Um Estranho Impar Poesia
UM SOL PRA CADA DIA
Amanhece!
E todas as manhãs o sol vem
Dia após dia ele aparece
E pra todo tipo de clarear, sol tem
Tem sol recomeço
Que vem depois de um tropeço,
De uma noite “cumpriida”
A refletir sobre a vida
E tem sol continuidade
Que é esperado com ansiedade
Por quem já criou o seu amanhã ideal
E que acredita e deseja torná-lo real
De sol a sol, na correria
Que a gente possa algum dia
Pelo sol agradecer
Por além de luz ser sinal
De que amanhã, apesar de hoje
Tudo volte ao seu normal
Um poema é estrada desconhecida.
Por mais que se deseja conhecer
Tem-se apenas uma leve impressão
dos caminhos
MULHER
Ser sublime criado por Deus, criatura meiga
e sedutora que faz da vida um ideal.
Mulher criança, que na inocência cria um mundo de fantasias.
Mulher jovem, que na ingenuidade busca o amor e encontra sofrimento.
Mulher mãe, que se doa totalmente
para trazer ao mundo uma nova vida.
Mulher idosa, que no passado esteve forte para consolidar seus objetivos
e no presente preserva esses momentos nas mais puras lembranças.
Mulher sofrida, que na ansiedade tem a esperança de encontrar a paz.
Mulher negra, que suporta todo o preconceito sem perder a coragem nos
momentos de angústia.
Mulher sim, é aquela que cheia de virtudes ultrapassa os obstáculos e
alcança um lugar na sociedade.
Nada feito
Lá se foi um verso inteiro
e eu não disse coisa alguma
Esse aqui já é o terceiro
e a rima mal se arruma
desperdiço meu tinteiro
escrevendo, assim, ligeiro
antes que a palavra suma
Nu (flagra)
Quem pegou o meu soneto
e jogou metade fora?
Encontrei só um quarteto
Ai, meu livro! e agora?
Quando abri o meu terceto
Eu flagrei meu poemeto
Com redondilhas de fora
ALVORADA
A alvorada lembra um linho sem mancha,
aparando a orvalhada.
Há musselinas, contas claras de miçanga
entre as folhas frescas do pomar.
Na meia-luz trêmula, qualquer cousa espera.
O jardim ajoelhou, num misticismo doce.
Incensórios de corolas, folhas que fossem
lábios de seiva, murmurando em prece..
No linho puro, sob o altar da alvorada,
é a missa eterna.
Passarinhos, campainhas vivas...
Toda a alvorada religiosa
adora a luz na lenta elevação do sol.
(Coração verde, 1926.)
Para esta minúscula aventura, escolhi Andrés Segovia como pano ou pane de fundo.
Um piano ao cair da tarde, era um programa antigo de rádio.
Procurei uma lapiseira, questão de gosto, compõe o modus operandi do tagarela que não vos fala, mas agora escreve.
A cena é de certa forma bizarra, no mínimo pitoresca
Numa avenida, uma mulher, feliz pelo semblante, humilde pela vestimenta, passa... empurrando um carrinho de supermercado, dentro dele um cachorro, naturalmente pouco a vontade e sem nenhuma ação em comum com quem o carreia mundo afora.
Parou no canteiro entre as duas vias e conversava animada e afetuosamente com um conhecido ou amigo dela sobre o que não imagino, não consegui prestar atenção.
Isso durou alguns minutos, uma dezena de copos de cerveja e uma coleção de interjeições verbalizadas.
A impressão que eu tinha é que ela literalmente não se conectava com o mundo que eu via, era o mundo dela que valia a pena e talvez nem existisse outro...
Sim, foi um alívio ver que não foi xingada nem atropelada, ela continuava feliz...
Me dei por satisfeito.
Sorri como outros tantos que ali estavam.
Não sabia exatamente se podia definir aquela demonstração de afeto e puro “non sense”, acho que continuo sem poder, continuo sorrindo.
Não a vi mais, nem o cachorro...
Preciso fazer umas compras no supermercado.
Era uma vez um sonho
(O poeta e um anjo)
Era uma vez um sonho...
Era uma vez um sonho
Um sonho de amor que eu sonhei
O poeta e um anjo
Uma história de amor que imaginei
Ela parecia uma princesa
Seu coração eu amei
Ela tinha a voz de uma sereia
Uma vez sonhei que a beijei
Era uma vez um sonho...
Era uma vez um sonho
Um conto de fadas
Uma poesia de amor
Um anjo com suas asas
Que tocava uma linda melodia
Com o doce toque da harpa e da lira
No paraíso e em seus campos floridos
Eu olhava o brilho de seu lindo sorriso
Era uma vez um sonho...
