Textos sobre infância que encantam todas as idades

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poemas retalhos


Hoje vi a vida.
Parecia feliz!
Tinha um belo sorriso no rosto
enquanto flutuava pela rua.

Hoje quando cheguei...
Estava a maior confusão.
Ufa!
Um sufoco.

Hoje não conseguia falar,
repeti duas vezes.
Não sobrou histórias
para contar.

Parei
para curtir
o último pedaço
de ser criança.

Inserida por JotaW

FAZ DE CONTA

Outro dia mesmo estava me divertindo,
assim meio descuidado, meio distraído,
e pelas brincadeiras de infância atraído.

Vieram outros dias, outras noites,
e, então, o tempo, sorrateiramente,
foi levando para longe de mim, dia após dia,
o pião que fazia girar as minhas fantasias;
as bolinhas de sabão, que eram meu alento,
foram desmanchando-se ao sopro do vento.

O faz de conta, os pés descalços, as ‘partidas’,
o ‘bate-bola’ nos campinhos de terra batida;
as alegres brincadeiras de ‘esconde-esconde’,
me escondiam do mundo adulto, não sei onde.
Enfim, até me dar conta que chegou o dia
de que esconder já não mais conseguia.

Eu não gostei de ter crescido, realmente.
Vez por outra eu me perco à minha procura.
Eu queria ter de novo aquela estatura,
aquela inocência, aquela candura.
Não queira esse mundo de loucura,
onde a verdade se vai e a mentira perdura.
Eu queria ser um menino eternamente.

Na verdade sou criança, apesar da aparência,
e luto para não ser adulto, com veemência,
para não adulterar de vez a minha essência.

O pião perdeu-se num mundo que continua a girar,
as bolinhas de sabão desfizeram-se de vez pelo ar
e nas ruas asfaltadas meus pés calçados vêm pisar.

Mas eu sigo brincando de esconde-esconde, contudo,
com o tempo que insiste em transformar tudo;
faz de crianças felizes, adultos sisudos.

Meu corpo de adulto pelo tempo foi esculpido,
embora me sinta criança, num corpo crescido,
com roupas de adultos, mas espírito despido.

Quanto mais ele muda, mais me contraponho,
pois muda um reino encantado de sonhos,
em um mundo ainda mais infeliz e tristonho.

Cresci e não gostei; isso me desaponta.
Por isso mantenho esse desejo oculto,
insistindo em brincar de faz de conta,
‘fazendo de conta’ que sou adulto.

Inserida por pirafraseando

Era para ser tudo menos um pedaço de mim a se reacender.
Era para ser uma carta morta e não um desejo incessante de querer te ouvir e não conseguir párar de sonhar com seus toques, lábios, pele, voz...
Era pra ser eu e meus pensamentos cotidianos, mas neste momento penso em como estas vestido, se pensas em mim..
Me olho no espelho e vejo meu reflexo que falta uma parte e esta parte è você.
Por favor, se quiseres ficar, saia dos meus pensamentos e se faça real nessa vontade constante se se querer, desejar, nesse nosso sonhar de olhos abertos.
Se for para ir... vai aos poucos, deixe-me sentir que vocêvocê esteve por aqui, deixe sua marca nos meus lençóis, deixe seu cheiro no meu corpo, deixe-me com a lembrança de que valeu cada segundo pensando em você, deixe-me um sussurro de te desejo..
Caso contrário, sereis eu a rasgar um pedaço de você em que carreguei por anos, são cartas que hoje me vêem em mente o quanto foi intenso, ingênuo, único.
Você é uma parte de tudo aquilo que eu guardei para amar sem porquês !
Então mostre-me do que es capaz de me fazer lembrar, porque eu te espero de pés descalços para caminhar nos teus passados e viver aquilo que um dia menina eu sonhei.
Ama me ... deseje me... viva me.

Inserida por Samella123

O futuro tão esperado, de um passado um tanto quanto turbulento, chegou. Sonhei por horas em ter meus vinte anos, almejava pela minha liberdade, onde eu mandaria em mim e faria minhas vontades. A problemática se dá neste ponto, porquanto não há espaço para ser livre aqui. As correntes e algemas estão em meio aos boletos e responsabilidades que um adulto deve ter.

