Textos Gosto
Gosto de andar de mãos dadas com você.
E de te chamar de Bonitão.
E de olhar no fundo desses teus olhos castanhos e ver meu refletir meu olhar.
Gosto daquele olhar, aquele que tu dizes um milhão de coisas sem nada falar.
Gosto de conversar com você nas madrugadas.
Gosto do abraço que tu me dá e me faz sentir amada.
Gosto das pequenas coisas que são tão significativas.
Gosto quando tu me dizes que me gosta a perder de vista.
E gostando um pouco hoje e um pouco mais a cada dia
Começo ter a certeza que acreditar em nós não é vã utopia.
Eu gosto muito da chuva
Do sol
Das flores
Das árvores secas
Porque?
Ao longo dos anos e depois de tanto ficar brava por causa das previsões que mudam de última hora, aprendi a apreciar as estações
Todas têm sua beleza e acredite, são lindas e podemos construir histórias para serem lembradas tanto quanto um dia ensolarado.
Foda se a sociedade
Talvez eu não seja normal
Gosto da solidão, e do preto em qualquer estação
Cheio de defeitos, mas quem é perfeito?
A cada dia mais ao fundo do poço
Sorriso no rosto
Ninguém viu
Enquanto sofria ou sofro
Sociedade cruel
que nos empurra um pedaço de papel
Que nos dão um nome e uma religião e
Nos engana com mentiras
Prometendo nos, uma vaga no céu
Foda-se
Essa sociedade que julgou e julga
Que prega a liberdade de expressão
A uma população educada a ser muda
Que fabrica história e distorce a verdade
Nesse mundo de ilusão e meias verdades
Criei minha própria realidade
Na noite anterior separei os brincos que mais gosto, os anéis e minhas havaianas brancas.
Separei uma jaqueta jeans e um vestido com flores...
Acalmei meu coração e dormi.
Então logo amanheceu, peguei a câmera e fui fotografar sonhos.
No caminho procurei flores, rosas amarelas, mas elas não estavam ali. Não foram colhidas e não iriam fazer parte na história.
Será que eu vou ficar bem com maquiagem?
Será que eu vou ficar bem de rosa? Será que...
GOSTO
gosto do tempo e do vento
gosto do doce mais que doce
gosto do mar mas que mar?
gosto do canto que cantar!
do falar que falar!
do ler que reler!
gosto do gosto de gostar
gosto do amor e amar!
os gostos que gosto são gostosos de gostar
são gostos de bons gostos de gostar!
que bom gostar do gosto de gostar!
ah!como eu queria deixar do gosto de gostar de tanto te gostar.
Se quiser saber como foi, é só ler aqui...
Só peço que não me peçam para parar, pois peguei gosto...
Ósculos e amplexos,
Marcial
COMO E PORQUE COMECEI A ESCREVER
Marcial Salaverry
A grande verdade, é que sempre fui preguiçoso para escrever, embora tivesse uma certa facilidade para desenvolver minhas idéias.
Lembro-me de que uma vez minha irmã, que era secretária de Monteiro Lobato, levou para ele lesse, um texto que eu havia escrito sobre Entradas e Bandeiras, como trabalho escolar, e o saudoso Mestre elogiou o trabalho e, passando a mão sobre minha cabeça, disse que poderia ser um bom escritor. Não acreditei. Achei apenas ter sido uma gentileza dele para com minha irmã.
Depois disso nem pensei mais em escrever. Desde cedo sempre precisei trabalhar para custear meus estudos. Limitava-me às redações exigidas para trabalhos escolares, onde sempre tirava boas notas, muitas com louvor. Tudo se complicou mais depois. Casamento. Família. Luta pela vida. África. Só escrevia cartas para a família, até o momento em que comecei a mandar fitas cassete gravadas. Não precisava escrever. Falar era mais fácil.
Em meu trabalho como vendedor, limitava-me aos pedidos e relatórios. E brigava com os chefes, que pediam que colocasse observações nos relatórios. Não gostava de perder tempo escrevendo. Contudo, apesar de não gostar de escrever, sempre fui um leitor voraz. Sempre gostei muito de ler, e de me instruir, procurando sempre estar a par de tudo, ler sobre os acontecimentos, revistas, livros o que me caísse nas mãos. Livros de bolso sempre foram meus companheiros inseparáveis de viagem.
