Textos Reflexivos sobre Inclusão

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Diz

Gosto de quem gosta de mim.
Gosta, e simplesmente gosta,
Gosta do meu ser em si,
Eu gosto, de quem gosta de mim.
Pessoas são pessoas,
Pessoas não vivem sem pessoas,
Uma pessoa precisa da outra.
Sou gente, e gente gosta de gente,
E se não gosta perde,
E se não gosta, não gosta,
Mas um dia aprende a gosta de gente,
porque gente é gente.
Gosto da gente, gosto de gente
Com muito amor, gosto de quem gosta do
Meu ser, e quem não gosta aprende a gostar.
Sou gente, você é gente, somos povos
Meu povo, pertenço,
Pertenço também ao seu povo.
Gosto de tudo, gosto de você,
Você pode gosta de mim..
Gosta, gosta, diz!

Exercício

Subi a ladeira
Desci a ladeira
Subi a ladeira
Desci a ladeira
Salvador, Bahia, Brasil
Faz bem ao coração.
E assim subo ladeiras,
Desço ladeiras,
Entro em becos
Saiu de becos,
Subo ladeira
Desço ladeira
E em cada esquina
Uma música
Um reggae
Um rap
Um funk
Um pagode
Um samba

E vou seguindo
Subindo ladeira
Descendo ladeira
Entrando em uma esquina
Saindo em outra.
Salvador, Bahia, Brasil
Pulsa em meu coração.
Pertenço
A Bahia.

Malandragem

Vem do nada...
- Diga aí, cara!
Como vai, “broder”...
E eu respondo
Vou indo, mano...
Como vai a mina?
A desconfiança responde
- A nega está estirando
Os cabelos chapa.
- E a sua mãe,
Broow, como vai?
- A coroa vai levando
Meu...
-(Chega à bisteca).
...Beijos...
-seus cabelos, hem!...
Gata estilo rock hooll
Mana...
E o amigo dá no pé
No dia seguinte
Surge do nada
-diga aí, cara!...

Valter Bitencourt Júnior
Toque de Acalanto: Poesias, 2017.

Livro / cérebro

Vou conectar o meu cérebro ao livro,
E fazer de cada livro uma leitura
Um interpretar, um convívio
Quero penetrar no livro, andar com
as palavras e aprender cada
significado, seu sentido
real e abstrato.
Quero que o livro faça parte da minha vida
E a minha vida quem sabe venha
A fazer parte do livro.
Quero ser mais que cabeça,
Quero saber a hora de me colocar
Em todas as situações
E a hora de sair de fininho
Ou de não me colocar
Em situação alguma.
Quero conhecer um pouco de tudo,
E fazer o máximo para conhecer
mais ainda o mundo, a vida, os seres, as coisas…
Quero ter ideias, quero praticar
as ideias, quero vivenciar cada
situação num livro e fora do livro.

Quero conectar o meu cérebro no livro,
fora do livro,
dentro do livro,
na capa do livro,
nas folhas do livro.
No mundo do livro.

Meu aniversário

Meu aniversário, 25 de junho,
21 anos, anos atrás nascia
Em 1994, e o tempo passa
Sou poeta, e continuo vivo

Passar de 21 anos, não é muito
Neste tempo de poetas maior
De idade, que sobrevive
O tempo em nossa contemporaneidade

E vejo dentro do meu ser
A confiança de que cresci
E ganho autonomia

Vivo cada instante e momento
Quero todo dia,
Poder respirar poesia.

Valter Bitencourt Júnior
Aprendiz: Poesias, frases, haicais e sonetos, 2021.

Moça do meu sonho

Não sei quem era,
Mas tinha uma noiva
Nas areias
Do cais

Era uma virgem
Dona de um olhar
Casto, de um corpo terno
De um jeito singelo.

Não sei por que
O sonegar.
De tanto negar,
De tanto brincar.

Tinha uma marca
Danúbia
De um corpo adulto
De uma alma jovem

O vestido pesava
Mas estava só
Não sei mais onde...
Naquele altar!

Valter Bitencourt Júnior
Toque de Acalanto: Poesias, 2017.

Não me esqueça

Venhas pros meus braços
Não se aflija!
Quero sentir a essência
Do seu perfume de jasmim,
Quero designar
A cor dos teus olhos.
Teus olhos são o azul do céu
Mesclado com o amarelo
Das flores
E resultam nos verdes dos rios
Venha meu amor,
Saciar minha sede,
lembrar momentos
Perdidos
Que sequer sabemos
Onde achar!

