Vaidade
O oponente cego pela embriagues da vaidade ao não planejar estrategicamente com cautela uma ação, se depara com um opositor forte, entre uma legião de heróis e uma união cultural popular imbatível.
Sou desprovido de soberba mas tenho vaidade como principio, para alcançar vários patamares de saberes em universos, que por simplicidade e humildade me eram inalcançáveis e inatingíveis.
A arrogância e a vaidade exagerada são próprias dos mentirosos e vigaristas. Pois aqueles que vivem a verdade e a justiça, sempre são humildes e simples.
Somos tão mais semelhantes uns aos outros que acho de estrema burrice realçarmos por vaidade solitária de ser especial, nossas poucas diferenças.
Nós nascemos e evoluímos fisicamente, passamos pela fase da vaidade, princípios e valores e envelhecemos... para entender o verdadeiro valor da vida... antes da morte chegar.
É um equívoco atribuir a este ou aquele indivíduo total ausência de vaidade. O ser humano é vaidoso por natureza, embora nem sempre possa dar vazão, por motivos que incluem condições socioeconômicas, a todos os pormenores de sua vaidade.
Quem usa roupas rasgadas mesmo podendo vestir-se com apuro ou luxo, é porque vê nisso algum charme. Portanto, é vaidoso. Aliás, faz pouco tempo que a última moda eram as roupas deliberadamente rasgadas. Ainda há, com menos frequência, pessoas que usam essas roupas, bastante caras, com rasgões estilizados produzidos nas confecções. Quem não pode comprá-las, mas aprecia essa moda, produz o efeito em casa e certamente alcança o objetivo de estar em sintonia com o mundo moderno.
A vaidade está refletida nas roupas, nos carros, nas bicicletas, nos aparelhos de celular, nas casas e muito mais. Ela se configura quando aquilo que usamos ou obtemos não tem a única intenção de nos satisfazer, mas também de mostrar aos outros, de alguma forma clara ou velada, o que nos pertence. Não fosse assim, só teríamos telefone para fazer e receber chamadas. Carros e outros veículos, motorizados ou não, somente para nos locomover, sem importar os modelos. Verificaríamos quesitos como conforto, economia e desenvoltura, dentro das nossas possibilidades, mas abriríamos mão daqueles que visam muito mais impressionar o outro.
Pode-se afirmar o mesmo da ambição. Ninguém é verdadeiro quando se diz não ambicioso. Tal pessoa terá, no mínimo, a ambição de não ter ambição, com o objetivo específico (e ambicioso) de alcançar a paz espiritual, por exemplo. Há quem abra mão de qualquer conforto material, para se dedicar ao acúmulo de conhecimentos. Outros querem fazer contatos com alienígenas e tantos não querem nada, mas ainda assim, com vistas à libertação total do ser, para fugir do peso e do cansaço de uma vida vertiginosa.
Jamais afirme para si mesmo que uma pessoa é modesta e absolutamente sem apego. Trabalhar menos para dar aos filhos mais atenção e presença, já não podendo lhes dar tantos presentes, é um belo exemplo de ambição humana.
VAIDADE HUMANA
Falta mundo pro mundo que se multiplica;
não há vida o bastante pra vida em redor;
nada fica do sonho espremido no caos
dessa dor de aprender que não se sabe nada...
Todo mundo se julga o próprio mundo à parte,
quer viver para sempre, finge saber como,
é um gomo que tenta ser imposto ao todo,
ser o todo e ter tudo sobre tudo mais...
Cada dia se perde no tempo a ganhar
onde o tempo é tesouro que o chão oxida;
logo a vida se olha de frente pra morte...
Nossas mãos vivem postas além do sensato,
nossos pés estão longe das velhas respostas
que jamais compraremos por valores táteis...
VAIDADE HUMANA
É a mania de grandeza que nos torna pequenos e fúteis para reconhecer a real grandeza dos pequenos gestos. Das palavras discretas. Das profissões humildes. Dos pequenos passeios. Dos momentos e os espetáculos menos espetaculares. Pelo nosso apego extremado à ostentação e às impressões do todo, somos pobres dos detalhes que nos enriquecem a partir da essência.
Devemos sempre policiar nossa torpe vaidade de julgar e opinar sobre tudo na vida segundo e seguindo nossa própria compreensão e entendimento.
Nunca tive a menor pretensão de saberem de certo meu nome e muito menos a torpe vaidade de saberem quem exatamente sou, fiz e continuo a fazer. Mas tenham a pura certeza que se uma pequena semente do meu pensamento livre ficar nesta minha temporal existência terrena nestes tempos tão difíceis de fundamentais intransigências, minha vinda terá sido por completa.
A vaidade nos faz acreditar em coisas sem importância real, como se fosse uma grande homenagem conquistada por distinção.
Pela vida acadêmica presencio sempre um orgulho burro e uma torpe vaidade de quem não sabe. Toda vez que explico e ensino sobre qualquer assunto, quem recebe o aprendizado replica depois, eu já sabia.