Devorei a coleção completa dos livros infantis de Monteiro Lobato, sempre meu autor predileto. E até hoje não me conformo por haver perdido em uma mudança, o que era meu tesouro particular, a coleção dos DOZE TRABALHOS DE HÉRCULES, autografados por Monteiro Lobato, com uma dedicatoria ao "futuro escritor Marcial Armando Salaverry".
Ao aposentar-me, instado por meus filhos e netos, resolvi comprar um computador, para comunicar-me via e-mail com eles. Todos morando longe. Por influencia de meu filho Alexandre, comecei a escrever textos sobre esportes, tendo criado o site DeTrivela. Depois, comecei a escrever pequenos textos (que ironicamente eu chamava de "textículos"), dando Bom Dia para alguns amigos e parentes, e o círculo de amigos foi se ampliando, e instado por algumas dessas amizades, comecei a contar em capitulos como tinha sido minha vida na África, e foi assim que a profecia do querido Mestre realmente aconteceu, e ainda sigo escrevendo, contrariando a opinião de alguns, que acham que deveria parar, mas como existem amizades queridas que apreciam o que escrevo, vamos em frente...
Foi assim que tudo aconteceu. E o fato de escrever, me possibilita fazer de cada dia, sempre UM LINDO DIA, desejando que todos igualmente o tenham, sendo importante descobrir o talento que todos temos em nosso interior, deixando-o fluir...
Marcial Salaverry
Gosto de gente simples, que fala a verdade, ri alto e chora quando tem vontade, sem se importar com o que vão pensar a hipocrisia e a vaidade.
Gosto de gente autêntica, que sabe o que é dificuldade e enquanto assume suas limitações, luta com humildade.
Gosto de gente que independente de seu estado físico ou emocional, é grato pelo dom da Vida que temos afinal.
Gosto de gente que aprende com seus dias tristes sem perder a esperança,
e entende que tudo são fases essenciais para as grandes mudanças.
Gosto de gente que valoriza sua raíz...
Que não olha só para as folhas que caem de seu tronco, mas para todo o processo
que o fazem novamente florir.
"É tão bom sentir que há pessoas que
fazem questão de nos ter por perto.
Gosto de gente que diz:
"Calma, vai passar..."
Mas prefiro quem diz:
"Calma, vou passar aí..."
Valorize aquela pessoa que consegue te
abraçar de longe.
De perto qualquer um pode abrir os braços
para você."
Ruas antigas
Gosto de andar por ruas antigas,
pedras gastas, o pequeno mato
nascendo entre os paralelos.
Nestas ruas a nostalgia também
passeia, as casa são antigas,
respira-se um ar diferente, mais
amor parece existir.
Ali junto a mim tu caminhas em
pensamento, somos amantes de um
tempo que foi, e ali com o passado
passeamos.
A simplicidade é uma das coisas
mais lindas.
Pelas ruas respira-se um ar suave,
que cheira a felicidade.
E em todas as casas , existe um toque
diferente, salienta-se a variedade nas
paredes, e uma profusão de cores.
E quando os simples moradores a sorrir
saem, começa-se a sentir , um cheiro de
amor.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista
Membro Honorário da A.L.B
Membro U B E
Acadêmico Acilbras - Roldão Aires
Cadeira 681 -
eu gosto de andar
Faz me parar de pensar
Fas me fugir de tudo que me persegue
Inclusive eu, que sempre corro nas minhas costas
Pulo e me derrubo
Eu penso muito em dar um chega
Mas nao seria certo a essa altura parar
Penso muito em continuar
Só me falta uma cerveja
Uma musica e uma vida bohemia
Algo que faça eu me alegrar
Se depois de digerido o gosto amargo de um desentendimento, despertar, e ainda houver aquela secura na garganta, aquele fel correndo por suas veias, refaça o caminho da paz. Porque erros sempre haverão de uma parte e de outra, versões sempre serão contadas a sua ótica, mas paz, não pede razão, não pede vitória, não leva em consideração o orgulho.
Paz, é abraço apertado, desejo sincero de carinho, um entrelaçar de dedos, um café bem forte e um bom dia. Bom dia de recomeços, passam pelo caminho da guarda baixa.
