Tiago de Melo Poesia
Condor
Quero eclipsar a minha existência
E quero-o já... não é um pedido,
É uma ordem que me anda a deixar insolente.
Quero ir para o lado de lá do teu sentido
Dar sentido à minha vida.
Quero ser uma pena na bigorna do forjador.
E que ele não perdoe das suas mãos a minha demência.
Esta sentença de estar onde não estou,
Esta injunção que me obriga a ser quem não sou,
Pois não é mais da ausência a minha dor.
O Anjo do Abismo com sua gadanha
É presença que ao meu lado se senta.
Ouço o sobrevoar silencioso do Condor
Só ele me acalma a alma.
Enquanto ele inalar o meu padecer,
Enquanto ela pairar sobre minha cabeça,
Eu sei que não estarei só.
Porque é para o lado de la
Que eu quero ir... e quero ir já!
Quero ser o litígio entre ambas as partes,
Ser acuso de não ter cumprido o compromisso,
Quero que as cabeças que me andam a atormentar
Sejam mutiladas por Excalibur.
Ordeno sair de dentro de mim.
Irei fazer escorrer meu sangue ladeira a baixo,
Trocar a minha alma pela epifania
E vou querela a toda a hora
Sem demora nem mania,
A toda a hora!...
Ordeno eu ao mais alto dos altos
Que seja agora.
Que seja neste minuto.
Troco o meu lamento
Pelo teu estatuto!
Transforma-te ó Tempo,
No mais bruto forjador,
No cavaleiro de maior talento
E ordeno a Excalibur
Acabar com este momento
Decepar esta minha dor
Onde eu só sinto sofrimento!...
Ouço o alento do bater das assas,
Vai pousar ao meu lado o Condor...
Já não lamento!...
Um tentativa em exonerar da minha imaginação, da minha alma se assim me atrevo a dizer, a dissertar aquilo que de mais profundo imagino pairar sobre muitas consciências humanas, ao se aproximar o momento de uma morte anunciada. Por mais difícil que seja de me pronunciar desta forma tenho que ser fiel àquilo que sinto e deitar cá para fora tal como sinto ao imaginar esse momento.
Vivo em um círculo sem fim
sempre girando
não importa o que eu faça
sinto que não saiu do lugar
não conquistei nada
fico cada dia mais velho
mais perto de morrer
me pergunto todo dia
vale mesmo a pena viver
essa vida vazia
sem graça e sem propósito algum
mesmo assim aqui estou
seguindo em frente
como um navio no breu
sem saber para onde vou e se chego em algum lugar
vou levando a minha vida
girando e girando sem parar.
NÃO PRECISAMOS
Não precisamos de amantes.
Precisamos de instantes
Incríveis
Inesquecíveis
Insubstituíveis.
Não precisamos de calafrios.
Precisamos de arrepios
Quentes
Ardentes
Veementes.
Não precisamos de dores.
Precisamos de amores
Precisos
Concisos
Sem avisos.
Não precisamos ser carentes.
Precisamos ser ardentes
Cientes
Das chamas
De um beijo
Envolvente.
Não precisamos do contudo.
Precisamos de um casulo
E do abrigo
De um abraço
Que eternize
Um segundo.
Nara Minervino
EU EM TI
Estou aqui,
feito folha que solta
da árvore a que ela devota,
e, secando ao sol,
vai esperando ser ninho
de algum passarinho
que, padecendo do seu abandono,
lhe leva no bico,
que é o seu ombro.
Reparo sim.
Reparo que em ti acho muito de mim.
Reparo que tua boca deixa a minha louca,
E que tuas ideias me acendem e surpreendem.
Reparo que és poeta, que és astuto e que me testas.
Reparo que recrias minhas palavras e a elas dás mais asas
E enches todo o meu peito de alegria e de preceitos
De que só tu és assim e que poderias ser de mim.
Reparo em tanta coisa!
Em tanta coisa reparo!
Mas o que mais me deixa atenta
Nessa visão que me alenta
É que toda a minha atenção colocas em tuas mãos
Ao me fazer delirar com os versos que vêm a mim "respostar".
Nara Minervino
QUE SAUDADE DE VOCÊ!
Que saudade de você!
De sua atenção, dos seus cuidados, dos seus prévios afagos!
Que saudade de você!
Que contornava o tempo, que driblava os horários, que criava intinerários!
Que saudade de você!
Do homem que foi, do homem que soube, do homem que fez!
Que saudade de você!
Que não via problemas, que não via barreiras, que não pensava em dilemas!
Que saudade de você!
Sim! Muita saudade!
Do homem presente,
Do poeta irreverente,
Do amante exigente!
Por que me deixou?!
Por que se apagou?!
Por que adiou
O encontro engraçado,
O papo descolado
E o não ver o tempo esgotado?
Será que ainda volta?!
Será que ainda se importa?!
