Um Cavalo Morto e um Animal sem Vida

O livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive.

Não se é de parte nenhuma enquanto não se tem um morto debaixo da terra.

Um corpo vivo e um corpo morto contém o mesmo número de partículas. Estruturalmente não há diferença discernível. Vida e morte são abstrações não quantificáveis, por que deveria me importar?
(Dr. Manhatan em Watchmen)

Perder a razão é uma coisa terrível. Antes morrer. A um morto consideramos com respeito, rezamos por ele. A morte fá-lo igual a todos. Enquanto um homem privado da sua razão deixou de ser homem.

Quem não beija é como um morto.

Um homem desonrado é pior que um homem morto.

Lembrar que estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar a tomar grandes decisões. Porque quase tudo - expectativas externas, orgulho, medo de passar vergonha ou falhar - caem diante da morte, deixando apenas o que é apenas importante. Não há razão para não seguir o seu coração.

Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que eu conheço para evitar a armadilha de pensar que você tem algo a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir seu coração.

Nunca devemos mudar de cavalo no meio do rio.

Nunca usei bombacha, não gosto de chimarrão e nem de me lembrar da última vez que subi num cavalo. Aliás, o cavalo também não gosta.

Não se satisfaça apenas em cumprir sua obrigação. Faça mais que sua obrigação. É o cavalo que termina com uma cabeça à frente que vence a corrida.

É difícil liderar uma cavalaria se você não sabe montar a cavalo.

O cavalo, como todo mundo sabe, é a parte mais importante do cavaleiro.

é meu conforto:
da vida só me tiram
morto

Temer o amor é temer a vida, e quem teme a vida já está três quartos morto.

Existe um ser que mora dentro de mim como se fosse a casa dele, e é. Trata-se de um cavalo preto e lustroso que apesar de inteiramente selvagem – pois nunca morou antes em ninguém nem jamais lhe puseram rédeas nem sela – apesar de inteiramente selvagem tem por isso mesmo uma doçura primeira de quem não tem medo: come às vezes na minha mão. Seu focinho é úmido e fresco. Eu beijo o seu focinho. Quando eu morrer, o cavalo preto ficará sem casa e vai sofrer muito. A menos que ele escolha outra casa e que esta outra casa não tenha medo daquilo que é ao mesmo tempo selvagem e suave. Aviso que ele não tem nome: basta chamá-lo e se acerta com seu nome. Ou não se acerta, mas, uma vez chamado com doçura e autoridade, ele vai. Se ele fareja e sente que um corpo-casa é livre, ele trota sem ruídos e vai. Aviso também que não se deve temer o seu relinchar: a gente se engana e pensa que é a gente mesma que está relinchando de prazer ou de cólera, a gente se assusta com o excesso de doçura do que é isto pela primeira vez.

Por falta de um prego, perdeu-se uma ferradura. Por falta de uma ferradura, perdeu-se um cavalo. Por falta de um cavalo, perdeu-se um cavaleiro. Por falta de um cavaleiro, perdeu-se uma batalha. E assim, um reino foi perdido. Tudo por falta de um prego.

Um cavalo nunca corre tão rápido quanto corre quando tem outros para acompanhar e superar.

Não, eu não tenho jeito de campeão.
Se eu fosse um cavalo de corrida,
ninguém apostaria um centavo em mim.
Mas eu corro e, curiosamente,
sempre chego onde eu quero chegar.

Sempre procuro reter, como as rédeas de um cavalo, minha tendência ao excessivo.

Tenho duas armas para lutar contra o desespero, a tristeza e até a morte:
o riso a cavalo e o galope do sonho. É com isso que enfrento essa dura e fascinante tarefa de viver.