Não permita que eu alimente a mágoa, não faça da tua, algo que fere. Pensa que, do teu lado, tem alguém que precisa desse abraço, tanto quanto tu.
Ajuda,?
LÁBIOS
Que gosto teria?
De palma de mão, espelho, travesseiro?
Ou...
de lua estrelada, banana flambada?
Seria rio fluído ou canto de pássaro emitido?
Pétala de rosa ao vento, sem atrito, apenas movimento.
Teria gosto de azul celeste ao sul
Ou..
de novos rabiscos de renda ao sol?
Tantas possibilidades e idades
tempos, estações de um só instante.
Ahhh sim... o gosto,
pergunta para o inverno quente de agosto.
Sinto o gosto da morte na boca palavras como o chumbo na saliva
Cacos na garganta me rasga alma sedimentada minha pele afofa meu sangue corre em um barulho escoando em velocidade mortal
Meus olhos captura a cinzas dos sentidos perturbados pode se hoje
O silencio engana a muitos mas o frio é retalhador noite-solidão aturo o tempo e as asas que não desloca você
Amargo seno entre as veias nervos saltados para a escuridão
Meus dias espinhosos escala no coração ferido
sinto um descanso a me chamar a nirvana aureola branca entre o véu da madrugada atrás de lá o descanso que me tragar
O sino badala e me chama posso ir agora? você vai me perdoará ?
A lua se embriaga com o azul do céu como pequenas partículas de pontos laminados antes do escuro do ar se transformar
Pausa exagero na medicação coração doí...doses cavalares de DR 101
O tempo soluça a canção escuta o estalar da minha alma
O vento e sua carruagem passa com a foice do meu lado
Tempo sombrio estar sempre a espreita e você não ver
poemas vão embora em pequenos e estreitas linhas
chama rubra cor na turquesa do acento branco do barqueiro de velas e mortandades
Sinto o gosto da morte na boca palavras como o chumbo na saliva
Cacos na garganta me rasga alma sedimentada minha pele afofa meu sangue corre em um barulho escoando em velocidade mortal
Meus olhos captura a cinzas dos sentidos perturbados pode se hoje
O silencio engana a muitos mas o frio é retalhador noite-solidão aturo o tempo e as asas que não desloca você
Amargo seno entre as veias nervos saltados para a escuridão
Meus dias espinhosos escala no coração ferido
sinto um descanso a me chamar a nirvana aureola branca entre o véu da madrugada atrás de lá o descanso que me tragar
O sino badala e me chama posso ir agora? você vai me perdoará ?
A lua se embriaga com o azul do céu como pequenas partículas de pontos laminados antes do escuro do ar se transformar
Pausa exagero na medicação coração doí...doses cavalares de DR 101
O tempo soluça a canção escuta o estalar da minha alma
O vento e sua carruagem passa com a foice do meu lado
Tempo sombrio estar sempre a espreita e você não ver
poemas vão embora em pequenos e estreitas linhas
chama rubra cor na turquesa do acento branco do barqueiro de velas e mortandades
por Charlanes Oliveira Santos
Inanição Espiritual
Quão doces são as tuas palavras para o meu gosto, mais doces que o mel para a minha boca. - Salmo 119: 103
Muitos de nós vivem em países onde a comida é abundante e as pessoas são bem alimentadas. É por isso que podemos não estar familiarizados com os sintomas da fome. No início, as vítimas têm um desejo insaciável de nutrição. Com o passar do tempo, porém, o corpo enfraquece, a mente fica entorpecida e o desejo de comer algo diminui. De fato, as pessoas famintas chegam a um ponto em que nem querem comida que é colocada diante delas.
A fome espiritual segue o mesmo caminho. Se estivemos nos alimentando diariamente da Palavra de Deus, é natural sentirmos “fome” quando pulamos nosso tempo de silêncio. Mas se continuarmos a negligenciá-lo, podemos perder todo o desejo de estudar as Escrituras. De fato, podemos estar passando fome.
Quanto tempo você gasta lendo a Bíblia e meditando sobre suas verdades? Você sente falta da Palavra quando a negligencia? Thomas Guthrie escreveu: "Se você se sentir amando melhor que suas orações, qualquer livro melhor que a Bíblia, qualquer pessoa melhor que Cristo ou qualquer indulgência melhor que a esperança do céu - assuste-se".