Ou será que encontrou outra porta?!
Dizem que tudo o que vai volta.
Volta?!
Fazer o quê?
Matéria morta.
Nara Minervino
Sinto uma dor no peito, quando penso em te perder
Agora eu sei que eu te amo e não vivo sem você
Não sei se vou suportar, ter você longe de mim
A dor tá me consumindo, acho que é o meu fim
Não sei o que fazer, nem o que pensar
Fico aqui imaginando tudo que já passamos, será esse o fim do amor que nos criamos
Entrego na mão de Deus e torço para suportar, a dor que sinto no peito, que tá sendo de matar
"A beleza é uma coisa terrível e assustadora! Terrível porque indefinível, e não a podemos definir porque Deus não nos oferece senão enigmas. Nela os extremos se tocam, nela coabitam todas as contradições. [...]
Conheces esse mistério? O estranho é que a beleza é uma coisa não somente terrível como também misteriosa. É o diabo em luta com Deus e o campo de batalha é o coração dos homens."
Aprendizagem
O conhecimento é a combustão da máquina do tempo
A aprendizagem são os passos necessários para montar esse engenho
O Ser Humano com toda a sua aprendizagem
Um dia será senhor do Universo
Tudo o que nós podemos ser ou querer fazer só depende de nós e dos esforço que aplicaremos nos nossos objectivos nunca desistir, persistir, praticar, ser resistente! Está tudo nas nossas mãos. Conhecimento e aprendizagem faz com que o ser humano não tenha limites... Conhecimento e aprendizagem sempre, até ao fim da vida, até não haver mais fim.
SE VOCÊ COLOCA EM SEU CURRÍCULO:
- Eu aprendo com facilidade!
O selecionador poderá te perguntar:
- Então porque JÁ não colocou algumas coisas que JÁ sabe fazer ?
POLITICAGEM RIDICULARIZADA
Tantas palavras bonitas,
Tantas mentiras vendidas,
Mas nenhuma solução!
E o povo que segue aflito,
Vendo não dito o dito,
Não duvida do agressor:
Esse político atrevido
Que convence o eleitor.
Oh, politicagem mais ridicularizada!
Onde está a punição
Desse ator que se diz
Padecido de um povo
Tão carente e (in)feliz?
Político não mata a fome
De quem só queria ter
Pão e água pra viver
Pra, do pouco que é ganhado,
Ter forças para agradecer.
Oh, politicagem mais ridicularizada!
A verdade mais sofrida
É que, na promessa vendida,
Matar a fome é missão
Pra quem vai chegar em seguida.
O novo eleito do povo
Promete abrigo novo,
Mas, mais uma vez, não faz nada,
Não torna a fome acabada:
Faltam comida e amor.
Oh, politicagem mais ridicularizada!
Quantas dores exaltadas
Nessa política indecente.
Políticos não têm em mente
Que o seu povo carente,
De quem o pão é roubado,
Lhes dá plena autorização
De usurpar "mil tostão",
Um ano atrás do outro,
Mesmo sofrendo desgosto.
Oh, politicagem mais ridicularizada!
Por ter um mundo melhor,
Sem a distinção do dinheiro,
Que todos governem sem freio
Só pela condição do amor.
Que exaltem o povo credor
Nas promessas que lhes fazem
E, por isso, sem sacanagem,
Salvem o povo sofredor.
Xô, politicagem mais ridicularizada!
Nara Minervino
ESTÁ CHOVENDO
Há uma forte chuva lá fora,
E aqui dentro também.
Então, deixa pra depois…
Deixa pra amanhã…
Deixa pra ser,
Quando o sol amanhecer…
Quando o amor restabelecer…
Quando a alma não mais poder
Chover…
VOCÊ SABIA?
Na maior parte das vezes as pessoas não são demitidas por falta de competência. A cada novo dia em que se fica na empresa se tem mais competência do que no dia anterior!!!
Estou cansado, chefe. Cansado de estar na estrada, solitário como um pardal na chuva.
Cansado de nunca ter um amigo para me dizer aonde vai, de onde vem ou por quê.
Principalmente, estou cansado de às pessoas serem ruins.
Estou cansado da dor que sinto e ouço no mundo todo dia.
É muita dor!
São pedaços de vidro na minha cabeça o tempo todo...
Com o tempo aprendemos que o silencio fala muito, que lagrimas não lava só a face mas a alma , que só sonha quem dorme, realiza quem acredita, que não tem amizade, amores, trabalho, familia perfeito, e que aceita cada um exatamente como são e o segredo do sucesso ou de uma boa convivência, aprendemos com os erros, aprendemos com a observação, aprendemos com os altos e baixos aprendemos a ter gratidão
Gratidão a vida, e toda suas extensão.
Ser bem resolvida não me exclui do senso comum da sociedade, mas me torna acima de todas as opiniões (mal) formadas a meu respeito.