Minha vaidade é pouca, afinal sempre fui um ser inacabado. Esforçado sempre, em parecer o mais comum possível mas sem exageros. Meu ego, foi passear um dia e nunca mais voltou, que bom, tenho aprendido muito bem, a viver sem ele. Já minha liberdade, é infantil vinda da terra do nunca, nunca cresceu. Vive na rebeldia de achar que tudo que é muito serio, é chato. Procurando um arco-íris hoje de novo.
O verdadeiro homem publico é simples e não se cega pela vaidade e nem pela hierarquia politica que transitoriamente ocupa, pelo contrario em seu espirito servidor social, se reconhece semelhante como o mais pequenino eleitor que ele representa. Pensa a frente por um bem maior, que contemplará melhores condições de vida, menos injustiças sociais e condições mais dignas para toda humanidade em seu entorno.
Não se perdoa
A conta-gota,
Não se libera
Pela metade,
Jogue fora
A sua vaidade.
A vida prega
Peças por si só,
É melhor optar
Pelo desapego,
Para viver a vida
Com a simplicidade
De que não tem medo.
Porque Pátria
É mais do que
Um pedaço de chão,
Ela é feita de gente
Que se leva no coração,
Vamos de mãos dadas
Pedir a total libertação.
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - O ORGULHO E A VAIDADE.
SOBRE O ORGULHO E A VAIDADE E A ILUSÃO DO DOMÍNIO INTERIOR.
ORGULHO E VAIDADE COMO DESAFIOS DA VIDA MORAL.
Procuremos examinar com serenidade e método dois dos defeitos que mais frequentemente se manifestam no psiquismo humano o orgulho e a vaidade. A análise desses estados morais exige disposição sincera para conhecê los em profundidade sem mascarar lhes os impulsos nem justificar lhes as expressões. A tolerância verdadeira inicia se no trato que dispensamos a nós mesmos pois ninguém se reforma por meio da autopunição mas pelo esclarecimento progressivo da consciência. O trabalho de prospecção interior portanto deve realizar se com brandura vigilante evitando tanto a complacência quanto a censura destrutiva.
Trazer aos níveis conscientes as manifestações impulsivas que ainda nos governam parcialmente é condição indispensável para que possamos educá las e controlá las. Não se trata de negar os defeitos mas de compreendê los em sua origem e dinâmica reconhecendo que o domínio interior não é fruto de repressão violenta mas de lucidez moral constante.
O ORGULHO À LUZ DA DOUTRINA MORAL
O orgulho constitui uma das mais antigas e persistentes imperfeições do espírito. Ele manifesta se quando o indivíduo passa a condicionar sua felicidade à satisfação do amor próprio e dos apetites grosseiros tornando se infeliz sempre que não consegue impor sua vontade ou preservar a imagem idealizada de si mesmo. Segundo os ensinamentos apresentados em O Livro dos Espíritos por Allan Kardec no exame das penas e gozos terrenos aquele que se prende ao supérfluo sofre intensamente diante das frustrações enquanto o espírito que relativiza as aparências encontra equilíbrio mesmo em situações adversas.
O orgulho induz o homem a julgar se mais elevado do que realmente é a rejeitar comparações que lhe pareçam rebaixadoras e a colocar se acima dos outros seja por inteligência posição social ou vantagens pessoais. Conforme se esclarece em O Evangelho Segundo o Espiritismo no capítulo dedicado à cólera o orgulho gera irritação ressentimento e explosões emocionais sempre que o eu se vê contrariado ou questionado.
Entre as características mais recorrentes do indivíduo predominantemente orgulhoso destacam se a hipersensibilidade às críticas a reação agressiva a observações alheias a necessidade constante de centralidade e imposição das próprias ideias a recusa em reconhecer erros e a dificuldade em abrir se ao diálogo construtivo. Soma se a isso o menosprezo pelas opiniões do próximo a satisfação presunçosa diante de elogios e a preocupação excessiva com a aparência exterior com gestos calculados e com o prestígio social.
O orgulhoso frequentemente acredita que todos ao seu redor devem girar em torno de si e não admite humilhar se por considerar tal atitude sinal de fraqueza. Recorre à ironia e ao deboche como instrumentos de defesa nas contendas e acaba por viver numa atmosfera ilusória de superioridade intelectual ou social que lhe impede o acesso honesto à própria realidade interior.
Na maioria dos casos o orgulho funciona como mecanismo de defesa destinado a encobrir inseguranças profundas limitações formativas conflitos familiares não resolvidos ou frustrações relacionadas à imagem social que o indivíduo construiu para si. Em vez de enfrentar tais fragilidades o sujeito identifica se com o papel que escolheu desempenhar no cenário social tornando se prisioneiro da própria representação.
VAIDADE COMO DESDOBRAMENTO DO ORGULHO
A vaidade deriva diretamente do orgulho e com ele caminha de forma próxima e complementar. Enquanto o orgulho se estrutura como convicção interna de superioridade a vaidade manifesta se como necessidade externa de reconhecimento e admiração. Em O Evangelho Segundo o Espiritismo ao tratar das causas atuais das aflições ensina se que o homem muitas vezes é o responsável pelos próprios infortúnios mas prefere atribuí los à sorte ou à fatalidade para poupar a vaidade ferida.