Valter Bitencourt Júnior
Toque de Acalanto: Poesias, 2017.

O Cálice do Chico

O cálice do chico
Não foi feito pra beber
carrega a censura
De homens fardados no poder.

O cálice do chico
Traz em seu olhar
Uma canção, dá pra ver a tristeza
Que passa em seu coração

O cálice do chico
É um protesto
Um pedido
Mais que humano

“Pai afasta de mim esse cálice”
E a ditadura buscava calar
E já calou diversos artistas
E esse trocadilho de palavras

Dá força a música
Transforma a canção
Em poesia, penetra na mente
De quem raciocina

E busca fazer a revolução
Um cálice, de muitos cálice
Muitos sangues já foram
Jorrados no chão

Até hoje nos querem
Empregar
O cálice, maldito,
Que mete medo na nação.

Perfeição

Olha a perfeição,
Rebolando,
Dançando,
Cantando,
Como se fosse uma rosa,
Olha a perfeição rosa,
Morta em sua direção como
O céu ao vento
Olha a perfeição tranquila
Beijando o relento.
Olha a perfeição vermelha cor
De guerra chorando a beleza…
Olha a perfeição como o sótão
Escuro; como a cortina da noite,
Suja; como o branco de um assento,
Visível; como a transparência
Do dia.
Olha a perfeição jogando tudo
Pra trás e se entregando ao seu
Inverso…
Olha a perfeição
Não está mais perfeita.

O que é poesia?

Poesia é arte!
A tua clemência,
É a misericórdia
Do dia a dia!
Mas, o que é poesia?
Poesia é vida!
Poesia é amor!
Poesia é ardor!
Poesia é sexo
Mas, mesmo assim...
De tudo, o que será poesia?
Poesia é música!
Poesia é uma dança!
Poesias são quadros!
Poesia é o inefável...
O que será? Que será?
É poesia!
Poesia é um temperamento,
É um sofrer,
É um desejar
É um escrever humano
Mas, mesmo assim...
O que será a poesia?
É tudo que está fora
Do nosso alcance...
Mas está entre nós.

Valter Bitencourt Júnior
Toque de Acalanto: Poesias, 2017.

►Vasto Vazio

Ontem eu dormi triste, lembrei do passado
Às vezes isso acontece, é culpa do acaso
Por que eu estava triste? Não sei
Tantas foram as lágrimas que já chorei,
Que hoje, quando me lembro delas, amoleço.

Quando eu estava prestes a cair em depressão,
Fui resgatado por alguém que cuidou do meu coração
Hoje estou sozinho, sem ninguém para me acudir na solidão
Comecei a escrever textos sem nenhuma paixão.

Quero rejuvenescer o meu verso
Não quero continuar criando-o no inverno
Preciso aquecê-lo o mais rápido possível
Preciso restaurar meu antigo sorriso.

Comecei a sentir aquele vazio
Deixado por quem já não está mais comigo
E ele me amedronta tanto quanto um pesadelo
E acabo ficando com medo, e com receio de que ele não se vá
Sinto-me, então, um inocente aprisionado em Alcatraz.

A água corrente que me circunda mostra palavras que trazem novos sentidos a já incontáveis sensações. Como uma pedra estagnada no meio de um rio, deixo tudo fluir a minha volta, esqueço do passado, paro de pensar no futuro, apenas a dádiva do presente me preocupa. E como em um passa de mágica a mente mostra a mais trágica realidade onde nada sei e quase nada saberei.
Às vezes eu realmente só queria ser uma pedra no meio de um rio.

Você me transmite paz, aparenta ter uma alma tão bonita mais nunca conseguimos sair das formalidades.
Acredito que estejamos fardados a permanecer nelas.
Uma pergunta que me fiz esses dias foi: “Você ainda quer me conhecer?”.
Você parecer ser um rapaz bem escorregadio.
Deixei muita coisa para trás. E decidir realmente me reinventar esse ano. Uma reflexão que tive foi que as vezes precisamos entrar dentro da gente para resgatar uma coisa que ficou perdida.
Eu sou bem atípico, tenho excesso de felicidade e fartura de solidão. Procuro por coisas que nem sempre estão ao meu alcance, ou, nem sempre estão em sintonia comigo.
Como dizia Renato Russo:
“Temos nosso próprio tempo”
Quando tiver que acontecer, acontecerá.