Nara Minervino
Em que idade da vida se pode ser mais feliz?
Vinte anos?
Trinta anos?
Sessenta anos?
A melhor idade é a... sua
Do livro
Equilíbrio nosso de cada dia.
(E)FEITO PIPOCA
Como pipoca, não salto, se o óleo é frio, porque eu preciso de calor, de vapor, de muito e intenso fervor.
Quando me aquecem, feito a pipoca, eu pulo, de alegria, de entusiasmo, de amor,
e, como pipoca, estalo, faço barulho e mudo de cor.
Quando bem aquecida, eu transbordo do meu "mundo panela" e levo alegria para quem nem me conhecia, e (pre)encho sensações degustativas, olfativas, visuais e sentimentais.
Eu acelero batimentos e provoco ansiedades, de ser feliz e de saciar curiosidades.
Ao sentir um óleo quente, feito pipoca saio do meu mundo, atraio olhares, estimulo desejos, divido vontades.
O meu aroma exala de tal forma, que não há quem me sinta e quem me veja, que não veja que eu sou feita para saciedade.
É isso!
Sou assim:
Feito pipoca eu salto de mim, saio do meu espaço e me revivo, em mãos, tatos, emoções e palatos, e delicio, e distraio, e contento e satisfaço.
É tanto o bem que eu faço, que até quem não me quer bem, ao me ver, muda seu passo e compasso.
Sim!
Sou pipoca!
E, sendo pipoca, deixo que sobrem, em meu "mundo panela" ou em poucas vagas lembranças, todos os meus milhos estagnados: meus medos, minhas incertezas, minhas inseguranças e fraquezas.
No final deixo em meu "mundo panela" tudo o que faz mal para mim. Deixo todos os milhos que, fugindo de um bom óleo quente, se tornaram tanto a minha minoria, quanto a parte maior que não me compreendia.
Nara Minervino
SERPENTE RASTEIRA
Ciúme! Oh, ciúme!
De onde tu vens? Por que tu surges?
És como uma serpente rasteira:
Mordes. Envenenas.
Conheces os pontos mais fracos
E os enche de embaraços.
Tu és vil e cruel!
Crias imagens que não existem,
Sons que não se produzem,
Sensações que são inverdades
E medos que bloqueiam coragens!
Ciúme! Oh, ciúme!
Tens asas negras e compridas.
Teus voos são violentos,
Mas pousas em frágeis ninhos
E nele depositas ovos
Do mal-estar e do desalinho.
Ciúme! Oh, ciúme!
Como a inveja, tu és maldoso!
Atacas corações e minas relações.
Tua paz sobrevive do mal
Plantado, instalado.
No sofrimento e na dor
Deixa o amor estragado.
Ciúme! Oh, ciúme!
Tu és cruel,
Feito de maldade e de fel!
Aniquilas as confianças
Sem méritos de bonança.
Cegas e ensurdeces
E ao desamor só aqueces.
Terrível tu és, ciúmes revés!
Oh, sentimento ingrato e insensato!
Sejas como quiseres,
Mas abandonas os que não te querem.
Vais para longe e isola-te, enfim.
Se o teu propósito é fazer desunir,
Saibas que há tantos que vivem sem ti.
Nara Minervino
Punção
O passado é a marca deixada pelo punção, no agora, para que se abra um furo futuro. O passado é o Ser no presente, que se desloca para a bancada, onde trabalha todos os dias. É o Ser de mãos calejadas e duras, às vezes até dormentes, que de forma expedita pega com a sua mãos direita e mais forte no martelo, com a sua mão esquerda, a sua mais precisa, segura o punção e com sagacidade desfere sua energia no ferro e deixa a sua marca no tempo. Essa marca e a energia que ela contem, o seu propósito para o Ser... é o seu sentido de orientação. É onde ele vai fazer o seu furo, orientar a sua peça, construir o seu engenho e moldar o seu futuro!
O Ser Humano tem Pulsões que o próprio Punção desconhece.
Direccionemos sempre as nossas pulsões para o bem, por mais difícil que isso seja. Esse caminho exige observação, consciência e identificação do que nos leva a determinados actos na nossa vida. É no amor e nos afectos que o ser humano descansa as suas pulsões. Seja autentico e entusiástico. Abrase, beije e ame, deixe a ocitocina fluir no seu cérebro. Já fez alguma destas coisas hoje?
Espaços vazios
Espaços vazios, sem ninguém
porque nelas havia medo também
Medo de quem?
Do invisível,
pois o impossível aconteceu!
Óh! Pai de bondade
Protejei - nos neste momento,
porque o sofrimento se alastrou...
E só parece forte, a dor que nos acomete,
mas Deus é maior...
Eu sei que ele nos promete:
- Vencer!
Venceremos, venceremos!
Juntos venceremos
Venceremos...
Com fé e união!
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