Textos que Falem eu Nao Vivo sem Voce

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Ainda assim, naquele instante, eu me senti bem. Inteira. Pude sentir meu coração batendo no peito, o sangue pulsando quente e rápido por minhas veias de novo. Meus pulmões encheram-se do doce aroma que vinha da pele dele. Era como se nunca tivesse havido um buraco em meu peito. Eu estava perfeita - não curada, mas como se nunca tivesse sido ferida.

Eu me conheço bem. Eu sei de todos os meus defeitos e de todas as minhas qualidades, de toda minha coragem e de todos os meus medos, de todos os meus acertos e de todos os meus erros. Mas mesmo assim, eu ainda me surpreendo comigo mesmo. Principalmente com a minha vocação pra amar a pessoa errada.

Eu sei que errei desde o começo. Eu deveria ter arriscado mais, deveria ter feito tudo o que era preciso pra poder ficar contigo. Mas eu vacilei, eu errei… Talvez eu tenha até me precipitado em algumas situações, talvez eu tenha deixado o medo falar mais alto em outras. Mas a verdade é que desde o início eu sentia medo de te perder, sentia medo de fazer algo errado e acabar estragando tudo. Eu vinha sentindo algo que eu jamais tinha sentido antes e isso me deixava com um certo receio. Mas hoje eu vejo que o errado foi não ter feito tudo aquilo que prometi, foi não ter insistido mais em algumas situações, foi não ter deixado de lado aquela vida que eu levava para poder levar uma vida com você. Queria eu poder voltar no tempo pra consertar tudo, pra mudar o que fosse preciso, só pra ficar contigo. Agora eu posso perceber o quão idiota eu fui em todos os momentos. Mas eu quero que saiba que daqui pra frente vou fazer o que for preciso pra ficar contigo, vou dar o meu melhor em todos os momentos. E eu sei que iremos ficar juntos. Não sei quanto tempo vai levar, não sei em que situação estaremos, mas eu sinto aqui dentro de mim, que Deus nos fez um pro outro, e quando Ele quer que duas pessoas fiquem juntas, ninguém pode impedir.

Eu sou o diretor do departamento de doenças infecciosas, com dupla especialização em doenças infecciosas e nefrologia. Eu também sou o único doutor empregado nesse hospital que é obrigado a estar aqui contra sua vontade. Mas sem preocupações, afinal a maioria de vocês poderia ser tratado por um macaco com um frasco de analgésicos. E por falar nisso, vocês talvez vejam eu tomando comprimidos. É Vicodin, é meu, não é para vocês. E eu não tenho um problema com administração de dor, e sim um problema com dor. Mas quem sabe? Talvez eu esteja errado. Talvez eu esteja doidão demais para saber. Então, quem quer ser atendido por mim?

Ninguém entende tudo, aliás, apesar da maioria das pessoas viverem a procura de certezas, eu acredito que o certo é a gente não saber tudo, mas apenas o essêncial. Saber do que a gente gosta, quem a gente ama, e no que vale a pena ocupar o nosso tempo. Se você souber isso, você já sabe o suficiente! De nada adianta você decorar todas as palavras do dicionário, se não souber quando usar cada uma. Não importa se você sabe o que você tem, se não sabe o que fazer com isto. Você pode saber muito, e ainda assim, não saber o bastante. Por isso, antes de querer entender o mundo, descubra primeiro você. O resto é consequência. Lembre-se, nenhuma espera é eterna, e ao contrário do que dizem os poetas, o amor acaba ; se não é cultivado. Então, cultive-o, mas só em quem você quer manter por perto. Pois você acorrenta vidas quando omite escolhas. É importante ficar atento aos sinais do seu coração, é ele que te guia pra felicidade, e se você foge desses sinais, você se perde. Não se prenda ao passado, e não estabeleça compromisso com seus erros, recomece quantas vezes achar necessário. Tudo é certo, e tudo é errado também, descubra o caminho que você mais gosta, e faça dele a estrada certa. Não existem coisas boas ou más, o que existem, são as coisas que te completam, e as que podem ser deixadas de lado. Faça suas escolhas, e então, recomece se for preciso, ou continue se for caso.

