Textos sobre Mar
Tarde sem fim
Navegando por aqueles corredores cheios de vegetação, cheios de vida, mar a dentro, me recordo com prazer da sua felicidade, foi tão gostoso ouvir as músicas regionais no passeio de barco e saborear os pratos típicos; eram muitos casais felizes aproveitando o sol escaldante do dia; as danças e a bagunça na parada para o banho de lama foram o ponto máximo; seus olhos verdes brilhavam como nunca de tamanha felicidade; passadas algumas horas estávamos voltando do nosso delicioso e inesquecível passeio, você esbanjava contente a sua nova cor de pele dada pelos raios solares e não tirava o sorriso do rosto olhando para as nossas fotos tiradas ali; os acessórios regionais que te dei como pulseiras, cangas, óculos, bolsa e chapéu, garanto que ficaram lindos em você!
A paisagem e a beleza do lugar se completavam com o nosso amor!
Foi uma tarde maravilhosa ao seu lado, eu não poderia deixar passar esse momento único apenas em fotos, resolvi imortaliza-los em versos para não cair no esquecimento, o quanto nós fomos felizes.
LETRAS POR ESCREVER
Serão escritas um dia, da serra
Rumo ao mar
Outras letras minhas
Sereninhas,
Inocentinhas
Que enviarei desta terra
Ao vento do meu gritar
Para poisarem no telhado
Da casa da escuridão
Em que escrevo versos
Controversos
Sem me deixarem comer
Desta fome de paixão!
Que ilusão
Que bendito chão
Da pocilga em que nasci...
Pelo menos aí
E ai,
Eu era carne de minha mãe,
Que Deus tem,
Sangue dela
E a dor sentida
Repartida
A acender a primeira luz da vida
Na vela
Pelas mãos nervosas de meu pai.
ALMA PERDIDA
Caiu-me a alma.
Não sei se dentro de um rio,
Ou na turbulência do mar.
Talvez na montanha
Tamanha de frio,
No calor do estio,
Quente de enregelar.
Será que ela fugiu de mim
E se esconde na cidade imensa
À espera da recompensa,
Numa espécie de arlequim
De rir pelas ruas
Sujas e nuas.
O que é que minha alma pensa?
Fartei-me dela, tão tensa
E cada vez mais pretensa
Gozando comigo sem par,
Que não perco mais um minuto
Em absoluto,
Para a encontrar!
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 23-09-2022)
P A R E I
Precisava do ar das serras.
De tantas terras.
Faltava-me o iodo do mar.
Nem um ou outro eu pude aspirar,
Porque me prenderam no mesmo lugar.
Diz-me, então, porque paraste
Porque de ser tu, deixaste?
- Sei lá!...
Só sei
Que quando parei,
A minha vida ganhou outra luz
Como candeia que reluz
No quarto da solidão
E transforma a minha cruz
Num madeiro de expiação.
Afinal,
Até ao juízo final...
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 11-10-2022)
A V I D E Z
Tanto ávido à espera
Da esfera
Por armilar,
Para se poder guiar
No mar da ganância
E jactância
Onde se vai afundar.
São como cegos
Coxos e moucos,
Para alimentar os egos
Neste inferno de loucos.
Calcam e recalcam
O pai, a mãe
E todo o alguém
Que assaltam
Em nome da avidez,
Da sofreguidão
Que alguma vez
Os há de fazer penar
E findar,
Então!
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 15-11-2022)
AMOR FUGIDIO
Luz que vieste do oculto
Luz que cega sem brilhar,
Que convida a mar de amar
Maré negra de outro vulto.
Por que andaste no ofusco
Do meu sol de companhia,
Quando eu somente te pedia,
Essa coisa do amor que busco.
Fugiste. Eu vi, eu sei,
Porque por ela me dei,
Na noite longa que dormia.
Um sono de olhos abertos,
Como que a fixar a luz,
A tua, dos olhos incertos.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 06-01-2023)
MAR LONGE DE TÃO PERTO
Um dia destes vou morrer, ó mar...
Sem te poder sequer avisar
Ou mandar um recado pelo ar
Pela terra e não por mar,
Que mar já és tu tão distante
Deste meu penado cante,
Poema ao longe sem te abraçar.
O que me fizeram, ó mar!?...
Agora que não tenho força de andar
Para sentir-te num solfejo
E amar a areia que amas num beijo.
Manda uma concha da tua água até mim,
Que mate a sede dos meus pés
E abrande a minha mágoa sem fim.
