Um Estranho Impar Poesia

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Novos Conselhos para uma Vida Riquíssima

Espalhe gratidão enquanto houver amizade
E de ninguém deseje a piedade

Hasteie sua felicidade como uma grande bandeira
E diga a verdade de qualquer maneira

Distribua sua gargalhada entre os boçais
E tire para dançar os anormais

Tenha desprendimento pelo material
E leve sua cama para o quintal

Seja amor enquanto todos são razão
E aos sentimentos saiba dar vazão

Mostre o que vai além do espelho
E não se torne um jovem velho

Da arrogância não vista a fantasia
E não fique à sombra de uma relação vazia

Abrace seus sonhos com determinação
E enxergue com os olhos do coração

Seja como a chuva em um chão que agoniza
Faça brotar vida que você se eterniza

Inserida por purapoesia

Isso é o Mundo Inteiro!

nessa lembrança meio dormente
onde deixei meu coração descansar
estranhamente firmou-se a paz
talvez seja algo que o vento trouxe
ou seu cheiro num sonho que não se desfaz

tudo vem tão rápido e tudo passa
simplesmente
suba em uma árvore e fume um paieiro
isso é o mundo inteiro

caminhamos por trilhas
andamos milhas
mas somos ilhas

não se distancie ao toque
peça, grite, soque
mas não se entoque

os maiores ausentes
estão sempre presentes
e compartilham com a gente

a poeira da serra pinta o céu
e o sol veste um vermelho véu
todo entardecer leva algo meu
em um horizonte que sempre foi seu

Inserida por purapoesia

Nos Teus Olhos

Nos teus olhos não há inverno
ou outono
ou tom
que não tenha prazer
e lágrimas de morrer
por um anseio secreto

Nos teus olhos é sempre primavera
e há sempre uma vela
acesa
com o desejo à mesa
servido antes do café
com toda a fé
ardente
no que não se entende

Nos teus olhos existem caminhos sem volta
há abismos e precipícios
profundos
de dois mundos
que buscam se encontrar
há minha sede de amar
e teu vício de estar

Inserida por purapoesia

Amor Próprio

Por vezes caiu e se levantou, renovada.
Foi traída, enganada, subjugada...
Ela não se deixou destruir por nada,
pois por si própria era amada.

Inserida por purapoesia

Domingo Depois do Amor

Já semeei as pequenas mudas de arco-íris
em nosso céu de nuvens férteis e selvagens

Roubei dos vizinhos as roupas dos varais
pra reservar mais espaço aos passarinhos

Tingi minhas palavras de poeta e sonhador
com os odores de um jardim em flor

Também bordei girassóis nos lençóis
pra clarear nossas noites de insônia

Recordei aventuras e inventei estórias
pra tentar adormecer sua alma cansada

As mãos dadas, os pés selados...
o sopro de duas vidas que jamais será tirado

Fitamos o abismo e continuamos a brincar:
nada apagará a ansiosa paixão no olhar

Inserida por purapoesia

Daqui de Cima

Daqui de cima te vejo com clareza:
ansiedade e desenvoltura.
Você está linda e sorri como uma criança feliz.

Daqui de cima seu olhar parece mais atento,
parece buscar a aventura sem perder o momento,
como os olhos de um predador.

Daqui de cima tudo parece estar em um movimento sincronizado:
tudo se encontra e se despede sem receio ou dor.
Há uma dose de justiça em cada queda
e uma força incansável que faz recomeçar.

Daqui de cima vejo o caminho
e ouço uma doce canção que enternece meu coração.
Daqui de cima até o ataque fatal de um crocodilo é bonito,
assim como é tênue a dor da presa.

Daqui de cima,
sobre a névoa turva que cobria meus ombros e me cegava,
a vida encontra seu lugar através de pequenos gestos
de amor e caridade,
que ecoam como uma prece que se faz em silêncio.

Daqui de cima eu te vejo e te cuido
e te aguardo serenamente,
para beijar sua alma inquieta sem argumento,
no seu tempo.

Inserida por purapoesia

A Notícia

O telejornal começou com a instigante notícia:

_ A ciência explica o amor!