Hoje lembro com dificuldades de minha infância, onde eu saía de casa (escondido da mãe) pra jogar na Rua 3, recordo-me de meus amigos, das paqueras, das briguinhas, dos jogos, de sentar na calçada da vizinha da frente e conversar por horas, me lembro de algumas lições de vida, de meus tios (foram muito importantes para mim), meus primos que sempre estiveram ao meu lado (mesmo depois da distância ser uma incógnita em nossa amizade), é fácil me lembrar das vezes em que eu sonhava em ser um nadador profissional, eu seria grande. Como posso me esquecer das escolas em que estudei? Dos livros que li? Dos amigos que fiz? Das músicas que gostei? Tudo isso está agregado à mim. Os desenhos que assisti, minha timidez exorbitante "de quando em sempre" aparecendo. Cada momento que vivi, luta que enfrentei e amor que recebi me fizeram ser o que sou hoje. É a minha história. Minhas decisões criaram a rota mais intensa e acertada possível.

Não me arrependo dos erros, afinal, quem não erra? Com ajuda deles estou aqui. A casa de meus avós (de ambas as partes) foram sempre um ponto de refúgio. A roça. A minha cidade, Petrolina. Me trouxeram até aqui, e "aqui" é tão bom. É bom saber que sou "bom". Que minhas qualidades superam os meus defeitos. É bom saber que se eu fosse uma outra pessoa, eu poderia confiar em mim. Não há dúvidas, ainda que não acabou, eu estou sendo uma criação bem sucedida.

É importante para nós sabermos que nossas raízes é que nos criaram, elas também precisam ser alimentadas. Ter orgulho do que somos, de nossas famílias e de nossos lares, isso é lindo.

Na infância, não haviam preocupações. O tempo passou, e as coisas mudaram. A vida acaba te lapidando para que você seja, exatamente, o que deve ser.

Inserida por Hamohhamed

Saudades!

saudades, tenho sim,
de uns belos anos atrás,
saudades de quando,
eu saia para brincar
sem me preocupar
com nada mais.

saudades de quando,
não precisava trabalhar,
de quando,
tudo era motivo para gargalhar.

saudades de sentar na esquina
com meus amigos, para conversar,
saudades de quando
meu único motivo para chorar,
era o fato de não me comportar.

saudades das grandes noites dormidas,
de todas minhas experiências vividas,
de tudo que no passado ficou,
e saudades
foi tudo que me restou.

mas eu sei que fui feliz,
que tive uma infância
muito bem aproveitada,
e dessas memórias em minha mente,
não desperdiçarei nada.

são lembranças de um tempo,
que não voltará mais.
são lembranças de um tempo,
que não me esquecerei jamais!

Inserida por LeonardoAmes

Boneca de Porcelana

Toda vez que eu ficava triste, eu abraçava minha boneca de porcelana...
Não! Ela não era comum. Ela tinha os olhos coloridos, prefiro pensar q eram da cor dos meus. E os olhos daquela boneca diziam grandes verdades...
As vezes eu tinha a impressão de que ela sorria para mim... Seus cabelos dourados e suas covinhas davam a ela um charme especial.

Ah!Que nada! Eu não sou tão velha pra falar de boneca. Quando eu olhava para ela eu via Deus e quando ela olhava para mim me trazia paz, que falta essa boneca me faz...
Só não sei onde ela está, mas quando eu a encontrar um abraço ainda maior na boneca eu vou dar...

Inserida por PattyRezende

Já fui criança,
Agora adulto sou;
Fui as vinte mil léguas submarinas,
Sentindo uma adrenalina,
Pra pegar uma bola
Que lá no fundo ficou.

Minha mente era estranha,
Eu me sentia criança
Que lá no fundo ficou.

Entusiasmado com os adventos,
Criava meus próprios inventos;
Cheguei até consertar um helicóptero
Que em Nárnia ficou.
Subi numa árvore
E vi uma lua girando entorno de mim,
Eram meu Aforismos,
Que se diziam meus amigos;
Mas que no passado os esqueci.

Desde a infância
Já era uma criança
Que com esperança
Ia do início ao fim.

