Textos de Desilusão
DESILUSÃO
Lançar-se ao amor é correr riscos
Quantas vezes nos atiram no vazio
entregamos nosso coração ávido de carinho e atenção
amamos sozinho.
A descoberta causa uma tormenta e a alma prossegue no luto de um amor criado pela expectativa da emoção que nasceu de um ingênuo encontro, desilusão amorosa esse é o nome, muitas vezes vivida e quantas mais serão sentidas nesse mundo de escolhas, se não a vivo sou capaz de causa-la.
Resta-me contar nos meus simples versos a dor que esse sentimento pode causar, ainda assim descrever as emoções é pecar por omissão, existe sentimento profundo com ausência de palavras.
Sigo meu caminho versejando e que o coração se refaça para quando o amor verdadeiro vier eu esteja pronta.
A Teus pés querida Mãe pomos
as horas que vivemos: os sonhos, as dores, as desilusões ...
Que Teus olhos, esses que trespassam
a linha dos poentes horizontes,
se inclinem para cada um de nós,
que Teu olhar posto nas curvas da
Eternidade possa abraçar os destinos
que vivemos ...
"Cheia de Graça Mãe Pia
defende-nos do inimigo
e na última agonía
achemos em Ti abrigo!"
Nossa Senhora ampara os nossos malogrados corações ...
Avenida das Desilusões
Na avenida das desilusões
Correm todos sem parar
Tentando em vão escapar
O que causa outras tensões.
Ao longo desse caminho
Natural será algum espinho.
Por essa via tão evitada
Nem tudo é só derrota
Se descobre quem sabota
A rota até pode ser alterada.
Caso não haja impedimento
Devido o intenso movimento.
Na avenida das desilusões
Cabisbaixos seguem os devotos
Recordando com velhas fotos
A fé mantida em falhas previsões.
Aquilo que parece vir do além
Essa origem nem sempre tem.
Por essa via tão evitada
A decepção não é nada rara
Uma parte integrante e cara
Sendo instrumento na jornada.
São nessas amargas adversidades
A morada de inúmeras verdades.
No caminho dos desenganos
Salutares aqueles que evitarem
Maiores e irreversíveis danos.
O que for preciso saber
Que sabido o seja
Nem tudo será como se deseja.
O que for preciso saber
Que sabido o seja
Para que só a verdade nos reja.
ANO DE ELEIÇÕES
Em ano de votação, quanta desilusão.
Políticos candidatos sumidos reaparecem
Eleitor confuso, quanta insatisfação
Em meio a conversas mentiras renascem.
De um lado o político promete
O eleitor na verdade acredita
Mais uma vez a história se repete
E novamente a mentira predomina,
O político propõe a barganha
O eleitor acha interessante
Começa a cumplicidade maldita
Na sua cabeça nada mais é importante.
Quero resolver o meu problema
Dos outros não tenho interesse
Não devo promover mudança
Porque para mim não é importante.
Pare e pense para esta caminhada
O eleito por quatro anos nos envolve
Manipula e promove esperança
Não engana só você, mas toda a comunidade
Quanto mais eu conheço a vida e o ser humano mais eu me desiludo, quanto mais eu me conheço menos vontade eu sinto de viver, todos se escondem atrás de olofordes, todos vivem o que não deve, é como se o bonito é viver apresentável diante de uma sociedade vulgar onde a ganância e a ambição domina.
Nessa vida onde, quem não engana é enganado! Sociedade de juízes! Juízes que vivem como santos, que escondem seus erros e apontam os outros. Que humanidade é essa? Hipocrisia talvez seja a palavra certa, dominadores de situações e de pessoas.
FALTA SINTONIA
Pior que a convicção do não
è a incerteza do talvez da desilusão
Dos abraços com frouxidão
Começa a dor no coração.
Sobra covardia e falta paixão
A vida continua sem inspiração
Argumentar sem compreensão
Um fracasso de falta de imaginação.
Para cada erro há o perdão
A cada momento, uma emoção
Num mundo sem percepção,
Pensar no destino é contradição.
A coragem é uma revolução
Limita seu medo, retira a tensão
Torna-o paciente, some a irritação
O vazio acaba e junto com ele a inquietação.