Entre as expressões mais comuns da vaidade encontram se a apresentação pessoal exuberante no vestir nos adornos e nos gestos afetados o falar excessivo e autorreferente a ostentação de qualidades intelectuais físicas ou sociais e o esforço constante para destacar se aos olhos dos outros mesmo ao custo de provocar antipatia. Observa se ainda intolerância para com os que possuem condição social ou intelectual mais humilde bem como aspiração a cargos e posições que ampliem o prestígio pessoal.
O vaidoso revela dificuldade em reconhecer a própria responsabilidade diante das adversidades e tende a obstruir a capacidade de autoanalisar se culpando a má sorte ou a injustiça do destino por suas dores. Essa postura impede o amadurecimento moral e favorece a cristalização do defeito.
A vaidade atua de modo sutil infiltrando se nas motivações aparentemente nobres. Por essa razão constitui terreno propício à influência de espíritos inferiores que se aproveitam da necessidade de destaque para gerar perturbações nos vínculos afetivos e sociais. Todos trazemos em nós alguma parcela de vaidade em diferentes graus o que pode ser compreensível até certo limite. O perigo reside no excesso e na incapacidade de distinguir entre o idealismo sincero voltado a uma causa elevada e o desejo oculto de exaltação pessoal.
DIMENSÃO PSICOLÓGICA E MORAL DA VAIDADE
As manifestações externas da vaidade revelam quase sempre uma deformação na relação do indivíduo com os valores sociais. Quanto mais artificiais se tornam a aparência os gestos e o discurso maior costuma ser a insegurança íntima e a carência afetiva subjacente. Muitas dessas fixações originam se na infância e na adolescência quando modelos idealizados de sucesso e felicidade são assimilados sem discernimento crítico.
O vaidoso frequentemente não percebe que vive encarnando um personagem. Seu íntimo diverge da imagem que projeta e essa dualidade produz conflitos silenciosos. Há sofrimento interior e desejo de encontrar se mas também medo de abandonar a máscara que lhe garantiu visibilidade e aceitação. Com o tempo essa dissociação pode gerar endurecimento emocional frieza afetiva e empobrecimento do sentimento.
O aprendiz do Evangelho encontra nesse processo vasto campo de reflexão. A análise tranquila das próprias deformações permite identificar as raízes que as originaram e favorece o resgate da autenticidade interior. Despir se da roupagem teatral e assumir se integralmente constitui passo decisivo rumo à maturidade moral e à disposição sincera de melhorar sempre.
ORGULHO VAIDADE E DOMÍNIO INTERIOR
O orgulho não caminha por virtude mas por carência. Ele busca companhia porque teme o silêncio no qual a consciência poderia interrogá lo. Trata se de um afeto desordenado que se apresenta como força quando na realidade é fragilidade não confessada. Onde o orgulho se instala a segurança é simulada e o eu passa a representar um papel inclusive diante de si mesmo.
Convém recordar que os defeitos não são senhores autônomos da alma. Eles não governam por natureza mas por concessão. O erro fundamental do orgulhoso consiste em inverter a relação entre sujeito e atributo. O homem não é possuído pelo defeito ele o abriga o alimenta e o preserva como se fosse parte essencial de sua identidade. O que poderia ser corrigido passa a ser defendido e dessa confusão nasce a servidão moral.
A lucidez ética inicia se quando o indivíduo reconhece que possuir um defeito não equivale a ser definido por ele. O vício é acidente e não substância. Enquanto essa distinção não se estabelece o orgulho seguirá mal acompanhado aliado à negação à rigidez e à insegurança. Quando a razão reassume o governo interior o orgulho perde o trono e revela se apenas como um hábito suscetível de superação.
Assim a verdadeira elevação não nasce da exaltação do eu mas da coragem serena de reconhecê lo incompleto e perfectível pois somente aquele que se conhece sem ilusões caminha com firmeza rumo à imortalidade do espírito consciente.
“Existem pessoas tão cheias de si que acabam completamente vazias.”
A vaidade humana é um abismo disfarçado de plenitude. O indivíduo que se enche de si mesmo acredita possuir substância, mas o que nele transborda é apenas a aparência do ser uma bolha de ar que o menor contato da realidade faz estourar. O homem verdadeiramente dotado de espírito não necessita exibir o que é; seu valor repousa no silêncio.
O vaidoso, pelo contrário, é como um vaso sem conteúdo que tenta compensar o vazio pelo barulho. Quanto mais fala de si, mais denuncia a ausência interior. Vive de comparações, de olhares, de aplausos e por isso sua felicidade depende do reflexo, jamais da essência.
Aquele que busca parecer é escravo da opinião. E nada é mais miserável do que depender do olhar alheio para sentir-se existente. Assim, quem se julga pleno de si está, na verdade, destituído de tudo porque o “si” que o ocupa é apenas uma caricatura inflada do verdadeiro eu.
Em suma, o homem cheio de si é um deserto disfarçado de montanha; quanto mais alto se crê, mais ecoa o seu próprio vazio.
vaidade,ah a vaidade... Ela pode se misturar com orgulho e destruir o que poderia ser a sua felicidade.
