Textos Reflexivos
Sabe quando você para pra pensar na vida , mais especificamente no passado, sendo mais especifico ainda , você revive cada ação ou no mínimo algumas delas. E dai você pensa consigo mesmo o quanto era infantil, burro, ou de quantas formas poderia ter feito aquilo de forma bem melhor. Em mim isso geralmente vem acompanhado de uma explosão que normalmente se traduz em algo estranho, um em soco na própria perna, uma batida de palma forte no meio de muita gente —instintivamente, sem querer— que de qualquer forma te faz parecer um maluco, ou algo do tipo.
É bastante comum, hoje passei novamente por este processo. Porém fui um pouco mais além e me perguntei quando isso ia parar de acontecer? De certo modo julgando um dia chegar a fazer tudo certo, o que é impossível.
Dois minutos depois encontrei a resposta! Espero eu, que isto nunca deixe de acontecer . Tal reflexão reflete um crescimento, uma melhoria. O pior dos males é estagnação, ainda que fosse essa uma estagnação perfeita.
Fio de cabelo branco
Uma noite dessas, já quase passando das tantas... e meio borracho, arranhei a garganta tentando pigarrear uma palavra qualquer. Num relance, enquanto olhava no espelho do banheiro, vi meu semblante roto refletido feito vidro partido, meio distorcido, talvez pelo sono que me acometia àquela hora.
E mesmo que tentasse fixar o olhar na imagem não via surpresas, só conseguia enxergar minha insuportável silhueta de sempre, igual a sempre.
Lá fora, um frio insuportável! Aqui dentro, um friozinho gostoso... Se esquivando pelas frestas da janela, tentando incomodar.
Ainda de front ao espelho vi meu rosto, meio choco, parecendo querer desandar. As muitas linhas emprestadas pelo tempo emolduravam-no, formando uma expressão esteticamente impressionante, quase arte. Se fosse uma vanguarda, seria Expressionista.
Aquelas formas singulares, aqueles traços ousados, aquele fio de cabelo branco... Aquele fio de cabelo, branco? Em minha opinião, quase uma instalação contemporânea, tamanho meu espanto. Era tudo que tinha de diferente na minha face naquele dia, naquela noite, há anos.
Já se passava em muito da meia noite quando me deitei. Ainda pensava naquele fio de cabelo branco que trazia na face, talvez um disfarce do tempo para encobrir os meus tantos lamentos durante toda a vida. Talvez uma lágrima solitária derramada e petrificada ali, no canto esquerdo do rosto transformada em monumento, um totem erguido à minha maturidade.
Talvez fosse isso mesmo, talvez não!
Nunca soube o porque daquele fio de cabelo branco. Nunca tive um ciso se quer, nunca me casei, nunca tive filhos, nunca plantei uma árvore, moro com a minha mãe até hoje, deixo a cama desarrumada pra hora de deitar e provoco o cachorro só pra ver ele se zangar. Sem falar que até ontem soltava pipa e papagaio na rua feito moleque, um crianção. E agora com esse fio de cabelo branco, muda tudo! Será o fim? Será que será bom ou será que será ruim?