Eu sei que por algum tempo vou seguir oscilante entre a razão e o desejo. Algumas decisões são tomadas com o coração inquieto e o pensamento tomado por muitas coisas que aconteceram e que acontecem, tudo misturado. Sei também que o tempo vai ser meu amigo para essas coisas da vida. Com coragem eu sigo, nessa velocidade que eu não temo, nem mesmo de ousar ser feliz.

Um sorriso serve para duas coisas: para demonstrar a alegria ou esconder sua dor. Eu escolhi usar os dois, nos momentos felizes, sorrir, e nos momentos difíceis, fingir. É uma ótima forma de enganar a si mesmo e a dor, e é mais fácil sorrir. Assim evita perguntas que levam a lembrar da dor que ainda não superou.

Na verdade, sou uma mulher de fases. Eu diria que sofre metamorfoses constantes. Me desapego fácil enquanto me apego. Eu diria melhor ainda: Preciso sempre renovar meus pensamentos, mesmo que tenha que comparar com os antigos, e por fim, abandonar os que já não me servem mais. Acho que só assim consigo viver o meu presente de verdade, e sempre fui assim. Claro que o passado foi importante, me ajudou muito, ou até não ajudou. Mas a verdade é que sofremos menos quando vivemos o hoje. Aliás, creio que só vivemos bem se aproveitarmos o hoje com a maturidade que não tivemos ontem.

Havia, em algum lugar, um parque cheio de pinheiros e tílias, e uma velha casa que eu amava. Pouco importava que ela estivesse distante ou próxima, que não pudesse cercar de calor o meu corpo, nem me abrigar; reduzida apenas a um sonho, bastava que ela existisse para que a minha noite fosse cheia de sua presença. Eu não era mais um corpo de homem perdido no areal. Eu me orientava. Era o menino daquela casa, cheio da lembrança de seus perfumes, cheio da fragrância dos seus vestíbulos, cheio das vozes que a haviam animado.

Eu amo-te sem saber como, ou quando, ou a partir de onde. Eu simplesmente amo-te, sem problemas ou orgulho: eu amo-te desta maneira porque não conheço qualquer outra forma de amar sem ser esta, onde não existe eu ou tu, tão intimamente que a tua mão sobre o meu peito é a minha mão, tão intimamente que quando adormeço os teus olhos fecham-se.

Pablo Neruda

Nota: Trecho de "A Dança/ Soneto XVII"

Estou à procura de um livro para ler. É um livro todo especial. Eu o imagino como a um rosto sem traços. Não lhe sei o nome nem o autor. Quem sabe, às vezes penso que estou à procura de um livro que eu mesma escreveria. Não sei. Mas faço tantas fantasias a respeito desse livro desconhecido e já tão profundamente amado. Uma das fantasias é assim: eu o estaria lendo e de súbito, a uma frase lida, com lágrimas nos olhos diria em êxtase de dor e de enfim libertação: “Mas é que eu não sabia que se pode tudo, meu Deus!”

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Crônica O livro desconhecido.