Se você perdeu o gosto pelo “pão da vida”, confesse sua negligência e peça a Deus para reavivar seu apetite pela Sua Palavra. Evite a fome espiritual!
Quebra-me o pão da vida, querido Senhor,
como partiste os pães junto ao mar.
Além da página sagrada, eu Te busco, Senhor;
Meu espírito anseia por Ti, ó Palavra Viva. —Lathbury
Uma Bíblia bem lida é um sinal de uma alma bem alimentada. Richard DeHaan
'Eu nem gosto dela'
Um novo mandamento que vos dou, que vocês se amam; como eu te amei. . . ameis uns aos outros. - João 13:34
Quando Missy começou seu novo trabalho na fábrica, estava determinada a deixar sua luz brilhar para o Senhor. Mas assim que conheceu Louise, sua parceira de trabalho, soube que não seria fácil. Brassy, defensiva e grosseira, Louise ridicularizou tudo o que Missy fez. Quando Missy tentou fazer amizade com ela e contar a ela sobre Jesus, ela foi rejeitada. Louise disse: “Eu tentei isso. Não deu certo.
Missy pediu ajuda a Deus. Ela abriu a Bíblia em João 13:34: “Um novo mandamento que vos dou: que vocês se amam; como eu te amei. ”Então Missy continuou tentando mostrar amor. Mas tudo que ela encontrou foi dureza.
Depois de um dia particularmente difícil no trabalho, Missy abriu a Bíblia e clamou a Deus. Novamente, seus olhos caíram em João 13:34. "Mas eu nem gosto dela!" Missy reclamou.
Um dia, Louise sentou-se ao lado de Missy no intervalo e disse: "Você é a única pessoa que se importa." Então ela contou uma história de mágoa e problemas. Missy a abraçou e eles se tornaram amigos. Louise freqüentou a igreja com Missy e, depois de uma luta, abriu seu coração para Jesus.
Esta história verdadeira tem um final feliz, mas nem todos têm. Mesmo assim, como fiéis seguidores de Jesus, devemos deixar Sua luz brilhar intensamente através do nosso amor.
Senhor, que algumas almas cansadas encontrem descanso,
porque o seu povo as aceita,
e elas podem ver que o seu grande amor
pode libertá-las de sua culpa e pecado. —DJD
As pessoas que gostamos menos podem precisar mais do nosso amor. David C. Egner
Eu gosto de dormir com a TV ligada
De ficar de meia
Da sobremesa primeiro
De música antiga
De água quente
De rosas brancas
De um brinco só
De andar a pé (me ajuda refletir)
De janelas abertas
De soluçar
Escrever à lápis
Eu gosto de me sentir livre
"A nossa liberdade é o que nos prende"
Eu gosto de ser capaz
De ter coragem
De ter escolhas
Eu só tenho uma escolha...
Uma decisão
Uma chance
E as vezes vou perdê-la
Mas tudo bem!
Tudo bem... Tudo bem.
Que horas são?
Hora de certificar-se
Ser quem se é
Olhar para dentro
Gatilhar-se (existe isso?)
É hora de escolher
E não permitir
Que as horas passem mais...
Por cada coisa que a gente passa nesta vida.
Eu sempre gosto de conversar com as pessoas. Ainda acho que o melhor é conversar numa cidade pequena como Santa Terezinha, Pilar, Vila Boa ou minha amada Pirenópolis. Lá as conversas são olho-no-olho, algo prazeroso. Mas nesse dia em especial... eu não estava para papo.
***
Fiquei irritada porque o voo duraria dez horas. E eu no assento do meio, dei o meu lugar para um senhor que nunca havia viajado de avião antes. De repente um outro senhor à minha direita do lado corredor começa um diálogo nada apropriado para quem estava no avião.
Um homem de uns trinta anos, muito bonito, de terno e gravata, uma roupa nada adequada para viajar e que agarrava-se nos braços da poltrona:
***
_ É a sua primeira viagem internacional?
***
Abaixei o livro e olhei para ele. Mas além de irritada, eu tinha que terminar aquele livro para uma palestra na Universidade Politécnica de Valência. Eu não teria nem um dia para descansar antes da palestra. Já estava no sufoco!