Diariamente somos expostos á diversos sinais que a vida nos dá, mas os nossos olhos empoeirados pelo dia-a-dia não enxergam. Quando começamos a entender um pouco sobre a vida passamos a fazer perguntas que as respostas não virão tão cedo e nem com tanta facilidade, é aí que passamos a arriscar, andar na linha do perigo é sempre o primeiro passo, para que se possa medir o grau do próprio limite, alguns respeitam seus limites e conseguem planar com um pouco mais de tranquilidade, mas com algumas tribulações, porque a vida necessita precisa nos ensinar que após a tormenta sempre vem a calmaria e quando estamos caídos que precisamos curar nossas feridas, esterelizar o nosso coração e descobrir novas estratégias para montar o equipamento que te levará a planar novamente. Deus nos mostra as armas para enfrentar qualquer batalha, mas precisamos sempre estarmos em contato com espírito para aprender a montar as armas do combate. Quem não respeita seus limites ficará em uma linha de perigo com a qual não terá como se proteger, mas não sabe como montar as armas, usa toda a energia espiritual apenas para reclamar pelo o que está passando, mas as armas de defesa estão bem ali, debaixo dos próprios olhos, mas o pior cego é aquele que não quer ver. Porém, diante de todo o sofrimento desse sujeito, estuprador de limites, cheio de armas de defesa, mas que não consegue enxergar, Deus resolve colocar um anjo para servir de escudo desse sujeito, o problema é que nem sempre o sujeito aceita o escudo, ás vezes ele quer continuar lutando do seu jeito, Deus se orgulha dessa rebeldia e acredita que o sujeito irá conseguir, mesmo sabendo que ele quer seguir sozinho um caminho cheio de obstáculos. Deus sabe que não pode interferir, porque para ele a liberdade foi uma das melhores coisas que ele criou, porém, ele é misericordioso e ele segue ali do lado do sujeito rebelde esperando ele precisar de ajuda e até torcendo para que ele consiga aprender alguma coisa nesse caminho que escolheu trilhar. Por fim, a vida é isso, a vida é o que escolhemos viver, as trilhas são diferentes mas os ensinamentos são os mesmos, é de batalhas que se vive a vida. Deus se sente muito orgulhoso quando o sujeito, independente da rebeldia, consegue chegar ao pódio.
Alyne Amorim - 28/06/2015 14:42
Vida de adolescente
Quando acordo desanimo
Quando vejo estou na escola
Observo uns amigos
Na quadra jogando bola
Todo dia o dia inteiro
Num desanimo estou eu
É Romeu sem Julieta
Julieta sem Romeu
Esse mundo é assim mesmo
Nele escorre o preconceito
É zoação com o próximo
É a falta de respeito
Más um dia vai mudar
Sei que vão me contestar
Más não vou me preocupar
O amor tem a magia para o mundo transformar.
Hoje me vi no espelho e não me gostei tanto.
Havia olho vermelho, um coração frio e nada de pranto.
Me vi querendo mais do que chamam de vida, em meio às feridas.
Me peguei remoendo as dores da lida, linda lida.
Vi rugas e marcas, de quem quis a paz e pediu trégua, mas vi de longe, porque ainda existia a guerra.
Vi quem nunca aceitou pouco, sempre quis tudo e buscou o dobro.
Quem aplaudiu a verdade, mesmo com dor de sinceridade, aceitando o inteiro e não a metade, mas tolerou com paciência a falsidade.
Do tudo, vi o nada, imaginei uma escada, que sobe pra onde o tempo apaga o que um dia ele mesmo acaba.
Olhei com uma certeza, não vi a tristeza, mas não encontrei a alegria, se ali uma estava, na esperteza escondida estaria.
Dentro dos olhos havia um segredo, um pouco de medo, vi a insegurança, senti uma mudança, mas logo desapareceu, voltou o frio, ficou vazio e logo de si se encheu.
Fechei os olhos, parei de ver, pra não me envolver, nem a imagem refletir.Em pensamento ainda via, era agonia, o que eu queria, mas não fazia o meu próprio querer.
Reabri os olhos, me vi mais maduro, um pouco seguro, olhei o futuro, pulei meu próprio muro.
Me vi no espelho, mas tudo que vi era reflexo...
Na vida o que mais me satisfez:
Não foram os ensinamentos que recebi, mas os que transmiti.
Não foram as madeiras que utilizei, mas as árvores que plantei.
Não foram os poemas que li, mas os que criei.
Não foram as páginas que virei, mas as que escrevi.
Não foram as orações que li, mas as que a minha alma ditou.
A VIDA E O ESPELHO
Um certo dia perguntei a minha vó, qual a maior lição que a vida tinha ensinado?
E ela me contou a seguinte história:
Deus colocou dois homens diante do espelho, o primeiro nunca tinha visto a sua imagem, quando viu assustou, viu aquela imagem de assustado, ficou com medo, vendo aquilo começou a chorar e observando ele chorando começou a entrar em prantos. O outro homem, também nunca tinha visto a sua imagem, vendo o seu reflexo achou engraçado, viu aquela imagem começou a sorrir, observando ele sorrindo começou a dar gargalhadas. Meu neto a vida vai refletir nada mais do que a sua imagem, então sorria, aproveite, viva e nunca se esqueça, A VIDA É O SEU ESPELHO
Se eu me comporto de tal maneira é porque eu me sinto bem, não pretendo mudar, embora torçam pra isso, minha obrigação é agradar a Deus e a mim mesmo. Se for pra gostar de mim de verdade, que seja do jeito que eu sou, não da forma que procuram.
