborda teu ser.
Há motivos para sorrir e agradecer...
pois o amor sou eu, é você.
Noite fria, chuva martelando o telhado, vento que uiva nas copas. As ruas estão vazias, a cidade ilumina apenas o que é frio, que não tem vida, não vejo ninguém, como se a cidade tivesse recuado para dentro de si. Caminhar nessa chuva é rasgar-se por dentro, poucos têm estômago para esse abandono.
Na dúvida, aceitei o engano como professor, reajustei velas e segui adiante, o vento já conhece meu nome.
O vento é essência do indomável, não se deixa conter, não pertence a rumo algum, é movimento puro, existência sem destino, liberdade em forma de sopro.
Já caminhei em silêncio com Deus e Ele falou através do vento. O silêncio com Deus às vezes é mais eloquente que mil explicações, o vento traz a resposta que tanto necessito.
O vento traz um nome esquecido, sussurra entre pedras e vales. A alma, ferida, se move, lembrando o que era abrigo. Não há culpa, só saudade, só o desejo de voltar. E na curva do silêncio, o amor começa a falar.
A esperança renasce em mim como uma chama teimosa, mesmo quando o vento da vida sopra para apagá-la, eu a protejo com as mãos feridas e calejadas, porque sei o quanto ela já me salvou, e continuarei acendendo-a até o fim dos meus dias.