Centenas de intelectuais ou meros simpatizantes se desiludiram e mudaram de campo ideológico. Isso inclui gente do calibre de Arthur Koestler, George Orwell, André Gide, Leszek Kolakowski, François Furet, Stefan Zweig, Albert Camus, Joshua Muravchik, David Horowitz, Whittaker Chambers, Carlos Drummond de Andrade, Ferreira Gullar, Olavo de Carvalho etc etc. Agora proponho um desafio:
Cite UM exemplo do percurso oposto. Não é interessante?
A ESSÊNCIA DO AMOR
Toda vez que tinha uma desilusão corria a praia, era muito mais fácil para André entender a imensidão do mar que a essência das pessoas, e imaginar que aquilo tudo era gratuito, imaginar que um Ser superior com sua generosidade infinita armazenara ali tantas oferendas... e assim era frequente suas idas à praia; no entanto nada era traumático, nada que deixasse marcas indeléveis, diante daquela imensidão qualquer problema tornava-se ínfimo, mesmo com aquela forma de pensar de que amor é arrimo da dor ou a dor arrimo do amor, era assim. Mara, sua primeira paixão de adolescente, a que recebera os primeiros bilhetes, com frases e desenhos de paixão, preferira o rival das gincanas e torneios colegiais; mas depois vieram namoros firmes e noivados desfeitos, todos superados depois de algum tempo, então um dia olhava as fotos, relembrava os momentos, rebuscava os detalhes e ria dos resquícios de felicidade; a vida era uma aventura que tinha que ser vivida. Uma agrura ou outra, alguns arranhões, mas era só; algumas doses de vinho, um livro, um pouco de solidão, alguns poemas. e tudo ficava no arquivo das lembranças, catalogado com muitos aprendizados. era um caminho ou muitos caminhos, um labirinto que nos levaria aonde, o universo que nos compõe compõe o universo propriamente dito. não cometeria os mesmos erros, e pensando assim parecia policiar-se de um prisma adjacente e estratégico, mas não era bem assim, ou pelo menos não era funcional diante de um universo de emoções; se pudéssemos definir André numa única palavra essa palavra seria sensibilidade, era uma pessoa suscetível então o que doía em alguém próximo doía nele, o que encantava, uma bela atitude lhe fascinava assim aconteceram
Outras paixões; ansiedade, medo, insegurança, mas não era um martírio, nem era um jogo, ou era? detalhava os traços, a forma de falar, sorrir, olhar, tudo lhe fascinava no alvo de suas emoções, mas nada tanto como um pouquinho de timidez; um rosto feminino espantado era irresistível. mas quem inventou a paixão? com certeza Marylin Monroe naquela famigerada foto, tentando abaixar a saia do vestido por causa de um vento inconveniente, tenha inventado a paixão para a metade da população masculina contemporânea e quiçá para a parte da modernidade lésbica, o que se insurgia como um pecado, mas quem não pecaria por paixão?
Alguma coisa no passado incomodava.. sempre haveria algo no passado a incomodar mas já aprendera a conviver com isso. era sempre algo mal resolvido, algo que deixara de dizer ou fazer, e isso às vezes lhe salvara, outras o condenara; principalmente a conviver com essa sensação, alguma coisa no passado...