Vivo do meu jeito simples, cheio de sonhos, que me preenchem, não procuro ser melhor que ninguém e nem pior, e sim eu mesmo, sem esconder minhas origens, vejo muitas pessoas com medo de se expressarem, com medo do que vão achar, pessoas que vivem preocupadas com os outros e se esquecem de viverem suas próprias vidas e de serem felizes.
Vamos cantar hoje, vamos dançar hoje, vamos ser amigos hoje, vamos amar hoje, vamos VIVER hoje.
#DeusNoComando
Seguimos desmatando, ignorando a Amazônia,
Qual é o ponto que almejamos nessa insensatez tamanha?
Sob um calor extremo, sofremos, os ricos, sem a menor preocupação.
Frutos do eurocentrismo, visão distorcida,
Descartamos a teoria de nossa origem na terra,
Mas sem ela, como manteremos a chama da vida?
Evoluímos, mas à natureza tratamos com desdém, corroendo a alma,
Por que destruir o único fio que nos conecta?
Fio que atravessa gerações, e ainda assim, jogamos a sujeira no chão.
Encerro este poema com um pedido de desculpas, pois no fim,
Também sou filho desse fruto que destrói.
Uma coisa que venho aprendendo, é que não adianta esperar tudo se ajeitar para conseguir aquilo que mais deseja.
Aquele amor, aquela pessoa,aquele trabalho. Se você está esperando tudo ficar perfeito, sinto muito em lhe dizer,esse tempo não vai chegar e perderá as melhores oportunidades da sua vida.
Então,aproveite agora, porquê o futuro a Deus pertence!
A vida é um presente muito valioso, cheio de momentos rápidos e oportunidades únicas. Às vezes, esquecemos de dar valor às pessoas ao nosso redor porque achamos que elas estarão sempre presentes. Mas a morte é uma coisa certa e nos lembra que a vida acaba, por isso é importante aproveitar a vida e valorizar as pessoas enquanto elas estão vivas.
Quando perdemos alguém que amamos, geralmente nos arrependemos de não ter dado mais atenção, amor e apreço enquanto essa pessoa estava viva. Isso nos mostra que a vida é curta e que não podemos deixar para expressar nosso amor e gratidão depois que a pessoa se foi.
Valorizar as pessoas enquanto estão vivas significa reconhecer que elas são importantes, escutar e entender seus sentimentos e necessidades, e criar relacionamentos significativos. É preciso encontrar tempo para estar presente, ouvir, conversar e compartilhar momentos com as pessoas que amamos. Cada encontro pode ser uma chance de fortalecer nossos laços e criar memórias especiais.
Todas as pessoas têm suas próprias histórias, sonhos, medos e alegrias. Quando enxergamos além das aparências, podemos descobrir a beleza única que cada pessoa carrega consigo. Cada vida é valiosa e quando valorizamos as pessoas, estamos mostrando que respeitamos e reconhecemos o que as torna especiais.
Não é só importante valorizar as pessoas que amamos, mas também as pessoas que encontramos no dia a dia, como colegas de trabalho, amigos, vizinhos e até mesmo pessoas desconhecidas. Pequenos gestos de bondade, compaixão e respeito podem fazer uma grande diferença na vida de alguém. Isso não só enriquece a vida da outra pessoa, mas também nos faz sentir bem como seres humanos.
Ao lembrarmos que a vida é curta e que a morte é inevitável, somos motivados a aproveitar cada dia como se fosse único. A vida é um presente que não pode ser desperdiçado. Por isso, é importante reservar tempo para o que realmente importa: as pessoas. São elas que dão sentido à nossa vida e nos ajudam a construir um legado de amor, empatia e conexão.