Hoje cresci,
E meus pensamentos
Ficaram segmentados,
Corro de volta ao passado;
Mas já atormentado,
Não sei se é o início ou fim.

Inserida por iagolira

Enxergar além...

Seu eu pudece voltar atraz e ficar preso na minha infânsia, eu brincaria novamente com meus amigos e brigaria com eles de novo e, no dia seguinte faríamos as pazes, como se nada tivesse acontecido no dia anterior.
Se eu pudece voltar atraz e ficar preso na minha infânsia, lucharia meu pé brincando de bola novamente, e ainda assim, seria o dia mais feliz da minha vida.
Se eu pudece voltar atraz e ficar preso na minha infânsia, aproveitaria melhor meu tempo, interpelando minha vontade de ficar grande logo.
Se eu pudece voltar atraz e ficar preso na minha infânsia, sertamente escreveria “pudesse” com “c”, “atrás” com “z”, “infância”, com “s” “luxaria” com “ch”, “certamente” com “s”.Porque quando somos crianças,o que importa é o que se sente ,e o que se enxerga ,vai além do que os olhos podem ver.

Inserida por AiramNery

⁠Saudades

Abraços que ficaram no ar,
Beijos que o tempo não deixou roubar,
O tremor da primeira vez a palpitar,
Brinquedos artesanais que aprendemos a amar.

Risadas partilhadas com irmãos,
Pipas ao vento, piões nas mãos.
Corridas sem fim pela rua,
Noites de escuridão ao clarear da lua.

Futebol descalço, a liberdade nos pés,
Sobre paralelepípedos, longe de leis.
O doce sabor do amor a descobrir,
Em cada jogo, um mundo a sorrir.

Esconde-esconde, a vida a brincar,
Bicicletas a girar, estradas a explorar.
Sem preocupações a pesar,
Infância, um reino que não queremos deixar.

Inserida por danyllo_formiga

⁠O web viajante

O jeito é sair da internet,
Já vi muita gente achando graça
De coisas que eu já vi
Isso dá uma angústia
e uma sensação de que nada novo,
Será tão incrível como "aquilo"
Sei que é só uma sensação de nostalgia!
Como se o passado fosse melhor...
Mas, é como se eu morre-se a cada informação já vista
Meu peito se enlouquece e minha mente se embaralha
E meus olhos se perdem nas fotos dela
Aquela que já me fez se sentir completo um dia
E entre todo esse frio
Eu sinto o calafrio do seu abandono.

Inserida por Efraim_Paiva

Saudade Saudade infantil

Saudade saudade saudade
Saudade saudade saudade
Saudade daquele menino
Saudade daquela menina

Saudade daquela criança
Que só queria brincar
Que só queria sorrir
Saudade daquela criança
Que só queria aprender a amar

Saudade saudade saudade
Saudade saudade saudade
Saudade de ver a natureza
De ver o sol brilhar feliz
De ver as estrelas piscarem
De ver os pássaros cantarem
Todos os dias para mim

Saudade saudade daquele vento
Que me ensinava que eu podia voar
Saudade saudade daquela árvore
Que me ensivava que podia abraçar

Saudade saudade saudade
Saudade saudade saudade
De um dia ter tido uma mãe
Que amasse com o seu olhar
Que amasse com seu pensar
Que amasse com seu tempo livre
E me fizesse conectar com infinito.

Inserida por julia_dutra

⁠Crescer é Perder-se

Se soubesse, criança, como passa o tempo,
Voltavas a brincar com pedrinhas no rio,
Continuavas a sorrir para as borboletas,
Aproveitavas o viver como passarinho.

A vida adulta é pura lamúria,
Tem gosto de saudade e cheiro de chuva.
Queria ter ainda a confiança do abandono,
Quando me esquecia nos braços de Deus,
E era feliz nos desvãos do quintal.

Hoje, crescido, com o controle nas mãos,
Não vivo, apenas existo,
Prisioneiro dos meus próprios medos,
Carregando o peso das responsabilidades.

Se pudesse voltar ao ontem,
Onde o futuro era apenas uma ideia distante,
E cada dia uma nova aventura,
Entregar-me-ia à pureza da infância.

Na simplicidade dos dias antigos,
Encontrava a verdadeira alegria,
E na inocência do meu olhar de menino,
Revelava-se o segredo da vida.

