Ariano Suassuna

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A massificação procura baixar a qualidade artística para a altura do gosto médio. Em arte, o gosto médio é mais prejudicial do que o mau gosto... Nunca vi um gênio com gosto médio.

Arte pra mim não é produto de mercado. Podem me chamar de romântico. Arte pra mim é missão, vocação e festa.

Eu digo sempre que das três virtudes teologais chamadas, eu sou fraco na fé e fraco na qualidade, só me resta a esperança. Eu sou o homem da esperança.

Ariano Suassuna

Nota: Autoria não confirmada.

… que é muito difícil você vencer a injustiça secular, que dilacera o Brasil em dois países distintos: o país dos privilegiados e o país dos despossuídos.

Que eu não perca a vontade de ter grandes amigos, mesmo sabendo que, com as voltas do mundo, eles acabam indo embora de nossas vidas.

Ariano Suassuna

Nota: Autoria não confirmada.

O otimista é um tolo. O pessimista, um chato. Bom mesmo é ser um realista esperançoso.

Não sei, só sei que foi assim!
(Em: O Auto da Compadecida)

Ariano Suassuna
SUASSUNA, A. O Auto da Compadecida. Rio de Janeiro: Livraria AGIR Editora. 1975.

Não troco o meu "oxente" pelo "ok" de ninguém!

Ariano Suassuna

Nota: A frase serviu de mote para uma canção do repentista Oliveira de Panelas, amigo do autor.

Tenho duas armas para lutar contra o desespero, a tristeza e até a morte:
o riso a cavalo e o galope do sonho. É com isso que enfrento essa dura e fascinante tarefa de viver.

Venha sexta musa mensageira, do reino de Eloim, me traga a pena de Apolo e escreve aqui por mim: O Assassino da Honra ou A Louca do Jardim!

Quando eu morrer, não soltem meu cavalo
nas pedras do meu pasto incendiado:
fustiguem-lhe seu dorso alardeado,
com a espora de ouro, até matá-lo.

Ariano Suassuna

Nota: Trecho de "Lápide" de Ariano Suassuna

Dizem que tudo passa e o tempo duro tudo esfarela.

Cumpriu sua sentença. Encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca do nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo, morre.
(Em: O Auto da Compadecida)

Ariano Suassuna
Livro: O Auto da Compadecida. Rio de Janeiro: Livraria AGIR Editora. 1975.

Tudo que é vivo morre.

Ariano Suassuna

Nota: Trecho do livro "O Auto da Compadecida" de Ariano Suassuna. Link

Noturno

Têm para mim Chamados de outro mundo
as Noites perigosas e queimadas,
quando a Lua aparece mais vermelha
São turvos sonhos, Mágoas proibidas,
são Ouropéis antigos e fantasmas
que, nesse Mundo vivo e mais ardente
consumam tudo o que desejo Aqui.

Será que mais Alguém vê e escuta?

Sinto o roçar das asas Amarelas
e escuto essas Canções encantatórias
que tento, em vão, de mim desapossar.

Diluídos na velha Luz da lua,
a Quem dirigem seus terríveis cantos?

Pressinto um murmuroso esvoejar:
passaram-me por cima da cabeça
e, como um Halo escuso, te envolveram.
Eis-te no fogo, como um Fruto ardente,
a ventania me agitando em torno
esse cheiro que sai de teus cabelos.

Que vale a natureza sem teus Olhos,
ó Aquela por quem meu Sangue pulsa?

Da terra sai um cheiro bom de vida
e nossos pés a Ela estão ligados.
Deixa que teu cabelo, solto ao vento,
abrase fundamente as minhas mão...

Mas, não: a luz Escura inda te envolve,
o vento encrespa as Águas dos dois rios
e continua a ronda, o Som do fogo.

Ó meu amor, por que te ligo à Morte?

Ariano Suassuna
Poema publicado a 7 de outubro 1945, no Jornal do Comércio do Recife

Não sou nem otimista, nem pessimista. Os otimistas são ingênuos, e os pessimistas amargos. Sou um realista esperançoso. Sou um homem da esperança. Sei que é para um futuro muito longínquo. Sonho com o dia em que o sol de Deus vai espalhar justiça pelo mundo todo.

Ariano Suassuna
Entrevista à Folha de São Paulo.

Jesus às vezes se disfarça de mendigo pra testar a bondade dos homens.

Ariano Suassuna
O Auto da Compadecida

A tarefa de viver é dura, mas fascinante.

Matar padre dá um azar danado. Sobretudo para o padre.
(Em: O Auto da Compadecida)

LÁPIDE

Quando eu morrer, não soltem meu Cavalo
nas pedras do meu Pasto incendiado:
fustiguem-lhe seu Dorso alardeado,
com a Espora de ouro, até matá-lo.

Um dos meus filhos deve cavalgá-lo
numa Sela de couro esverdeado,
que arraste pelo Chão pedroso e pardo
chapas de Cobre, sinos e badalos.

Assim, com o Raio e o cobre percutido,
tropel de cascos, sangue do Castanho,
talvez se finja o som de Ouro fundido

que, em vão – Sangue insensato e vagabundo —
tentei forjar, no meu Cantar estranho,
à tez da minha Fera e ao Sol do Mundo!

Depois que eu vi num hotel em São Paulo um show de rock pela televisão, nunca mais eu critiquei os cantores medíocres brasileiros. Qualquer porcaria como a Banda Calypso ainda é melhor que qualquer banda de rock.

A humanidade se divide em dois grupos, os que concordam comigo e os equivocados.

Ariano Suassuna

Nota: Trecho do artigo "Uso de Palavras Estrangeiras", publicado no Jornal Folha de São Paulo (Ilustrada) de 31 de julho de 2000

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A gente tem uma tendência para acreditar que não morre.

Ariano Suassuna

Nota: Trecho de entrevista ao Jornal Folha de São Paulo (Ilustrada), publicada em 23 de dezembro de 2013

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Sou um escritor de poucos livros e poucos leitores. Vivo extraviado em meu tempo por acreditar em valores que a maioria julga ultrapassados. Entre esses, o amor, a honra e a beleza que ilumina caminhos da retidão, da superioridade moral, da elevação, da delicadeza, e não da vulgaridade dos sentimentos.

Ariano Suassuna
SUASSUNA, A. A História do Amor de Fernando e Isaura. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 2007
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Desde que o avistara, seu sangue e seu coração tinham criado alma nova.

Ariano Suassuna
SUASSUNA, A. A História do Amor de Fernando e Isaura. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 2007
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