Então, não espere até que seja tarde demais para mostrar afeto, gratidão e cuidado. Ame as pessoas enquanto estão vivas, faça-as sentir o quanto são especiais e valorizadas. Crie memórias preciosas, compartilhe sorrisos, abraços e palavras gentis. Aproveite a vida e aproveite cada oportunidade para tornar cada encontro significativo. Porque, no final das contas, é o amor e as relações humanas que realmente enriquecem nossa jornada e nos permitem viver plenamente.
Gilson Castilho
Todas as pessoas precisam em algum momento "fechar se para balanço".
Analisar com calma, com devido cuidado amizades, vínculos, companhias, princípios, valores...
O que tem lhe tomado tempo, o que lhe é favorável, quem deve entrar em sua vida, quem precisa deixar ir e quem é preciso tirar, programar se para novos hábitos, projetos, sonhos e planos.
"Fechar se para balanço é na verdade e simplesmente parar um tempo só pra pensar".
"COMO VOCÊ ENXERGA SUA VIDA?"
Nunca se esqueça de que de uma só semente são geradas árvores que produzem frutos e mais frutos e, esses frutos, geram outras árvores que no somatório das mesmas uma floresta pode chegar a existência.
No começo de tudo, Deus lançou uma palavra; logo, essa palavra é uma semente da mesma forma como as nossas no dia a dia. Ou seja, lançamos palavras que edificam ou que destroem.
A nossa vida, dons e talentos são formadas por apenas uma semente na qual podemos vê-la como algo simples ou como algo grande.
Se, portanto, a enxergar-mos como uma florestas, estaremos aptos a produzir frutos para alimentar nosso destino e principalmente as pessoas a nossa volta as levando para um patamar de existência bem melhor.
Compilado.
Quero ser o menor, ou o pior de tudo, o menos achado ou o não procurado o que se encontra ou o que não quer ser encontrado, aquele que vê mais não é visto, o escondido desde o início, o que tem lágrimas revestida de sorriso, o indeciso a beira do precipício, quero ser o desacreditado e que não é esperado por ninguém ao lado, quero ser apenas o início de mim, ou talvez seja ou queira apenas o fim.
The Vincit (Klaus).
O que eu costumava ser
O que costumava ser meu
Que a vida e a dor me tomaram
Me tomaram sorrisos, momentos...
O meu medo me fez perder tanto de mim, e me cegou para tantas outras coisas.
Ainda hoje por mais que eu tente trazer de volta... Eu não consigo mais... Se foram
Gostaria de recomeçar
Mas tem coisas que jamais poderão voltar.
Só posso lidar com o que sou hoje
Com o que eu tenho agora, e a partir disso escrever uma nova página.
Pois o que costumava ser meu, não tenho mais, muitas partes de mim se foram com o tempo...
Mais ainda posso escrever uma nova história e não mais me deixar levar, não mais me perder, posso deixar para atrás o que já está, e seguir em frente com ânimo e esperança.
Hoje ainda dá tempo de ser feliz e viver momentos únicos que não irão se perder com o tempo e nem mesmo a vida poderá arrancar de mim outra vez.
- Ana Chahin
HOJE...
Reflito sobre questões nas quais poderiam ter mudado o rumo da minha vida se eu estivesse ouvido os conselhos dos meus pais quando infante.
Muitos dos erros que cometi, foram por não dar ouvidos á quem sempre nos quer bem.
Minha mãe sempre me disse:
"Me escute porque é muito melhor você seguir o que falo do que apanhar da vida"
SIM !
A vida não terá nenhuma dó em lhe punir, ela bate duro e pouco importa qual seja a sua condição.
Muitas vezes ela te deixará de joelhos no chão e caberá a você a atitude de permanecer ou reagir, mas voltando ao foco inicial, eu não sei se você ainda possui pai e mãe ao seu lado, se tiver, procure escutar mais o que eles desejam dizer, pois são mais experientes e já passaram por muita coisa na vida.
Hoje graças a Deus tenho o privilégio de contar com as "Broncas" deles e falo com toda convicção:
O que eles falam é lei !
As escrituras dizem honrar pai e mãe, atritos ??? Temos sim, pois o choque de idade faz com que pensemos de forma diferente, mas tenho muito a aprender e com certeza vale a pena ouvir.
Não queira apanhar da vida !
Agradeço por ter a oportunidade de te conhecer, por ter bons momentos e boas memórias com você!
