Textos em Prosa Literariamente

Cerca de 452 textos em Prosa Literariamente

PERFEITO EU

Perfeito eu? Não... Nã, nã, ni, não, não!
Eu não sou perfeito e não poderia ser
Pois sou humano e tenho um coração
Coração que me eleva aos céus dos
sonhos e que as vezes torna à mim...
Há esse mundo cruel e medonho.
Um coração que leva as trevas me
coloca entre intrigas e me castiga com
a solidão, me empurra para baixo
fazendo-me sofrer com a minha paixão.
Eu não sou perfeito, também não levo
jeito de ser, nem poderia... Imagine fui
moldado de barro, ganhei vida com
assopro, minha forma é fraca, qualquer
tempestade me faz tremer.
Deixei-me enganar-me por uma
asquerosa rastejante, vendi a lealdade
por um punhado de moeda
e ainda flagelei e crucifiquei o amor.
Eu sou balançado pelos ventos,
perco as minhas vontades para o tempo, tempo
altos e baixos permeiam meus sentimentos.
Sou frágil, sou sentimental eu posso
sim... Eu posso chorar por perder,
por ganhar... Eu posso enganar e ser
enganado, eu sinto...
Há qualquer momento eu posso rir, chorar
posso viver e também é claro...
Sim! Sim... Poderei morrer.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

A CARTEIRA

Na beira do meio fio da rua
Próximo à boca de lobo
Despencou em tombo, caiu
Sem fala ali, ninguém viu
A carteira, bordada de couro
Sem vida e com repartições
Tombou com alguns tesouro
Ali, Bem ali! Em um dia de estio
Sempre muda, ficou sem fala
Sobre o paralelepípedo frio
Interno de seus segredos
A bela carteirinha, continha...
Cartões de créditos, cheques
Carteira de identidade, CPF
Titulo de eleitor para votar
Carteira de habilitação para dirigir
Uma carta de amor toda cheia.
Era noite tinha brisa, tinha lua
E o luar estava todo cheio de prata
Tinha até receita para um coração
Veja... Um pouco de paciência
Alguns sentimentos de coerência
Um fecho de gratidão
Um sorriso nas presenças
E harmonia dotada de paixão.
Tinha até um bilhetinho...
Era em paginas com pauta
Mandava beijo para a ingrata
Dizia algumas estripulias
Insinuava algumas cascatas
Tinha nele, certos desejos
Tinha abraços, tinha beijos
Tinha até um Deus te cuide!
Na carteira também tinha...
Comprovante de moradia
Rascunhos de recordações
Contava muito carinho
Zipado com sentimento.
O bilhetinho, tinha margens
Tinha flores, falava de amores
Nele... Não tinha rancores.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

EXASPERAÇÃO

Ofuscada pela claridade da lâmpada
a mariposa da noite, é atraída
pelo reflexo d'água... Despenca de cima
caindo no interior de uma vasilha e,
a um espaço de poucos centímetros
quadrado, mas que para ela é como
se fosse, um oceano de desenganos.

Em desespero, sob água, bate asas
... Bate asas, e não consegue se
desvencilhar do afogamento, bate asas
... Bate asas, e vê o mundo todo
passando n'aquele momento.

Debatendo-se ela observa que o fim
esta próximo... Despeja os últimos
desejos de suas asas no ar...
E nunca mais consegue voar.

Antonio Montes 28/10/16

Inserida por Amontesfnunes

LOBRIGAR

Sentado a beira da praia
vejo areia veja espuma
vejo azul do céu e as brumas
se perder nas andas do mar.

Ouço os cânticos das sereia
banhar os meus sentimentos
espumas e mares cheias
balançar a todos momentos.

Vejo as asas das gaivotas
bater palmas de felicidades
a alegria bater nas portas
do horizonte e das cidades.

A calma vem ao meu peito
com jeito de paz mundial
no rosto um riso satisfeito
acordando o alto astral.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

CARNIÇA

Pegue os seus cachorros
E atiça... Atiça em mim?!
Atiça por ai com seu rompante!
Com camuflagem da estupidez
E com a sua preguiça...
Atiça e não analisa e nem observa
Com a sua carranca só faz cobrança
Não se dá conta que é para a carniça
Que você vai e que eu vou...
Todos, todos iremos
Pode ser plebeu padre juiz ou doutor
Filho, mãe, pai, neto ou avô
Com provocação ou não
Se defendo ou se atiça...
Um dia, todos irão se transformar...
Em carniça.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

CASA COM JANELA

Uma casa com janela que olhava...
Olhava e não via nada!
Nada através do muro de sua lateral
Então olhava para frente de sua rua
E para a parte de traz do seu quintal.