A Central do Brasil estava como em todas as segundas- feiras, todos apressados; ninguém se via, ninguém se percebia, muitos se esbarravam; muitas mãos estendidas, olhos suplicantes e não eram só os olhos dos pedintes, no entanto descrevia o amanhecer como como uma aquarela divina; o romantismo é leviano a ponto de ignorar o inferno que queima a essência no interior humano; nossas canções de exílios morreriam de vergonha diante de olhos tão infelizes, mas diante da beleza quem não se torna leviano. A hora de entrar no trem era um suplício, era a sua supercarga de stress diária, mas ao juízo final, aquilo provavelmente contaria como atenuante para a remissão de seus pecados. O trem sacolejava num serpentear como se tentasse despertar muitos que voltavam exauridos de mais uma batalha do cotidiano; as casinhas subiam o morro desordenadamente, às vezes perigosamente como uma maquete mal elaborada; André num rompante de filosofia, comparou tudo aquilo com a alma humana e murmurou pra si mesmo: "diante da necessidade até a desordem se harmoniza." alguém colocou algo na sua mão explicando uma necessidade, era um dos muitos vendedores de coletivo, uma das muitas desarmonia social; afora isso tinha cantores, poetas, filósofos, pintores e todos juntos estavam ali como uma plateia passiva, assimilando ou não, participando ou não, indiferentes ou não; mas ali era o teatro real, a realidade crua na peça do cotidiano. André Jogou uma cédula ainda úmida, afinal vinha da praia, no chapéu que se encontrava na mão de um jovem que declamara um poema que falava na essência do amor, seu destino era a próxima estação: Olinda, e seu espetáculo pausava ali para recomeçar no dia seguinte, depois daquele resto de ocaso que lhe faria refletir sobre a essência do amor
Solidão companheira
Não é que eu esteja desiludido com o amor
Nem traumatizado
Não estou preso a nada
Só estou experimentando o doce momento da solidão
Solidão faz bem às vezes
Estou bem sem um amor
Tirei tempo para me dedicar a coisas que nunca me dedicará
Montei uma horta
Arrumei um emprego
Finalmente terminei minha série
Vi o sol se por e, o vi nascer
Penteei os cabelos de minha mãe como costumava fazer na infância
Estou planejando uma viagem
Tornei a cortar meu cabelo sozinho
Fiz outra tatuagem
Fiz dívidas das quais não estou arrependido
Mudei meu quarto
Mudei de computador
Mudei os hábitos
E estou mudando até mesmo de humor
Estou nessa fase de redescoberta
Descobri que não odeio tomate tanto assim
Descobri que calar-se às vezes é bem melhor
Estou tomando cuidado para não me perder em mim mesmo
Tenho tentado não pensar que tudo dará errado
Tenho tentado ressaltar que a vida vem dando certo sim
Não. Obrigado, hoje eu não quero sair
Hoje não quero ir à aula
Não quero tornar a ver pessoas tão vazias como aquelas
Hoje eu só quero sentir a boa sensação que venho sentindo
Ter-se
Ter si mesmo
Tomar posse do que já lhe pertence
Minha vida é minha
Eu sou meu e, por ora, muito bem sendo só meu
Não. Hoje não estou disposto para dividir o meu eu com você.
Vivo num vazio profundo
Sem dor, onde o amor se
Distancia
Do bem viver
A desilusão da vida
Te leva num caminhar
Que silencia a alma
Em busca da existência
Que grita pela permanência
Do pulsar constante
E tão passageiro.
De uma presença
Necessária
E desnecessária
Que impulsiona
A ficar e vencer!
@zeni.poeta
A BÊNÇÃO DA MALDIÇÃO ("A desilusão de agora será bênção depois." — Chico Xavier)
No velho normal, era assim: Eu, como professor de filosofia e bacharel em teologia, não podia falar de religião em sala de aula, porque a escola pública era laica, assim diziam. Porém, o aluno se atrevia a contestar-me, não contribuindo com a aula, todavia tentando defender as doutrinas de sua igreja. Dava seu estudo bíblico, já matando a aula em si. Passei muito por isso: sendo que eu não defendia nenhuma religião e não frequentava igreja alguma, assim eles se achavam melhores. Então, arrogantemente se mostravam saber mais do céu e das obrigações cristãs do que o professor de filosofia. Por várias vezes, perguntei-me, por que esses eram os piores exemplares de aluno (bastando só conferir suas notas)? E por que estavam sempre dispostos a maltratar qualquer um, defendendo seu Deus e seu fanatismo. Ah, como sofri, tentando fazê-los pensar e discutir seus conhecimentos para renová-los! Aí, atraí mais denúncias para eu resolver com o diretor, manchando minha reputação. E por medo ou só por ignorância mesmo, nunca pude contar com o apoio da maioria da classe e nem com a coordenação, eram evangélicos. Acho que o coronavírus veio de Deus, para a escola livrar-se desse "design"! E combater os "vírus". Os professores estão com amnésia; pois foram contaminados, e vacinados, e contaminados novamente. E a internet engoliu as escolas; sabendo que o novo aluno só valoriza o que vê na internet. Viva o Novo "Normal" sem pedagogia. CiFA
"Venho tentando.
As amarguras, desilusões, esquecê-las venho tentando.
Tento falar do bom da vida, sobre o amor, do seu sorriso, venho tentando.
Sua beleza, seu sorriso, que me ilumina, sem ti não estou aguentando.
Fazê-la feliz, venho tentando.