Agradeço pela oportunidade que foi me dada, de crescer ao seu lado, de poder ter sentido o seu carinho e o seu amor que me foi dado. Pois através desses momentos que me foi dado com você, me fez ter a percepção de um mundo melhor cheio de amor.
Agradeço por você ter existido, mesmo que por um momento em minha existência, mas foram momentos que me proporcionaram vibrações de paz, amor e felicidade!
Hoje, você vive em minhas lembranças e em meu coração! E agradeço imensamente por ter tido a oportunidade desses pequenos momentos que significaram muito em minha vida como um todo! Gratidão por todos os momentos bons vividos com você!
Você se foi, mas sempre viverá em meu coração! Te amo eternamente!❤️
A janela
"Je laisse la vie, comme les fleurs laissent la mort!
Les fleurs laissent la mort jolie,
La décoration des fleurs est unique,
Qui fait la mort jolie? sinon les fleurs?
Les fleurs embellissent, ensorcellent!
Elles sont la beauté de l'enterrement.”
Ao som das estações, fabricam-se ossos e costumes,
Estátuas e revestimentos culturais.
Há dias tenho tido lembranças de outras lembranças,
Tenho conjurado sonhos irreais em pesadelos,
E tenho tido pesadelos conjurando sonhos.
Possuo dois cérebros: Passíveis,
Conjurados um contrário ao outro.
Pela plenitude fictícia de nunca estar certo,
Tendo por prazer real, nunca se saber quando é que se está louco.
Com alguns retratos, eu escondo partes de uma parede despojada,
Expondo pequenos espaços a serem preenchidos pela imaginação.
Ah, esse pequeno mundo que arquiteto debruçado na janela.
Eu vivo em paredes que só existem dentro de mim.
Observo distante, esses quadros anacarados a vela,
Passo as horas tal qual um relógio velho; atirado-me ao chão.
Sob a escuridão de mim, oculto-me neste escárnio quarto,
Fico imutável na depravação imaginária dos pensamentos.
Escrevo sobre tudo, sem ter nunca conhecido nada.
Aqui redijo! – Como quem compõe e nada espera,
Como quem acende um charuto e não o traga,
Apenas saboreia-o por mera desocupação.
Escrevo, porque ao escrever: – Eu não me explico!
Como quem escreve, não para si, não para os outros,
Escreve; porque tem que escrever.
Transcrevo em definições um antinomismo de mim mesmo,
Depois, faço algaravias conscientes da imperícia consciência.
Nada é mais fétido do que a minha ignorância erudita.
Há três horas; – Sinto diferentes sensações,
Vivo a par disto e daquilo; – E sempre a par de nada,
Estou repleto de preocupações que não me preocupam.
Calmamente, inclino-me para o mundo de fronte à janela,
Observo que por pouco observar, eu tenho a visão da praça,
Diante dela, tenho também a visão de um pedinte violinista.
Inclino-me para dentro de mim e tenho a visão de um homem,
Que hora é homem e hora são as minhas sensações,
De que tenho sido um homem.
O meu mundo é o que posso criar da janela do meu quarto,
Esse coveiro desempregado da minha senil consciência,
Um túmulo escavado por falsas descobertas arqueológicas,
A terra anciã é o amparo às minhas espáduas sonhadoras,
Preceitos juvenis? – Todos mortos! E hoje são somente terra,
Mas estou cansado; acendo outro charuto e me afasto da janela.
O silêncio dos meus passos conforta o meu coração,
A fumaça traz lembranças que me fazem sentir,
Ainda que eu não saiba exatamente o quê.
Sou indiferente aos lugares que frequento,
Tenho sido visto por muitos, mas tenho visto tão poucos.
Ah, ninguém me define melhor do que eu mesmo.
Caminho de fronte ao espelho: A tentar definir-me,
Certeiro de que ao derradeiro fim, não terei definição alguma.
Exceto, a falsa definição de que me fizeram os tolos.
De volta à janela,
Vejo a esperança exposta em uma caneca e um violino.
As mãos que sustentam a caneca, cansam antes das cordas.
Os homens passam e rejeitam ajudar com um mísero centavo.