O jornalista ainda disse com pesar em seu discurso:

_ Para a tristeza dos poetas, cientistas afirmam que o amor nada mais é do que uma cadeia de reações químicas do cérebro...

Podre jornalista. Pobre notícia. Pobres cientistas.

Como poderiam os cientistas decifrar o amor se ainda nem conseguiram explicar a existência dos dragões?

Ora, o que sabem esses cientistas se nunca cavalgaram em um unicórnio ou discutiram sobre os Guadalupes?

Eles nem mesmo puderam descobrir onde moram as fadas e os duendes e nunca escreveram para o Papai Noel. Pobres cientistas!

Aliás, eles nunca se pronunciaram sobre as intervenções salvadoras dos anjos da guarda ou sobre os olhos atentos de São Longuinho.

Por acaso esses sujeitos já viram extraterrestres ou se assustaram com fantasmas? Então como seriam confiáveis?

Podres cientistas que nunca puderam falar com Deus através do amor.

Podres cientistas que amam por reações químicas cerebrais.

Podres cientistas que nunca puderam amar, simplesmente.

Pobres cientistas que se preocupam em explicar o amor.

Afinal, quem disse que o amor pede explicação?

Inserida por purapoesia

O Vinho

O vinho é o maior amigo do amor
E o melhor remédio pra dor

Se faz, se refaz: é transformador
E à vida empresta cor

Respira, transpira...
Transita no silêncio e inspira

O vinho carrega o cheiro da saudade
E a sofisticação da verdade

Como a mulher é paixão e mais nada
O vinho é poesia engarrafada

Inserida por purapoesia

Nossas Sombras

Nossas sombras permanecerão escondidas
na penumbra daquele quarto,
aconchegadas entre os lençóis
e sedentas de nós,
implorando para que o dia não amanheça
e para que nossa paixão nunca envelheça.

Inserida por purapoesia

A natureza logo se esbalda,
quando finalmente vem a chuva,
ela que sofria pela estiagem,
veste a água como se fosseluva!

Inserida por neusamarilda

Fugiu

algo me ocorreu
e depois correu

lutei
busquei
realmente procurei
mas não encontrei

novamente tentei
me revirei
até que me atinei
o pensamento fugiu
simplesmente partiu

e nunca irá voltar
estará por aí a voar
não aceitou a caneta
não se deixou domar

Inserida por purapoesia

A Minha Alma I

A minha alma tenta se encaixar,
mas não reconhece o seu lugar.
A meu ver, não pretende ficar.

É que ela se fere ao flertar
com a vida
em uma conversa despretensiosa
ou assistindo a bela mulher que passa ansiosa
ou em qualquer despedida.

A minha alma não se acalma!

Minha alma é assim:
ela voa como um abutre
em círculos sobre mim,
olhos atentos espreitando a morte
e desejando a sorte
de ser livre, enfim.

O meu corpo não tem alma,
é minha alma que tem um corpo.
E, não fosse por ele,
estaria por aí, agora calma,
sentada em um galho torto
de uma grande árvore, sob um céu dormente.

Quem sabe?
Talvez tivesse se tornado outra lua
ou aberto uma rua
entre nós, entre todos. Em um segundo
ela teria achado um corpo que lhe cabe,
do tamanho do mundo.

É que minha alma não se acalma,
anseia o combate,
quer se lavar na lama
de Marte.

Minha alma é como um soneto
pulsante.

Intriga como um lugar incerto
e distante.

Instiga como o suave gemido
da amante.

Inserida por purapoesia

Há doces amores
que não se revelam,
apenas flutuam
ao sabor do vento,
e por onde vão,
bordam quimeras

Há doces amores,
que sonham em luas e sóis,
envolvem-se nas tramas do tempo,
espreitando outros amores
em docesesperas

Inserida por neusamarilda

Os Santos que Você Invoca

Eu levo comigo todos os santos que você invoca na despedida
e guardo seu adeus como um retrato em minha retina.

Com suas lições construí uma catedral de pedra e luz
e tento honrar o chão firme em que você caminhou.

Da verdade que sempre lecionou fiz um escudo e um colar
e me banhei no oceano de um amor invencível.

