Vaca
No caminho enchi a cesta
de Sete-Capotes para você,
E encontrei Pata-de-Vaca
para te fazer um chazinho,
Com o meu amor vou
tirar todo este friozinho
e ler um poema com carinho.
A N D A
Anda comigo agora:
Mulher de chicote em riste.
Anda comigo agora:
Vaca senhora,
Que de mim te riste.
Anda comigo agora:
Cruel destino,
Que me torturas desde menino.
Olhai:
Vinde comigo agora,
No pouco que me resta
Nesta gesta
Pela curta estrada fora.
Andai:
Que lá ao fundo
Está o cutelo
Que há de decapitar
O imundo
Que fez chorar
Um poeta singelo.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 18-10-2022)
Quem mata e come animais não ama, porque quem ama não mata nem compartilha da morte forçada e anormal. A natureza muito produz para o sustento dos animais e dos homens, a matança de animais é uma carnificina normalizada no mundo sombrio que há muito está atolado em trevas.
CAFÉ DA MANHÃ NA ROÇA
Olhar a mesa posta,
A disposição dos talheres,
As jarras coloridas,
O velho bule de café
Com cheirinho de roça
O mel no pote,
Mas não é qualquer mel,
Aquele mel safra especial
Que as abelhas
Deixaram lá no quintal,
O caseiro cuidou de apurar,
Deixando à mostra os favos
A enfeitar o pote,
Geleia fresca,
Sabores, uva e morango
Frutas colhidas na horta,
Geleia caseira sem igual,
Sem falar no pão,
Gente, o pão integral caseiro
Feito pelas mãos de ouro,
Mariana, a cozinheira,
Capricha em cada detalhe,
O açucareiro,
As xícaras, os copos,
as canecas de ferro agata,
E no centro da mesa
Um latão de vidro de leite,
O latão é transparente,
De longe a gente vê
A espuma branca sobre ele
Vê que é leite tirado
da vaca,Salomé, depois
da ordenha fica até leve,
Mexer com ela,
ninguém se atreve,
Ela arma o coice,
E mete o pé...
Volto a olhar pra
mesa do café
Tudo perfeito
Em grande sintonia
Pra trazer a alegria,
Alegria da família
No café da manhã.
Que bonito que é,
O mais gostoso
E puro café
O café da roça
Na roça do tio Zé
Resgate de uma veia poética
As veias são assim meia murchas
Elas não recebem muito carinho, murcham
Igual as plantas que não recebem água
A água é a vida das veias
Veias cheias de humor também são poéticas
São murchas, mas fofinhas
Eu tenho um pouco disso
De veio e poético
mas esqueço disso as vezes
Contatinho venoso
Bobeando o coração
Ao tentar entender
O que chamou a atenção
Se foi o jeito de viver
Ou a calada sugestão
A vaca do karatê
E sua simples perfeição
LEITE MUNGIDO
.
Cuscuz, queijo e ovo cozido
Copão de leite mungido
Eis meu café da manhã.
Ao lembrar do meu sertão
Bate uma baita saudade
Nas veias do coração.
O tempo... quanta maldade
Parece não ter noção
Do estrago que fez na alma
De um poeta setentão!
Governo: em política interior, uma torta para repartir; em política exterior, um bem a defender; em política econômica, uma vaca para ordenhar.
Olha para aquelas vacas e lembra-te de que os maiores cientistas nunca descobriram como tirar leite do capim.
Dó.
Chorava aos berros o bezerrinho preto.
De fome e da ausência da mãe.
Roubaram a Julieta, a vaquinha de meu afilhado,
lá na Cachoeira de cima.
Ela, mesmo parida, estava enxutona, boa de carnes.
É mesmo um despautério. O ladrão de gado amansou.
Já é a quinta cabeça que ele nos rouba em três meses.
E o safado é conhecido na vizinhança.
Está enriquecendo a custa do alheio.
Polícia? ... Na Comarca nem temos mais investigadores
e os militares não dão conta da cidade.
Fica a saudade do tempo da jagunçada.
O cabra ficava mês inteiro de tocaia
a espera do gatuno.
Dois ou três balotes: e o danado ia roubar
lá nas pastagens do inferno.
Aí a ladroagem parava.
Eu quero tomar do mel das vacas, daquelas luas de marte, estabilizar. Pisar em terra, sem infarte. Igor Brito Leão
Pelas beiradas do curral
a poeira verde levantava,
no arrastar da botina.
Arremate de quatro dias
de estio.
Antevi no revolto do tempo
que ele vaticinava chuva.
Aberta a derradeira cancela,
minha vista alcançou
no longe,
um véu esbranquiçado
de noiva virgem
entremeando os angicos.
Já molhava metade do alto.
Apurei meu passo sentindo
o sorriso que se desenhava
nos meus lábios.
Lá vem ela
colorir a pastaria
com a esperança das vacas.
Já vem ela
molhando de alegrias
os meus olhos pagãos.
E derramou.
Fiquei um tempo dentro da cabina da D20,
apreciando o barulho sonoro na lataria.
Vida de vaca
é felicidade à toa,
simpleza d'água,
ingenuidade de nuvem...
"Sempre que alguém te importunar, sem motivos, seja sempre gentil, e conte-lhe a história da vaquinha. A história da Vaca Hagar. O desfecho é com você"
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