'FELICIDADE, QUE SAUDADE!'

Felicidade é ocultar-nos as verdades que nos permeiam diariamente.
Felicidade é ser criança,
momentaneamente lúdica ao comer o bolo da mãe na janela...

Quem não é [feliz],
há de ser com o Alzheimer.
Quando percebermos uma certa loucura,
é ela acenando feliz.
Balançando nas árvores,
trancafiada ao sol,
mas na escuridão...

Felicidade há de ser superficial,
como os deuses e suas pequenas porções de espíritos vivos em conchas.
Hoje o deus matinal não é mais possível.
Hefesto segregou a vida perfeita...

Felicidade para alguns dura até descobrir-se que ela aumentou de valor.
Corrida e convicções [suadas durante toda uma vida] tornam-se a ficar sem sentidos...

Felicidade,
que saudade!
Ideia criada para apaziguar a falta de compaixão imposta pelo mundo.
Chora-se e trabalha-se por ela.
Usurpadora e fugitiva dos homens.
Plantando idéias insanas e temporárias...

Negatividade.
Pensamentos negativos sempre estão orbitando a nossa volta.
E se baixarmos a guarda, eles se instalam.
Podemos receber essas influências, nas mais diversas formas. Seja através de uma notícia, seja através de um comunicado, seja através de nossas próprias ações.
Ora, o pensamento negativo não deve ser cultivado. Apesar de nos incomodar, devemos aprender a diluí-lo. De nada adianta você ficar reclamando, se sua atitude não muda.
Ser negativo, apesar das coisas e situações que podem lhe acometer, ao final, ainda é uma opção sua.
Você pode se sentir mal com determinada situação, mas, viver esse mal, é outra história.
Somos acumuladores, então, não acumule negatividade. Quanto mais pensamentos negativos, mais eles farão parte do seu ser e, uma pessoa mais negativa, você será.
Viva com mais leveza.
Se acredita em Deus, ore e agradeça.
Se não, agradeça.
Todas as coisas que acontecem, tem uma causa inicial, e se olhar com calma, as vezes você, com seus atos, é o principal responsável pelos acontecimentos que o cerca.
Pense e reflita.
Ilumine seu dia.
Paz e bem.
Seja luz.

Nascer velho

Eu queria que as pessoas nascessem velhas e morressem crianças.
Pensem bem: o homem quando resolve viver, e quando tem tempo para isso, já está no fim da vida – careca, barrigudo, sem a menor disposição para nada. Por isso é que seria uma boa o homem nascer velho e morrer criança. Nascia com 80 anos e ia ficando moço até morrer na infância.
Nascer velho.
As amigas conversando: "Nasceu meu filho. Perfeitinho, 80 anos, 75 quilos, 1,80 m de altura." "E como vai se chamar?" "Ah, eu tinha escolhido Luis Antônio, mas ele mesmo foi ao cartório e se registrou: Aroldo."
Aí vinha outra: "Não está lindo meu filho? Mas, peraí, de calcinha e sutiã? É que eu esperava menina e tal..."
E quando chegasse uma visita, a mãe chamaria: "Venham ver, hoje ele deu a primeira tossida. Tosse aí para a moça ver." Como todo bom velhinho, você nasceria com o direito a ser neurastênico e ranzinza. Nos berçários, filas de cadeiras de balanço com os velhinhos pigarreando sob cuidados de geriatras, se queixando das doenças de recém-nascido.
Mas nada faria mal porque todo mal já estaria feito. Você só iria melhorando a cada dia. Os anos e as semanas caminhariam para trás. Sexta, quinta, quarta, terça, segunda-feira virava sábado. Quer coisa melhor? E se a vida corresse para trás, tudo seria mais fascinante. Acordei com uma ressaca tão grande hoje. Estou imaginando o pileque que eu vou tomar de noite. Se nascesse com 80 anos, você, aos 60, casaria. E aí? Uma desvantagem: casava com uma velha.
Mas é preciso não esquecer que, com o correr do tempo, a sua mulher ia ficando cada dia melhor. Mais moça, até ficar viçosa e se transformar num ‘pancadão’ de mulher aos 20 anos.
E vocês, depois do casamento, ficariam noivos e depois de noivos seriam namorados, até chegar ao amor infantil, puro e desinteressado. O amor de duas crianças apagando das árvores os corações entrelaçados. Você nasceria rico, aposentado e sábio. Na sua profissão você seria um gênio. Ganharia cada vez menos até chegar à faculdade para ir desaprendendo. E ficava mais ingênuo, mais burro e mais puro. No fim da vida, você teria a pureza absoluta. Andar de bicicleta, nadar pelado no rio, trepar em árvores, soltar barquinho de papel nas enxurradas. A bola, a pipa o chiqueirinho, o boneco de pano. Do chiqueirinho para o berço, o chocalho e pararia de chorar.
E com o tempo correndo para trás, a humanidade regrediria dos séculos. Colombo e Cabral, de marcha a ré, "desdescobriram" o novo mundo. Chegaríamos a "desinvenção" da roda e o desconhecimento do fogo até o último homem, o último primeiro, quando entra um Deus pegando nas mãos e, ao invés de soprar, inspiraria o homem outra vez para dentro de si.