Que a tua água salgada
Seja cura abençoada
Das chagas deste meu ser
Um pouco antes de eu morrer
Na cama deste poema,
Dilema sempre de mim.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 05-02-2023)
ESPINHO-MAR PÃO E
ÀS VEZES MAR CÃO
Como eu te amo, Espinho
Flor do mar
A brotar
Num lençol de verde linho
Nesta minha inquietude
Cravada na solicitude
Daquele botar
Do barco ao mar
A querer buscar
Algum peixe graúdo
Que os deuses
Por vezes,
Só te dão
Em ração
De pão
Miúdo.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 13-04-2023)
ROSA RECALCADA
Rosa formosa dos seios grandes
Com cheiros de mar nas axilas
Trazias em ti almoços de sandes
E no coração memórias de pilas.
Nas tuas pernas feitas almofadas
De sal ao sol já tão crestadas
Alapavam outras de estofadas
Peles e espumas contaminadas.
Rosa enjeitada rameira sem nada
Objeto abjeto corpo de diversão
Em que tornaram o teu destino coitada
Mulher viva e tão morta de ilusão.
E um dia na campa ao lerem o teu jazer
Hão de estar sem arrependimento
Todos os que exploraram o sofrer
Do teu corpo de fora para o de dentro.
(Carlos De Castro, In Há Um Livro Por Escrever, em 18-04-2023)
PROGENITURA QUIÇÁ
Pai, é barco
É vela,
É uma caravela no mar
Manso
Ou bravo,
Lutando contra a maré
E disputando com a ralé.
É aquela flor chamada cravo
Que nunca renega a fé
Quando o barco ameaça partir-se
Nas ondas revoltas,
Tortas,
Da vida.
Então aí, a mãe ao sentir-se,
Toma conta do leme
E não treme
Nunca no torto
Até o barco amainar,
Serenar,
Em bom porto,
Ainda que isso lhe vá custar
Em contrapartida,
Alguns anos a menos da sua própria vida.
(Carlos De Castro, em Há Um Livro Por Escrever, em 15-07-2023)
NA NOITE
Era noite escura,
Tudo invitava ao descanso,
Até o rugido do mar era manso,
Convidando ao remanso.
Nisto, o chiar de pneus no asfalto,
Como um grito alto
Na noite serena e pura
Toda silêncio de negrura.
Gritos e bebedeiras loucas na noite.
Músicas tolas debitadas às paletes,
Que mais pareciam um açoite
Nos ouvidos, como foguetes
Estourando nas retretes.
Era uma discoteca na estrada,
Urros de animais grotescos,
No rebentar de fluidos
Dos possuídos
De duas patas quixotescos.
E a noite ia avançando
A chorar pelo seu descanso,
Já em maré de balanço.
Lembrou-se então,
Com emoção,
Dos tempos
De outros tempos,
Que era a dona do serão.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 31-10-2023)
MELANCOLIA
Cai a tarde lenta em brasa,
Num céu de mar ondulante,
Enquanto este vai e vaza,
Meu coração está distante
Pensando em ti, ó sereia
Que vi uma vez ao luar,
Em noite de lua cheia
Nas águas de prata, a rolar.
Que saudades sobre o mar
Meu coração lá deixou;
Tristezas de fazer chorar...
Enquanto eu não encontrar
Esse amor que lá ficou,
Farei na areia um altar...
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Triste Por Escrever, em 08-03-2025)
Tenho um sonho em que acreditar.
Um passo, um vacilo, uma queda,
E como uma pedra jogada ao mar,
Afundo sem suspeitar.
Eis Que um mundo novo consigo enxergar,
um caminho, uma jornada, sigo pela estrada.
Esse dia não terá fim, estará sempre muito distante,
não desistirei, seguirei em frente, sempre adiante,
sempre...sempre...adiante...
Por todo o infinito...e
...eterno mundo distante.
A Ligação
Hoje o telefone tocou
Chama quem o coração chamou
Um convite para encontrar
Mar, areia e um caminhar
Um belo sol para nós dois
Beija agora e ama depois
Muitas ideias e nada explicar
Ao seu lado é bom conversar
Passa o tempo nada acabado
Feliz ao teu lado ter caminhado
Espero amanhã o telefone tocar
Para andar, conversar e te amar
E se você se afogar no mar da sua emoção...
Seja forte, seja a sua própria ressurreição...
Porque para entender uma dor...
É necessário se machucar...
E quando esse evento doloroso chegar...
Olhe pra dentro de você e tente se examinar...
Não tenha medo do que irá ver...
Apenas sinta orgulho por ser você...
Autoria:
Nadson Samuel - Origem Poética
Repentina
Apreciando o mar de cor verde esmeralda numa tarde quente o céu dizia amém,
nuvens escuras se aproximavam apressadamente e apertadas vindo lá do horizonte.