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Felicidade é uma vibração intensa, um momento em que eu sinto a vida em plenitude dentro de mim, e quero que aquilo se eternize. Felicidade é a capacidade de você ser inundado por uma alegria imensa por aquele instante, por aquela situação. Aliás, felicidade não é um estado contínuo, felicidade é uma ocorrência eventual. A felicidade é sempre episódica. Você sentir a vida vibrando, seja num abraço, seja na realização de uma obra, seja numa situação, por exemplo, em que seu time vence, seja porque algo que você fez deu certo, seja porque você ouviu algo que você queria ouvir. É claro que aquilo não tem perenidade, aliás, a felicidade se marcada pela perenidade seria impossível. Afinal de contas nós só temos a noção de felicidade pela carência. Se eu tivesse a felicidade como algo contínuo, eu não a perceberia. Nós só sentimos a felicidade porque ela não é contínua. Isto é, ela não é o que acontece o tempo todo, de todos os modos. A ideia de felicidade sozinha ela teria que ter uma questão anterior: se é possível viver sozinho. Que como a felicidade pelo óbvio só acontece com alguém que viu ou está e viver é viver com outros e outras, como não é possível viver sozinho? A possibilidade da felicidade isolada, solitária é nenhuma. Pra que eu possa ser feliz sozinho eu teria que ser capaz de viver sozinho. Mesmo a literatura, como Robson Crusoé, por exemplo, que lida com um homem que está só, mas ele está só depois de ter vivido com outros. Ele trás as outras pessoas na sua memória, na sua história, no seu desejo, no seu horizonte. Não há, não há história de ser humano em que ele tenha sido sozinho da geração até o término. Se assim não há, não há possibilidade de se ser feliz sozinho. Nos últimos 50 anos do século XX, nós tivemos mais desenvolvimento tecnológico do que em toda história anterior da humanidade. Todos os 39.950 anos anteriores, desde que o homo sapiens era sapiens, sapiens sapiens na classificação científica, foram menos do que os 50 anos finais do século XX. Seria a redenção da humanidade. Uma questão: as questões centrais permaneceram. Quem sou eu?, pra que tudo isso?, porque eu não sou feliz apenas quando possuo objeto?, porque o mal existe?, porque que eu não tenho paz em meio a tanta convivência? Nesta hora, não só a religiosidade, ela sofreu um revival, como a filosofia passou, de novo, a ser interessante. E aí claro, a filosofia como autoajuda, a filosofia como autoconhecimento, a filosofia como auto capacidade, a filosofia como prática sistemática. E de repente a gente tem no final do século XX, em vários lugares do mundo e no Brasil também, casas pra estudar filosofia; procura de cursos de filosofia. Nós somos o único animal que é mortal. Todos os outros animais são imortais. Embora todos morram, nós somos o único que além de morrer, sabe que vai morrer. Teu cachorro tá dormindo sossegado a essa hora. Teu gato tá tranquilo. Você e eu sabemos que vamos morrer. Desse ponto de vista, não é a morte que me importa, porque ela é um fato. O que me importa é o que eu faço da minha vida enquanto minha morte não acontece, pra que essa vida não seja banal, superficial, fútil, pequena. Nesta hora, eu preciso ser capaz de fazer falta. No dia que eu me for, e eu me vou, quero fazer falta. Fazer falta não significa ser famoso, significa ser importante. Há uma diferença entre ser famoso e importante. Muita gente não é famosa e é absolutamente importante. Importar; quando alguém me leva pra dentro, importa. Ele me porta pra dentro, ele me carrega. Eu quero ser importante. Por isso, pra ser importante, eu preciso não ter uma vida que seja pequena. E uma vida se torna pequena quando ela é uma vida que é apoiada só em si mesmo, fechada em si. Eu preciso transbordar, ir além da minha borda, preciso me comunicar, preciso me juntar, preciso me repartir. Nesta hora, minha vida que, sem dúvida, ela é curta, eu desejo que ela não seja pequena.

Eu amo a Bíblia, eu leio-a todos os dias e, quanto mais a leio tanto mais a amo. Há alguns que não gostam da Bíblia. Eu não os entendo, não compreendo tais pessoas, mas, eu a amo, amo a sua simplicidade e amo as suas repetições e reiterações da verdade. Como disse, eu leio-a quotidianamente e gosto dela cada vez mais.

Ás vezes quando estou dando aula.. Um menino leva um golpe e então começa a chorar. Eu pergunto para ele " Você se machucou ou se magoou?" Se ele se machucou, eu o levo para casa. Mas se ele se magoou... "levante e volte para o tatame" Você tem que descobrir se está magoada ou se está machucada.

Eu queria mudar meu país. Queria que o vestibular fosse justo, que o imposto fosse bem utilizado, que os políticos parassem de fingir que não roubam e que a população parasse de fingir que não sabe. Na verdade eu queria mesmo tudo aquilo que eu vejo nos livros de história, daquela época em que existiam pessoas corajosas. Queria sair nas ruas com centenas de estudantes e exigir tudo isso de quem foi eleito com esperanças de uma vida melhor. Queria que a saúde e a educação estivessem ao alcance de todos, que pessoas parassem de se espremer em favelas porcas e tivessem casas de alvenaria, que ninguém precisasse ter uma fome maior do que aquela básica entre o almoço e o jantar.