Mesmo falho, as vezes sem a atenção e o carinho que mereces, venho tentando.
Tento uma e duas, mais de mil, mas continuo tentando.
Todo esforço é válido por quem venho amando.
Meus medos, você afastou com seu beijo, meu doce anjo.
Acordei de um pesadelo, onde o meu eu não tinha mais você, alegrando-o.
Em 'sonho' me perguntou se poderia eu, viver sem você, que da minha existência, era o acanto.
Com meus olhos de tristeza e lágrimas, com minha'alma tomada por completo, em pranto.
Respondi com a voz de um coração ferido: - Amada minha, ainda não. Mas venho tentando..."
Pequeno devaneio
A dor da desilusão,
Se não é a pior chega bem perto de ser.
Me questiono como que a pessoa que me acalmou pode agora ser uma tempestade dentro de mim?
Como que a pessoa que me fez ter esperanças de um amor sincero, levou-me ao mais profundo desolamento?
É aí que tenho a certeza, nem sempre temos a garantia ao encarar o amor..
A dor se torna calma, que por assim se transforma em dor novamente.
Sorrisos, abraços, beijos e promessas se perdem no labirinto e encontram só uma lágrima triste e solitária.
Triste e solitária, assim que me defino..
Onde todos encontram sua metade, eu só encontro a mim mesma, perdida no mundo,
No meu pequenino mundo.
tudo esta sombrio
desafio
não me arisco
e fico
esse escuro
me abraça
protege
das desilusões
a sensação da luz
de um candieiro
pela fresta de uma porta
o seu brilho me encantou
e por muito tempo
como a bela musica de uma seresta
alimentou meu coração desapercebido
mudei de direção
indo de encontro a sua luz
Fim da mariposa
Morreu como qualquer outra
No fogo desse candieiro
Quem mais desilude um indivíduo é ele próprio quando este se recusa a enxergar a verdade, sem investir desculpas para justificar a sua negação, quando não se permite caminhar firme com os pés no chão e com a racionalidade em atividade, quando acredita, demasiadamente, em possibilidades que se sustentam na insegurança que produzem, bem como sob exigências fora do âmbito do direito e quando evita fazer a leitura do caráter, das verdadeiras intenções e das jogadas de manipulação das pessoas as quais ele desposita algum nível de credibilidade, apesar delas estarem sempre deixando rastros suspeitos.
Ah, e o coração costuma ser cúmplice desta derrota
Enfim paz, desarmei o meu coração.
O meu barco que comanda é o meu Salvador,
Desilusão para traz ficou,
Das pedras das ruínas da estrada do passado,
Construí o meu castelo,
Mudei o caminho, é longa a subida,
Em contrapartida não sou mais eu que me guio,
Eu guia de mim, sou guia cego,
Quem me guia é quem me fez,
E quando me distraio nessa estrada Ele me Põe de volta,
Então novamente olho para o céu,
E tudo fica em paz novamente.
Erros
Amores prostitutos se passaram ao tempo, antes esses que os erros, às mágoas, as desilusões, tanta dor desnecessária....
Eu acreditava que você não pertencesse a esse planeta, que era mais do que Tudo que havia conhecido.
Agora vejo, como fui tão idiota, tão estúpida, tão ridícula.
Eu só queria ter uma família com você, talvez essa tenha sido um dos meus erros, querer tão pouco....
Esse foi o meu erro, esperar mais do que você era capaz de me dar.
Nunca mais irei falar de você, nunca mais irei atrás de você, nunca mais Quero te ver na minha frente, nunca mais Quero ouvir sua voz na minha vida...
Enquanto eu Viver, prefiro ver o Demônio, a ter que ficar frente a frente com você.
Pois, o que me fez acabou com a minha vida, dilacerou minha alma, partiu o meu coração em milhões de pedaços, destruiu todos os meus sonhos e a minha esperança, apagou a luz, me deixou novamente na escuridão....
- 27 de Abril de 2018
É melhor ficar atento aos lugares e as pessoas....
Que procurar sonhos...
Encontrando desilusões...
Na rua em que eu moro...
Pedras azuis...
Conhecem minha história...
Vivi ardis...
Testemunhas de minha trajetória...
Tudo aqui é um palco de emoções...
Pecados deliciosamente cometidos...
Sem arrependimentos...
Sem perder juízo...