Eu rezo seu terço e canto sua novena.
Homenageio seus mortos e saúdo seu passado árduo,
de dias vencidos pela mais pura vontade de ser família.

Uma mãe é um castelo, uma torre, uma ponte.
É um rochedo onde o mar chora sua solidão, cansado dos dias.
É a música que o vento toca no entardecer, saudoso.

Uma mãe é a nascente límpida de um rio que não tem fim.
Tenho-a como um campo sereno na tempestade da vida,
sua lembrança é meu lar em qualquer lugar.

Inserida por purapoesia

A Minha Alma II

Minha alma não quer sossegar:
vive alheia e sem lugar.
É como se tivesse acordado
em um hotel medonho;
é como se tivesse vivido
no limbo ou escuro sonho.

A minha alma não se acalma!

Ela deveria ter baixado em um distante planeta
ou em um cometa,
mas a este corpo ficou presa.
E este corpo virou presa!

Minha alma não é um castelo
ou um forte, é o oposto:
é a bala do canhão que destrói a muralha,
a torre e mata.

Minha alma sangra em cascata
e nenhuma paz cultiva, insensata.

Grita como a tempestade
que a proa do navio invade
e que só não o afunda por piedade.

Vagueia a céu aberto
como um nômade no deserto
fugindo da verdade.

Minha alma carrega a dor de uma infantaria.
E a mim cabe sufocá-la no ser
e ser,
com angustiosa calma,
o carcereiro de minh’alma.

Inserida por purapoesia

VIGÉSIMO SEXTO HEXÁSTICO


procuras sempre só a beleza
buscas sê-la sua semelhança
sofres assim como criança
esquecestes que o uno é duplo
tem estética de duas faces
d’um lado bela d’outro feia

Inserida por joao_batista_do_lago

Linda, graciosa e singela
A mais linda de todas as donzelas
Coração sofre por estar longe dela
Todos me perguntam
Quem é ela?
Eu respondo:
Gabriella.

Inserida por D7Gustavo

ANTIALEXANDRINO


De João Batista do Lago


Inclino-me a quebrar
todas tuas santas regras
Não há coisa mais ve-
lha que tê-las presente
Todas as suas amar-
ras são paletas negras
Que prendem o pensar
livre em virtual corrente


A tua linguagem sô-
frega afasta o ser jovem
Espírito sui ge-
neris... indiferente…
Avesso do teu ver-
so tão insignificante
Que nada faz sentir…
pois é tudo desordem


Deixa-me aqui liberto trovador vetusto
Toma teu veludoso fardão nobre bardo
Mortalha ele será para tua pobre lira
Não me queiras tu indicar novos caminhos
Seguirei os meus com os meus pergaminhos
As pedras do meu caminho eu mesmo as tirarei

Inserida por joao_batista_do_lago

Coisas Urgentes

Hoje, novamente, terei que resolver coisas urgentes.
Aliás, ao que parece, é só o que tenho feito ultimamente:
resolvido coisas urgentes.
E, na pressa, tudo mais ficou indiferente.

Ontem, hoje e amanhã...
dias tomados de desespero,
mal abro os olhos de manhã
e já espero meu enterro.

Na minha agenda, com tanta coisa importante,
esqueci de anotar sobre felicidade e amizade.
E, na vida, nada é mais urgente!
Sobra tempo pra nada e tudo é saudade.

Ficam na boca e no coração um amargor:
eu nem me lembro o que é amor.
Porém, o que eu posso fazer?
Tenho coisas urgentes pra resolver.

Inserida por purapoesia

Gosto de Você

Gosto da voz e de te ouvir falar
E de ser a paisagem em seu olhar

Gosto da energia que você transpira
E da sensualidade que me inspira

Gosto da poesia que te rodeia
E da ingenuidade maliciosa em sua teia

Gosto de seu abstrato caminhar
E de sua verdade debochada a provocar

Gosto do seu cheiro de liberdade
E de seu humor sem piedade

Gosto de sua roupa desencanada
E de sua paixão incontrolável pela estrada

Gosto da sua fé invencível
E de sua felicidade incorruptível

Realmente gosto de você!

Inserida por purapoesia