Traços
A beleza está nos traços que definem a autenticidade de todo o ser vivente, até mesmo os desprovidos de ternura, por ser um espelho do mistério que é sua origem.
De vez em quando percebo traços humanos nos animais (carinho, amizade, proteção) , mas TODO dia vejo o lado animal nos homens.
EU ÁFRICA
Acorrentado pela escravidão...
Tenho marcas, sou marco,
Na face trago traços,
Sofrido negro afro.
Acorrentado pela escravidão...
Refém do fenótipo, nasci no cortiço,
A dor me traga, é tanto sacrifício,
Nada me revigora, resta-me o vício.
Acorrentado pela escravidão...
Agonizando eu sigo ermo,
E sinto a falsa liberdade num terno,
Preso no aflitivo quilombo hodierno.
Acorrentado pela escravidão...
Minhas ideias: estanques,
A morte: um baque,
Então suspiro ao som dos atabaques.
Acorrentado pela escravidão...
Venho do Saara, aro a seara,
E enquanto a ferida não sara,
Jogo minha capoeira odara.
Acorrentado pela escravidão...
Com açoite, os senhores tolhem,
E enquanto a dor não aboli,
Meu ópio é o folclore.
Acorrentado pela escravidão...
Minha sina é rastejar,
Na lavoura a dançar,
Dois pra lá, dois pra cá.
Acorrentado pela escravidão...
Conquisto a alforria,
Viro escravo da alegria,
Minha prisão: a fantasia.
Acorrentado pela escravidão...
Perdido, mergulho em teu mar,
Afogo-me em teu branco olhar,
E encontro-me em tua íris negra.
Acorrentado pela escravidão...
Tenho meus desejos cerceados,
Tenho o meu samba censurado,
Mas não calo: sangro os meus versos calejados.
“Na tela, o pintor coloca consciente ou inconscientemente, traços de sua alma. Não está simplesmente reunindo cores, formas, traços, harmonia ou desarmonia, ali está a expor a criação de Deus com pitadas do seu próprio eu . Tal qual corre o sangue pelas veias, sinônimo de vida, pela alma do pintor correm rios de tintas multi-coloridas… somatórias e contrastes de seus próprios sentimentos e experiências pessoais …choros, alegrias, sorrisos e cicatrizes..”
Militão dos Santos
Pensei tantas vezes no fim que eu teria
Que esqueci de pensar no que eu faria
Teus traços me trouxeram pro lugar
E qualquer dor eu perdi no teu olhar
Gosto das borboletas
porque elas desenham
o próprio caminho.
Possuem traços
em perfeito alinhamento
e são multicor.
Simbolizam minha metamorfose.
Monarcas migram,
tocam as flores
sem roubar seu perfume,
sem sensibilizar ou alterar
sua espessura.
Por toda essa ternura
eu sou apaixonada.
Quando se ama
Vive-se em plena harmonia
Amo você minha vida (Esposa)
Assim temos traços todos junto
Só peÇo que foque-se e alimente os
Planos, se importe nos resultados, não poupe
EsforÇo, estamos juntos nessa e nunca vou ti deixar ir
Te amo e você sabe!!
Som do amor.
Fala que me ama
E em meu peito se ajeita
Inventa traços
Contorna o abraço
Desenha em mim suas notas tão perfeitas.
Enquanto no seu colo me ajeita
Na mira dos seus olhos
Uma leitura de um agora tão marcado
O gosto da uma necessidade longe de ser fisiológica.
Mas totalmente dentro de uma esfera inexplicável
Onde a fome é de alma...
Nosso amor é música
Somos a melodia
A sintonia das notas
O começo, meio e fim
De algo infindável
Inabalável.
Sara Cindy
Ela é linda, de um olhar sereno, doce, determinado, encantador, tenro!
Ela é linda!... os traços parecem ter sidos desenhados ao som de uma melodia clássica.
Ela é linda!... sua pele tem um toque e textura que exala paixão. É envolvente ao ponto de deixar registrado suas digitais em minha alma.
Ela é linda, é angelical.
Ela é linda e, como se não bastasse, tem um gosto musical marcante, que revela seu íntimo, sua essência.
Ela é linda!...
TRAÇOS E RETALHOS- por leo poeta
Amei você o quanto pude,
o quanto alguém pode amar.