Que eu possa respeitar opiniões diferentes da minha. Que eu possa me desculpar antes do ódio. Que eu possa escrever cartas de amor de repente. Que eu possa viajar para adorar a distância. Que eu possa voltar para dizer o que não tive coragem. Que eu pense em meu amor ao atravessar a rua. Que eu pense na rua ao atravessar o amor. Que eu dê conselhos sem condenar. Que eu possa tomar banho de cachoeira. Que eu seja a vontade de rir. Que eu possa chorar ao assistir filmes. Que eu não seduza para confundir. Que eu seduza para iluminar. Que eu não sacrifique a confiança pela covardia. Que eu tenha dúvidas, melhor do que certezas e falir com elas. Que eu faça amizades falando do tempo. Que eu possa brincar mais com meu filho sem contar as horas. Que eu possa amar mais sem contar as horas. Que eu use somente as palavras que tenham sentido. Que eu prove a comida nas panelas. Que transforme a raiva em vontade de me entender. Que eu possa soltar os vaga-lumes que prendi em potes. Que eu me lembre de ser feliz enquanto ainda estou vivo.

O meu melhor talvez nem seja tão bom assim. E as coisas que eu conquisto nem sempre eu consigo valorizar. O que eu tenho de mais bonito é invisível aos olhos, e as coisas que eu gosto nao são as mesmas que eu quero. Meus maiores amores foram os mais curtos, e minhas piores decepções as que eu menos lembro. Sou inconstante demais pra dar certezas, mas forte o bastante pra ser sincera. Por isso qualquer coisa minha deve ser colocada entre parênteses, senão, corre-se o risco de graves enganos. E já houve quem quisesse consertar esse meu jeito "let it be", até perceber que não há nada pra ser consertado. Não sou soluto, sou solvente.

A partir de agora e pra sempre, quero que cada dia dos anos que virão eu tenha o espaço do meu peito preenchido com tudo o que eu preciso, e que cada dia valha a pena. Que eu aproveite todos os momentos felizes até a última gota e guarde-os com carinho, para relembrá-los sempre que eu puder. Que eu saiba aproveitar sim minha dor, sofrer tudo o que tiver no momento e não ter pressa para que ela acabe rápido, pra que mais pra frente ela não volte a tona, quero aproveitar tudo o que ela me trouxer, todo o crescimento, mas que eu possa jogá-la fora depois, sem sentir que ainda falta um pedaço em mim. Que eu acredite na fé, e que eu tenha fé no que eu acreditar. Que eu mantenha minha personalidade sempre forte, não importa qual seja a situação. Que meus sentimentos sejam muito verdadeiros, e que eu aprenda com cada um deles. Que eu seja sempre eu mesma, mas que não seja a mesma para sempre. Que tudo, tudo mesmo o que acontecer, eu guarde no meu coração. Que cada dia seja melhor que ontem, e não tão bom quanto amanhã. Se não for assim, que seja, é só mais um dia mesmo.

Numa tarde fria de verão, sentada na beira do mar, foi quando eu me descobri mulher. Guerreira, forte, independente e, ao mesmo tempo, sensível, querendo amor, carinho e atenção. E, quando olhei o mar de volta, percebi que tinha deixado para trás toda a minha inocência... e o mar tocou meus pés de novo, nessa hora eu me senti livre, como se o mar tivesse levado tudo o que já me fez mal. Foi então que respirei fundo, fechei os olhos e deixei que o vento, o mar e o tempo tomassem conta da minha alma, e nesse instante fui feliz.

Valeu, tô menos boba, mais madura, mais eu. A propósito, queria deixar meu agradecimento a cada idiota que já passou pela minha vida. Um dia me fizeram chorar, hoje me fazem rir. Aliás, sempre que eu perco alguma coisa e não entendo, eu penso em vocês pra lembrar o porque de certas coisas virarem passado. Só não lembro de como um dia foram presente, vai entender né.