Uma vida cheia de cores...
Valores...
Sabores...
De tudo um pouco...
Experimentei..
Com moderação...
Sem me perder...
Meus erros fazem parte da minha vida...
Errar também é um acerto...
Um jeito...
De melhorar...
Certeza sempre tive...
Carrego comigo essa idéia..
Manter a chama acesa...
Que nunca deve se apagar...
E na esperança que um dia tive...
Meus sonhos sempre irão se abrigar...
Ao homem é permitido...
Estender suas asas ao infinito...
A liberdade é plena...
Horizonte pode alcançar...
A mais bela estrela pode tocar...
Sonhar, viver, sentir...
Fazer seu destino...
Por aí...
Quando ama tudo transforma...
O fel vira mel...
As distâncias se encurtam...
Nasce então a Poesia...
Fazendo-se presente...
A alma sente...
Tormentas da vida perdem o sentido...
Não há perigo...
Em coração alheio...
Encontra abrigo...
As mãos entrelaçadas...
Antes distantes...
Agora alcançadas...
Fazem bater em uníssono ...
O coração partido...
Possuindo um sentido...
É tão bom sorrir...
E nos olhos do amor se ver...
Rosto enrusbescer...
Corpo tremer...
Ah...
Quero voltar a amar...
E tudo isso voltar a sentir...
Permita Deus que eu possa...
Antes de partir...
Deixando de sofrer...
Mais uma vez viver...
Sandro Paschoal Nogueira
— em
Conservatória Pousada Chic Chic Casa do Sandrinho
Desilusões no conto de fadas
Chega um momento na vida que a esperança recua, se esconde quase se extingue e o que sobra é a doce e interminável desilusão. Falta ar... coração desespera... a respiração fica mais ofegante tentando tirar onde não existe, mas na realidade tudo isso se passa dentro de nossa razão. É quando a razão começa a perceber que na verdade o coração se entregou pra uma aventura que foi ficando mais e mais séria... que aquele dragão que vivia próximo a masmorra guardando a princesa, ganhou vida e não tem como se livrar dele. Os pés não suportam os impactos da fuga pelo terreno desconhecido... as pernas estão cansadas fazendo com que os passos saiam arrastados... e pra onde quer que você olhe e escolha uma direção algo seguro sabe que será alcançado...pode ser agora, ou daqui um pouquinho... você tenta então ir mais devagar se escondendo e cuidando pra não fazer barulho nem chamar atenção desnecessária... Faltam só alguns metros e tem um refúgio... se entrar nele está salvo... tudo não passou de um mal entendido... tem uma pequena área até chegar a porta... ninguém a vista... Nem o barulho das asas enormes do Dragão... olha mais uma vez e quando decide ir pé por pé... assim será mais seguro... você consegue chegar a porta... quando vai girar a maçaneta passa sobre você uma enorme sombra fria e arrepiante... tenta desesperadamente abrir a porta mas não consegue porque a porta está trancada por quem você mais confiava... Então sem ter o que fazer se entrega e espera seu algoz... que sem pensar muito lhe aplica um único e certeiro ataque... sente o coração que estava acelerado ir se acalmando... sua respiração antes ofegante começa a ficar baixa... agora tem ar suficiente e os olhos que estavam fixos em fugir, agora se vidram na cena a sua frente: o grande dragão na verdade nunca foi inimigo da princesa... ela estava junto dela por escolha... E todo seu sacrifício na verdade não passou de um simples esforço por ser melhor do que muitos já tentaram ser...
Nessa hora, e acredito que a mais cruel de todas seria normal que a princesa... sua amada viesse e te dissesse algo que lhe confirmasse que valeu a pena! Mas o que recebe é um "me desculpa" mais frio que sua alma agonizando.
O natural seria não enfeitar nem com um conto de fadas o que se sente em um momento desses, mas como poderia eu... um exímio guerreiro dizer que se estou abatido foi porque abaixei a guarda achando que isso seria o melhor para minha amada princesa... a quem a pouco estava oferecendo todo meu reino... e quem sabe alguns filhos para que nosso castelo não ficasse tão vazio... até mesmo a conquista de nossos sonhos em outras terras?