Me entreguei, me sacudi,
me joguei e ainda sim nada,
apenas nada.
Fui eu quem fez vc negar.
Te esqueci o quanto pude,
o quanto alguém pode esquecer.
Renego qualquer traço de esperança
qualquer fresta de desejo,
qualquer tudo, um nada alcança.
Aprender a amar é diferente.
viver é algo terrivelmente longe
de está.
Querer é algo próximo
de viver e solidão é algo longe
de viver só.
Amargura é está ciente, ciente
que você fez, faz ou vai fazer opções
é quando a garganta da nó.
Considero a solidão única
saída para quem com o mesmo
desejo que mostrar ser único (a)
o egoismo o torna incapaz,
indefeso e o impossibilita de tomar
uma única direção.
Caminhos se cruzam
vidas se gastam,
romances calam-se,
corações dividem-se,
outros partem.
Uma canção explica tudo
e as lágrimas limpam
os vestigos e o tempo
graceja o que restou.
Nasce uma nova VIDA.
Retraçando nossos traços.
Você disse
Sinto falta de sua forma de suspirar
Eu disse
Preciso fazê-lo sozinha
Você disse
Estou afastado da razão
Mas sabes que tenho sofrido
Por magoar alguém que não
posso simplesmente deixar para trás.
Você está sentindo isto?
Algo que vibra por dentro
Você está vendo algo?
Diferente dos demais
Queria afundá-lo num poço
Pra não mais o encontrar..
Aceite nossa essência de volta
Traga de volta o trace mágico que não existe mais.
Você diz
Meu coração estagnado me transformou nisso
Eu digo
Selarei novos pedaços pra você
Você diz
Eu deveria embrulhar todas minhas farsas em um buraco sem fim
Eu digo
Onde está você agora?
Encontre-se
Me diga que é capaz disso.
Hoje não quero me retocar.
Hoje não quero me retocar, vou nesses traços secos borrados, marcas, odor na minha pele e o frio pelando meu corpo. Deixo que as águas invadam meu rosto, cortantes e que tire de mim meu ar de desgosto. Meu rosto se desfez em contraluz, virou pó. Não sei se é pra ficar exultante, mas enfim cansei dos meus desencontros, do meu descaminho, caí do berço e entreguei os pontos. Arranquei um nó engasgado no pescoço. Irresponsavelmente escrevi e nada entendi. Desatinei.
Me chamam borboleta... talvez pela levaza nos traços, quem sabe por saber voar no silêncio. Sabe, gosto. Gosto da simplicidade das pequenas asas, gosto do sabor do vento.
Cem anos não bastariam
Para traduzir em traços tudo o que vi,
Provar todos os sabores do mundo
Ou me arrepender por tudo o que não fiz
Cem anos não bastariam
Para recuperar o tempo perdido
Reclamar direitos roubados
Nos tornarmos heróis a transformar o mundo por completo
Cem anos não bastariam
Para sentir todas as frutas, todos os pecados...
Reviver todas as minhas primeiras vezes
Para que todas elas me soubessem por inteiro
Cem anos não bastariam
Para eu transformar sete notas em obras
Dar sete voltas ao mundo
Repintar o sete
Cem anos não bastariam
Para reencontrar aqueles que passaram
Reerguer o que canhões derrubaram
Tampouco reaver o sangue derramado
Não, jamais bastariam cem anos,
E ainda que cem anos bastassem, não os desejaria.
A mim só me resta e me basta esta vida.
E estou certo: “É com você que quero gastá-la!”.
Posso Ver... Através de Você!
“Posso ver através dos seus olhos,
Nos traços da sua face,
No toque de suas mãos,
No abraço que aquece,
No sorriso que inspira!
Nos lábios, posso sentir o desejo,
Na pele, sinto a volúpia...
A sensualidade da sedução!
Posso ver... Através de você,
O meu Ser...
Pois você... É meu Bem Querer!”
Hoje acabei a tela de que te falei: linhas redondas que se interpenetram em traços finos e negros, e tu, que tens o hábito de querer saber por quê – e porque não me interessa, a causa é matéria de passado – perguntarás por que os traços negros e finos? é por causa do mesmo segredo que me faz escrever agora como se fosse a ti, escrevo redondo, enovelado e tépido, mas às vezes frígido como os instantes frescos, água do riacho que treme sempre por si mesma.