Hoje, vejo-me perdido em meio ao concreto,
Nas rotinas sem cor e sem brilho,
E anseio pelo riso fácil,
Pelo despreocupado viver.

Se soubesse, criança, que crescer é perder-se,
Voltavas a brincar com as formigas,
Continuavas a sorrir para o vento,
Aproveitavas o viver em plenitude.

Hoje que cresci e assumi o controle, não vivo.
Tudo é se der,
Tudo é quem sabe,
E o coração ainda sonha ser menino.

Inserida por Epifaniasurbanas

Álbum de fotos
⁠Momentos que não vão voltar
Lembranças que são para guardar
De um tempo que tudo era mais simples e feliz
De manhã, um céu azul da cor do mar
Já era o suficiente para a felicidade pairar
Memórias da infância
Marcadas em um pedaço de papel
Saudade de quando o tempo era doce
Doce como mel

Inserida por Victorcarmo

Nova casa , Novo bairro Nova cidade Novo começo?
Onde estou que eu não reconheço?
Quem são os transeuntes a passar pela porta
Quem são os ouvintes atentos da nossa vida torta
Onde estão os amigos que com custo conquistei
Foram deixados para trás
Há umas duas ou três rodoviárias que parei
De cidades que eu realmente nunca visitei.
Puxa que vida legal!
Dizem aqueles a qual profundamente invejo
São as crianças que levam uma vida normal
Desde que nasceram vivem sobre o mesmo teto ...

Inserida por pamela_pacheco

⁠Erva-doce tem cheiro de céu

Aroma de abraços

Jeito de sorriso bonito

Desses que te encantam, só de pensar

Erva-doce tem cheiro de reza, oração feita de quem tem, perdeu ou reencontrou sua fé

Tem emoção, sentimento bonito

De leveza de alma

Pés descalço

De quem faz amor com olhos fechados

Erva-doce beira o sagrado da alma

Com um punhado nas mãos a magia acontece

Casa perfumada com erva-doce

Tem energia bonita, que contagia feito sorriso de quem tem luz iluminada

Parecida com fogo de vela, acesa na escuridão da alma

Faz sonho encantado chegar de mansinho

Erva-doce traz a infância de volta

Cartas para Antônia

Inserida por AnnaAraujo3

⁠Livre

Lá no tempo de criança
Onde brincava descalça
Os sonhos davam coragem
A boca não tinha mordaça

O cabelo solto ao vento
A chuva era alegria
O jeito de olhar
Tanta coisa dizia

Na noite estrelada
A diversão era garantida
Todos deitavam na calçada
A vida era realmente vivida

É que eu sou de uma época;
Que sabia valorizar
Que não tinha maldade
Nem dentro do olhar
Autoria de #Andrea_Domingues ©️


Todos os direitos autorais reservados 11/11/2022 às 14:45 hrs

Manter créditos de autoria original _ Andrea Domingues

Inserida por AndreaDomingues

As Professoras do Meu Coração


No pré, com a doce Ester, que é puro éster —
Fixou em mim o saber e o bem-estar.
Na primeira série, com a Biliza, que me "bilisou" de alegria,
Me ensinou a rezar, a ter fé e a amar todo dia.

No segundo ano, a Leninha, sempre com jeitinho,
Me ensinou a ser forte, um tanto "lenhinha" no caminho.
Na terceira, a Sônia que soa como canção,
Fazendo da aula uma linda melodia no coração.

No quarto, a firme e sábia Vera, que tudo verá,
Mostrou que o futuro é luz, basta acreditar.
Minhas professoras, nomes com graça e amor,
Cada uma, um trocadilho, um presente e calor.

Inserida por Zanatinha

O adulto que não consegue discutir a relação, que é tempestuoso e já pensa em terminar, foi a criança que cresceu no meio de brigas e só deseja fugir. O adulto que se isola quando está chateado, foi a criança que aprendeu a lidar com as emoções sozinho. O adulto que cuida de todo mundo, menos de si, foi a criança que entendeu que só seria amada se fosse útil aos outros. O adulto que não se posiciona mesmo quando necessário, foi a criança que aprendeu a ficar calada para evitar conflitos e fugir de embates.