Era uma vez um sonho
Um poeta que se apaixonou
Por um lindo anjo
O coração do poeta amou
E sonhou com um doce beijo
Daquela que era sua amada
Com o brilho de seus olhos ele sonhou
Mas foi tão triste quando acordou
Era uma vez um sonho...
Era uma vez um sonho
Uma estrela que brilhava no céu
Uma rosa orvalhava amor
Uma noiva rumo ao altar, e seu véu
Do branco mais puro tinha a cor
Um doce sonho de amor o poeta sonhou
Mais doce que o mel era seu amor
Mas chorou quando seu anjo para longe voou
Era uma vez um sonho...
Era uma vez um sonho
O poeta e um anjo
Era uma vez um sonho
O poeta e um anjo
Era uma vez um sonho
O poeta e um anjo
Era uma vez um sonho
Era uma vez um sonho...
Desequilibrista
Há equilíbrio na balança
a pesar, de tudo, um pouco
Há equilíbrio em cada dança
e em cada grito rouco.
Até quando o corpo cansa
e o equilíbrio nos balança,
apesar de tudo... um pouco!
Em um céu vasto e tranquilo
se levanta para o novo
um bater de asas suave.
Acompanha outro voo,
delicada e humilde ave...
É teu canto que entoo
o teu som, em mim, ecoo
delicada e humilde, Ave!
Familiar
Nunca diga que alguém
nunca disse que te ama!
Cada um - você também! -
tem seu jeito; não reclama!
Lá em casa sempre tem:
Boa noite, durma bem...
e não vai cair da cama!
Acessório
Passa o dia no Salão
e o cabelo despenteia
ou - pior! - um esbarrão
pode desfiar a meia.
Todo mal tem solução!
Pra qualquer ocasião,
leve uma amiga feia...
Corpo Alma
No meu coração há lugares desiguais;
Um horizonte, um mar sem porto
E nas profundezas abismais;
Um vulcão, quase extinto e morto.
Mas, quando você, tão frágil; emana,
Uma palavra que vence minha resistência,
Tornando linda a liberdade humana,
Uma palavra – “ amo” -, óbvio, a essência.
Autor
O livro o pertence, mas ao autor nunca se mostra
Como um ser de muitas faces
Possuindo vontade própria, da vontade não controla
Incompreensível, folheia as paginas em demora
Em passos penosos, perpassam as palavras
Manchando as paginas de sua revolta
No desencanto o seu livro ele joga
Da amargurada dor ele transforma
Em belas palavras para outrora.
Amor Sufocado
Um coração cansado;
Castigado pelos pecados cometidos;
Poderia parar sem volta!
Perdido na paixão cega;
Desorientado pela ilusão;
Quase silencioso.
Guarda tantos segredos Contidos.
Paralisa-se pela amargura;
Comete um erro;
Desassossego;
Feito poesia sem leitura!
Bate, sempre repetidamente;
Desacelerado;
Acometido pelo quebranto dos ciúmes sem sentidos;
Essência da solidão;
Desvirtua o tempo!
Para pra a vida passar;
Quase como um relance!
Olhos turvados;
Lágrimas acumuladas;
Momentos guardados;
Suspiros sufocados!
Apenas o desejo silencioso;
Calado pela saudade;
Um amor forte;
Sem retoques!
Preso no norte d'alma;
Apenas cala-se!
Entrega-se ao silêncio.
O vento canta um mantra
tão forte como um alarme
mas o vento não é pilantra
ele gosta de fazer charme
É O QUE EU SINTO
Antes de você nascer,
fiz um pacto com Deus,
que a cada passo teu,
seria ligado aos meus.
Ilumine a minha mente,
sussurre em meus ouvidos,
lições de amor e carinho,
para que eu lhe ensinasse.
Pedi um menino carinhoso,
de coração muito bondoso,
e que com o passar do tempo,
mostrasse a todos o seu talento.
Me vejo sonhando assustado,
dentro de um sono profundo,
e quando acordo neste mundo,
olho e observo calado!
Será que ainda sonho?
João Daniel do meu lado.
Tocando o meu rosto enrugado,
o mais belo anjo enviado.
E com muita serenidade,
vejo em formato de anjo,
o melhor presente meu,
o que Deus me concedeu...
Bom dia!
Novo dia mansamente nos chega
e ouvimos do vento um assovio,
dizendo - acordem, vamos à janela,
eis que estamos sob os ares de abril !
Neusa Marilda Mucci
Te recebi como a um belo presente
Ao saber que era minha, alegrei-me
Agora como lembrança, entristeço-me
Pois não mais te tenho em meu presente.
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