Águas que caem, ventos que as levam desnorteadas, uma sombra se forma, as cores identificam a agitação furiosa,
o medo bate na veia mas a mudança repentina dura tão pouco quanto a passagem volumosa e rápida das águas voadoras.
Ao fundo no horizonte o tom já é avermelhado, um arco íris marca presença deixando os golfinhos saltitantes bem como atraí as arraias gigantes a beira mar.
Pés na areia fina, ela com seus olhos verdes esmeralda refletindo novamente a cor do mar atenta a paisagem em volta e animada ao observar ao longe a chuva torrencial passar por sobre o mar.
No caos a salvação
No caos, depois do período da cegueira passar o mar vermelho começou a se abrir,
noites densas, reações intensas, perdas imensas, o tempo indefinido,
no quase fim, ao olhar pro nada profundo por muito tempo fui resgatado e guiado por uma luz que dizia sim é possível,
poucas mãos valentes foram suficientes para alimentar a chama ardente que ainda tomava conta de mim,
vozes me diziam que tudo era passageiro, sonhos me mostravam o fim do pesadelo,
noites em vão, dias perdidos, na corda bamba um show de desafios,
com o apoio de corações bondosos o meu ser que até ali era indomável se olhou por dentro e enxergou a mudança,
no churrasco depois de uns anos, entre os sorrisos e as lembranças daquela tempestade, o olhar de orgulho e a salvação enlaçada pela amizade e coragem de poucos me trouxe até aqui firme e motivado na intenção demonstrar o quanto é importante acreditarmos que tudo vai da certo é só focarmos em acreditar que existem saídas e elas vão aparecer para nos resgatar de quaisquer situações que sejam.
Ladrão de ilusões
Navegando pelo mar das ilusões, espalhei sorrisos e abraços fortes,
em cada ancorada pratiquei o escambo e como moeda de troca me oferece como prêmio em busca das joias pulsantes,
sonhos derretidos, prazeres passageiros, promessas jogadas nas ondas, sentimentos aprisionados, distancias infinitas,
conquistador de corpos e mentes, deixei perdido no tempo a magia de um navegante aventureiro, roubei almas, distribui desejos, vendi o retorno, carreguei gritos e sussurros nas viagens sem destino,
de uma lenda, a uma história,
de um pirata aos corações.
Hoje deixei meus olhos viajarem pelo mar até a linha do horizonte, fim de tarde no mágico encontro do dia com a noite.
Na realidade foi um momento de introspecção, lembranças e balancete de vida, porém notei que planos e perspectivas ausentes, cadê meu futuro? Pra onde foram meus sonhos?
Bateu então uma tristeza mas, do nada, ganho de uma boa amiga um alegre, saboroso e solidário sorvetinho.
Quando iniciava a degustação chegam, também do nada, duas crianças muito pobres filhos da rua com os olhinhos brilhantes, pedem o meu sorvetinho, ganham e retribuem com um lindo sorriso.
Horas depois enxerguei pela simbologia o recado recebido: sorvetinho a solidariedade; amparo o presente e as crianças meu futuro, pelo sorriso, feliz. Que assim seja!
No Azul Do Mar.
O mar tem um azul maravilhoso.
Uma coloração brilhante.
Que o torna ainda mais cativante.
Com calmaria,vê aves voando em sua vida.
Aves que voam entre o amanhecer e o entardecer.
Mar azul e visto no horizonte.
Por algum cais que o espera,mais uma vez.
Em um misto de saudade e recordação.
Em águas transparentes ele vive.
No ir e vir,das ondas que o envolvem.
E são tantas em sua vida que passaram,e que deixaram motivos para que ele continue assim.
Em muitos lugares está.
Nas areias das praias,em uma pequena concha.
Ainda mergulhando em outras belezas.
Nas grandes viagens que já fez,tem muitas histórias para contar.
Como o Sol,nascendo sobre si.
Guiando a sua longa travessia,
os seus segredos.
E iluminando o seu coração azul.
Sob a luz da Lua,várias vezes sonhou.
Encantado com aquela cor esbranquiçada,que se deita em suas águas ao anoitecer.
E que transforma os seus movimentos,a cada nova fase.
Como um bonito reencontro,entrelaçado por milhares de estrelas.
O mar continua seguindo o seu percurso em águas profundas.
Porque é gigante.
Azul e desbravador.
Nas profundezas do seu coração se encontra.
E se emociona,a cada vez que vai.
Na direção de uma nova conquista.
Com aquelas ondas azuis que são a sua vida,o seu recomeço.
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