Liberdade...

Cansei de ser boazinha
De levar a sério o que não me é
Para agradar a quem não me agrada...
Nem tampouco me faz-lhe sagrada

Cansei de beber bebidas que me tomam
Desde o juízo até tudo o que me cala
Não vou mais ser aquela santa
Que fica quieta, calada na sala

Não que vá me entregar insana
À devassa e pecaminosa ação
Sou antes, em mim, pura razão
Vou me entregar sim, mas a mim

Serei fado, rock, pop e tango
Cantarei cânticos, dançarei
Gastarei terços e sapatos
Falas, gestos... incomodarei Santos

Descerei mais tarde de meu sono
Darei bom dia ao dia!
Caminharei na praia a tocar o mar
E se a água convidar, vou me molhar

Não farei esforço por coisa pouca
Mas se o pouco me parecer muito
Luto, me entrego, sem deixar de sorrir
E caso alguém se incomode, convido a partir

"Há um tempo em que é preciso fazer a travessia, pegar o que nos restou dos longos anos de nossa vida e colocar tudo numa bagagem e decidirmos um caminho a seguir.
Parece que dentro de nós vive um desejo incontrolável de apego ao passado, às vezes guardamos na nossa bagagem tantas dores, dúvidas e tristezas.
É triste quando se percebe que teremos que fazer a travessia entre o passado e o tempo presente.
Optamos pelo passado se ele nos trás boas lembranças e rejeitamos o presente quando só há batalhas acompanhadas de tristezas, e dentro de nós se tem a ilusão de querer retornar.
Mas se engana quem pensa que vive do passado e foge do presente, temos o desejo compulsivo de querer carregar dentro de nossa bagagem apenas o que nos foi bom, e abandonar pelo caminho o que nos fez sofrer.
Muitas vezes recordando apenas o passado esquecemos de guardar na nossa bagagem tantas coisas atuais, e que o presente é o que temos no momento.
São tantas momentos vividos, tantas pessoas que passaram em nossas vidas, inúmeras saudades e incontáveis tentativas de querer reviver velhas memórias guardadas no coração.
Queremos atravessar o tempo levando conosco tudo que nos fez feliz, mas é impossível manter apenas bons momentos vividos, seremos em muitas vez surpreendidos por memórias ruins que teimam em ficar.
Estou sempre disponível para as travessias da vida, arrumo e desarrumo minha bagagem quase sempre, e vejo que esqueci algo ou acrescentei demais outras coisas, mas não tenho medo das reviravoltas da vida, só temo que um dia chegar e eu não ter nada pra colocar na minha bagagem."
-Roseane Rodrigues

Se você esperar ser sempre confortado pelos outros
sentirá o peso dessa necessidade.
Se tiver uma necessidade constante de ser ouvido,
ninguém poderá satisfazê-la por completo.
Em vez de buscar conforto nos outros,
conforte-os e escute o que as pessoas ao seu redor
têm a dizer.
No processo de ajuda,
você será curado.

Haemin Sunim
As coisas que você só vê quando desacelera

E ele estava ali
Doce garoto
Sentado em seu balanço
Olhando seu jardim
Refletindo o irrelevante
Pois é assim
Sente o vento em seu rosto
Indo e voltando
Impulsionando o corpo, a vida
Solta gargalhadas cativantes
E sem medo de cair
Salta do balanço
Seus pés tocam o chão como lanças afiadas
Seu sorriso se desfaz
Ensanguentam todo o belo jardim
Manchando de vermelho todo o verde
Pouco a pouco chega a dor
Já não há mais vento suave
Pois é assim
Que somos ensinados
A viver