Uma casa com janela que abria...
Horas abria para o seu quintal e visualizava
toda aquela calmaria
Horas abria para a sua lateral...
Nada! Nada era normal
E quando abria para frente, sentia esperança
Viajava em sonhos e via muita gente desigual.

Uma casa velha, já toda broca...
Já não abria... Sonho não tinha
Também não tinha mais agonia
Às portas todas tortas regiam
E a esperança? A esperança tinia e...
Se perdia em seus sonhos...
Todavia, em pesadelos medonhos.

Uma casa com telhado queimado
Que rebatia a seca de um sol fustigado
... Fustigado que queimava que ardia
Rebatia a tormenta de granizo, que tremia
E as goteiras que caia toda fria.

Uma casa com quartos de sonhos...
Sonhos que sonhava ao dormir e cochilar
Sonhava ao pensar e a divagar
Uma casa que era a sua morada...
Seu tudo no mundo uma casa que:
A harmonia um dia reinava.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

CIRCUNSPEÇÃO

Cuidado com a tua gola!
Que, em uma hora d'essas,
n'essas festas com arestas
nesse aperto, feito sem jeito
se fosse em mim,
apertado assim...
Ai de mim, ai de mim!

Essa sua gola...
Que, parece mais com angola
cheia de pinta, tanta tinta!
Ai de ti, ai de ti!
Já pensou... Se essa sua gola,
toda feita com amor
te degola?

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

AZEDO E BOM

Oh meu limão, azedo e bom
me de o suco?
Que eu lhe dou meu adoçar.

Com minha jarra e essa farra
Vamos ouriçar?!
Essa saudade que amarra...
lembranças ao tempo e ao lugar
colocando a vida pra amargar.

E esse calor que faz o corpo
tombar ao gosto de espantar
eleva o humor a ficar pouco
e o louco a mudar de lugar.

Oh meu limão! Vamos tomar...
O doce da vida pra voar
e assim plainaremos na alegria
e todos os dias, vamos amar.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

PINTALGADO

No dia solto de fado
a voz, ecoa pelo ar
ritmo produz o corpo
a ginga entorta o olhar.

A musica eleva a alma
nos braços intimo do ser
bailar irradia a calma...
O sentimento e renascer.

Dia de fado... Asas!
Paixão e amor... Voar!
A felicidade transborda
e vê alegria extravasar.

Sonhos vão para o além
deitar-se no berço futuro
nesse dia, obrigado, amem
pelo passos tão seguros.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

SICÁRIO

Assina mão assina
assina aqui, sua sina
mão, a sina assassina
... Assassina a sua sina.

É você que faz a sina
sua sorte e sua rima
assassina, alto estima
por ser, mão assassina.

Assina mão, assina
as dividas de sua vida
elas serão sua sina
da sua vida atrevida.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

Amantes em Liberdade

Sinto a liberdade no olhar dos amantes
Apaixonados e delirantes,
Sonhadores noturnos,
Em dias que se clareiam,
Em faces que se maquiam
Aos sons da poesia.

Vejo os amantes em liberdade
Que soltam em voos longos
Fundo mergulho, profundos gostos,
Em jardins a perfumar.

Tocando em violas,
Falando em prosa,
Pondo o coração em versos,
De quem sabe, oh Deus, amar!

E deles, libertos atos são feitos,
Em tons de regras impunes,
Vão-se enamorando...
Sem pecado e com ardor,
Encobertos de álibis e de presumes
Tirando de si, tudo que dentro sentia.

Inserida por GilBuena

PERFAZER

No silencio da noite
ao som da intensa madorna
um suspiro propenso
mistura-se a ressonância do sonho
... Quintal de terra
bola de meia, peteca no ar,
menino deixe de brincadeira...
Venha cá?!

O pipa esta solta aos ventos
ao tempo, em seu momento...
Um olhar sob o horizonte do mar...

Menino venha cá?!
Vá correndo ao compadre
volte antes do cuspe secar
traga o fumo, traga a palha
que hoje eu quero pitar.

Freadas buzinas...
Furdunço com ambulância,
tempo pequeno, assina a sina
o sonho acaba
mais um fim de ressonância.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

CONTE E FALE

Sim me diga, diga vai?!
Vai dizer, o que, que há?
Se não me diga, não diga!
Se vai dizer, então diga já.

