Um Estranho Impar Poesia
Anunciam-se escritos no universo,
- Versos intimistas
De uma primavera que não cessa;
Tens no colo a tua pantera,
Celebrando o amor da primavera anunciada.
A rua acima
da minha rua
é o endereço
da memória
do amor de
muita gente
que migrou
para o infinito.
E todos nós
nos divertindo
com a tragédia
de quem não
nos entende,
e se colocou
num mundo
em guerra por
ignorar que
viver significa
fazer o bem
sem ver a quem.
Da rua acima
da minha rua
não olhamos
só para trás
e para quem
longe se foi,
Em noites
mui escuras
ali sempre
contemplamos
a luz da Lua.
Os que vão
contra o oculto
e o destino
são todos
os que creem
na vida curta,
nem no verdor
e no balanço
das árvores
poemas não leem.
Venha ver a pessoa sem rumo,
Venham ver a pessoa sem direção,
Pra onde ela vai essa é a questão.
Quando tentou se achar,
Mas mesmo assim não conseguiu se encontrar.
Deixou tudo aquilo que quis fazer,
E hoje nem sabe o que quer ser.
Julgou ser tão capaz,
Mas não sabia que ficava tão pra trás.
Dizia ser livre e apaixonado,
Mas quando notou estava abandonado.
Ele estava só,
Nem notou que ele mesmo se fez o nó.
Criou um caminho tão sozinho,
Apenas abandonou tudo no caminho.
Fez de si a própria morte,
Ele construiu a própria má sorte.
Sou fruto dos extremos.
Da fusão, não sou meio termo.
Passeio entre a serenidade e a força;
entre o norte e o sul.
Sou ser medroso de ter medo.
Sou sede de água da vida.
Entre protetora e protegida, sossego minha alma na redenção.
Essa sensação
que a porta vai abrir
e que o seu abraço
derramado no meu
abraço derramado
vai molhar o piso
citação
não vou falar de nós
vou falar da última conversa que tive no elevador
bom dia
o tempo vai virar
imagina no verão
vou falar dos agapantos brancos e lilases
que só dão flor em novembro
e morrem rápido
vou falar da nova receita que inventei
com quinoa e passas
aprendi a gostar de passas
não largo mais no canto do prato
para você
vou falar de uma raça nova de cachorro que vi
atravessando a rua para não pisar na sua calçada
um pelo meio desgrenhado
seu cabelo depois do banho
vou falar da poesia que li no livro que ganhei de aniversário
pela idade que você não testemunhou
no jantar que você não foi
e falava sobre uma boa ideia para um poema
quase te achei uma boa ideia
você, uma frase que encontrei num caderno antigo
que achei que tivesse escrito
naqueles dias de tantas horas
e tantos beijos
mas era uma citação
que não era minha
Corpo
quantas cidades
te percorrem passo a passo
antes de entrar nos mil lares
que te aguardam
é mesmo preciso usar sapatos
porque não gastar na pedra
uma pele que se lixa longe do
tacto
dentro do ônibus os dias
viajam sentados
em meio a ombros colados
túneis esgoto bichos
sorvetes coxas anúncios
uma criança um adulto
modelam a cidade
na areia
longe
perto do coração onde
uma cabeça gira o
mundo
correndo na grama a sombra
de quantos assistem sentados
enquanto das traves pende
o corpo de um de todos
enforcado
enquanto as orelhas ouvem
ouvem
e não gritam
há um fora dentro da gente
e fora da gente um dentro
demonstrativos pronomes
o tempo o mundo as pessoas
o olho
Estou em mim
Estou no outro
Estou na coisa que me vê
e me situa
Diante de mim
Diante do outro
Diante da coisa
Está a morte
Alegria
Borboletas desaparecem
no porão
Na sala enorme
iluminada
flores se expandem
em meio a vozes moças
alegres
Guirlandas de flores,
de ar
Basta tocar uma delas
(é um sonho)
para que de cada flor
surjam de novo
as borboletas
a voar
seu voo de papel —
amarelo
FRUTOS DO ACASO
Tal como tudo
o cheiro do lápis acabado de afiar
vai-se embora.
No cinzeiro
a ponta do cigarro que arde
desperta o cedro.
Tal como tu
o cheiro regressa.
morri
pouca gente apareceu
caixão aberto, batom
seco
três
amigos fizeram homenagem
enquanto despedaçava a
terra
segui
alguns andando pela rua
minutos depois do
enterro
ouvi
quando disseram
que nunca me conheceram
a fundo
Entre a estrada da vida e da morte
Se cruzam as fronteiras do amor e do ódio
Das balas perdidas
Vem o tiroteio de emoções
De alguém que sente saudades
e não levanta a mão
Mas quando a toalha da mesa caí
Quem sacode as mãos
É a pólvora
Que ja se desfez
E refez
Entre as estradas do velho faroeste
O trem passa por onde jamais passarão
Onde passam os passarinhos
Os caubóis
E os velhos coronéis
Que ja nem mandam mais
A ultima palavra
É daquele que
Que se matou
Por voto vencido
Da incansável solidão
Chamada multidão.
Eu não digo que ponha fim a nada
E não tenho ilusões a esse respeito
Eu queria seguir poetizando
Porém a inspiração me abandonou
A poesia se comportou muito bem
Eu me comportei horrivelmente mal
Jovens
Escrevam o que quiserem
No estilo que acharem melhor
Já correu sangue demais por baixo das pontes
Pra continuar acreditando – acredito
Que só se pode seguir um caminho:
Em poesia tudo é permitido
Ela nunca soube o que é ser especial. Carinho, amor e atenção nunca recebeu de ninguém. Se tornou adulta ainda criança e teve que seu coração proteger para não mais sofrer.
Aprendeu a sorrir para sua dor e tristeza esconder.
Ela quer acreditar no destino já que nada acontece por acaso.
Apenas quero ouvir o som da dor do mundo,
Daquele que respirou profundo,
Ou daquele que chegou ao fundo.
De viver sorrindo,
Mesmo que na vida tudo está se distruindo.
Falou apenas para a escuridão,
Que existe um vazio em seu coração.
Quando aqueles que mais importavam lhe deixaram na mão,
Medindo tudo que sobrou, adivinhe encontraram a depressão.
Pegou a dor e a decepção,
E pulou pra ver se podia deixar sua solidão,
Criou asas apenas para ter sua própria punição.
Ela entende o silêncio melhor que ninguém.
Mesmo estando triste por dentro, vestiu sua melhor roupa, seu sorriso e sua simpatia, e seguiu adiante.
Não existe senão
quando é o amor que guia o coração.
Não há lugar para porém
quando é o perdão que guia os passos de alguém.
Impossível ñ amar,
Mas apenas eu quero odiar,
Sentimentos que ñ quero corresponder,
E nunca quis me submeter,
Ferir aqueles que estão felizes,
Apenas deixaria cicatrizes.
Quem ao longe me deixou viver,
E agora é o mesmo que não posso esquecer.
- Relacionados
- Poesia de amigas para sempre
- Poemas de aniversário: versos para iluminar um novo ciclo
- Poesia Felicidade de Fernando Pessoa
- Poemas de amizade verdadeira que falam dessa união de almas
- Frases de Raul Seixas para quem ama rock e poesia
- Frases de efeito que vão te fazer olhar para a vida de um novo jeito
- Frases para falsos amigos: palavras para se expressar e mandar um recado
