Vento
Essas certezas sempre tão incertas me movem como nuvem ao vento, esperando tudo, pronto para nada, mas assim, em movimento.
Não desperdice o bom entendimento
Não é porque quer assim um fulano
Nem pela ordem ou o procedimento
É pela sociedade que te exige humano
Quem não quer são palavras ao vento
É, de qualquer jeito o vento vai soprar
Certa felicidade se elevará a esmo
De qualquer forma a vida continuará
Só não consigo mais ser o mesmo
Montanha não se sustenta sem o ajuntado de grãos, que se formam pedra. Sim, sois grão de areia. Há grão que não se junta, se desgarra e vive ao vento, disponível só para arranhar os olhos de um qualquer. Não é um grão maior ou menor que outro, mas a importância de cada um se dá pelas próprias escolhas naquilo que se dispõe a realizar.
Qualquer folha que tenha caído, obrigado por me servir adubar a minha constante existência. Aquelas que o vento levou, agradeço por ter existido e saiba, não te esquecerei. Às que aqui estão, façamos um para o outro o nosso melhor e permitamos nos existir juntos, pois juntos somos mais belos e tornamos a nossa árvore uma imagem esplendorosa.
Dizer bom dia parece sempre ser uma pergunta, mas relaxa, essa é uma forma de demostrar que está grato (a) pelo dia. Se não responderem, pense foi um vento forte que passou e a tua gratidão não chegou aos ouvidos do (a) outro (a). Não se permita a ingratidão nos outros abalar a sua e se feliz, fale bom dia até para as paredes, que as vezes respondem melhor que muita gente.
“” Fui à poesia
Dizer o que queria
Na pressa de desvendá-la
Encontrei-a escondida
Nem meias palavras
Apenas vultos
Do sutil encontro de versos
No papel, as letras ousavam.
Zombavam de seu insano algoz
Driblavam-me para escapar do intento
E lento, coloquei-me a soletrar.
Até que olhei ao lado
E vi a sombra de um poeta.
Que ria
Cada vez que eu corrigia
O texto.
Num pretexto
De algo bom compor
Madruguei
E acordei
Com a folha indo embora levada pelo vento...””
BENÇÃOS DO SENHOR
.
Se você é daqueles
Que se abala com a dor
Dos que sofrem por aí
Sem cama, sem cobertor.
Passando fome ao relento
Pegando sol, chuva e vento,
Tem as bênçãos do Senhor!
Pegue carona no cometa de vento e desembarque no arco íris se o encontrar, caso contrário continue a voar...
Não deixe que o relógio do tempo arranque as folhas em branco do calendário da vida, faça o que tiver que ser feito agora, pois a próxima o vento poderá levar embora...
Quando o corpo envelhece é nessa transição que a alma rejuvenesce para um novo despertar. Não tema a morte, a vida é centelha divina e estará sempre acesa, apenas oscila essa chama com o sopro do vento (ciclo) no tempo... mas saibas tu, que nesse instante é Deus que boceja para que um novo despertar se recrie e abre os braços de amor esperando por ti. Vida e Morte são um eterno despertar todos os dias.
Esperar no tempo é o mesmo que tentar tocar o vento... Portanto, não espere, ouça em silêncio o tic tac dos ponteiros do relógio da vida, respire fundo e voe o mais alto que puder e abra as asas de tua sina...
O galo canta, os ruídos incompreensíveis da vida lá fora que se espreguiça com o despertar de mais um dia. E nessa bruma que borda o amanhecer os ponteiros do relógio pendurado na parede esmaecida vão voando na obscuridade tentando decifrar esse enigma do tempo...E nesse instante um suspiro profundo da alma, onde o vento leva e traz mistérios do dia e da noite e todos os dias...
Quando caminhas encurvado de olhos para o chão, tua alma fica exaurida e presa num tempo curto e a vida se esvai... Mas quando tu olhas para o céu, tua vida te liberta das amarras da terra que pisas e tua alma rompe os grilhões, se torna leve e voa... Voa... voa até se perder na imensidão e ser soprada novamente ao vento num novo tempo que ressurgirá dentro de ti.