***
_ Não senhor. Faço esse trajeto sempre.
Ele me olhou de cima abaixo. E fez uma careta. _ O que você faz? Não parece uma mulher de negócios.
Pensei: _ Lá vem bomba!
Reabri o livro e respondi tranquilamente: _ Nem todas as viagens internacionais são a negócio. Aliás, são bem cansativas. Por isso, se o senhor me der licença, vou continuar lendo o meu livro.
***
Ele soltou um gemido. Notei que ele estava nervoso. Mas com certeza era arrogante. Como sou alérgica à arrogância, ignorei-o. Estava a postos, como passageira a decolagem. O comandante falou em Francês, Inglês e em Português como de costume. Eu não gosto dessa companhia francesa, principalmente quando ela fundiu-se com uma holandesa. Aí que a coisa degringolou. E eu lendo o meu livro quando...
***
_ Você consegue ler voando?
_ Hum... hum.
_ Você não tem dificuldade?
_ Não senhor. Eu tenho o costume de ler um livro por dia. Quero terminar este neste voo. _ Mensagem clara não é leitor? Mas para o bendito, não.
***
O serviço começou a ser servido. E é lógico, que lá pelas tantas, viria aquele de vendas. A mesma coisa sempre. O mesmo cansativo estresse de ficar ao lado de estranhos enjaulada para cruzar o Atlântico. Aí começou a explosão de pérolas do passageiro do meu lado direito:
***
_ Você voa muito neste voo?
_ Só uma vez. _ Lógico, outro voo seria outro nome, outro dia.
_ Ahhh... então você não estava naquele que caiu no mar...
Abaixei o livro e o vi remexendo na poltrona. Aí entendi.
_ Senhor. Se eu estivesse naquele, não estaria aqui conversando com o senhor.
_ Não é claro! Estaria no fundo do mar! _ Bradou.
***
Todos olharam para nós, já tínhamos passado da costa do Brasil. Mas aí eu continuei em voz baixa. Pausada e tranquila.
***
_ Se o senhor acredita, sim. Mas eu não estaria nem aqui e nem no mar.
Ele ergueu as sobrancelhas: _ Onde estaria então?
_ Bom num lugar melhor que este mundo Adorando a Deus.
_ Ahhh... você é uma daquelas religiosas. O que vai fazer na Europa? Procurar um emprego?
Ele atravessou uma linha tênue. Não falo sobre minha vida particular.
_ Não.
_ Pois eu tenho uma reunião.
_ Hummm.
Voltei a ler meu livro. De repente ele me cutucou.
_ Que livro é este? Um romancezinho?
Sem tirar os olhos do livro: _ Sim um romance entre a Quântica e o cérebro humano. Os dois geram a simbiose da Ergonomia Cerebral.
_ Você é médica?
_ Não.
_ Então porque diabos está lendo este livro? _ Falou alto, mas tão alto que o serviço de bordo todo olhou para mim. O passageiro da esquerda, um clérigo, ficou com dó da mim. Não houve jeito, tinha que explicar para amenizar a situação.
***
_ Eu sou uma pesquisadora e estou fazendo um artigo científico sobre Psicologia Ambiental.
_ Mas o que você faz afinal de contas? Eu sou advogado!
Eu tentava manter a calma: _ Sou arquiteta e urbanista, mestre e doutora na área, sou filósofa, teóloga e também tenho formação em artes plásticas. Agora, sou cientista da Universidade Hebraica de Jerusalém. E se o senhor deixar, eu vou terminar o meu livro.
***
Ele ficou me analisando por um tempo. Um comissário que fala Português já havia postando-se bem perto de nós para ouvir. Ninguém merece!
***
_ Eu pensei que você era empregada doméstica.
_ Hummm. Não tirei os olhos do livro. _ Muita gente pensa porque sou parda. Ou melhor, mulata, negra. _ Ao fundo, ouvi uma risada do comissário que traduzia em um Francês, quase sem sotaque, a outro.
***
_ Mas me diga uma coisa?
Aiiii... Fechei o livro. E olhei para o homem. _ Pois não!
_ Esse não é o mesmo voo que caiu no mar?
_ Não, aquele continua no mar.