Ah, cordas que valem menos do que o som que proporcionam,
Ouço-o e por ouvi-lo, eu observo os espíritos desprezíveis,
O meu cansaço distorce as melodias que essa alma compôs.
Diferencio-me e jogo-lhe alguns centavos:
Ah, uma esperança surge nos ombros cansados.
O violinista volta a executar melodias nas cordas senis,
A pobre rabeca se torna um estradivário valioso.
Eu sou um escritor, mas, não sou ninguém.
Agora esse violinista; talvez seja alguém.
Talvez escreva melodias que muitos ouvirão,
Ou que ninguém, talvez!
Dentro de um raciocínio lógico eu o defino ao definir-me.
Ele é a esfera do infortúnio. – Eu sou a pirâmide do êxtase.
Intercalamos entre o que está por vir e o que está presente.
Reacendo o charuto, fecho os olhos e ouço a melodia,
Desta janela vivo sendo outro, para evitar ser eu mesmo.
Eu poderia sentar a praça e observar, de perto, o violinista;
Tudo que vejo da janela me deixa com os olhos em lágrimas.
Aqui de cima o mundo é admirável, mas não consigo explicar-me.
Que faço eu? – Que faço eu ainda aqui, debruçado na janela?
Digressão
Estou envelhecido de viver. – Para mim, a vida basta!
A minha alma é um relógio sem cordas
Cuja única função é a de marcar lamentações
Semelhante a um cachorro, repouso ao pé da cama
Deitado, eu ouço a chuva como quem ouve a um trovão
Todo homem deveria ter a sensibilidade auditiva de um cachorro.
Certa vez, conheci um homem que me ensinou sobre a velhice Por horas, tentou convencer-me de que era bom envelhecer Eu dizia-lhe: Desejo viver até os meus setenta anos e me basta! Viver até os setenta é doloroso, quando se tem sessenta e três. Desejar isto aos vinte e seis é simples! – Tudo é filosófico.
Se eu tivesse uma filosofia de vida: Seria a de não ser filósofo.
Faria tudo pela aptidão de não se ter instinto algum.
Impulsionei-me para a inspiração de nunca se ter sido nada.
Por isto nunca tive nada e para todos sempre tive o que não tinha.
Mas quando precisei do que não tinha: Abandonaram-me.
Tenho sido eu um declínio temporal de idéias!
Tenho andado na mesma direção que circula a moral
E tenho circulado na mesma direção aonde se perde a razão.
Sou um barco resignado, olvidado ao mar.
Perculso pelo vento: Sempre a seguir!
Entregando-se por completo ao nada
Esquerda – Direita! – Avante!
Navego como o tempo em minha vida.
A que preço estaria eu liberto?
Deixo-me quedar-se na beleza de quem não sou.
Enquanto as minhas flores embelezam a morte.
Eu me embelezo na vida distraída de tudo quanto amei.
Sempre sozinho: Familiares? – Nunca soube o que é isto.
O meu espírito esta perculso e a minha alma conspurcada.
A certa altura, depois de muito sacudir.
Desço da cadeira e decido partir para o universo.
Levo comigo alguns versos, que não são versos.
E antigas idéias de se construir novos versos.
Metafisicamente
Tenho uma lembrança de todas as memórias que esqueci há pouco.
O absoluto da vida que me foi exposto; hoje, não significa nada.
Se eu pudesse ver além do horizonte: - Talvez fosse feliz.
Talvez pudesse ter evitado todos os erros da minha vida.
Mas se assim o fosse, que gozo teria?
Metafisicamente estou a viver do impossível.
O dispensável em mim é o irrealizável nos outros.
Assisto a vida como a uma possibilidade.
Tenho olhos algures! No futuro e avante!
Sempre em frente e jamais a desviar o meu olhar.
Estou firme e justo, forte e bruto. – Fiz-me assim.
Quem se esquece do que tem, começa a lembrar do que jamais teve.
O que não nos completa: É carência! – Até mesmo a falta dela.
Obstinado, quero somente aquilo que é hodierno!
Não me apeteço em solidões.
– Marchar, marchar, marchar. Eu nunca estou parado!
Eu e a minha senil consciência!
Inquietada pelos fatos e robusta a progredir.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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