Se ameaça em dizer...
então, vai ter que falar!
Se não que falar, não ameace
e guarde tudo pra você.

Hum! Resolveu, vai falar?!
Fale logo sem demora?!
Não enrole o blá, blá, blá
diga tudo e vá embora.

Essa hora ainda é tempo
de expor tudo que sabe
diga do seu sentimento
contando toda verdade.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

Maldição...sem tostão.
Um vento que aspira, outro que embirra.
A porta que fecha, pois a besta não deixa.
Uma luz ofuscada, onde o gato passava.
Uma voz que envergo, um grito tão belo.
Um soneto para a Lua, porque mora na rua.
Um pedra na estrada, a coruja piava.
Uma cara que empino, outra que ensino.
A chuva que canta, meu ouvido encanta.
Palavra com azia, de uma morte surgia.
A dor solitária, saudade com ária.
Humano impotente, porque o futuro não mente.
E se o amor acontece, o justo enaltece.

Inserida por NunoPitada

Proseador...
Proseador e narrador confesso
Poeta não sou.
Cascateiro e amante das letras sim
Eterno admirador das guerreiras poetisas,
Talentosas e majestosas escrevinhadoras,
Encantadoras, me cativam sem querer,
Dia e noite acarinhando, escravizando.

Belas, somam vassalos mil,
Eternos garotos
Ardorosos amantes platônicos,
Tímidos transamazônicos.

Antes inseguros astronautas,
Agora arrojados internautas
Agitam reluzentes espadas digitais
Elogios sempre em lautas pautas...
(JM Jardim - Santo André - São Paulo)

Inserida por Superjujar

O balé de uma alma

Num universo tão repleto, se você tiver sensibilidade;
Poderá sentir, ouvir e observar um balé.
O balé de uma alma só.
Segue os mundos na sua trajetória.
Infinitos mundos...
Cada um com sua estória.
Muitas vezes colisão, muito pó na explosão.
Resta nada, somente o silêncio, triste conclusão.
Segue a alma seu bailar, sons variados têm que dançar.
Muitos temas a abordar...
Palavras a formar, desenhos para pincelar.
Letras desenhadas numa folha de papel.
Todas elas um passo, nesse balé de transformação.
Balé transformando sentimentos.
Melodia em passos.
Palavras viram desenhos.
Letras se harmonizando, virando sonhos...
Criando asas...
Pássaros da imaginação...
Voando pelo universo ao som da melodia.
Mensageiros, esses pássaros...
Portadores de segredos escondidos em suas penas.
Todas elas disfarçadas. Coloridas e lustradas.
Executando com maestria, as notas da partitura.
Todas as cifras cuidadosamente camufladas.
Pássaros que voam um voo infinito.
Procurando um pouso, um alento...

Sombras - Su Aquino
https://www.clubedeautores.com.br/book/193165--Sombras…

Inserida por SuAquino

Na arquibancada ou no picadeiro

Espectadora na arquibancada da vida.
Artista do picadeiro do tempo;
Nesse palco iluminado pelo sol
Banhado pela chuva.
O tempo vai arquivando os momentos.
Cada texto encenado, aplaudido ou não, registrado está.
Nada nesse espetáculo é ensaiado. Nada é acaso.
Às vezes, estou no centro da cena. Às vezes, não.
Muitas e surpreendentes novidades tem o espetáculo.
Quando aceitei que o Autor tem o poder, Descansei.
Submeti-me e desfruto dos aplausos, entendo as vaias.
Tudo é parte da caminhada. Faz parte do aprendizado.
Sigo eu, nessa turnê de surpresas, desfrutando a beleza;
Muitas vezes em um trapézio de incertezas.
Outras vezes, fazendo malabarismo da tristeza.
Mas sempre vivendo na certeza: Na arquibancada ou no picadeiro;
O show tem que continuar.

Sombras -Clube dos autores

Inserida por SuAquino

Não somos eternos

Senti-me enegrecida dentro das esferas de um sol ardente, quando minha alma foi proscrita por trazer uma dor a mais. Senti-me sem defesa, porque a alma que doía quis deixar esta lágrima para trás. Não sei se foi a mágoa, ou o pudor que fosse, só sei que a lágrima que faltava em mim grudou e não saiu jamais, por um capricho que o desdouro trouxe de um amor que não voltou atrás.
Suores abundantes se formavam em meu semblante, não sei se por calor ou por vergonha. Mas o importante é viver cada vez mais esta vida que se mostra sempre enfadonha, e não pensar que as mágoas que se negam a ser vivas, podem viver na mente que as usa toda hora, em floreios de ontem, do hoje e de agora.
Claro que a vivência dos humanos tem suas regras onde quer que se vá, mas princípios não se fazem, se trazem, dentro do peito dos seres que não se cobrem só com panos, mas com o manto da honestidade que se dá, pelo berço que os tenha embalado no início desta vida,
que eterna não será