Dan Mena

Inserida por danmena

"Coisas que Não Eram Pra Ser Vistas"

Desde pequeno, sempre tive que ser forte,
como se o mundo exigisse aço em vez de pele.
Vi coisas que não eram pra ser vistas,
fardos demais para olhos tão jovens.

Lembro da despedida do meu pai,
do seu abraço — e depois,
o silêncio eterno, sem mais uma palavra.

Lembro da minha mãe me empurrando,
me chutando para os braços da minha avó,
como se amar fosse errado,
como se um abraço fosse crime.

Lembro de mim e meu primo,
duas crianças na estrada de terra,
planejando fuga com um canivete na mão,
como soldados sem guerra,
mas feridos por dentro.

Lembro da madrugada com duas tias,
uma saiu...
um tiro, um grito, um banho de sangue.
Tentei correr pra debaixo da cama,
mas fui forçado a encará-la.
Ela se apoiou em mim como bengala,
e eu, criança, virei pilar de dor.

Lembro da viatura, do meu tio gritando,
clamando pela chance de matar o atirador.
Meus olhos não paravam de chorar,
meu peito, pequeno demais pro desespero.
Ali, pedi a Deus pela minha morte,
e eu tinha apenas seis anos.

Lembro de não ter mais notícias da minha mãe,
de saber que tinha um irmão,
mas quase nunca vê-lo.
Lembro das reuniões na escola,
e do sentimento de abandono —
só descobria minhas notas
quando diziam se eu precisava de recuperação.

Lembro dos colegas com tênis novos,
e eu, só querendo que a aula acabasse
pra voar na minha bicicleta,
criança-jato rasgando a cidade,
aprendendo o que era contramão
só depois do quarto atropelamento.

Lembro da promessa do meu avô:
"Se passar com todas as notas azuis,
vai ganhar um presente!"
E eu me esforcei, estudei, lutei.
Minha avó buscou o boletim:
todas as notas... azuis como o céu.
Primeira vez que senti orgulho de mim mesmo.

Corri pra mostrar ao meu avô.
Ele me esperava no sítio.
Mas no sábado, minha avó recusou —
disse estar com dores.
No domingo fomos.
Saltei do ônibus com o boletim nas mãos,
coração aos pulos...
mas a cancela estava trancada.

Minha avó mandou que eu fosse.
E eu fui — como um cão obediente.
Pulei a cerca, corri...
e o encontrei no chão,
moscas ao redor, sem vida.

Deus, por que mais uma vez?
Por que me fazer ver
o que não era pra ser visto?

Eu tinha só 10 anos...
e já desejava a morte com o coração inteiro.

Lembro de ser tratado como delinquente
pelo tio que mais admirava.
Mesmo com boas notas,
mesmo com certificados da igreja,
seus olhos eram de ódio.

Lembro dele com uma arma,
por eu ter discutido com minha namorada.
Minha voz — mal compreendida — virou afronta.
Corri. Minha avó entrou na frente.
Corri mais ainda.
Ganhara segundos de vida.
E naquele instante, eu soube:
eu estava sozinho.

⁠"Por que a partida é tão inexplicável?"

Talvez porque ninguém está realmente preparado para o fim.
Passamos a vida tentando entender o começo, lutando para nos encontrar, e quando percebemos... o tempo já está nos escapando pelos dedos.

Corremos tanto. Atrás do que? De dinheiro? De aceitação? De promessas que nem sempre se cumprem?
E nessa corrida desenfreada, esquecemos de viver.
Esquecemos que cada dia pode ser o último.
Esquecemos de olhar nos olhos, de escutar com o coração, de abraçar sem pressa.

A vida é pequena, sim.
Mas não no tempo.
É pequena na forma como a vivemos — cheios de medo, de dúvidas, de silêncios engolidos.

Temos medo do amanhã.
Medo de partir.
Medo do que vem depois…
Mas às vezes, o que mais assusta é a ideia de partir sem ter vivido de verdade.
Sem ter deixado uma marca de amor, de verdade, de presença.

Então, talvez a pergunta não seja "por que temos que ir embora",
mas sim: o que estamos fazendo com o tempo que ainda temos?

Inserida por VictoRodriz