Agora já não tenho mais a esperança de algo se resolva favorável a mim... na verdade acredito que as escolhas foram feitas em conchavos que envolveram rainhas e reis... fortunas e campos... vi que como todo desesperado, se fazendo de bom moço... ele fez questão de que tudo que eu havia falado fosse escrito para assim ser repetido sem minha presença e com as mudanças necessárias no contexto para que minha honra fosse manchada... superestimou-se o valor de cavalos onde custaria pouco mais de 6 moedas de ouro para quase 18 moedas... sendo feito até a suposta entrada de 8 moedas e parceladas o restante... valor nunca praticado em nenhum reino vizinho... prometeu-se casamento com o melhor vinho e donzelas invejosas... sapato de cristal e carruagem encantada... ofertou-se a visita em a um reino distante em que se observa uma enorme torre de ferro... foi prometido um arauto para que fizesse toda a publicidade necessária para que princesa ficasse conhecida em todo o reino, e invejada por todas as donzelas... seria a volta por cima... seria a redenção de toda uma vida...
Mas mais do que tudo isso ofereceu-se riquezas....banquetes e muitos presentes...
E eu em contra partida oferecia meu humilde mundo e a promessa de tentar fazer cada dia feliz... que daria todo o amor que tenho guardado a tanto tempo....
como eu ganharia?
Na verdade já aceito a derrota... minha espada está ao meu lado... meu escudo está despedaçado assim como meu coração ao ouvir o que fora proclamado... Que a princesa não comentará nada sobre os acontecimentos... talvez porque estivesse machucada também e o fato se se trancar e se proteger me deixando exposto fosse apenas auto defesa... ou talvez em um das muitos prováveis reuniões existentes decidiu-se por silenciar minha voz até que tudo estivesse pronto... afinal o dragão em breve ganharia selo real e provaria seu sangue azul... a princesa finalmente sairia da masmorra que a isola a tanto tempo e por que não repetirmos a história da Bela e a Fera?
Claro que esperava um final feliz... Que me fosse enviado um mensageiro e acalmasse meu coração. Que me dissesse que o que se espera é somente o tempo para que a bênção de Deus nos alcance. Quem sabe uma flecha com uma mensagem dizendo o quanto me ama... e que nossos destinos estão entrelaçados e não há nada que nos separe...
Ainda esperaria um pombo mensageiro que dissesse não se preocupe... apenas confie e espere... estou me curando das batalhas... logo estaremos juntos...
Mas não vejo nada além de silêncio e meus pensamentos inquietantes que me deixam mais enfermo ainda.
Sinto que em breve já não terei forças para lutar... já que meu amor está sendo confundido com posses... engana -se quem pensa assim... já não tenho medo de perder minhas posses... Mas tenho medo de carregar um amor não correspondido... de sentir a frieza de um corpo desconhecido fingindo se encaixar em meu mundo quando na verdade o que eu queria era a minha princesa... de perder nossos momentos de cumplicidade ao desbravar novas culinárias que de tão surpreendentes que são acabam por nos dar medo... de perder quem realmente significou amor pra mim e que em pouco tempo já fazia parte de meus sonhos...
Propriedades serão conquistadas... em outros reinos... existem outros castelos em que seremos bem recebidos... festivais e danças se apresentarão e serão aproveitados... Então não tenho medo de perder o que importa menos pra mim....
É nessa hora que não importa o que aconteça, seu futuro não está mais em suas mãos e por um curto período sua vida perde a referencia. Montanhas, estrelas e todo a os sinais não são suficientes para te colocar no rumo de novo. E se afastar aceitando a derrota é a única saída. Nesse momento as desilusões ganharam a batalha e tudo que queremos é andar de cabeça erguida esperando que tudo faça algum sentido... Mas mesmo que não faça que Deus te ajude a se recompor a tempo de não perder a guerra.
Gostaria de dizer que estarei sempre esperando seu regresso minha doce e amada princesa.... Mas pra me curar será preciso deixar pra trás tudo o que não for estar comigo lá na frente...
De quem te ama com o mais puro amor que nunca foi visto em nenhum conto de fadas...
Eu que vivia falando de amor,
parece que esmoreci.
Talvez eu esteja cansada, para
não dizer, desiludida de tudo isso.
Chega um tempo que a gente é obrigado
a deixar de lado esses amores dos livros, tipo Romeu e Julieta.
É claro que a gente tem vontade de
continuar acreditando sim, mas a vida diz não.