Inserida por PaolaRhoden

Fiapos de Memórias

Se fui pobre não me lembro! Mas lembro de que já cai de caminhão de mudanças.
E isso é coisa de pobre. Ricos contratam empresas, delegam tarefas, colocam
os filhos confortavelmente em seus carros, enquanto funcionários embalam taças
de cristais, xícaras de porcelanas e telas de pintores renomados.

E nós? Como era engraçado. Na véspera arrumávamos caixas de papelão e muitos jornais, embalávamos os copos de vidros as xícaras de louças e portas retratos
com fotos da família. Enquanto todos estavam ocupados, furtivamente fui ao portão do vizinho, despedir-me do menino da lambreta, prometendo-lhe escrever.

Eufóricos com o prenúncio da aventura íamos dormir.
Com a claridade que precede o nascer do sol, meu pai nos acordava, tomávamos café preto com bolinhos de fubá. Lá íamos nós! Minha mãe se ajeitava na cabine
com os três filhos menores, junto ao motorista, e meu pai na carroceria com outros seis filhos incluindo eu. Partíamos rumo ao destino desconhecido.

A mesa da cozinha mais parecia uma espécie de barraca, o colchão em baixo amortecia os solavancos, com a lona por cima e o resto das tralhas espalhadas por todos os lados, uma pequena abertura na lona, nos servia de janela, que era disputada por todos.
Exceto por uma irmã, que com mania de grandeza, não fazia questão de ficar na janela improvisada, morria de vergonha que alguém a visse.

Mas eu me divertia! Acenava a todos, e foi assim que eu cai do caminhão. Foi um susto danado, achei que ia ficar para trás. A gritaria foi geral dentro do caminhão, mas foi alguém da calçada, quem conseguiu alertar o motorista. Reboliço total,joelhos e cotovelos ralados, broncas, risos e beijos. Para compensar tudo isso, uma
parada na beira da estrada, para um sortido, “prato feito”.

A irmã com mania de grandeza fingia que a aquela família não era a dela...
Seguíamos a nossa viagem, que hoje sei que era para um lugar no litoral do Paraná,onde meu pai dizia: O mar de lá tem muitos peixes e nada vai nos faltar.

Inserida por leila2009

O Diálogo das Flores

Amanhece, o clarão da luz do dia entra pela
fresta da janela. Lá fora as flores do jardim,
começam a se abrir para o dia que se inicia...

Tímidas e silenciosas, cochicham entre si sobre
como a lua estava bela na noite que passou
e como o orvalho as acariciou durante o sono...

Estavam felizes, mas se perguntavam; porque
está tão triste a moça por trás daquela janela?
sabia-se que ela tinha perdido um amor...

Mas diziam: Como ela perdeu o que nunca teve?
A Rosa olha o Cravo ao seu lado e pensa; mesmo
que eu não o tenho, ele sempre estará por aqui...

O Jasmim, como se lesse o que ela pensou, lhe
diz: Não se iluda Rosa, alguém pode arrancá-lo,
e ela respondeu: A moça triste não deixaria,
afinal somos suas flores favoritas...
Ela até nos presenteou com um poema:
“A Rosa e o Cravo”.

O Girassol ao longe gritou:
Rosa atrevida, ela nos ama igualmente
temos que nos unirmos para alegrar o seu dia...

O Cravo, até então calado em seu canto, decidiu
intervir. Quando ela vir até nós, exalaremos
perfumes ao seu redor.
A Dama da Noite, por motivos óbvios preferiu
não se envolver...

E o Cravo continuou: Que venham os pássaros
cantando uma canção, borboletas decorando
o clarão da natureza, com delicados tons, como
fadas brilhantes pintadas em telas...

A moça triste, se aproxima, ao ver o jardim
tão lindo, um leve sorriso se abre em seu rosto...
Ela senta na relva úmida pelo orvalho da manhã

Fica absorta em seus pensamentos admirando
tudo em silêncio...
Naquela paz interior pensa: Amanhã é outro dia
vou deixar essa tristeza no ontem e viver o hoje
e quem sabe serei feliz no amanhã.

Inserida por leila2009