_ Mas você me entendeu. Este não faz o mesmo trajeto?
_ Sim.
_ Você acha que ele pode cair?
_ Todo avião pode cair.
_ Você acha que este pode cair então? _ Eu acho que ele disse isto a cento e oitenta decibéis.
***
Todos olharam para nós. Aí eu perdi de vez a paciência.
***
_ Senhor! O senhor acredita em Deus?
_ Mais ou menos.
_ Então ponha as suas contas em dia com Ele.
***
_ Você é uma cientista e acredita em Deus?
_ Sim. Como Albert Einstein.
***
_ Mas se cair?
***
Isso ele já falava, não me cutucando, mas sacudindo o meu braço. Chamei o comissário em Francês e pedi um uísque para o homem. De pronto, ele trouxe.
***
_ Eu indico ao senhor beber toda a bebida e estar em dia com Deus. Porque se o avião cair o senhor vai morrer. Entendeu? _ MOR-RER. E dessa o senhor não passa! E nem eu. Portanto, beba o seu uísque e deixe-me ler o meu livro!
***
Só ouvi umas risadas atrás. O senhor a minha esquerda, depois trocou de lugar comigo. Porque o digníssimo bebeu três garrafas _que eu não sabia que ele tinha consigo_ e tombou adivinha para onde? No meu ombro!
24/11/2016
Eu gosto tanto dela, porque só eu sei o quanto ela me entende. Eu não sou nada fácil, sou daquele tipo que não se explica, daqueles que não se entendem e se enrolam pra tentar explicar a mesma coisa várias vezes. Às vezes, nem sei o que tô querendo da vida, e ela me diz só me olhando nos olhos. Ela conhece meus defeitos como ninguém. Sabe das minhas vontades e onde moram meus planos. Combina com meus desejos. Ela sempre chega de mansinho como quem não quer nada, de repente, toma conta de tudo como se já estivesse ali há muito tempo, e na verdade ela está... ela sempre esteve. Ela é dona dos meus dias, faz parte do meu corpo feito um acessório pendurado ao meu coração. Não é tão difícil pra ela me decifrar, afinal de contas, ela é minha parte, a parte que me entende. Ela é o meu melhor. Ela é o melhor, dentro do melhor que há em mim.
Ricardo F.
Por alguma razão as pessoas entram na nossa vida, e por outras razões elas saem. Eu gosto de quem chega, de quem toma um café ou um suco comigo, ou nem precisa de nada disso, basta se sentar e me contar as novidades, suas expectativas e quem são elas. Gosto de pessoas que se mostram inteiras, sem meias verdades, tudo cru, natural, sem nada pra esconder, aquilo que elas são do jeito que tiverem de ser. Eu respeito o tempo de cada um, o porquê de irem embora, mas fico triste pelos que saem, triste por quem não espera um pouco mais, por quem não se arrisca, por quem não me ouve, não me vê nem me dá a oportunidade de recomeçar. Eu admiro muito pessoas e seus mundinhos particulares, mas eu confesso; eu amo mesmo é aqueles que me esperam, aqueles que arregaçam as mangas e ajudam na minha reconstrução. Eu admiro mesmo é quem não desiste de mim por nada. É quem se levanta, olha para um lado e para o outro da mesa, se senta de novo, sorri, e fica...
Ricardo F.
Por que sim? Por que não? Por que tudo clama por polarização?
Eu gosto dos adjetivos, da intensidade que inferem ao objeto de seu louvor, mesmo que pequenos se elevam em importância!
Não existe apenas sim e não, existe a terceira opção que é inominada, e não significa morta e morna, apenas é, sendo, e respeito é a conclusão que penso como certo!
Mas o que é certo ou errado? É tanta subjetividade que já não consigo digerir! Penso que pode ser apenas para tornar a vida difícil, ou pior seria se pensássemos da mesma forma.
Como um analfabeto que alfabetiza o outro, está sou eu! Assim eu vivo, eu sigo, aprendo e desaprendo, aberta ao novo, ao mais novo, depois eu morro.
Acho q a lua cheia em Gêmeos me afetou, já estou no desconexo sem álcool, e nem preciso do álcool pq q vida já está tão tóxica qualquer outra substância se tornou desnecessária.